História Vestígios - VKook - Taekook - Apenas nós.

Sexo é uma coisa muito estranha, que muda a gente.

Geralmente eu sou tímido e o maior pau mandado. Faço tudo o que ele quer, na hora que ele pede, do jeito que ele precisa. Mas quando meus hormônios se afloram e eu sinto a textura da sua pele suave, seu cheiro floral, sua voz rouca ressoando nos meus ouvidos, acorda um lado meu que é o completo oposto do outro.

Um lado voraz, mandão, completamente tarado. Um lado que não sabe controlar a língua, os gestos, o corpo.

E eu sabia que para Taehyung era a mesma coisa, só que do avesso.

Entre nós dois ele sempre foi o espontâneo, o líder, o exigente. Mas era só a temperatura subir – e não era só ela que subia – que ele se transformava numa presa deliciosa, provocativa, submissa. Taehyung deixava-se levar por minhas ordens, me obedecendo com satisfação e se rendendo sob meus toques, meus beijos, minhas carícias.

Fazer amor com Taehyung costumava ser como uma dança, e nós aprendemos todos os passos juntos. Era doloroso pensar que ele havia se esquecido de todos os nossos momentos mais íntimos e apaixonados, mas eu resolvi ser otimista e utilizar sua amnésia ao meu favor.

Eu conhecia cada pedaço do corpo de Taehyung e sabia exatamente como ele reagiria a cada toque e carícia, o que me dava uma vantagem avassaladora já que ele mesmo não se lembrava.

Faria Taehyung ter sensações que ele nem imaginou serem possíveis.

Capítulo 22 – Apenas nós.

- Eu te conheço, hyung. Sei exatamente do que você gosta.

- Então me mostra.

Alcancei seu volume sob a boxer preta e senti-o latejar na palma da minha mão. Não tinha nada mais excitante para mim do que ver Taehyung estremecer com as minhas carícias e eu senti um arrepio delicioso pela espinha. Ele mantinha os olhos fechados, os lábios entreabertos, seu peito subia e descia acelerado.

Taehyung ficava exaltado com qualquer estímulo na nuca e eu deixei uma mordida carinhosa ali enquanto ainda massageava sua ereção, ao que ele gemeu satisfeito.

- Vai pra lá. – Mandei, saindo detrás dele e indicando a cabeceira da cama. Tae me obedeceu e apoiou as costas nos travesseiros, me olhando com ansiedade e mordendo o lábio inferior. Beijei sua virilha sobre o tecido e ele choramingou.

- Isso é tortura!

- Eu sei – Sorri travesso – E você adora. – Arranquei sua boxer, jogando-a para longe, e umedeci meus lábios com a língua ao finalmente vislumbrar seu membro ereto, lambendo-o devagar por toda a extensão, e sorri satisfeito ao ver o rosto de Taehyung se contorcer – Que saudade desse gosto.

- Continua, por favor. – Ganiu, sua voz um tom mais alto que o habitual.

- Calma hyung. – Disse, estimulando-o com a mão – Tá com pressa? Pede então.

- Me chupa, Jungkook-ah. – Gemeu sem hesitar – Por favor!

Sorri antes de coloca-lo todo de uma vez na minha boca, até sua glande tocar quente o fundo da minha garganta. Taehyung urrou e minha língua fez movimentos circulares por toda a sua extensão enquanto ele entrava e saía da minha boca, e eu segurava com firmeza a base, chupando-o da forma como ele gostava.

Ele enfiou os dedos pelo meu cabelo e empurrou minha cabeça algumas vezes contra sua virilha antes de me puxar para si e me beijar, mordendo meu lábio inferior enquanto ofegava. Desci a boca pelo seu pescoço, deixando saliva pelo caminho, até chegar ao seu mamilo e me demorar alguns segundos ali, esticando uma de minhas mãos até sua ereção e voltando a molestá-lo.

- Assim você vai me fazer gozar. – Sussurrou.

- É exatamente o que eu quero. – Respondi contra sua orelha antes de abocanhar sua extensão mais uma vez.

Taehyung acariciou meus cabelos e gemeu alto quando eu pressionei a ponta da língua sobre sua glande, atiçando-o enquanto sentia o gosto do seu pré-sêmen apetitoso.

- Kookie, eu estou quase... – Ele puxou meus cabelos, tentando me afastar, mas eu retirei sua mão e segurei-a contra o colchão, impedindo-o.

Acelerei os movimentos, sentindo-o bater no fundo da minha garganta, engolindo-o por inteiro, e Taehyung gemeu sonora e demoradamente ao se desmanchar na minha boca, quente.

Engoli o líquido e engatinhei sobre Taehyung para tomar seus lábios com voracidade. O gosto dele só servira para me deixar ainda mais excitado, mas eu sabia que não podia cobrar retribuição, não queria que ele se sentisse forçado a fazer nada.

A cabeça de baixo, no entanto, pensava de forma muito diferente da de cima. Meu membro estava implorando para ser estimulado.

Nós interrompemos o beijo e eu observei Taehyung atentamente. Nu, as bochechas coradas, a respiração ofegante e um sorriso bobo nos lábios. Adorável.

Sentei-me ao seu lado e apoiei as costas no travesseiro enquanto acariciava o volume entre minhas pernas sobre a cueca. Não conseguia tirar os olhos de Taehyung.

- Gostou? – Não pude conter um sorriso largo. Ele parecia em transe.

- Uá, Jungkook! Como você fez isso? – Ele me olhou embasbacado – E agora tá aí, com esse sorriso fofinho, não sei como você... – Então calou e eu notei que seu olhar encarava minha ereção meio assustado – Jungkook, eu não sei fazer isso!

Ah, mas sabe.

Retirei minha cueca e comecei a estimular meu membro na sua frente, sem nenhum pudor. Sorri malicioso ao vislumbrar sua expressão boquiaberta, me examinando de cima a baixo.

- Tudo bem, hyung, eu posso fazer sozinho. – Contemplei satisfeito o membro já ereto de Taehyung – A não ser que você queira me ajudar.

Ele choramingou um “aish” antes de se lançar sobre mim e me beijar, e eu gemi rouco contra os seus lábios ao sentir nossas ereções se tocando, descarregando impulsos elétricos por todo meu corpo. Deixei que Taehyung fizesse o que bem queria de mim, e não movi nem um músculo, com medo de instigá-lo a fazer algo contra sua vontade. Ele se demorou mordiscando o lóbulo da minha orelha quase como se soubesse que aquele era um ponto fraco meu, no que eu arfei prazerosamente. Passeou com a língua sobre a curva do meu pescoço, arranhou meus braços, mordiscou meus mamilos, lambeu meu abdome. Era a vez dele de me torturar e eu sentia meu corpo tremer sob suas carícias.

Mordi o lábio inferior com força, evitando que meus pedidos sôfregos para que ele estendesse logo os estímulos até aquela parte do meu corpo fossem ditos em voz alta, e mantive minhas súplicas presas na garganta. Quase suspirei de alívio quando ele finalmente segurou meu membro com firmeza e observei em choque e êxtase quando Taehyung baixou a cabeça e sugou minha glande devagar.

- Olha pra mim. – Não consegui segurar minha língua e a frase saiu como uma ordem.

Mas valeu a pena porque Taehyung me encarou com um sorriso safado enquanto lambia com vontade toda a minha extensão, numa cena deliciosa. Ele abocanhou meu membro, subindo e descendo sem quebrar o contato visual e aquilo me fez gemer alto. Vê-lo me obedecer com tanta satisfação acabou me instigando a ordenar mais.

- Quero te ver de costas pra mim. – Mandei, e ele acatou de prontidão, deixando sua bunda empinada bem na frente do meu rosto enquanto continuava o oral.

Eu já estava completamente fora de mim. Não tinha controle sobre o meu corpo mais, e ver a entrada de Taehyung me fez urrar e morder sua bunda com vontade. Umedeci dois dedos e acariciei sua entrada gentilmente, no que ele gemeu rouco. Sentia-me pegando fogo por dentro e pensei que fosse chegar ao ápice, mas respirei fundo tentando me controlar, desejoso de estender aquele ato o mais possível.

- Me beija. – Disse, determinado a tirá-lo daquela posição, porque eu estava prestes.

Ele se virou e me deu um beijo rápido, seguido de um sorriso travesso, e eu notei que ele estava ciente de que eu estava muito perto de vir. Estiquei minha mão e me estimulei enquanto ele mordiscava minha orelha.

- Sempre te imagino assim enquanto estou me tocando.

Aquilo foi o auge. Tombei a cabeça para trás e arqueei a coluna enquanto sentia calafrios violentos por todo o meu corpo, me fazendo tremer e gemer alto. O sêmen quente se espalhou pela minha mão e abdome, e eu praticamente derreti na cama depois.

Taehyung ficou rindo de mim.

- Isso foi golpe baixo! – Reclamei quando consegui controlar minha respiração, e puxei-o pela cintura mais para perto, sem me importar se ele ia se sujar.

Ele se deitou no meu ombro e eu beijei o topo da sua cabeça. Ficamos assim por alguns minutos, suados, sujos e cansados.

- Acho que precisamos tomar um banho. – Ele comentou, e eu senti seu membro enrijecido contra a minha perna, tratando de acordar logo o meu próprio.

- Ah, Taehyung...

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Entramos no chuveiro, já ambos excitados de novo, e nos beijamos feito dois maníacos, cheios de volúpia, como se estivéssemos numa competição para descobrir quem ia conseguir devorar o outro primeiro. Trocamos arranhões, mordidas e lambidas debaixo da água morna enquanto nos apoiávamos contra o azulejo gelado do boxe.

Nem preciso dizer que eu me sentia no céu.

Além de Taehyung se deliciar com as minhas carícias ele ainda passou a fazer exigências e me instigar a ousar cada vez mais nos estímulos. Eu sabia que Taehyung tinha um apetite sexual bem guloso, mas vê-lo assim tão sem pudores foi muito além da minha imaginação.

Então ele sussurrou as seguintes palavras ao pé do meu ouvido:

- Deve ser bem gostoso ter você dentro de mim.

Céus! Não sei de onde ele tirou toda aquela coragem, mas Taehyung estava brincando com a própria sorte.

Ele passou a sugar meu pescoço com afinco e eu segurei firme suas coxas, erguendo-o o do chão, fazendo com que ele entrelaçasse as pernas na minha cintura e pressionando suas costas contra o azulejo frio. Acariciei sua entrada e Taehyung gemeu abafado contra a minha pele.

- Te incomoda? – Perguntei já meio preocupado em onde nós acabaríamos chegando daquele jeito.

- Não. – Ele arfou quando eu introduzi a pontinha de um dedo.

- Você gosta?

- Muito.

Fechei o chuveiro e saí carregando-o daquele jeito mesmo até o quarto, enquanto ele rebolava provocante contra o meu quadril.  Joguei-o sobre a cama e admirei-o, encharcado, as gotas d’água escorrendo sobre sua pele dourada e seu olhar transbordando desejo.

Taehyung estava me deixando louco.

Alcancei o lubrificante na gaveta do criado mudo e o vi lamber os beiços enquanto me assistia untar os dedos. Deitei-me sobre ele, tomando seus lábios e espalhando o líquido viscoso pela sua entrada, no que ele gemeu rouco. Taehyung enrolou as pernas a minha cintura mais uma vez e nos beijamos sedentos, e aos poucos fui deslizando meu dedo para dentro dele, ouvindo-o proferir todo tipo de ruídos indecifráveis. Ficamos assim por um bom tempo antes de eu penetrar o segundo dedo, e Taehyung cravou as unhas com força nas minhas costas.

- Tudo bem?

Senti-o apertar ao redor dos meus dedos.

- Tae, relaxa. – Murmurei manhoso no seu ouvido, beijando a curva de seu pescoço com carinho. – Não quero que você se machuque.

- Eu estou bem. – Ele pareceu relaxar um pouco e eu colei nossas testas.

- Se você quiser que eu pare...

- Não, continua – Interrompeu-me, esticando a mão e massageando o próprio membro – Eu quero você dentro de mim.

Meu coração batia num ritmo acelerado e eu sorri para ele antes de colar nossos lábios mais uma vez, explorando cada pedacinho delicioso da sua boca e movimentando meus dedos dentro dele, tentando lacear o máximo que eu podia para não machucá-lo, tentando ser o mais gentil possível. Passados alguns minutos ele começou a gemer cada vez mais alto, parecendo já bem confortável com meus toques.

- Jungkookie, por favor... – Ele choramingou, deixando claro que estava pronto.

Tirei meus dedos de dentro dele e peguei o lubrificante novamente. Passei uma boa quantidade por toda a minha extensão, sentindo meu membro latejar de desejo e friccionei-o sobre a sua entrada, provocando mais gemidos e arfadas de Taehyung, que se tocava com mais intensidade.

Substituí sua mão pela minha, que estava toda lambuzada de lubrificante, e passei a estimulá-lo enquanto o penetrava aos poucos. Taehyung me arranhou e mordeu, seu desejo se misturando com dor, e eu pude senti-lo ir cedendo, dando espaço ao meu membro enrijecido, já quase todo dentro dele.

- Tá doendo muito? – Perguntei preocupado, parando com a pressão para que ele pudesse se acostumar.

Taehyung me encarou com aquele olhar felino e a respiração entrecortada. Ele beijou meu queixo, passeando com a língua pela linha do meu maxilar até alcançar o lóbulo da minha orelha e mordiscá-lo, me arrancando um gemido sonoro.

- Você faz valer a pena. – Ele enfim respondeu e eu senti meu coração se esquentar.

Queria responder que o amava, mas fiquei com medo e as palavras ficaram entaladas na minha garganta. Ao invés disso beijei seus lábios ternamente, tentando traduzir de alguma forma todo aquele amor que mal cabia dentro do meu peito.

Não demorou para que ele agarrasse a minha nuca, tornando o beijo mais voraz e movimentando de leve o quadril contra mim, me atiçando. O penetrei lentamente no início, atento a qualquer sinal de que eu pudesse estar machucando-o, mas Taehyung rebolou ao redor do meu membro, me causando arrepios e me arrancando gemidos, fazendo com que eu aumentasse a velocidade.

O suor, os cabelos molhados, a expressão de êxtase no seu rosto, a sua pele dourada e macia, o gosto adocicado da sua boca, tudo nele parecia contribuir para me deixar completamente lunático e aturdido. Vê-lo entregue a mim me causava sensações tão inebriantes que eu me sentia enfeitiçado. Não existia prazer maior que dar prazer a ele.

O ritmo foi se acelerando naturalmente e eu agarrei sua cintura, puxando-o contra mim cada vez mais rápido e mais forte enquanto nossos gemidos e urros e ruídos enchiam o quarto, que já estava completamente tomado pelo cheiro de sexo. Ele ofegou, chamando pelo meu nome e eu soube que tinha atingido seu ponto erógeno. Continuei daquela forma, me deleitando ao som de sua voz rouca enquanto estimulava seu membro no mesmo ritmo, e ele pulsava na minha mão.

Taehyung arqueou as costas, agarrando-se aos lençóis ao atingir seu ápice, e sua entrada contraiu-se com força ao redor do meu membro, fazendo meus pelos se arrepiarem e aquela conhecida descarga elétrica tomar conta de todo o meu corpo, seu sêmen jorrando em nossos abdomens numa cena tão erótica que eu acabei por me desfazer dentro dele.

Deitei o corpo sobre Taehyung, apoiando minha cabeça em seu ombro e respirando pesadamente. Mantivemo-nos engatados daquele jeito por alguns minutos em silencio, enquanto ele acariciava meus fios de cabelo e um sorriso bobo brincava em meus lábios.

- Outro banho? – Sugeri de brincadeira e ele riu soprado.

Saí de dentro dele e observei seu semblante, os olhos fechados e um sorriso provavelmente tão bobo quanto o meu. Colei nossos lábios por alguns segundos antes de buscar uma toalha para nos limparmos, e depois que o fizemos, nós nos aninhamos confortavelmente nos braços um do outro por debaixo dos cobertores.

Não tínhamos muito que falar, já que a noite falou por si só. Estávamos exaustos e o silencio entre nós era cômodo. Taehyung apoiou a cabeça em meu peito, me abraçando pela cintura, e eu depositei um beijo em sua testa e o abracei ternamente, espremendo seu corpo magro entre meus braços. Senti-me em casa como não me sentia em muito tempo.

E durante aqueles minutos antes que nos rendêssemos ao sono, não existiu problema nenhum no mundo. Não tinha amnésia nem os pais do Tae nem o preconceito da sociedade.

Éramos apenas nós, Jungkook e Taehyung.