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História Vestígios - VKook - Taekook - Nostalgia


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


Desculpem a demora, meus amores!
Enfim, capítulo novo, amém. :) Espero que gostem.
Não foi revisado devido à pressa, então relevem caso encontrem erros.

Boa leitura!

Capítulo 24 - Nostalgia


Fanfic / Fanfiction Vestígios - VKook - Taekook - Nostalgia

[via mensagens de texto]

Taehyung: Vou dormir aqui hoje de novo.

Dahyun: Bom saber que você está se divertindo enquanto eu estou enfurnada em casa fazendo pesquisa.

Taehyung: Desculpa, Dahyunie :’(

Taehyung: Amanhã eu volto pra te ajudar!

Dahyun: Bom mesmo! Mas fico feliz que vocês dois estejam se resolvendo.

Dahyun: Tô toda atolada com as provas da universidade e vou precisar de ajuda pra terminar isso logo.

Taehyung: Não sei como te agradecer.

Dahyun: Só vê se volta cedo amanhã, vou me encontrar com o consultor. Você tem que ir comigo!

Taehyung: Eu vou! Prometo.

Taehyung: Boa noite, Dahyunie.

Dahyun: Boa noite, oppa!


Capítulo 24 – Nostalgia

Quando minha mãe chegou no dia seguinte ela fez uma barulhada ao entrar em casa e eu tive certeza que foi proposital. Bendita seja a senhora Jeon. Ela apareceu mais cedo do que o esperado e foi como se estivesse esperando me pegar em uma situação constrangedora porque gritou meu nome bem alto e ligou o rádio.

Acordei de sobressalto e sacodi Taehyung ao meu lado. Claro que fiz isso meio à contra gosto, porque ficar abraçado a ele de manhã é uma das coisas que mais gosto de fazer, mas nós não estávamos decentemente vestidos e eu definitivamente não precisava que minha mãe visse aquela cena. Não mesmo.

Taehyung fez aquela cara manhosa de sempre, mas assim que eu cochichei que minha mãe tinha chegado ele arregalou os olhos meio desesperado e saiu da cama num pulo em busca de suas roupas. A vergonha transparecia em seu rosto, o que deixava ele fofo, mas soube que ele não queria estar ali quando minha mãe chegasse e me senti meio culpado. Agora já era. Não tinha como tirar Taehyung de casa sem que antes ele se sentasse para o café da manhã, minha mãe jamais permitiria.

Dei-lhe meu melhor sorriso, procurando de alguma forma amenizar seu desconforto, e entrelacei meus dedos nos dele antes de sairmos do quarto. Caminhamos silenciosamente até a cozinha e enquanto o rosto da minha mãe se iluminou com um grande sorriso – talvez por ver que Taehyung tinha dormido lá, ou por estarmos de mãos dadas, não sei – o de Taehyung estava vermelho como um pimentão.

- Bom dia, meninos! Anda, sentem-se, estou fazendo o café da manhã. – Ela sorriu satisfeita e eu agradeci mentalmente por ela ter tratado a situação com naturalidade. Minha mãe sabia ser bem indiscreta quando queria.

- Bom dia senhora Jeon. Como foi a viagem? – Taehyung disse, obviamente tentando afastar o assunto de si mesmo, mas sendo cordial como costumava ser com a minha mãe.

- Acho que você já pode voltar a me chamar de sogra, não pode? – Ela rebateu, e Taehyung ficou ainda mais vermelho, se possível. Percebi que tinha agradecido cedo demais pela discrição dela, a Sra. Jeon não ia deixar passar batido.

Taehyung riu sem graça e eu lancei um olhar cúmplice para a minha mãe, que implorava para que ela não insistisse nesse assunto. Para nós – e principalmente para o Tae – era um situação constrangedora, mas para a Sra. Jeon parecia deveras divertida.

Ela acatou ao meu pedido silencioso e começou a contar sobre sua viagem num tom leve e casual, enquanto cozinhava uma quantidade de coisas que parecia que ia alimentar um batalhão, pelo qual ela se justificou dizendo que estava de ressaca e precisava comer aos montes. A tensão logo foi amenizada pela sua tagarelice e Taehyung ria e fazia perguntas, não deixando o assunto da viagem dela a Seoul se extinguir.

Quando ela finalmente colocou a mesa já não tinha mais detalhe nenhum para ser contado sobre seu final de semana e nós ficamos em silencio, ocupando nossas bocas com o café da manhã. Minha mãe nos observou satisfeita enquanto comíamos tudo com gosto, em parte porque estávamos realmente com fome, em parte porque procurávamos uma desculpa para não falar. Seu olhar demorou-se um tempo no meu pescoço e eu soube que ela tinha reparado no hematoma arroxeado, deixado pela boca de Taehyung enquanto tomávamos banho juntos dois dias antes e a única marca que ficava visível mesmo que eu usasse calças e camisa de mangas compridas. Tentei dar-lhe de novo aquele olhar que implorava para que ela não fizesse nenhum comentário, mas foi tarde demais.

- Pelo visto você descobriu que não foi só pela minha comida que começou a namorar Jungkook. – A Sra. Jeon disse entre risos e eu senti vontade de tapar a boca dela com fita adesiva.

Ela estava se referindo a conversa que tivemos naquele primeiro dia que eu levei Taehyung para casa depois de ele ter alta do hospital. Ele tinha feito uma piada depois de comer o hambúrguer artesanal dela, dizendo que tinha finalmente entendido porque começou a namorar comigo. Assim que ele ouviu o comentário dela, Taehyung engasgou com a comida e olhou para mim com uma cara impagável de desespero, dando de cara com o chupão no meu pescoço e encarando-o por alguns segundos. Depois ele olhou bem no fundo dos meus olhos, as sobrancelhas franzidas num semblante que implorava um “por-favor-me-salva”.

- Tenho certeza que sua comida continua em primeiro lugar, mãe. – Tentei manter o tom descontraído, mas não sei se tive muito sucesso. Taehyung engoliu com dificuldade e abriu um sorriso amarelo.

- Jungkook tem razão. – Concordou – Nunca provei nada tão incrível. Você precisa me contar como faz seu haejangguk, está delicioso!

Felizmente ficou por isso mesmo e ela pareceu deixar o assunto de lado, comentando animadamente sobre suas receitas, até que terminássemos a refeição e Taehyung fosse embora.

As semanas que se seguiram ao nosso encontro passaram rápido, e quando menos percebemos, nós já estávamos no auge do inverno. Não se sucedeu nada de muito diferente, mas eu e Taehyung continuamos conversando todos os dias e nos encontrando com frequência, geralmente na minha casa já que minha mãe tinha ido viajar com a feira gastronômica. A ilusão de que éramos apenas um casal normal me deixava confortável e satisfeito, e eu evitava assuntos sérios demais, até porque sabia que Taehyung iria desconversar caso eu tentasse perguntar.

Certa vez, em uma das noites que Taehyung dormiu na minha casa, eu estava só de cuecas quando ele me olhou dos pés a cabeça antes de soltar uma frase bem conhecida minha.

- Jungkook-ah, você nasceu para andar sem roupas.

Aquilo me fez sentir uma nostalgia enorme de tempos longínquos quando dividíamos o dormitório na universidade.

- Você costumava dizer isso o tempo todo.

- Não passa da mais pura verdade. – Ele respondeu com um sorriso safado.

Às vezes alguma coisa assim acontecia. Taehyung dizia ou fazia algo que remetia à época em que namoramos e eu me sentia esperançoso de que ele pudesse estar lentamente recuperando suas memórias. Meu lado mais racional dizia que era uma grande bobeira, que ele não estava se lembrando de nada e que não passava de algo comum que ele pensasse e agisse de forma parecida já que continuava a mesma pessoa de antes. Por mais que eu tentasse não pensar muito sobre o assunto, bem lá no fundo eu esperava que Taehyung fosse acordar um dia e se lembrar de tudo. Mas não aconteceu.

Apesar de estarmos juntos e rapidamente todos os nossos amigos ficarem sabendo, eu e Taehyung não nomeamos nosso relacionamento como ‘namoro’ nem nada disso, e eu não queria pressiona-lo a assumir nenhum compromisso. Só que aquele ‘eu te amo’ estava entalado na minha garganta desde o dia em que dormimos juntos e eu me segurei para não dizê-lo diversas vezes nas semanas seguintes.

Não era como se ele não soubesse. Taehyung sabia que eu o amava, obviamente, e eu me lembro até mesmo de ter exposto isso indiretamente no dia que contei para ele sobre a briga com seus pais, quando disse que “fui egoísta porque te amo demais”, de uma forma meio impensada, confesso. Naquele dia ele não me respondeu, nem fez nenhum comentário, o que não me incomodou. Eu não queria dizer por que esperava alguma resposta ou retribuição, mas só queria dizer. Estava com uma vontade louca de dizer e mordi minha própria língua diversas vezes, principalmente nas manhãs em que acordava com Taehyung agarrado na minha cintura, aquela carinha angelical dele quando despertava, praticamente implorando para que eu soltasse logo as três palavrinhas fatídicas. Muitas vezes foi difícil, mas eu me segurei.

No mais, eu estava bem feliz. Nossos amigos entraram de férias e nós nos reunimos algumas vezes, no que Taehyung não parecia nada desconfortável com demonstrações de afeto na frente deles, e às vezes eu podia simplesmente ignorar o que havia acontecido nos últimos meses e fingir que tudo estava normal. Ainda não fazia ideia do maldito plano do Tae com a Dahyun e de vez em quando via os dois de segredinhos, mas me forçava a ignorá-los, já que eles não iam me contar nada de qualquer jeito e eu acabaria me irritando atoa.

Era uma terça-feira à tarde quando nossa rotina quase-normal foi quebrada de forma abrupta. Minha mãe já tinha voltado de viagem e estava assistindo televisão na sala quando começou a gritar meu nome diversas vezes, de forma desesperada. Eu estava deitado na minha cama lendo algum mangá e me levantei de súbito, preocupado que algo ruim pudesse ter acontecido e saí correndo até ela, encontrando-a com os olhos arregalados, prostrada no sofá, um braço estendido apontando para a televisão. Franzi as sobrancelhas sem entender nada por alguns segundos, mas assim que olhei para o aparelho meu estômago se revirou ao dar de cara com a imagem de Taehyung na TV, todo engomado com um terno fino e cabelos arrumados.

Meu coração batia acelerado e eu fiquei imóvel, em transe, encarando um Taehyung sorridente na televisão. Quando finalmente li a manchete escrita debaixo da sua imagem senti minhas pernas tremerem e achei que fosse cair no chão.

“Escândalo! Herdeiro do grupo Sangsa Beauty se assume homossexual.”

E então a voz grossa de Taehyung ressoou aos meus ouvidos.

“A nossa empresa acredita firmemente numa sociedade melhor e livre de preconceitos. É nossa ideologia aceitar as diferenças e olhar para o futuro, procurando fazer do mundo um lugar melhor e mais justo em que todos sejam tratados com respeito.”

Então ele se abaixou numa reverência.

“Espero que cuidem bem de mim.”

Minha cabeça girava e eu achei que fosse desmaiar. Senti uma ânsia de vômito intensa e o ar que eu respirava parecia não caber nos meus pulmões. Não conseguia pensar em nada e fiquei ali, boquiaberto, encarando a televisão.

Ouvi ao fundo a voz da minha mãe dizendo “Jungkook, você sabia que ele ia fazer isso?” – ao que neguei com a cabeça e logo depois comecei a chorar. Não um choro silencioso em que as lágrimas escorrem discretamente, mas chorar mesmo, fungando e gemendo como um bebê.

“Mas por que essa revelação tão repentina?” – Ouvi a repórter perguntar. – “O senhor está namorando alguém?”

Senti meu coração parar de bater por um segundo e a imagem de Taehyung na televisão corou violentamente.

“Ahn, tem alguém que eu gosto, sim.”

“Isso é uma declaração? Você acha que ele vai vê-lo na televisão?”

“Acho que sim.” – Ele deu um daqueles sorrisos retangulares, um tão amplo que fez seus olhos sumirem – “Eu espero que ele veja”.

Eu estava soluçando audivelmente e minha mãe se levantou do sofá e me abraçou. Não conseguia dizer nada e minhas mãos tremiam e suavam, enquanto eu continuava a chorar desesperado. A única coisa que passava pela minha cabeça era que Taehyung era louco, precipitado e inconsequente. A situação era absurda e minha ficha ainda não tinha caído.

Taehyung se assumiu em rede nacional.

Repeti as palavras na minha cabeça algumas vezes, o que só me dava mais vontade de chorar.

A campainha tocou e eu soube que era ele. Desvencilhei-me do abraço da minha mãe e fui cambaleando até a porta de casa, meu coração batia sôfrego na garganta enquanto eu virava a chave.

Taehyung estava disfarçado com uma touca e máscara preta que só deixavam seus olhos a mostra. Chorei ainda mais ao ver que ele estava cercado por três malas grandes, numa cena muito parecida com a vez que ele fugiu de casa para vir morar comigo, quando seus pais foram para a Europa.

Ele entrou em casa e me abraçou, e eu enterrei o rosto molhado na curva de seu pescoço.

- Vai ficar tudo bem. – Ele disse numa voz calma e beijou o topo da minha cabeça – Eu vou explicar tudo.

- Você é maluco! – Foi tudo o que eu consegui dizer no meio do choro, minha boca ainda grudada contra a pele do seu pescoço.

- Sou mesmo. – Ouvi-o soltar uma risada soprada, e Taehyung virou a cabeça para sussurrar no meu ouvido. – Eu te amo, Jungkook-ah. Prometo que vamos ficar bem.

Definitivamente não estava esperando por aquilo, e demorei alguns segundos para dar-me conta do que ele havia dito, para ter certeza que eu não estava imaginando coisas.

- Eu também te amo. – Respondi numa voz falha.

Era pra ser só uma terça-feira normal, mas parece que tinham virado meu mundo de cabeça para baixo.


Notas Finais


Yey!! Tomara que tenham gostado, comentem por favor com o que vcs estão achando da fic! <3
Obrigado a todos que favoritaram, comentaram ou só leram até aqui!

Nos vemos em breve!

Beijocas amoras,
~BtsNoona


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