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História Vestígios - VKook - Taekook - Coragem


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


Queria deixar documentado que os comentários do capítulo passado me deixaram muito feliz, então me esforcei pra atualizar logo e deixar vocês felizes também <3
Capitulo não revisado. Espero que gostem!
Sem mais delongas,

Boa leitura!

Capítulo 25 - Coragem


Fanfic / Fanfiction Vestígios - VKook - Taekook - Coragem

Taehyung sentia-se se preocupado, mas ao mesmo tempo dez quilos mais leve. Não se importava com o que seus pais achariam, nem com a imprensa, nem com o público. Mas se preocupava especificamente com o garoto de cabelos negros, dono do sorriso infantil que o fascinava. Agora que o mal já estava feito, sentia-se culpado por ter escondido suas intenções de Jungkook.

Faltavam exatos quarenta e dois minutos para o noticiário. Taehyung estava contando os minutos, inquieto. Andava de um lado para o outro na sala do apartamento de Dahyun.

- Oppa, dá pra parar com isso? Está me deixando mais nervosa!

Taehyung parou e encarou a menina de cabelos coloridos sentada no sofá.

- Dahyunie, e se ele não quiser mais olhar na minha cara?

- Não acho que Jungkook faria algo assim. – Ela deu de ombros – Não é do feitio dele.

Realmente, não era. Mas então por que diabos Taehyung sentia-se tão apreensivo?

- Mesmo assim. – Suspirou – Eu sinto como se fosse vomitar as minhas tripas. E não é por causa da bosta do noticiário.

- Duh. – Dahyun revirou os olhos – É claro que sente. E é claro que não é por causa do noticiário.

Taehyung encarou-a com as sobrancelhas franzidas, numa pergunta muda.

- É sério isso Taetae? Você não sabe mesmo por que está assim?

- Não! Mas parece que para você é uma coisa muito óbvia! – O castanho irritou-se, arrancando uma risada da ex-namorada.

- Claro que é óbvio. Você está apaixonado por ele, é isso.

- Eu estou... Apaixonado pelo Jungkook?

- Céus, você tem mesmo um cérebro de peixe! – Dahyun revirou os olhos com impaciência mais uma vez – Você o ama.

Eu o amo. – Taehyung repetiu as palavras em sua mente, como se deixasse que elas o penetrassem por completo. Seus olhos se arregalaram e sua boca pendeu entreaberta enquanto ele encarava a garota, estático, a realização causando-lhe uma euforia imensa.

- Eu o amo.

 

Capítulo 25 – Coragem

Eu sei lá quanto tempo continuamos abraçados até que eu conseguisse me acalmar. Sei que minha mãe entrou com as malas de Taehyung e fechou a porta enquanto eu ainda chorava vergonhosamente, um turbilhão de sentimentos e preocupações passando feito cometas pela minha cabeça e eu não consegui distinguir se estava feliz, triste ou com raiva. A única certeza que eu tinha é de que estava total e completamente apaixonado, feito um idiota de joelhos, porque Taehyung disse que me amava.

Isso parecia mais surreal que a imagem dele na televisão, dizendo para o país inteiro que era gay.

- Então esse era o plano? – Disse ao enfim parar de chorar. Taehyung sorriu e afirmou com a cabeça. – Mas que bosta de plano horrível, Tae!

Ele soltou uma risada. Mas foi uma daquelas risadas meio tristes e o sorriso não chegou aos seus olhos. Acho que Taehyung devia estar tão ou mais confuso que eu. Exigia muita coragem para fazer o que ele fez e enquanto eu chorava covardemente Tae ainda tentava me confortar.

Nunca o admirei tanto quanto naquele momento. Taehyung era forte, muito mais forte que qualquer outra pessoa que eu já conheci na vida.

- Você não está com medo? – Perguntei. Me embasbacava toda aquela segurança dele, seu porte altivo, seu sorriso caloroso.

- Claro que estou – Admitiu – Meus pais há essa hora já estão sabendo e eles vão me matar! Mas eu e Dahyun planejamos tudo. – Seus olhos brilharam ao começar a me explicar o tal plano, como se Taehyung fosse um artista explicando a própria obra de arte, ou como uma criança quando vê um brinquedo novo. Só de vê-lo tão empolgado com aquilo já deu um alívio no aperto em meu peito – Ela fez uma baita de uma pesquisa sobre como isso afetaria a empresa do meu pai e parece que vai dar tudo certo. Nós fomos até ver um consultor de mercado! Foi caro para burro, mas valeu a pena. Se tudo correr como o previsto, meu pai vai ganhar mais dinheiro do que perder, no duro!

Dahyun. Finalmente entendi porque aquela baixinha cursava administração, mas devo admitir que eu não esperava isso dela. Ela tinha aquela cara de maluquinha, e apesar de eu saber que era bem esperta, não sabia que era tão interessada assim no assunto. Achei que só fazia o curso para agradar aos pais.

Ainda assim era difícil para mim compreender toda aquela loucura. Não sabia nada sobre ações ou conglomerados multimilionários, mas sabia que um herdeiro se assumir gay não seria nada bem visto na Coréia do Sul. Pra dizer no mínimo.

- Lucrar mais depois dessa? Tae, como diabos isso é possível? – Realmente, pra mim não fazia sentido. Não mesmo.

- Ele está expandindo os negócios para Europa e América do Norte já tem um tempo. – Explicou – Lá esse discurso de aceitação está na moda, e rende público, visibilidade e publicidade gratuita. O valor das ações pode cair um pouco aqui, mas a previsão é de que lá fora suba. Eu só espero que compense a queda. Claro que eu tinha que fazer minha fita de herdeiro lindo, filho modelo, super preocupado com a intolerância. Espero que funcione.

Era um tiro no escuro. Taehyung devia estar maluco. Mesmo.

- Mas e você? – A realização fez minhas pernas tremerem e eu fiquei assustado por Taehyung. – E se for vitima de preconceito? E se for alvo desses retrógados por aí, Tae? Aqui tem aos montes!

Imagina só? Taehyung é uma figura pública. E se ele passasse a ser perseguido por esses malucos ultra tradicionais que não aceitam de jeito nenhum? Não era tão incomum ouvir histórias de homossexuais que apanhavam na rua, ou eram até assassinados. Minha mãe morria de medo disso e sempre me dizia pra tomar o maior cuidado.

Mas Taehyung deu de ombros.

- Isso não dá pra prever nem com pesquisa e consultores caros. – Franzi as sobrancelhas em desagrado. Taehyung estava se arriscando demais. Ele percebeu meu semblante preocupado e apressou-se a se justificar – Eu te disse, Jungkook. Não posso passar a vida me escondendo, não consigo. Preferi correr o risco. Não vou, e jamais poderia, te obrigar a entrar nessa comigo. A mídia vai ficar no meu pé agora, mas a escolha é sua.

Então era esse meu papel naquele plano de lunáticos? Se eu quisesse ficar com Taehyung, ia ter que dar as caras também. Os meios de comunicação já deviam estar atrás do cara que o herdeiro da Sangsa Beauty tinha se declarado em rede nacional. No caso, eu.

Fiquei um tempo em silencio só olhando para ele. Taehyung parecia ansioso agora, como se estivesse ponderando cada pedacinho do meu rosto, a procura de algum sinal da minha resposta.

Sem chances de continuar sendo covarde! Não depois do que Taehyung tinha feito.

- Você foi muito corajoso, e eu te admiro. Agora é minha vez de ser corajoso também. Não vou te deixar passar por isso sozinho, Tae.

Taehyung me abriu um sorriso, um bonito que chegou aos seus olhos dessa vez. Um sorriso de alívio.

- Já não estou mais com tanto medo. – Ele suspirou, e eu entrelacei nossos dedos. – Vai dar tudo certo, você vai ver.

Deu pra ver que ele estava sendo sincero. Taehyung realmente acreditava que aquele plano, que para mim continuava parecendo um surto louco, iria funcionar. Eu ainda não tinha certeza, mas só de ver que ele estava tão confiante, senti o medo se dissipar aos poucos.

- Eu também não.

Taehyung continuou me explicando em detalhes cada aspecto do plano. Minha mãe chegou um pouco depois com um copo d’agua para mim – acho que ela tinha saído para nos dar privacidade – e ouviu boa parte do que ele disse também. Fiquei tonto com tanta informação de uma vez só.

Aparentemente a mídia ficaria do nosso lado. Porque era o politicamente correto, e toda essa baboseira de hoje em dia. Se eu aparecesse, seria ainda melhor. O herdeiro rico que se apaixonou por um garoto comum. Uma baita história para os jornalistas de plantão.

- Tá afim de uma aparição pública? Antes que meus pais apareçam e prendam a gente numa jaula.

Olha, afim eu não estava. Não mesmo. Estava pensando seriamente em enfiar Taehyung num táxi pro aeroporto e ir para algum lugar bem longe onde nunca nos encontrariam. Tipo as Ilhas Maldivas, sei lá. Lá faz sol e Taehyung adora o calor.

Estava realmente cogitando a ideia das Ilhas Maldivas, mas percebi que estaria sendo covarde de novo. Ele me olhava um com daqueles sorrisos ansiosos e por mais que eu estivesse apreensivo, soube que não poderia decepcioná-lo.

- Claro. O que eu tenho que fazer?

O que diabos eu não fazia por Kim Taehyung?

- Agora, tomar um banho. Sua cara ainda está toda inchada de chorar.

- E depois? – Estava curioso pra saber onde ele ia me levar.

- Depois nós vamos tomar um café.

Simples assim. Tomar um café.

Enquanto eu tomava banho tive um tempo para clarear minhas ideias. Confesso que longe da voz tranquilizadora e do sorriso reconfortante de Taehyung, aquele plano pareceu ainda mais absurdo. Mas agora não tinha volta, estava feito. Taehyung se assumiu em rede nacional e eu não podia deixa-lo sozinho.

Cheguei na sala já pronto para sair e vi minha mãe dando várias recomendações – dessas bem típicas de mães – enquanto Taehyung tentava tranquiliza-la. Pobre senhora Jeon, estava com o semblante contorcido de preocupação, e eu me senti culpado por isso. Mas sabia que ela nos apoiaria fosse lá o que resolvêssemos fazer, porque ela é dessas mães que confia e acredita no que a gente decide. Ajudava também o fato de ela amar Taehyung como filho dela.

Era fim de tarde e o sol começava a se esconder. Fomos numa dessas cafeterias chiques em que eles têm centenas de tipos de café e se paga uma bolada por um simplório café com leite. Acho que as pessoas ricas vão nesses lugares mais pra mostrarem que são ricas do que pra realmente tomar café.

Foi só a gente sair do carro e o alvoroço já começou. Pessoas que pareciam só estar sentadas por ali, matando tempo, tiraram suas câmeras, bloquinhos e microfones de dentro das mochilas e saíram feito doidos atrás da gente. Nós entramos apressados dentro da cafeteria e eles ficaram do lado de fora, mas não adiantava de muita coisa já que a fachada do lugar era toda de vidro.

Sabia que Taehyung tinha planejado isso também. Ele queria que todo mundo visse a gente, mas não queria que pensassem que nós estávamos tentando ser vistos.

Eu estava nervoso. Feliz por Taehyung querer fazer do nosso relacionamento algo público, e em êxtase por ele ter dito que me amava. Mas estava paralisado pelo medo. Minhas mãos suavam apesar do frio e eu não conseguia dizer nada. Taehyung tomou a liberdade de me pedir um expresso e eu senti meu estomago embrulhar só de pensar no líquido quente descendo pela minha garganta. Aquele povo lá fora estava olhando para nós como se fossemos animais num zoológico e meu coração batia rápido.

- Você está branco como papel – Taehyung comentou quando o atendente de afastou da mesa. – Tá tudo bem?

Não está nada bem.

- Eu estou bem. – Menti. Não era muito de mentir, mas não queria decepcionar Taehyung.

Vi ele fazer menção de segurar minha mão em cima da mesa e afastei-a por reflexo. Isso é o tipo de coisa que o medo faz com a gente. Taehyung me olhou preocupado.

- Jungkook-ah, me desculpe. Eu não devia ter feito você fazer isso, nem devia ter ido para a sua casa. Sério, desculpa mesmo. Sou muito impulsivo. – Ele parou de falar quando o garçom chegou com nossos pedidos. Ficou alguns segundos olhando de forma triste para a xícara de café e eu tive vontade de abraça-lo. Tive vontade de chorar também. – Podemos ir embora se você quiser. – Continuou – Eu falo depois que você me deu um fora, dou um jeito de te tirar dessa.

Mesmo que eu quisesse isso, não acho que iria adiantar. Tive certeza de que no dia seguinte meu rosto estaria estampado em jornais e revistas. E também, eu não queria ir embora. Apesar das minhas pernas implorarem para eu correr dali o mais rápido possível, eu sabia que não conseguiria nem se tentasse. Não dava pra dar as costas pro Taehyung.

Respirei fundo.

Coragem, Jungkook.

- Tae, olha pra mim. – Ele levantou as sobrancelhas e me encarou daquele jeito triste. Não era aquilo que eu estava procurando. Queria que Taehyung me olhasse daquela forma felina dele, o olhar pelo qual eu me apaixonei e que me deixava louco. Eu realmente precisava daquela dose de loucura. – Não. Olha direito, hyung.

Em menos de um segundo o semblante de Taehyung passou de tristeza, para total confusão e logo depois um sorriso travesso brotou seus lábios.

Então ele me olhou. Me olhou de verdade, como se pudesse ver através de mim. Aquele olhar exigente, que demandava algo, que me impulsionava a tomar uma atitude. Os olhos castanhos e amendoados dele faiscaram na minha direção, me tirando do sério, me fazendo perder toda a noção, como eu sabia que fariam. Aqueles olhos eram meu veneno e minha cura.

Ainda podia sentir meu estômago revirar, mas meu coração parou de bater por um segundo. Eu alcancei a mão de Taehyung em cima da mesa e me levantei de súbito. De forma impensada, quase que instintiva, estiquei meu corpo sobre a mesa e colei meus lábios nos dele.

E mesmo de olhos fechados, pude ver os clarões dos flashes por detrás das minhas pálpebras.


Notas Finais


Oh céus, e aí meu povo, o que acharam?
Comentem e me deixem bem felizinha igual ontem, que eu amei. <3
AH! e completamos 300 favoritos! Nossa, nem creio que minha primeiríssima fanfic no Spirit tá recebendo todo esse amor, estou no céu! Amo muito vocês.
Obrigada a todos que comentaram, favoritaram ou só leram.

Nos vemos em breve (eu espero)

Beijocas amoras,
~BtsNoona


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