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História Vestígios - VKook - Taekook - Status Quo


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


Oi leitores amados <3
Esse capítulo era pra ter sido postado ontem, mas hoje eu tive prova e aí não deu /: me desculpem!
Só consegui terminar agora.
E nem revisei porque não queria deixar vcs nem mais um segundo sem capitulo!
Sem mais delongas,

Boa leitura! <3

Capítulo 29 - Status Quo


Fanfic / Fanfiction Vestígios - VKook - Taekook - Status Quo

- A menina estava certa. – O Sr. Kim afirmou com um suspiro cansado ao ver as ações da bolsa de valores daquele dia. – Estamos ganhando dinheiro.

Sooyun bufou irritada. Tinha perdido seu principal argumento contra o namoro do filho, de que aquela tolice prejudicaria a empresa. Mas pelo visto o mundo anda muito liberal nos dias de hoje, e atrocidades como aquela eram bem aceitas e até mesmo glorificadas pelos jovens. Para Sooyun, o mundo estava uma bagunça sem regras nem leis.

- Ainda assim, querido. Como você pode não achar isso um absurdo? – Não entendia como o marido podia parecer tão confortável com aquela ideia – Nós vamos virar chacota para as outras famílias!

O Sr. Kim apenas continuou em silencio, como se nem estivesse mais a ouvindo. Sooyun ficou ainda mais impaciente com o descaso do marido, detestava ser ignorada.

- Eles não podem ter filhos herdeiros, não podem ao menos se casar!

- Chega dessa história, Sooyun. – O Sr. Kim interrompeu-a – Absurdo é você não ter me contado que o nosso filho esteve envolvido em um acidente e perdera a memória. Estou cansado desses seus joguinhos e vou manter meus olhos bem abertos a partir de hoje.

- Mas, querido...

- Deixa eles em paz! – Exigiu, fazendo com que a esposa se calasse – Já tenho problemas demais para lidar e não quero que você seja um deles.

O Sr. Kim abriu a gaveta e retirou um papel, estendendo-o na direção de Sooyun.

- Você devia ler a carta que a mãe do garoto me enviou. Talvez ajude.

Mas a Sra. Kim amassou o papel e jogou-o no chão.



Capítulo 29 – Status Quo

Nós viramos as costas e não olhamos para trás. Apesar de compenetrado no rosto duro de Taehyung, pude ouvir Dahyun murmurar um “depois marcamos aquela reunião, Sr. Kim!” antes de sairmos os três pela porta do escritório. Senti-me um pouco mal por não termos nos despedido do pai de Taehyung, mas naquele momento não tinha cabeça para me preocupar com isso.

A mão suada de Taehyung apertava a minha com força enquanto caminhávamos a passos largos até o carro de Dahyun, e o vento gélido do lado de fora me trouxe alívio imediato, como se eu tivesse acabado de sair de uma prisão. O motorista já estava a postos nos esperando, e entramos os três no carro, Dahyun no banco dianteiro.

Observei Taehyung com preocupação enquanto ele encarava o vazio a sua frente. Olhos completamente desfocados como de um sonâmbulo, seu peito subindo e descendo devido à respiração pesada, sua mão tremendo em contato com a minha. Ele ainda mantinha aquele semblante severo e duro. Ficou estático, mudo, o único ruído audível era o ar entrando e saindo de seus pulmões, como se ele tivesse acabado de correr uma maratona.

Dahyun pareceu perceber o clima tenso e se manteve em silencio no banco da frente, organizando os documentos de sua pesquisa dentro da pastinha lilás. Apertei um pouco a mão de Taehyung na minha, acariciando-a com meu polegar, mas ele não reagiu ao meu toque. Imaginei que deviam ter milhões de coisas passando pela cabeça dele e me abstive de abrir a boca. Queria perguntar como ele estava, queria que falasse e desabafasse comigo, que gritasse, que chorasse! Mas ele continuou encarando o nada durante todo o percurso, seu rosto ainda molhado pelas lágrimas que tinham cessado de cair.

Assim que pisamos em casa, Taehyung desatou a chorar.

Eu nunca tinha o visto chorar daquele jeito. Era alto, pra dizer no mínimo. Taehyung parou a exatos dois passos do batente da porta, e assim que ela se fechou atrás de si, seu semblante sério se contorceu em uma expressão de dor. Ele berrava e fungava, as lagrimas escorrendo em abundancia e ininterruptas sobre a pele dourada. Eu fiquei paralisado, em estado de choque.

Logo minha mãe apareceu e passou os braços ao redor do corpo magro de Taehyung sem titubear. Ele desvencilhou nossos dedos que ainda estavam entrelaçados e apoiou-os bem de leve nas suas costas, e eu tive a impressão de que Taehyung não tinha nem forças para abraça-la de volta.

- Meu menino, vai ficar tudo bem. – Minha mãe tentou reconfortá-lo – Eu vou cuidar de você.

Os instintos maternais da Sra. Jeon eram bastante aflorados, e eu agradeci aos céus por isso. Talvez Taehyung estivesse precisando de um desses abraços que só as mães sabem dar.

Desviei os olhos para Dahyun e ela também estava chorando. Não estava aos prantos como Taehyung, mas suas lágrimas escorriam silenciosas. Lembrou-me uma criancinha ao chorar escondida, toda encolhida, a boca formando um pequeno bico.

Não sei bem porque eu não chorei, mas certamente estava com vontade. Ver Taehyung naquele estado fez meu coração se apertar no peito, angústia e sensação de impotência tomaram conta do meu ser. Mas acho que precisava demonstrar ser forte se eu queria protege-lo. Taehyung estava machucado e frágil, e eu começar a chorar não ia ajudar em nada a situação.

A Sra. Jeon se afastou do abraço e chamou Dahyun para ir com ela até a cozinha, sob o pretexto de contar-lhe o que havia acontecido enquanto ela cozinhava algo para nós, mas eu sabia que era uma desculpa para nos dar privacidade. Dahyun pareceu notar e seguiu muda e chorosa até o outro cômodo com minha mãe, nos deixando a sós na sala.

Fui empurrando-o até o sofá como um boneco de pano, e ele não ofereceu resistência. Céus, ver a pessoa que você mais ama aos prantos e em desespero daquele jeito é a pior coisa do mundo e eu sentia como se meu coração pudesse saltar pela boca. Não desejo isso a ninguém.

Ele chorava sonoramente e em tal intensidade que eu comecei a ficar preocupado. Aquilo não parecia normal. Ele deitou a cabeça no meu colo e eu comecei a acariciar seus cabelos, numa vã tentativa de acalmá-lo.

Então eu cantei. Cantei de nervoso e com a voz trêmula, porque não sabia mais o que fazer. Minha calça ficou ensopada. Eu devo ter cantado por horas, e o choro não cessava. Cantei ate que estivesse completamente rouco e Taehyung apagado. Não sei se minha tentativa de ajudar servira de algo, mas não havia muito mais o que eu podia fazer.

Minha mãe tinha nos chamado para jantar, mas Taehyung recusou-se a parar de chorar e acabamos não comendo nada. Eu também não estava com fome, já que ainda estava com o estomago embrulhado.

Era cedo quando Taehyung adormeceu, e não deviam passar muito das sete horas da noite. Ele estava com certeza exausto, tanto físico quanto emocionalmente. Meio sem jeito, passei os braços ao seu redor e levei-o no colo até a cama, o cobri com o edredom e apaguei as luzes.

Ainda fiquei durante um bom tempo acordado, na companhia de Dahyun e minha mãe, e conversamos sobre a discussão com os pais do Tae, sobre a amnésia, e sobre como as coisas seriam dali para frente. Minha mãe me contou a respeito da carta que enviara ao Sr. Kim, e disse que nem sabia que ele chegara a lê-la. Ela explicou que já havia tentado conversar com a mãe de Taehyung antes e não tinha surtido efeito, então resolveu mandar a tal carta. Sendo mãe, não poderia deixar os pais de Taehyung completamente desavisados depois de ele ter fugido de casa e resolveu entrar em contato com o Sr. Kim. Seus instintos maternos estavam como sempre corretos, e a carta fora de grande ajuda.

Quando fui me deitar fiz o maior esforço para não acordar Taehyung, mas não adiantou. Ele resmungou baixinho ao ser desperto e aproximou-se de mim, enlaçando minha cintura e apoiando a cabeça no meu peito.

- Você demorou. – Ele disse numa voz rouca e arrastada, e eu inferi que já não estava completamente rendido ao sono.

- Desculpa. Estava conversando com a minha mãe. – Não podia vê-lo muito bem por causa do escuro, mas senti seu movimento de concordância contra a minha pele – Você está bem?

Finalmente tive minha chance de perguntar. Queria fazer aquela pergunta desde que havíamos entrado no carro.

- Tô sim. Foi só o choque do momento. – Assegurou-me.

Mas eu não acreditei cem por cento. Era mais que compreensível Taehyung ficar triste e chateado, e me irritava saber que eu não podia fazer muita coisa para ajudar, apesar de tudo o que ele tinha feito por nós.

- Obrigado, Tae.

- Pelo quê?

- Por se apaixonar de novo por mim. – Suspirei. Do nada me deu uma baita vontade de chorar, e eu senti meus olhos marejarem sem permissão. – E por aguentar todas as consequências disso.

Taehyung soltou uma risada soprada.

- Foi fácil. Digo, a parte de me apaixonar por você.

Fiquei feliz por ele ter dito isso, e a vontade de chorar passou. Do meu ponto de vista tinha sido bem difícil fazer Taehyung voltar a me amar, e eu passei por muitos altos e baixos. Houve momentos em que eu pensei que ele nunca fosse. Mas ao abraçar Taehyung e apertar seu corpo quente contra o meu, sentindo sua respiração leve no meu pescoço, pensei que faria tudo de novo quantas vezes fosse necessário. Reviveria todas as incertezas e desesperanças, todas as noites mal dormidas no sofá do hospital e no chão, todo o medo de perdê-lo para sempre.

Se pudesse ter Taehyung no final, eu faria tudo mil vezes.

- Que bom, porque eu não vou deixar você escapar de novo.

Ele murmurou um ‘até amanhã’ antes que adormecêssemos.

Amanhã seria o inicio de um novo ciclo.

----

Eu e Taehyung passamos de viver escondidos para completamente expostos da noite para o dia. Antes nós não podíamos sair com medo de sermos reconhecidos e depois nós passamos a sair com a certeza de que seriamos reconhecidos, mas não tinha problema. Era meio chato ficar sendo seguido por aí, mas pelo menos nós tínhamos um monte de fotos novas e boas. Eu não gostava muito, mas Taehyung adorava e vivia caçando nossas fotos na internet para revela-las depois.

Os dias foram se passando depressa, e Taehyung voltou a sorrir naturalmente. Seus pais voltaram para a Europa e nós não falávamos muito sobre sua mãe, mas ele me disse uma vez que não se arrependia de ter ido embora daquele jeito. Na cabeça dele tudo funcionava de forma bem simples, e se uma pessoa o fazia mais mal do que bem, era melhor que ficassem longe. Ainda que fosse sua mãe.

Mesmo depois de todo aquele escândalo, Taehyung voltou para o testamento de seu pai. Não que ele quisesse isso, mas o Sr. Kim disse que o sucesso de taekook era tão grande que a empresa correria riscos se a imprensa descobrisse que ele havia sido deserdado. E eu acho que o pai de Taehyung quis que ele voltasse também, ele não era tão mal. Acho que depois do que aconteceu o Sr. Kim ficou muito chateado com a situação toda e passou a mandar mensagens e ligar com mais frequência para o Tae. Tornou-se um pai mais presente do que era.

A Sra. Kim, por outro lado, desapareceu por completo da vida de Taehyung. Apesar de ele me assegurar que era melhor assim, dava pra ver que isso o entristecia às vezes. Infelizmente nem todo mundo tem a sorte de ter uma mãe como a Sra. Jeon, e muitos pais não conseguem nunca aceitar as decisões de seus filhos. Taehyung e minha mãe eram como unha e carne, e ela o tratava e amava como a um filho, mas nunca seria a mesma coisa.

Quando menos percebemos, o inverno havia chegado ao fim e nós tivemos que voltar para a universidade, o que não foi sacrifício nenhum, já que ainda éramos colegas de quarto. Depois que todo mundo ficou sabendo que nós éramos um casal, até tentaram nos separar – já que casais dividindo dormitório não eram permitidos. Mas Taehyung mexeu seus pauzinhos e nós acabamos ficando juntos de qualquer jeito.

Os nossos colegas de faculdade não pareciam se importar nem um pouco com o nosso namoro, o que foi ótimo. Namjoon e Seokjin hyungs perceberam que não teve nenhum alarde – principalmente porque ninguém ligava para isso – e corajosamente assumiram um relacionamento. Fiquei muito feliz, porque eles faziam bem um ao outro. E foi bem legal saber que outros jovens estavam se sentindo mais confortáveis para serem eles mesmos por causa do que Taehyung e eu havíamos feito. Parece que nós inspiramos um monte de gente, e eu frequentemente recebia mensagens de agradecimento pela internet, de pessoas que eu nem conhecia, mas que faziam eu me sentir muito bem.

Não tinha mais medo. Apesar de nem tudo ser perfeito – nunca é – as coisas foram tomando seus devidos lugares e nós conseguimos chegar a um status quo, em que nos sentimos confortáveis para viver normalmente. Tivemos que nos acostumar com o assédio da mídia e alguns olhares tortos em nossa direção, mas esses eram problemas pequenos e insignificantes se comparados com o lado positivo.

Enfim, estávamos bem.


Notas Finais


Então, o que acharam? Espero que tenham gostado <3
Estamos chegando no fim :'( O próximo capitulo será o último!
Mas eu não desisti da continuação <3 ela vai acontecer sim. Fiquem atentos.
O capítulo pode demorar um pouquinho mais do que o normal porque vou viajar amanhã e volto terça só. Mas vou me esforçar pra escrever durante a viagem e postar logo na terça assim que chegar. (eu espero, mas não posso prometer nada).
Muito bem! Obrigada a todos os comentários, favoritos e leitores!
E por favor comentem pra me deixar feliz, cês sabem que eu amo muito <3

Beijocas amoras,
~BtsNoona


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