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História Vestígios - VKook - Taekook - Nada é o mesmo


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


Pra compensar meu sumiço, aqui vai mais um capítulo <3

Boa leitura!

Capítulo 6 - Nada é o mesmo


Fanfic / Fanfiction Vestígios - VKook - Taekook - Nada é o mesmo

 

[via mensagens de texto]

Jungkook: Mãe, você pode preparar aqueles hambúrgueres artesanais com queijo que o Taehyung adora?

Mamãe: Porque?

Mamãe: JUNGKOOK, NÃO ME ILUDA.

Jungkook: Estamos voltando para casa. Sábado. ;D

Mamãe: AH NÃO, VOU VIAJAR NO DOMINGO. :( A feira gastronômica está indo para Incheon.

Mamãe: MAS SÁBADO VOCÊS TERÃO UM BANQUETE. Pode deixar comigo que vou fazer hambúrgueres pra durar a semana inteira!!!!

Jungkook: Obrigado, mãe. <3 Te amo.

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CAPÍTULO 6 – Nada é o mesmo.

Quando a sexta feira chegou eu estava me sentindo animadíssimo para que retirassem os pontos da cabeça do Taehyung. Ele, por outro lado, não parecia muito satisfeito.

- Eu vou ficar horrível! – Reclamava a cada vinte minutos.

Mas ele não ia ficar horrível. Seria impossível deixar Taehyung feio, a julgar por sua boca bem desenhada e seus grandes olhos hipnotizantes.

A enfermeira chegou, carregando uma bandejinha de apetrechos, e eu estava parado de pé ao lado da cama, ansioso. Ela forçou um sorriso simpático, coisa que quase nunca fazia.

- Animados para tirar os pontos? – Ela perguntou educadamente e eu e Taehyung respondemos ao mesmo tempo.

- Sim.

- Não.

Ela sorriu com nossas respostas enquanto franzia as sobrancelhas, parecendo em dúvida. Mas não perguntou mais nada.

Eu me sentei no sofá, que há semanas já se encontrava bem perto do lado esquerdo da cama. Eu o empurrara pra lá, com medo de que Taehyung pudesse ter outro ataque de pânico durante a madrugada, o que – felizmente – não aconteceu.

A enfermeira começou a desfazer o emaranhado de ataduras que era o curativo na cabeça de Taehyung e eu o vi fechar os olhos, aflito. Eu sabia que ele não queria que eu o visse assim, já que toda vez me mandava embora quando vinham trocar as bandagens. Estiquei meu braço e segurei sua mão direita, recebendo um aperto leve de volta.

Para minha surpresa, ele não estava careca, como eu havia imaginado. Observei seus cabelos castanhos caírem sobre seus olhos – mais longos que o habitual, devido ao tempo que ficara sem cortá-lo – quando a enfermeira finalmente terminou de desfazer o curativo. Vi, no entanto, uma grande parte raspada bem acima de sua sobrancelha esquerda, que ia até quase metade da sua cabeça. Me senti estúpido por ter pensado que os médicos raspariam tudo, bem no meio da cirurgia.

Uma cicatriz enorme, cheia de pontos pretos, se estendia entre os pequenos fios de cabelo que já voltavam a crescer. Agradeci mentalmente que Tae estivesse de olhos fechados e não pôde ver minha reação de dor ao encarar o ferimento pela primeira vez.

Com um daqueles apetrechos medonhos em mãos, parecia um alicate, ela cortou o primeiro ponto do couro cabeludo de Taehyung.

- OUCH! – Ele abriu os olhos e apertou minha mão, virando a cabeça para a enfermeira – Isso dói! Você me disse que não ia doer! – Acusou-a.

Demorou quase meia hora para tirar todos os pontos. Meu coração doía ao encarar os olhos marejados de Taehyung, enquanto ele cerrava os dentes e apertava minha mão com força, provavelmente esforçando-se para não chorar.

Quando a enfermeira finalmente saiu do quarto, Taehyung afrouxou seu aperto em minha mão e lágrimas silenciosas começaram a escorrer pelo seu rosto, me fazendo sentir pontadas no estômago.

- Aish! – Reclamou, soltando minha mão e limpando as lágrimas do rosto. – Isso doeu muito. Aquela maldita... Que mentirosa!

- Já acabou. – Sorri para ele, tentando reconforta-lo. Um pequeno bico surgia em seus lábios enquanto ele parava de chorar.

Levantei-me e dei a volta na cama, parando ao lado de seu braço engessado e dando uma boa olhada na gigantesca cicatriz avermelhada em sua cabeça.

Meu coração se apertou.

- Nem dá pra ver direito. - Menti.

Me sentei na poltrona e sorri enquanto observava a reação emburrada de Taehyung.

- Eu sei que estou horrível. Eu detestava aquela touca maldita de ataduras na minha cabeça, mas fico mais feio ainda sem elas. Não queria que me visse assim. – Admitiu.

- Pra mim, você continua tão lindo quanto antes. – Fui sincero. Mesmo com a roupa de hospital, a cicatriz e um pedaço do cabelo raspado, Taehyung continuava umas das pessoas mais bonitas que eu já tinha visto.

- Mas você é um puxa-saco! – Ele me olhou aborrecido.

- Realmente, talvez eu seja suspeito pra falar. – Concordei, ainda rindo. Ele ficou ainda mais bravo e alcançou a almofada com a mão livre, jogando-a na minha cara. – Não fique assim, seu cabelo vai crescer rapidinho. E nós podemos penteá-lo pro lado e ninguém nem vai ver a cicatriz.

- Vou ficar parecendo um mauricinho.

- Taehyung, você é um mauricinho. – Ele deu de ombros – Mas não pense nisso. Lembre-se que amanhã estamos saindo desse hospital, e você vai poder voltar a viver normalmente.

Quer dizer, quase.

- Eu não me lembro de nada! Nada voltará a ser normal. – Ele leu minha mente – Será que vou ter que fazer dois anos da faculdade novamente? Nem me lembro do que aprendi.

- Vamos resolver isso tudo depois. – Tranquilizei-o – Sério, não quero que pense nisso agora. Temos que te arrumar pra ir pra casa.

Taehyung levou a mão à cabeça, passando os dedos levemente sobre a própria cicatriz. Meu coração se partiu ao ver seus olhos encherem-se de lágrimas mais uma vez.

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Acordei no dia seguinte com um sorriso no rosto. Olhei pela janela e tive uma surpresa agradável. Ao contrário do dia anterior, o céu estava claro e limpo, sem nenhuma nuvem. Apenas uma imensidão azul.

O dia perfeito para levar Taehyung para casa.

Conferi se não estava esquecendo nada para trás antes de finalmente acordar Taehyung, sacodindo levemente sua mão.

- Taehyung-ah – Sussurrei – Acorde, temos que ir.

Ele abriu os olhos lentamente e me lançou um sorriso doce, sua expressão ainda sonolenta.

- Vou te levar para casa, acorda! – Ele pareceu um pouco mais atento – Preciso te trocar.

Instantaneamente Taehyung arregalou os olhos e franziu o cenho.

- Você não está seriamente pensando em trocar minhas roupas, está? – Revirei os olhos – Eu consigo fazer sozinho.

- Com esse braço quebrado? – Ri da sua cara emburrada – Anda, não é como se eu nunca tivesse visto-

- JEON JUNGKOOK! – Taehyung me interrompeu, quase berrando, e eu soltei uma gargalhada baixa – Não tem graça!

- Desculpe – Respondi, ainda rindo – Eu achei engraçado. Vou te vestir com minhas roupas mesmo, esqueci de pedirem pra trazer algo seu. – Ele fez uma careta – Além do mais, suas roupas são todas justas demais, e precisamos de algo que passe por esse gesso.

Ajudei Taehyung a se levantar da cama de hospital pela última vez. Ele pegou a muda de roupas que eu tinha separado e me mandou virar de costas para que pudesse se trocar. Mesmo achando bobagem, fiz o que pediu.

- Yá! – Ele finalmente chamou, quase dez minutos depois.

Não pude segurar o riso ao vislumbrar a imagem a minha frente. Taehyung tinha conseguido tirar a camisola, trocar de cueca e colocar a calça, mas estava parado sem camisa, com a calça desabotoada e os pés descalços.

- Pare de rir! – Exigiu - Eu não consegui fazer o resto. – Ele desviou o olhar para baixo, orgulhoso demais para me olhar nos olhos enquanto admitia que eu estava certo.

- Tudo bem. – Sorri, pegando a camisa preta em cima da cama e passando uma manga pelo gesso em seu braço esquerdo, enquanto ele me olhava, impaciente.

Taehyung detestava precisar de ajuda. Principalmente quando ele tinha que pedir ajuda.

Depois de vesti-lo e calçá-lo dei dois passos para trás e o olhei de cima a baixo.

- Está bonito! Você fica bem vestido de Jeon Jungkook. – Ele revirou os olhos – Agora temos que fazer algo com esse cabelo.

Tentei pentear seu cabelo para o lado, como havia sugerido no dia anterior, mas ele insistentemente voltava para o local de origem. Acabei desistindo e colocando-lhe uma de minhas toucas, apesar do sol que fazia lá fora.

Taehyung quis se olhar no espelho. Observei enquanto ele ficou parado no banheiro, analisando o próprio rosto e corpo, virando de um lado para o outro.

- Não estou tão mal, não é mesmo? – Ele finalmente falou, ainda encarando a imagem a sua frente.

- Não. – Sorri, satisfeito com sua reação. – Não está nada mal.

Ele olhou para mim e abriu um sorriso retangular, seus olhos ficando pequenos.

- Podemos ir agora.

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Depois de nos despedirmos da Dra. Choi, finalmente saímos do hospital. Taehyung sorriu ao sentir o vento quente bater em seu rosto e eu respirei aliviado quando entramos em um taxi, enfim, a caminho de casa.

Chegamos no pequeno bairro residencial, e o carro parou na frente da minha casa. Não era grande como a casa da família de Taehyung, mas era confortável e aconchegante. Tae adorava a minha casa.

E eu torcia para que ele continuasse adorando-a.

- Uáa! – Ele exclamou quando descemos do taxi, enquanto eu pagava e agradecia ao motorista. – Essa é a casa?

- É. – Sorri, procurando as chaves no meu bolso.

Antes que eu pudesse alcança-las escutei o barulho da tranca sendo aberta. Mamãe. Espiando pela janela, de novo.

A Sra. Jeon abriu a porta, e antes que eu pudesse fazer – ou falar – qualquer coisa, puxou Taehyung, abraçando-o e sorrindo. A diferença de altura era engraçada, já que sua cabeça batia nos ombros dele, e Taehyung soltou um ‘Oh’, surpreso. Fiquei com medo de que ela assustasse-o.

- Como você está, meu filho? – Ela perguntou, finalmente soltando-o e puxando-o pela mão para dentro de casa. – Eu fiquei tão preocupada, quase me matou do coração!

Percebi Taehyung sorrir, meio sem graça. Ele abaixou a cabeça, cumprimentando-a.

- Me desculpe por preocupa-la, Sra. Jeon.

Revirei os olhos. Quem o visse assim, até pensava que ele era um anjinho.

Taehyung sempre foi super educado e cavalheiro perto da minha mãe, e ela tratava-o como o filho perfeito, queridinho da família.

Pelo menos isso não mudou.

- Oi, mãe. – cumprimentei – Eu estou aqui, sabe?

- Fica quieto, menino! – Ela bateu de leve no meu ombro, e Tae riu sonoramente da minha cara de falsa dor – Vai mostrar a casa pro Tae, eu vou na cozinha terminar de preparar o almoço porque ele deve estar faminto!

É, parece que nada mudou.

- Sua mãe gosta mais de mim do que de você. – Taehyung riu quando ela saiu da sala.

- Eu sei. – Revirei os olhos – Anda, vou te mostrar a casa. Vê se tenta lembrar de alguma coisa! Desde que... – Parei. Ia citar a briga entre Taehyung e seus pais, mas não tive coragem. – Você já passou férias aqui comigo, algumas vezes.

- Hm... – Ele concordou com a cabeça, olhando ao redor.

Fiquei olhando enquanto ele observava cada canto da sala, e pude perceber que ele estava tentando se lembrar de algo. Minha mãe gostava de decorações coloridas e tudo era bem estampado, desde as cortinas, o sofá e as almofadas. Taehyung parecia aéreo, e repentinamente ficou desanimado. Não tinha se lembrado de nada.

E mesmo que eu tentasse negar para mim mesmo, não podia.

Na verdade tudo mudou.


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capítulo <3 obrigada a todos que estão acompanhando, galera que comenta, galera que favorita e leitores fantasmas também! (mas apareçam, se possível)
Sintam-se livres para me dar sugestões, críticas e apontar erros - até pqe eu mesma reviso, e como fui eu quem escrevi, acabo deixando muitas coisinhas passarem batidas.
Então, é isso! Vejo vocês no próximo! :*
~BtsNoona


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