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História Viagem ao Adormecer - Porque ele?


Escrita por: InhaRocha

Capítulo 3 - Porque ele?


Fanfic / Fanfiction Viagem ao Adormecer - Porque ele?

—Lua, Luali! Oi, Terra para Luali!- Escutei a voz de Lie ao longe me chamando, mas ela não estava longe, estava bem ao meu lado. Eu estava viajando outra vez.

_Oi Lie. Desculpa, eu to com sono e, juntando com a minha distração, ganho para os ursos na fase de hibernação.- Há uma semana, desde o meu aniversário, estou mais distraída que de costume.

_Você está viajando muito ultimamente, não ta dormindo à noite não é?- Perguntou Mille.

_Deve ser porque eu esqueço toda vez o celular ligado e caio no sono, e ele passa a noite do lado da minha cabeça. A radiação deve estar me afetando...

_Então pare de dormir com ele, se não pode ficar mais sério. - Ela respondeu.

_Pois é, você pode ir para o mundo da lua e nunca mais voltar, vai ficar em estado vegetativo!- Disse Mel zombando. Mostrei a língua para ela e virei para frente para assistir o resto da aula de biologia, antes que o professor reclamasse que nós estávamos conversando muito.

O sinal tocou para o intervalo e fomos para o pátio da escola. Sentamos no banco que ficava embaixo da árvore no centro do pátio. Eu fiquei conversando com o Lucas sobre algumas cifras de músicas que eu tinha feito quando a Juli começou a comentar sobre o Naten Smith:

_Gente, a turnê do Naten pelo Canadá terminou ontem, e parece que daqui a alguns meses ele vai vir fazer uns shows aqui no Brasil!- Disse ela com o maior entusiasmo do mundo, e eu já sabia o que ela iria falar a seguir. – E se ele vier para Recife vocês vão comigo, pra me dar apoio.

– Sei... Pra segurar ela quando ela desmaiar.

—Pra segurar você quando você desmaiar não é? – Parece que Lie tinha lido minha mente. Pisquei o olho pra ela e Juli continuou:

_Que seja, mas vocês têm que ir comigo!- falou ela implorando - Todas, sem exceção!- Dessa vez ela olhou pra mim. Eu fiz cara de nojo, mas não falei nada. - E vocês sabem que ele nunca vai vir pra João Pessoa, porque aqui é o fim do mundo e ninguém vem pra cá, então vocês tem que ir pra o show em Recife comigo se ele for para lá.

Nisso ela tinha razão. Onde nós moramos, em João Pessoa, na Paraíba, quase não tem shows de bandas de rock ou cantores pop, apenas shows de forró, o que não nos interessa muito. Mel, e Karen são loucas por uma banda de rock nacional, o Nexus, e Mel é apaixonada pelo baixista. Já a Lie e eu somos fãs de dois atores da saga Noite Sombria, eu pelo Daniel Cashman e Lie pelo Tyler Williams, e Mille era a única que via seu ídolo sempre, que é a Janete Bloom, a única cantora de axé que gostamos. E quando alguma tem a chance de ver seu ídolo, nós ajudamos.

Por isso, todas nós concordamos, embora eu tenha enrolado um pouco pra não ir. Mas no final ela me prometeu que retribuiria o favor, então eu aceitei ir. Se eu me encontrasse com ele lá diria o quanto ele é um pirralho mimado, mesmo sabendo que ele não entenderia nada do que eu estivesse falando. Juli ficou super feliz, e nós ficamos felizes por ela. Afinal, era o ídolo dela e ela teria uma chance de vê-lo, mesmo que ela morresse de emoção depois disso.

O dia seguiu tranqüilo, com a Juli falando do Naten e a Mel falando do Rodrigo, o baixista da Nexus. Em casa, dormi a tarde inteira. À noite toquei algumas músicas no violão, assisti TV com minha mãe e fui dormir.

8ª noite- 13 de março,terça-feira


Eu já estive em Paris, México, nas dunas em Natal, no parque da minha cidade, até no Taj Mahal eu fui! Mas esse lugar era completamente diferente. Eu não estava em algum ponto turístico que eu sempre quis ir, muito menos num lugar que eu gosto muito. Nem mesmo era um lugar aberto. Eu estava em um quarto, um quarto de alguém que eu não conheço! E pior, pode ser em qualquer lugar do mundo! Ta bom, dessa vez eu estava mesmo assustada!

Prestei atenção no quarto, aparentemente era de um garoto. Era enorme! Com um armário branco gigante de um lado, um espelho de parede do outro lado. O papel de parede é de um time de beisebol, Lakers, o que deduzi que talvez eu estivesse nos Estados Unidos.

Também havia uma TV plana muito grande, com um Nintendo ao lado dela e vários CDs de vídeo game. Havia uma cômoda e ao lado dela uma cama de solteiro, com a colcha de cama combinando com o papel de parede. Chequei mais perto da cama com cuidado para saber quem é o meu hospitaleiro desinformado. Ele tem a pele branca e o cabelo castanho claro jogado para frente. Tem a sobrancelha marcante e uma boca bem desenhada. Estava com a boca aberta e respirando alto. Quando percebi quem era, dei um passo involuntário pra trás e bati meu pé na cômoda.

Era o NATEN SMITH! Logo ele! O garoto mimado! Que legal! Quando bati meu pé na quina da cômoda, tanto a minha boca quanto a batida fizeram tanto barulho que ele abriu os olhos. Mas eu não me importei porque ele não podia me ver, no máximo ele ficaria com medo e correria para o quarto da mãe dele. Mas quando ele piscou os olhos e prestou atenção onde eu estava, começou a gritar. Ai meu Deus! Ele pode me ver!? E agora!? To ferrada! Me assustei ainda mais com o fato de ele estar gritando e poder me ver que comecei a gritar também.

Depois de alguns segundos com gritos ecoando pelo quarto, eu gritei ‘calma garoto!’ pra ele e ele se calou. Quando eu disse isso, a mãe dele abriu a porta do quarto de repente, e olhou em volta assustada.

_What as, Naten?!- Ela estava com os cabelos em pé e com cara de sono, e olhava para todos os lados do quarto. Quando ela olhou para o meu lado, não viu nada lá. Então só ele podia me ver.

Ela perguntou outra vez a ele o que tinha acontecido, e ele continuava a olhar para mim, não com medo, mas com cara de ‘como você achou meu quarto?’. Olhei para ele com a expressão mais calma que pude e fiz mímica com as mãos tentando avisar a ele que depois que a mãe dele saísse eu explicaria tudo. Depois de algum tempo ele entendeu o que eu queria dizer então falou para a mãe dele:

_Nothing, Mom. It was just a nightmare. - Ele falou, ainda olhando pra mim com expressão que ia da raiva ao questionamento. Eu entendo muito pouco de inglês, e não sei falar quase nada, mas entendi que ele tinha dito a mãe dele que ele tinha tido um pesadelo. Então ele entendeu que eu explicaria tudo depois. – Go back to sleep.

A mãe dele disse alguma coisa como chamar se precisar e saiu do quarto. Quando ela fechou a porta, ele olhou para mim de novo, e as perguntas começaram.

_Who are you? What are you doing here? How did you get here? Because my mother did not see you? How dare you come…

_Shut up!- Falei para ele. Depois do ‘quem é você’ eu não entendi mais nada do que ele estava falando! Já estava ficando louca. - Eu não falo inglês, ta legal! Seu mimado!- Disse pra ele, mesmo sabendo que ele não entendeu nada do que eu disse. Acho que cumpri minha promessa. Ele já ia começar com as perguntas de novo quando eu falei:

– Idiota! I do not speak English! Me deixa pensar!- Será que ele não percebeu que eu não falava a língua dele? Porque ele começou a perguntar de novo! Deve ser mesmo um idiota! Só tem beleza! Como é mesmo que se fala ‘deixa eu pensar’ em inglês? Ah! - Let me think, ok?

Ele parou de perguntar e ficou olhando para mim, esperando. Eu tinha que arranjar um jeito de me comunicar com ele. Meu Deus! Porque eu não fui parar na casa do Bruno da Nexus? Seria muito mais fácil. Encostei-me na cômoda e pensei por uns segundos. Então eu lembrei. O computador! Tinha o Google tradutor! Amei a internet nesse momento mais do que nunca.

_Anh, you have computer?- Perguntei a ele, rezando para eu ter falado certo. Ele olhou pra mim com cara estranha, deve ter achado que eu iria roubá-lo. Então depois de um tempo ele se levantou e foi no armário.

_Yes. Here. - Ele me deu o Laptop e sentou de novo na cama, sem tirar os olhos de mim. Nesse momento lembrei-me de Juli e todas as fãs do Naten. O que elas dariam para estar no meu lugar, só que mais arrumadas, porque eu estava de pijama e com o cabelo um pouco bagunçado. Eu também não iria querer aparecer na frente do Daniel Cashman desse jeito. Dei uma risada tímida ao perceber isso.

—What?- Ele perguntou quando eu ri. Sua expressão já era mais tranqüila.

—Nothing. – Respondi parando de rir. Ainda bem que eu estava com meu pijama mais composto hoje, de calça comprida rosa e camiseta branca. Nesse momento olhei para a roupa de dormir dele. Estava com um blusão dos Lakers e short. As bochechas dele rosaram quando eu fiz isso.

Como ele não tinha dito para eu sentar na cama, e eu não queria macular sua cama de celebridade, me sentei no chão ao lado da cama. Abri o laptop. Ele era roxo, um Laptop comum. Liguei-o e reparei no fundo de tela dele, que era uma foto do Naten e da mãe dele juntos. Olhei para ele, e quando percebi que ele continuava a olhar para mim com curiosidade, baixei o olhar para a tela do computador rapidamente. Devo ter ficado vermelha, porque ele riu baixinho.Não sei porque isso me aborreceu. Chamei-o de mimado bem baixinho enquanto colocava no Google, acho que ele nem ouviu. Quando apareceu o Google tradutor comecei a escrever:

—Como eu não sei falar inglês e nem você sabe falar português, vamos nos comunicar por aqui, está bem?- Terminei de escrever e passei o laptop a ele . Ele concordou com a cabeça e digitou:

—Ok. Explique. - Que menino mandão! Bom, começamos a conversa pelo computador.

—Primeiro Desculpa. Você deve estar pensando que eu sou uma fã louca que arrombou sua casa e invadiu seu quarto, mas não tem nada a ver. Graças a Deus. È bem mais complicado. Vai parecer loucura mais não é... Eu vim parar no seu quarto porque eu tenho o dom de ir para lugares especiais à noite, mas não sei como eu vim parar no seu quarto. Eu nunca tinha ido parar no quarto de alguém antes...

Terminei de escrever e o Google traduziu. Passei o laptop para ele e ele começou a ler. Ele riu com a primeira frase, e leu o resto com atenção. Quando terminou de ler, digitou.

—Deve ser porque meu quarto é especial...– Eu sabia que ele era convencido! Olhei para ele com cara de ‘fala sério’ e ele riu para mim. Se Juli soubesse disso... Ele nem me deixou digitar, pegou o laptop e escreveu: - Brincadeira, eu não sou convencido, só estava descontraindo. – Ta bom, retiro o que eu disse.– Mas isso é muito Louco! Como você consegue fazer isso?

—Você não ta assustado?- olhei-o incrédula. Ninguém acreditaria em mim se eu falasse isso.

—É que você não parece uma fã doida varrida, e é impossível invadir minha casa, por causa dos seguranças. Além disso, a minha mãe não conseguiu te ver. Como?

_Respondendo à pergunta de antes... Eu não sei como consigo fazer isso. Na noite do meu aniversário, que foi na segunda passada, eu comecei a viajar para os lugares à noite, mas não sei como. E a sua mãe não conseguiu me ver porque ninguém consegue me ver ou me ouvir. Você é o único e não me pergunte por quê... A propósito, você está parecendo aqueles garotos pequenos assistindo a um filme de ação de tanta empolgação! - O medo tinha sumido completamente do rosto dele, eu só via curiosidade e entusiasmo nele. Isso fez minha repulsa por ele diminuir um pouco. Ele ficou surpreso com a primeira frase e deu um sorriso torto com a última frase. E nossa! Era o sorriso torto mais lindo que eu já tinha visto na vida! Ele falou um ‘Uau’ e digitou:

—Você faz aniversário no mesmo dia que eu! Que legal! Eu também queria ter ganhado esse poder... Se faço aniversário no mesmo dia que você... – Ele estava rindo feito bobo enquanto escrevia. Meninos. – Ei, você não é um fantasma ou coisa assim, não é?- Enquanto eu lia, ele olhava para mim como se esperasse que eu desaparecesse a qualquer minuto,

—Não seu besta... Eu não sou um fantasma. Pode tocar se quiser. E não tem nada a ver você fazer aniversário no mesmo dia que eu e ganhar poderes. Deve ser só uma coincidência... – Quando ele terminou de ler, tocou no meu braço com o dedo indicador, e soltou um ‘cool’ bem entusiasmado. Nem parece ter a mesma idade que eu. Eu ri quando ele fez isso e ele riu também.

—Eu não sou besta, não é todo dia que uma pessoa aparece no meu quarto de repente à noite sabe... – Olhei para ele ainda sorrindo e baguncei o cabelo dele. Não foi uma boa idéia, não mesmo. Ele ficou bravo e começou a digitar com força

—Ei! Não toca no meu cabelo! Eu não gosto, falou?! – Meu Deus! Era só um cabelo! Como se nunca fosse voltar para o mesmo lugar! Que menino mimado! Mas mesmo assim pedi desculpas, eu não devia ter tocado nele mesmo...

—I’m sorry. – Falei para ele com voz baixa. Ele olhou para mim com cara séria, mas sem raiva. Depois escrevi.

—Desculpe, eu não devia ter tocado no seu cabelo de ouro. Mas não se preocupe, eu só fico uma hora nos lugares, daqui a pouco eu devo voltar para minha casa. Além disso, você nunca mais vai me ver, porque eu não apareço no mesmo lugar duas vezes, então não se preocupe. – Ele leu e depois olhou para mim confuso e triste. Depois começou a escrever rapidamente. Mas minha cabeça já ficava pesada, então falei para ele:

_Naten. - Ele olhou para mim rapidamente e com pressa. - Bye, i have to go now. Nice to me to. – Dei um sorriso para ele.

—No! – Ele falou, mas depois ele relaxou ainda triste. – So... Bye. Nice... – Mas eu não escutei o resto.


Notas Finais


AIII MEU DEUUUS deu até uma agonia...
E então? O que vocês acharam do Naten? Estão gostando da história? Beijos, até o próximo capítulo!


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