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História Viagens e Confissões - La festa de los muertos


Escrita por: RED_BOSS

Notas do Autor


E cá estamos! E sem derrubar uma só gota de rum.
Uma XiuHo bem bonita para a fase 3 do projeto You Are The One (VAMOS ESPALHAR XIUMIN NESSE MUNDO MEU POVO); foi o tema que mais gostei e que mais tive ideias... but o que a vida faz? Te deixa sem tempo eeee :')

Tenho uma XiuSoo em construção e uma XiuBaekChen :') e mais uns sete plots que vão parar na gaveta :'(

Foco na XiuHo e em como desbancar um SuLay ^^ Vão lá, leiam, tá fofa <3

Capítulo 1 - La festa de los muertos


 

 

As melhores decisões precisavam ser tomadas na espontaneidade, na sinceridade real, sem pensar muito, apenas decidir.

— Está bem. ­­­— Falou Yixing. ­— Quem pegar o curinga escolhe.

O chinês depositou as quatro cartas na mesa.

Meus pensamentos gritavam pela Europa, qualquer lugar da Europa, era um lugar com tanta coisa para descobrir, tão belo e rico... o mundo era um lugar com tanto para descobrir.

— Independentemente da escolha, — falei, com a mão em cima da carta a qual eu pegaria, — todos iremos na viagem.

Junmyeon estava ao meu lado, ele meneou a cabeça e sacudiu as mãos revelando uma ansiedade fora do comum. A decisão era unânime. Erámos um grupo e como tal curtiríamos a viagem juntos.

Três mãos, três cartas. Uma restou.

— No três. — Murmurou Yixing, indicando que após a contagem cada um iria observar sua carta, ele sorria de canto a canto.

Os números foram ditos em silêncio, as cabeças iam para frente junto do corpo, a ansiedade e preocupação era notável em todos os três.

Virei minha carta.

Quatro de copas.

Junmyeon gritou, o coreano tinha razoáveis um metro e setenta e quatro, era inteligente, falava bem em público, possuía um humor contagiante e uma energia que contaminava a qualquer um.

Nossas opções se resumiam em: qualquer país da Europa, Índia e México. Todos tão diferentes e com culturas tão peculiares, mas a decisão foi aceita, afinal, foram as cartas que decidiram.  Um destino, talvez.

Los vamos para El México! — Gritou ele, dando pulinhos eufóricos, como uma adolescente que acabará de ser convidada para o baile de formatura. 

 

-<oOo>-

 

Yixing e Junmyeon conversam com o guarda do parque e eu trazia as bebidas.

Los niños, — dizia o homem, — juegan allí. Tiene las partes noche. Todos los días.

Era as comemorações para o dia dos mortos, Junmyeon devia ter orado muito para que nós três conseguíssemos chegar a tempo.

— MinSeok, — disse o coreano, com um sorriso no rosto que jazia ali a quase quatro horas, desde o nosso desembarque, entreguei e bebida em suas mãos, — as crianças irão dançar na praça.

Seus olhos brilhavam mais que o sol, eram castanhos e sonhadores, sonhavam alto e nunca perdiam uma boa conversa. Aqueles olhos e eu odiava lembrar-me daquilo, eram os mais bonitos que existiam.

— Feliz? — Indaguei.

Junmyeon sorriu, escancarando a boca sem palavras. Tinha tanta paixão e curiosidade, queria fazer de tudo, experimentar tudo e ver tudo, Junmyeon era assim, como uma criança em sua festa de aniversário dentro de um enorme parque de diversões.

— Vou considerar isso como um sim. — Falei, vendo o milk-shake de Yixing derreter em minhas mãos.

— Tudo aqui é... lindo! — Murmurou ele, puxando-me pelo braço para que nossa conversa não interrompesse a de Yixing com o guarda municipal. — A cultura é carregada de rituais. A comida, a maneira que eles se cumprimentam, os gestos... Ah, Minseok, essa é a melhor viagem da minha vida!

Sim, eu trocaria todos os países da Europa para ver aquele sorriso.

— Se eles me oferecerem Gusanos de Maguey novamente, irei mostrar um ritual que não será tão agradável.

Junmyeon riu. Comer aquelas lagartinhas não me parecia algo muito agradável, mesmo tendo alguém como Junmyeon ao seu lado.

— Ei! — Chamou Yixing, juntando-se a nós. Entreguei a bebida já derretida em suas mãos, mas o chinês não pareceu se importar. — Acho que devemos ir até Templo de Quetzalpápalotl... dá tempo, não é? As crianças só irão dançar a noite.

— Sim! Ah, vocês vão amar a arquitetura de lá. — Falou Junmyeon, novamente exibindo aquele sorriso. — Sabiam que Quetzalpápalotl significa “mariposa preciosa”?!

 

-<oOo>-

 

Não foi somente a arquitetura das pirâmides que fez com que nós nos encantássemos pelo local, as explicações que Junmyeon e o guia turístico nos davam ajudaram bastante.

— Ah, meus pés estão doendo! — Resmunguei jogando-me na cama.

A tarde já estava acabando e tínhamos visitado tantos lugares e tirado tantas fotos e comprado tantas coisas inúteis, o dia havia sido proveitoso, tal como o dia de turistas devia ser.

Junmyeon jogou suas coisas em sua cama e correu para o banheiro, seu corpo poderia estar cansado, mas devido a sua agitação por estar no país da tequila nada iria afetá-lo, pior, ninguém conseguiria pará-lo, pois era certeza de que dentro daquela cabeça mil e um planos estavam sendo elaborados, dezenas de comidas para experimentar e um número muito maior de lugares históricos que fariam nossos pés doerem ainda mais.

—  Minseok, — chamou-me Yixing, sentado na cama ao lado, ele tinha as pernas cruzadas e muitas sacolas espalhadas, — viu os adesivos?

Procurei na minha cama, entre as muitas sacolas que lá haviam, pelos adesivos que Yixing nunca usaria, foram caros e não faziam nada de especial.

— Deve estar nas coisas de Junmyeon.

O chinês esticou o corpo para alcançar a outra cama, estava uma bagunça, suja com salgadinhos e sacos plásticos da refeição da noite passada. Junmyeon era uma ótima pessoa, contudo dividir um quarto com ele implicava muita paciência, era como orientar um adolescente rebelde.

— Aqui estão! — Assoviou Yixing, balançando a cartela de adesivos em cima da cabeça. Eram caveiras decoradas, frases soltas e infinitos símbolos astecas que foram retirados do google.

— Por que comprou isso?

— São fofos.

Balancei a cabeça, afirmando a mim mesmo de que jamais gastaria meu precioso dinheiro comprado cartela de figurinhas como aquela.

Ouvimos a porta do banheiro destravar, o vapor da água quente já estava inundando o quarto há algum tempo, mas quando a porta foi aberta uma onda gasosa cobriu todo o restante.

— Se arrumem! — Exclamou Junmyeon, ele tinha uma toalha branca enrolada em sua cintura, os cabelos molhados e um abdômen branco e definido. — Vamos ao El Chacho, fica aqui do lado.

— Você tá molhando o quarto todo. — Resmunguei endireitando-me na cama, observando as pegadas demarcando o caminho pelo qual Junmyeon havia passado. Yixing gargalhou, repetindo a mesma sentença em mandarim, costume o qual ele fazia com uma frequência irritante. — E esse vapor? Vai deixar os lençóis úmidos. Não podia ter tomado banho em uma temperatura mais baixa?

O chinês continuava a gargalhar.

— Você parece a minha mãe. — Retrucou Junmyeon, deixando que a toalha caísse e as roupas secas caísse em seu corpo pateticamente perfeito.

Entrei no banheiro, antes que Yixing tivesse essa ideia. As toalhas brancas da pousada estavam dobradas em um canto, junto com sabonetes e escovas de dentes dentro de saquinhos plásticos. As roupas sujas de Junmyeon estavam jogadas em cima da privada, condenei-o por aquilo.

Era muito errado pegar aquelas roupas e desejar cheirá-las, hipoteticamente ninguém iria saber, mas hipoteticamente poderia se tornar um vício, algo incontrolável, Junmyeon era o tipo de pessoa que poderia transformar você em um viciado. Joguei as roupas para fora do banheiro, recebendo outra gargalhada de Yixing.

Encarei o reflexo embaçado, era patético viajar até o México com seus dois melhores amigos e estar apaixonado por um deles há quase três anos. Nesse meio tempo Junmyeon entrou e saiu de cinco relacionamentos, com homens e mulheres, tive que escutar suas reclamações e, como um bom amigo, secar suas lágrimas. Minha situação era completamente patética.

   

-<oOo>-

 

Músicas agitadas, pessoas alegres e dançantes, comidas apimentadas e uma bebida forte que descia rasgando todo o seu interior; eram boas descrições para o El Chacho, para o México, eu diria.

— Vocês são muito moles! — Berrei, rindo e batendo com os punhos na mesa de madeira, vendo Junmyeon e Yixing se contorcendo após nossa primeira tequila. Os limões estavam jogados nos pratos e o sal havia sido ingerido em uma quantidade bem maior do que o necessário.

As tosses começaram, seguidas de risadas, atraindo a atenção de um ou dois turistas.

— A última vez que tomei uma dessas, — cuspiu Junmyeon, tomando outro copo de água, — eu estava na faculdade.

— Então vamos tomar outra! — Falei, animado com a energia que o estabelecimento proporcionava. Chamamos o garçom e o pedido foi feito em um espanhol muito bem ensaiado.

A segunda dose chegou, depois de alguns aperitivos veio a terceira, as cervejas vieram em seguida e logo todos estávamos tão bêbados que não lembraríamos nem dos nossos nomes quando o dia amanhecesse.

Yixing misturava o mandarim com o espanhol, embaralhava o coreano deixando que saísse uma nova língua, debatia-se quando alguém contava alguma piada, enquanto Junmyeon, o recatado Junmyeon estava em cima do palco, junto com os músicos e dançarinos, fazendo aquilo que ele fazia de melhor: fazer as pessoas rirem. Ele era muito bom naquilo.

Uns mariscos estranhos foram colocados em cima da mesa, estavam empanados e possuíam uma carne macia, mas muito salgada.

— Eu gosto dele. — Disse Yixing, repentinamente. Sim, os mariscos estavam ótimos, mas o chinês encarava um quarto elemento, alguém que dançava sem coordenação alguma, batia-se e batia naqueles próximos a ele. 

Eu segui seu olhar até o pequeno palco o qual Junmyeon mexia seu corpo fingindo saber dançar, ele fingia bem ao menos, mesmo estando bêbado.

— Junmyeon? Ele... é bem-humorado. Todos gostam dele.

— Não... eu gosto realmente dele.

Deixei que Junmyeon continuasse sua dança e retornei a olhar para o chinês, seus olhos estavam vermelhos e fundos, era natural depois das três doses de tequila e cinco ou seis cervejas.

— Gosta dele? — Indaguei, tecendo um nó em minha garganta. — Como... está gostando mesmo dele?

Yixing assentiu, mantendo os olhos fixos em Junmyeon.

Meu pequeno mundinho de fantasias despencou.  

— Desde quando? — Perguntei, conseguindo encarar apenas as velas no centro da mesa.

— Seis meses? Um ano? Desde a África? Não sei.

Assenti. Era realmente difícil não se apaixonar por Junmyeon.

— Contou para ele?

Yixing riu, contudo não havia graça alguma ali. Nós dois estávamos sérios e era difícil dizer qual de nós estava mais preocupado.

— Tentei. Duas vezes, mas... é difícil, sabe?

Assenti, novamente. Encarando as velas no entro da mesa, novamente. Meus olhos não estavam cheios d’água e meu peito não sofria, a perda já havia sido aceita há muito tempo.

— Vou falar com ele. — Anunciou Yixing. — Durante a festa. 

 

-<oOo>-

 

Ruas, casas e calçadas. Tudo estava enfeitado, aquela era a maior comemoração religiosa que o pais possuía, considerada um patrimônio cultural, atraindo turistas do mundo inteiro, o “Dia dos Mortos” não era algo belo, era encantador, era como assistir um filme de fantasia, tudo parecia mais mágico, os problemas pareciam desaparecer, a lua brilhava com mais força e até mesmo os corações partidos pareciam ter sua angústia aliviada. A alegria daquelas pessoas realmente fazia os mortos levantarem, assim como o cheiro da comida fazia os vivos saírem de suas casas mais cedo.

As flores cercavam todos os lugares, o crisântemo, uma flor amarela, também conhecida como flor de quatrocentas pétalas era disposta em maior quantidade pela cidade, elas representavam a luz para os mortos, servem de guia para que aqueles que já morreram possam encontrar o caminho para festejar junto de suas famílias.

— Sabiam que essa festa é resultado de um sincretismo religioso? — Perguntou Junmyeon, enquanto andávamos pelos lugares movimentados em busca de algum lugar para comer, comer algo que não fossem caveiras de açúcar ou oferendas para os defuntos. — Os espanhóis chegaram e se assustaram com os costumes do povo, trataram de cristianizar a festa o mais depressa possível. Assim como fizeram com tantas outras festividades pagãs.

— E teve origem no México mesmo? — Questionou Yixing.

— É de origem indígena. — Respondeu Junmyeon. — Mas em algumas culturas pré-hispânicas as celebrações do dia dos mortos ocorriam durante um mês inteiro, como os astecas, maias, toltecas e totonacas. E isso remota há mais de três mil anos.

Era estranho ver um cemitério cercado por música, flores e pessoas festejando. Contudo era maravilhoso conhecer um pouco mais sobre a cultura dos povos, ver como cada um celebra o dia dos finados de uma maneira diferente, o choro e o luto não existiam ali, todos cantavam alegremente, levavam suas oferendas e relembrando os bons momentos.

Caímos na dança, tal como todos na cidade. Ninguém ficava de fora.

— Vou pegar outra caveira daquelas para mim. — Avisei à Junmyeon e Yixing que tinham flores envolta do pescoço.

As caveiras de açúcar eram outra tradição naquela festa, eram distribuídas gratuitamente e continham cores variadas.

Retornei para a multidão, muitos vinham fantasiados, com os rostos pintados e com guirlandas de flores penduradas na cabeça.

Junmyeon e Yixing estavam mais adiante, eles dançavam juntos, estavam rindo e usavam chapéus coloridos; a música era contagiante, assim como observar o casal, ambos tão bonitos e com uma energia tão atrativa. Fiquei observando os dois dançarem, formavam um bonito casal, realmente formavam.

A vaga lembrança de Yixing dizendo que gostava de Junmyeon bastou para que eu não fosse em sua direção. Não atrapalharia sua chance.

Afastei-me da multidão e caminhei, desatento, para dentro da pousada em que havíamos nos hospedado, andei até não conseguir ouvir mais o som da festa. Sentei-me na varanda do prédio, havia uma escadinha de pedra que levava ao jardim, com um pequeno lago, peixes e flores coloridas.

Os mortos, aqueles que andavam entre os vivos naquela noite deviam estar rindo, chorando de rir da patética situação a qual eu me encontrava.

Encostei a cabeça na pilastra, aquela sensação de perda tomou conta de mim novamente, como sempre fazia quando eu via Junmyeon sorrir com outra pessoa, quando eu sempre via ele começar um novo relacionamento.

Era uma dor estranha, deixava o coração apertado e os olhos cheios de lágrimas. Eu deveria me afastar, viajar para outro lugar, conhecer novas pessoas, pessoas com gostos diferentes, pessoas diferentes de Junmyeon.

Jamais retornaria ao México, ou qualquer lugar que me fizesse lembrar do México. Aquelas músicas seriam descartadas e as roupas e presente que Junmyeon havia me dado, seriam afundados em um baú e escondidas.

Yixing era uma boa pessoa, alegre e trabalhador, ele faria Junmyeon feliz. E era só aquilo que importava, afinal.  

Na silenciosa varanda, duas batidas suaves vindas da porta de madeira despertaram-me. Vi o corpo de Junmyeon de relance.

— O que faz aqui? — Perguntou ele.

— Apenas olhando... as estrelas.

O coreano caminhou até a escada e sentou-se na outra lateral, deixando as costas encostadas na parede e o corpo virado para mim.

— Acabei de receber uma confissão... de Yixing.

Sorri tristemente, imaginando que uma hora ou outra ele iria me contar aquilo, eu era o melhor amigo, afinal. A dor estranha reapareceu em meu peito.

— Fico feliz por vocês. — Murmurei, incapaz de encará-lo.

Junmyeon soltou um riso fraco que logo foi substituído por um suspiro cansado. Eu podia sentir seus olhos em cima de mim, mas minha fraqueza impedia-me de deixar que o olhar fosse reciproco.

— Nós não estamos juntos. — Disse ele e para minha surpresa todo o meu corpo virou-se em sua direção, Junmyeon tinha os cabelos bagunçados e os braços estavam pintados com as cores vermelho, azul e preto.

Eram tatuagens estranhas que despertaram o meu interesse, os traços eram finos e rodavam subindo até seu pescoço. Estiquei-me para que conseguisse puxar seu braço para perto, as linhas coloridas pareciam metálicas, era curioso como se encaixam em cada contorno de Junmyeon.

— Significam algo? — Perguntei, segurando e virando seu braço para tentar compreender aqueles traços tão estranhos.

— Sempre significa algo. Mesmo que não saibamos.

Assenti e afastei-me. Deixei que seu braço caísse e as tatuagens se distanciassem dos meus olhos, eram tão bonitas, assim como Junmyeon.

— Onde está Yixing?

Junmyeon jogou os ombros para cima. 

— Em algum lugar... bebendo provavelmente.

Assenti, criando um nó em minha garganta.

— E por que não estão juntos?

— Tínhamos acabado de pintar os braços, — falou após um suspiro cansado, como se já tivesse contado aquela mesma história uma centena de vezes. — Yixing estava bêbado... ele apenas jogou as palavras no meio da dança. Sei que foram bem reais... sei disso. — Junmyeon encarava seus pés, estavam sujos de terra e tinta que devia ter caído por acidente, — mas eu não pude aceitá-las.  

— Não pode?

Junmyeon negou com a cabeça e ao retornar a olhar para mim trouxe os olhos cheios de lágrimas.

— Por que? — Perguntei em um sussurro muito abafado.

— Gosto de outra pessoa.

Assenti, cruzando os braços ao redor do meu corpo. Os mortos com certeza estavam rindo.

— Você gosta de alguém, Minseok?

Encarei meu amigo, as estrelas e as montanhas no fundo da paisagem, a resposta era tão fácil, tão simples, então por que tão difícil de ser dita?

Encostei minhas costas na escada de pedra, ficando de frente para Junmyeon. Os cinco segundos silenciosos foram tão longos, tão complicados, eram tantos pensamentos em minha mente, o coração não estava doendo, contudo batia com uma velocidade estranha e descontrolada.

— Sim, eu gosto de alguém.

— Que bom! — Exclamou ele, assentindo com a cabeça e com os braços cruzados. — E... já contou para essa pessoa?

Neguei. Eu deveria dizer que não possuía coragem alguma para fazer uma confissão, que era preferível escalar uma montanha sem auxílio, pular de um avião, nadar com tubarões ou dormir em uma casa cheia de aranhas, qualquer coisa parecia mais fácil do que uma confissão. Mas nada iria fazer sumir aquele sentimento agoniante de nunca ter uma resposta. 

— De quem você gosta, Minseok?

De você. Por que era tão difícil dizer? Eram só duas palavras que não mudariam em nada a minha vida, Junmyeon diria o que disse para Yixing, “eu gosto de outra pessoa” e assim como Yixing eu sairia para beber e ficar me martirizando e sofrendo pelo amor não correspondido.

Junmyeon estava com os braços cruzados, pelo frio provavelmente, esperando uma resposta. Mas eu não poderia dizer, era covarde demais para isso.

— Você gosta de mim, Minseok?

A boca abriu, a respiração falhou, o chão pareceu sumir, tudo estava mais escuro ou eu estava desmaiando? Era difícil dizer.

— Facilitaria muito as coisas se você confessasse. — Murmurou ele, virando o rosto com as lágrimas já secas para o jardim escuro.

Encarei aquele rosto pateticamente atraente sem saber o que pensar ou o que fazer. Talvez eu tivesse escutado errado, estava pronto para perguntar o que ele queria dizer quando Junmyeon retornou a olhar para mim.

— Você é realmente muito idiota.

As palavras agressivas não me surpreenderam tanto, a surpresa real veio quando Junmyeon aproximou-se de mim e me beijou. Parecia tão distante e em um segundo tão perto. Meu corpo correspondeu ao beijo, correspondeu apenas porque ele sabia como fazer, minha mente estava em branco e todo o resto tão perdido quanto.

— Diga que gosta de mim, Minseok. — Ordenou ele, segurando meu rosto com ambas as mãos, estavam frias, mas quentes ao mesmo tempo.

Aquele beijo que veio em seguida, aquelas palavras que foram confessadas logo depois e todo o resto que se seguiu poderiam não ter o poder de modificar nada.

Mas, talvez, mudassem tudo. 

 

 


Notas Finais


O Lay não ficou sozinho, ok? Ele ficou comigo (ilusão tour).

aaaa viva xiuho scr!

Espero que tenham gostado e lembrem-se: para viagens, beijos e confissões não é necessário pensar muito. Só Vai!


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