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História Viajante de outro mundo - A energia vital


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Eis o início de uma história criada completamente por mim, gostaria que um dia fosse conhecida em vários lugares, pretendo dar início a uma legião de heróis brasileiros, nessa história verão alguns, espero que gostem, em breve posto mais episódios. Utilizo um bloco de notas para escrever (com corretor) perdoem alguns erros ortográficos, foquem mais no conteúdo ;)

Capítulo 1 - A energia vital


“E pensar que não existe vida apenas no planeta Terra, quem sabe não somos apenas átomos comparados a imensidão do universo? Que outros universos existem além desse? Quem garante que um ser de outro planeta não venha nos conhecer? E quem garante que eles não são uma ameaça? Desde o início dos tempos essas perguntas nunca foram respondidas, apenas foram feitas suposições, mas quem sabe algo estava para acontecer.”

 

Anos luz através da Via Láctea havia um planeta assim como o nosso, repleto de vida e vários organismos vivos, este planeta era conhecido como Worhe. Era um enorme planeta, quase dez vezes maior que a Terra. Seu solo era um tanto areoso,no qual tem a cor azulada durante a noite e mais avermelhada durante o dia. Havia pequenas poças de água, mas diferente da pura água da Terra, aquela continha muito enxofre. Havia pequenas partículas de oxigênio no planeta, porém não eram o suficiente para a sobrevivência de um ser humano. Alguns geiser jogavam a água para cima, pequenas crateras podiam ser vistas ao solo, o clima era seco, o pouco oxigênio existente era produzido por uma espécie de lesma alienígena que inspirava vários tipos de gases formados ao solo e soltava em forma de oxigênio. As criaturas que lá habitavam eram diferentes umas das outras, algumas chegavam a ter cinco metros de altura e outras apenas meio metro, umas tinham quatro braços e outras nenhum, havia variadas cores, era uma grande diversidade. Mas o que era semelhante entre elas é que todos obedeciam sua líder, exceto os que eram apenas considerados como animais, ou bichos de estimação, no qual eram domados e obedeciam ao dono.

Essa líder não era a mais alta de todos, apenas a criadora deles, com aproximadamente dois metros de altura, uma alienígena com 4 pares de olhos em seu rosto, havia pequenas fendas usadas para respirar, sua pele era escamosa. Em sua cabeça, espinhos pontiagudos pareciam uma coroa, mesmo que não fosse. Ela tem dois pares de braços e uma enorme cauda, quase maior que ela, onde na ponta havia um ferrão semelhante a um escorpião. A cor da pele dela era azul escuro, seus olhos esverdeados e os espinhos em sua costa tem a cor mais avermelhada. Seu corpo era bem magro, ela usava vestes feitas com couro de algum animal estranho. Usava uma espécie de vestido, parecia um tecido, mas era um pouco mais duro. A parte de cima do vestido era colado ao corpo, enquanto da cintura para baixo é um pouco mais largo. O mesmo era tão longo que tocava o chão, tendo apenas uma pequena abertura atrás para que a cauda pudesse passar. Sua cauda iniciava na altura do estômago, só que que parte de trás do corpo. Seu vestido tem a cor marrom bem escuro, parecendo realmente uma pele, a parte mais baixa, onde tem a saia, tinha um tom mais claro chegando a ficar branco na ponta.

Era aquela alien que mandava em tudo no local, ela criava os pequenos exércitos decidindo quem exercia determinada função. Geralmente os maiores aliens era usados como generais ou soldados e o trabalho pesado ficava para os menores. Essa espécie era conhecida como Reino Heizil, no qual dava nome a sua espécie os Heizianos. A Rainha dele produzia uma espécie de resina, na qual saia de seu ferrão, ela não tem cor nem cheiro, é apenas um liquido transparente, um pouco mais gosmento que água. Seu súditos armazenavam em minas nas profundezas cavernosas do planeta. Com o tempo a resina endurecia, mudando de cor conforme a absorção dos nutrientes do solo, sem deixar de ser transparente. Se tornava quase tão dura quanto uma pedra, porém não era tão resistente. Essa resina endurecida era chamada de Seikka. Passado um tempo a seikka começa a brilhar, no qual indicava que já estava pronta para ser lapidada. Era ali que a rainha atuava, lapidando as seikkas, cada cor de seikka denominava o poder que o individuo teria, portanto, além do tamanho, também importava a cor da seikka, para ser alguém de mais alta classe. Diferentes de muitas espécies, os heizianos não precisavam se alimentar, a seikka fornecia toda a energia necessária e precisavam apenas de minúsculas partículas de oxigênio, que era o suficiente para completar o resto da energia de que precisavam.

No planeta havia cinco luas, no qual eram usadas para contar os dias, cada lua tinha um tamanho diferente, quando uma estava a vista, era um dia da semana como se fosse segunda ou terça feira. Quando todas as luas podiam ser vistas era o dia de descanso, a contagem de horas lá era superior a 24hrs, os seres do planeta eram extremamente obedientes a sua rainha, pois é graças a ela que eles existem. Todos exceto a rainha carregavam uma seikka consigo, pois era a seikka que dava vida a eles, já que eram originados de corpos desalmados no qual a seikka fazia uma função de alma. Aquela espécie de resina endurecida era como se fosse uma energia vital, se o corpo estivesse vivo, a seikka corrompia a alma destruindo o corpo lentamente. Se o corpo fosse desalmado, a seikka o usaria para "ganhar vida" e fornecer habilidades extras, além de super desenvolver algumas habilidades já existente no corpo, como força, inteligência, agilidade, entre outras.

A rainha encarregava alguns viajantes a irem para o espaço, procurarem corpos para as suas seikkas. Muitas vezes eles invadiam outros planetas e matavam seus habitantes para trazer a rainha, outras vezes apenas catavam ossos que também serviam para dar a vida a um ser. Quando a seikka era encostada a um corpo desalmado, ela servia de alma a ele. Se fosse algum resto de corpo ela dava vida ao mesmo, transformando o corpo em um ser de matéria estelar, como se fosse um cosmo, porém sólido. Conforme a ela tocava um ser diferente, a aparência do ser também mudava, mesmo que ele pudesse modelar a aparência depois a seu gosto. Cada corpo só tinha uma seikka, se o corpo falecer, a seikka podia ser usada para gerar uma nova vida, com as lembranças do antepassado, porém com habilidades diferentes, a personalidade pode mudar. Porém se a seikka for destruída, o copo perde seu poder, ficando apenas um cadáver desalmado. Caso a seikka de um corpo seja destruída, esse ser precisa se alimentar, pois ela produzia todos os nutrientes que ele precisava. Como os heizianos não preparavam nem cultivavam nenhum tipo de comida, quem perdesse sua seikka era jogado em buracos para morrerem a sós. Um corpo pode sobreviver apenas com um pequeno fragmento de sua seikka original, mas ainda terá um pouco de falta de nutrientes, ficando mais fraco sem poder usar toda a energia que essa tal resina providencia. Um corpo sem seikka não consegue se apoderar de outra seikka, mesmo que a sua seja destruída, a própria seikka rejeita um individuo "já utilizado" por outra, pode-se dizer que as seikkas são um tipo de que a energia produzida por uma seikka é diferente de outra, quando o corpo tem muita energia de uma seikka diferente a “nova seikka” tem a energia anulada, ficando inutilizável. Para se proteger ela se prende a corpos mortos, dando poder a ele, porém se ela se prender a um corpo vivo, a energia da seikka é maior, no qual ela corrompe a alma do corpo o deixando inútil para uma "próxima seikka". Ou seja, se a energia de uma seikka já se “apoderou” de um corpo, outra seikka não consegue fornecer energia a ele. O poder de uma seikka se torna maior quando o corpo foi morto recentemente, no qual ainda resta fragmentos de sua alma que ela os absorve. A estratégia da rainha é prender a seikka aos cadáveres criando seu reino, ela sabe que as seikkas se prendiam ao primeiro cadáver que tocar.

Criado por um esqueleto vindo do espaço e colocado uma seikka de cor verde, uma pequena soldada havia sido criada a vários anos luz. Diferentes de todos os soldados ela era bem menor, enquanto a maioria media quase dois metros, ela mal tinha 1,60 na verdade ela media 1,58. Sempre foi rejeitada por seus iguais, porém não se importava com aquilo, sempre foi inteligente, corajosa e obediente, o que a fazia se destacar em seu treinamento. Essa pequena heiziana tinha a pele completamente verde claro, vestia trajes simples modelados ao seu corpo, no qual havia um cinto com o brasão triangular da rainha na cor preta. Em sua testa ela usava uma faixa preta, aquilo a fazia se sentir mais forte, mais ninguém entendia o por quê. Seus olhos são tão verdes quando a seikka que ficava escondida embaixo da faixa. A pequenina mantinha a seikka escondida em sua faixa como forma de proteção, quem iria imaginar que ela estaria escondida ali? Como ela a perderia assim? Realmente ninguém havia pensado nisso. Ela havia feito um colar para sua seikka, no qual era apenas um ferro enferrujado que parecia uma mola, sua seikka encaixava exatamente ao meio do colar. Quando não estava em treinamento ela não usava sua faixa na testa. A pequena tinha uma espécie de "pluma" na cabeça, o que mais parecia cabelos humanos, tinham a cor loira e estavam sembre bagunçados. Tinha dois braços e duas pernas, tinha a estatura semelhante a de um humano comum. Seu rosto era angelical, era considerada até muito bela comparada a aparência dos outros. A rainha sempre achou aquele ser estranho, pois não tinha espinhos ou vários braços como os soldados, ela nunca conseguiu descobrir o que havia misturado com a seikka para ter nascido aquilo, mas nunca pensou em destruí-la pois algo nela a rainha admirava, era sua inteligencia. A especie dos soldados eram conhecidos por todos por serem muito resistentes, fortes e inteligentes, porém a pequenina mal tinha força e resistência, comparada aos outros. A pele dela era até macia, diferente dos outros que era escamosa. O que mais a fazia se destacar era sua inteligência, sempre foi superior aos outros, que apenas seguiam ordens cegamente, ela não, a pequenina sempre pensava nas possibilidades de atingir o resultado, na maioria das vezes ela vencia batalhas sem ao menos lutar. E, todas as batalhas que participou, ela nunca perdeu uma. Logo a rainha decidiu que devia recompensar aquela corajosa heiziana.

A grande caverna da rainha estava repleta de heizianos, de várias cores e formatos, alguns com dois, três, quadro ou até dez braços ou pernas, outros não tinham membro algum, pareciam minhocas ou lesmas só que com muito mais olhos. Havia enormes e escamosos heizianos, esses com certeza ultrapassavam os cinco metros de altura. Olhava para cima quase não enxergando o topo da cabeça deles, a pequenina heiziana tinha uma dificuldade de visão, mas isso não atrapalhava em seu serviço, era algo normal para a espécie seikka-verde ter a vista ruim, era uma característica negativa de sua espécie. Ela fazia questão de usar um pouco de água para deixar seus cabelos para trás, usando um pouco da faixa para manter eles presos e ajeitados. o cumprimento de seu cabelo era até o inicio do pescoço. A rainha achava aquilo muito esquisito, porém até que ficava mais apresentável todo para trás. Uma das enormes mãos da rainha segurava um triângulo dourado, dado as elos de mais confiança da rainha. Parando um pouco a frente a rainha, a pequenina olhava para o chão, parecendo envergonhada. Enquanto a rainha erguia uma das suas mão, com três dedos cada, mostrando a todos o triângulo dourado, ele era feito com uma resina bem valiosa, uma que a rainha só produz uma vez em cada cinco anos luz. Ela entregava o triangulo a pequena heiziana, a mesma o segurava e colocava em seu cinto.

-Obrigado vossa excelência. - os olhos esmeralda dela estavam fixos no objeto brilhante, aquilo a encantava. Não dava pra saber o que brilhava mais se eram seus olhos ou o triângulo dado a ela.

-Eres um elo de confiança, graças a você ganhamos muitas batalhas e hoje estás promovida a comandante de tropa de exploração. - a rainha erguia o queixo ao falar, dizendo de forma ampla ao povo inteiro, todos comemoravam a promoção da pequenina, eventos assim eram raros naquele planeta.

-Estou grata de certa forma. Farei de tudo por você, vossa excelência - a pequenina colocava ao cinto virando para que todos possam ver. Os heizianos gritavam cada vez mais, era a maneira deles de comemorar algo.

Por fim a rainha promovia um evento de comemoração, no qual todos eram molhados por um jato de água refrescante vindo de um enorme tubo que existia apenas na caverna da rainha. Como a água era quase escassa naquele planeta, todos adoravam aquilo. Porém a pequenina parecia não estar interessada naquele evento, ela saia da caverna subindo em uma enorme rocha e olhando para a lua. Ela tirava a faixa da testa colocando sua seikka no colar em seu pescoço, ela o segurava e olhava o mesmo.

-Vossa excelência me promoveu. Acho que hoje é o dia mais honrado de minha vida. Bem.. eu só queria saber como ativa-la. - ela deitava sobre a rocha tornado os olhos a lua, segurando firme sua seikka próxima ao peito. - No campo de batalha os soldados usam os poderes que sua seikka fornece. Eles ficam duas vezes maiores, ou ganham armas fantásticas, ou até fazem rochas flutuarem.. mas o que você pode fazer? O que nós podemos fazer?... Se já fui promovida sem usar minha seikka, imagina se eu pudesse usa-la. Quem sabe eu não me torne uma descendente da rainha? Ou seu braço direito. - ela ficava em silêncio por alguns minutos apenas olhando a lua, estava embainhada em pensamentos, o que ela poderia fazer para ativar os poderes de sua seikka? Seus pensamentos logo foram interrompidos por um heiziano de cor laranja. Media cerca de dois metros de altura, tinha uma seikka em seu cinto. Seus braços eram bem grandes chegando a tocar ao chão, enquanto suas pernas eram curtas, ele andava em uma postura curvada, seu focinho um tanto comprido era cheio de dentes, a pele dele escamosa, o mesmo sentava ao lado da pequenina. As fendas onde ficam as narinas se mexiam.

-Achei incrível um seikka-verde ser promovido desse jeito. O que fez pra virar nosso líder? Sabe que agora irá mandar nos seikka-laranja né?

-É eu sei, mas acho que estou pronta para isso, apenas fui eu e olha onde cheguei - ao terminar de falar ela suspirava, o que fazia o seikka-laranja franzir o cenho, fazendo seus olhos parecerem raivosos

-Não tem metade do meu tamanho, como irá nos dar ordens? Está com medo não está?

-Um pouco na verdade.. vocês são tão grandes, admiro isso. Queria ter esse tamanho, é o tamanho da rainha. Mas já que meu corpo não é grande, pelo menos minha mente é. - Os olhos esmeralda dela olhavam para o grande seikka-laranja, o mesmo olhava a ela ficando em silêncio, queria inicialmente intimida-la mas ela tinha razão, não tinha do que reclamar. Ele logo se retirava do local, deixando ela sozinha novamente.

Aquele enorme evento se passava, logo já havia amanhecido, uma luz avermelhada cobria o planeta, o sol daquele local era de um tom mais alaranjado, quando tocava a superfície do planeta ficava vermelho. Todos voltavam para suas tarefas, era dia de trabalho normal, como os heizianos não dormiam, eles apenas trabalhavam, as vezes ficavam conversando até a luz raiar em seus dias de folga. Era possível avistar algumas naves saindo, e a rainha não saia da caverna, ninguém nunca a viu sair daquele local.

Escorregando da rocha que estava, a pequenina seikka-verde corria novamente até a caverna da rainha vendo ela mexer em um enorme computador, parecia anotar algo em um banco de dados. Apesar dela morar em uma caverna, havia muita tecnologia naquele planeta, a caverna era para proteger do calor, pois a superfície do planeta é muito quente, durante o dia quase todos ficavam em cavernas, pois o sol era de queimar, exceto os seikka-marrom que tinham resistência ao sol, portanto eles trabalhavam normalmente, limpando os resíduos de naves destruídas e jogando seikkas quebradas ao buraco para serem destruídas, pois na metade do dia o sol batia dentro do buraco, queimando quem não tivesse resistência ao calor.

-Por que está escrevendo dados sobre os planetas já destruídos. - Dizia a pequenina muito perceptiva, estava curiosa com o que ela fazia.

-E-eu estava apenas garantindo para que tudo esteja no seu devido lugar - percebia-se claramente o gaguejar inicial da voz dela

-Lhe atrapalhei? Parece esconder algo. - Muito esperta ela percebia o que se passava

- Olha.. estou apenas procurando outras formas de vida, ou vocês não existem, você sabe - ela apenas dizia de mal gosto para que a pequena se calasse. Talvez tivesse funcionado pois ela estava em silêncio. Logo a pequena parecia ver algum objeto estranho, corria passando pelo lado da rainha pegando um enorme pedaço de uma estação de observação, no qual era um telescópio bem grande, quase do tamanho da pequenina, mas mesmo assim ela conseguiu levanta-lo.

-Solte isso, não sei o que é, mas é estranho. - Falava a rainha assustada, ela havia deixado ali para destruir depois, porém esqueceu.

-Mas pra que serve? - ela olhava através da lente percebendo que sua visão melhorava um pouco, ela logo soltava aquilo assustada -P-posso ficar? Acho que consigo enxergar melhor com isso -

A rainha parecia pensativa com a proposta dela

-Bem, só se me falar o que é. -

Ao ouvir a resposta, a pequenina corria até uma caixa enorme um pouco abaixo do painel do computador, pegava umas ferramentas e um pedaços de metal, estavam ali pois foram achados em algumas naves invasoras, a rainha deixou ali para entender pra que servia. Leva os objetos para próximo daquilo. Ela usava uma espécie de maçarico para cortar o vidro, não entendia por que, mas sabia que devia usar assim, parecia ter várias lentes ela observa todas escolhendo a que ficaria melhor para si. Em pouco tempo ela contornava o vidro com metal, pegando a faixa que havia amarrado em seu pescoço, e cortando a mesma com um bisturi que havia pego da caixa. Fazia furos e encaixa ao metal, soldando ele ao tecido, que era uma especie de couro. Logo leva aquilo ao rosto, como se fosse um óculos de aviador. Olhava a rainha acenando positivamente com a cabeça

-É um amplificador de visão, um tipo de vidro com super foco. - Se levantava estufando o peito, como se soubesse de tudo.

A rainha dava de ombros ignorando aquilo, realmente aquela pequenina era estranha e a nova invenção não a interessava . Ela logo apertava alguns botões do controle no painel resmungando.

-Comandante, sabe arrumar isso? - pergunta a rainha

A pequenina puxava o caixote para perto do painel, subindo no mesmo. Observava o que havia ali em cima, apertando o botão com defeito, logo descia do local indo até a base, onde tem uma espécie de caixa cheia de fios, a mesma abria a caixa observando um chip que ali havia.

-Posso arrumar, mas irá levar alguns minutos. - nem terminava de falar e já estava mexendo ali, parecia tão simples agora com a visão aprimorada. A rainha apenas observava o ato da pequena, sem ligar muito. Em questão de minutos ela encaixava o chip em seu local de origem, logo observando algumas outras partes da máquina.

-Tem um enorme banco de dados aqui, a memória em breve irá ficar cheia, posso fazer uma ampliação, só conectar esse cabo nesse, e colocar isso aqui. - enquanto ela falava ia fazendo, sem pedir nenhum tipo de autorização. Entediada a rainha se sentava em uma grande pedra lisa mais próxima

-Faça o que quiser, irei descansar, preciso produzir mais de vocês. - Ela logo deitava sobre a pedra lisa fechando seus olhos, em pouco tempo já estava cochilando. A rainha era a única habitante que dormia naquele local, como suas crias eram movidas pela energia da seikka e seus corpos estavam basicamente mortos, não precisavam descansar. Conseguiam correr quilômetros sem ofegações, porém havia uns baixos picos de energia que os deixavam paralisados. A seikka drenava sua energia mental, impossibilitando alguns movimentos, quando estava com baixa energia. Quando ela tornava conseguia produzir novamente energia suficiente, os corpos tornavam ao normal, sem nenhum tipo de dano.

A pequena já havia terminado os ajustes, logo queria testar para ver se estava tudo funcionando. Tornava a subir ao caixote mexendo no painel. Os olhos esmeralda estavam fixos a enorme tela, que era na verdade projetada a parede lisa da caverna, todo o metal que eles conseguiam produzir no planeta eram usados para naves ou computadores, nunca usavam para outras coisas. A mão dela estava um pouco tremula, logo tocava ao botão, vendo que um arquivo se abria na tela, parecia um banco de dados com muitas informações.

-Eu consegui rainha - dizia ela feliz, olhava sobre o ombro para trás vendo que a rainha estava deitada, logo decidiu não atrapalhar. Os olhos dela tornavam a tela, fechava a mão ainda um pouco tremula, será que devia mexer naquilo? Era certo? Estava tão curiosa para ver o que havia ali, ao mesmo tempo estava com medo da rainha não confiar mais nela. Fechava os olhos por um breve momento, em questão de segundos ela os abria tentando manter os pensamentos em ordem tentando controlar a vontade de mexer ali. Logo era tarde, ela estava abrindo um dos arquivos, no qual falava sobre uma galáxia próxima a deles. Contava sobre os planetas girando em torno de uma enorme estrela brilhosa, não tinha metade do tamanho da estrela que havia ali. Mas logo um dos arquivos sobre os planetas daquela galáxia parecia destacado, um tal de planeta Terra. Ela acessava o arquivo observando suas informações.

-Aqui tem muita água.. seria perfeito para morar.- Aqueles bancos de dados eram feito por exploradores que a rainha mandava para direções diferentes, muitos deles nunca voltavam, mas os que voltavam davam informações importantes a ela. Muitos dos exploradores conseguiam copiar a forma de qualquer criatura, independente do tamanho ou cor, eram os seikka branca, esses eram seus únicos poderes. A única coisa evidente neles era que deviam manter a seikka colada ao corpo, sem separar, ou tornariam a sua forma original. Muitos deles seguravam firme em sua mão, outros colocavam dentro da boca. Houve um caso de quem um deles havia engolido a seikka, porém ele morreu, ninguém entendeu o motivo, talvez fosse que a seikka fosse tóxica, a única coisa que sabem é que a seikka faz muito mal dentro do corpo o faz apodrecer.

Alguns relatos dos arquivos mostravam a língua nativa do local, dizendo que em vários impérios eram de formas diferentes. Mas o mais dito era que os humanos são cruéis e destroem seu próprio lar por benefício próprio, matam sem dó e não se importam com o próximo, o pior de tudo é que eles odiavam seres do espaço. Chamavam por nomes sem tradução, faziam sons horríveis que pareciam simbolizar diversão a eles. Humanos também praticavam esses atos uns contra os outros, é algo repugnante dessa raça.

A pequenina parecia um pouco assustada, lia um pouco mais sobre a tecnologia primitiva deles e também sobre eles jogarem seu bem mais precioso fora, a água. Em um suspiro ela fechava o banco de dados, desejando que não tivesse lido aquilo.

-Será se a rainha estava querendo colonizar aquele lugar? Ou apenas destruir? - falava baixo para si, pensando um pouco no que leu. Ela sentava no caixote olhando para o chão, estava assustada e ao mesmo tempo curiosa, como seria se no planeta dela tivesse água abundante? Talvez eles também não dessem valor. Logo se levantava saindo da caverna, já tinha escurecido. Logo iria retornar para seu buraco, como não conseguiu achar uma caverna para si, os maiores sempre roubavam dela, a mesma apenas achou um buraco no qual os grandões não conseguiam entrar, portanto ela morava lá. A entrada do buraco é estreita, porém adentrando ele começava a ficar espaçoso, tornando-se uma imensa caverna, com uma fraca luz da lua vindo da pequena entrada. Ela se sentava ao chão empoeirado olhando para suas mãos.

-E se eles fossem amigáveis? Pode ser uma raça inteligente, se forem realmente inteligentes seriam pacíficos..

Limpava um pouco da poeira de suas mãos levando as mesmas até seus cabelos, tornando a bagunçar eles, no qual caiam um pouco sobre a testa. Os soldados apenas descansavam quando a rainha não entregava missões a eles, principalmente os comandantes. Ela se levantava ficando de pé, se esticava um pouco alongando seus músculos.

-Espero que eu receba minha primeira missão logo, estou ansiosa para começar em meu novo cargo.

Nem terminava a frase e uma voz alta podia ser ouvida de longe.

-Atenção comandante seikka-verde, aventureiros seikka-laranja e seikka-branca. Favor comparecer aos aposentos da rainha, ela tem uma missão para vocês.

Em um salto a pequenina já se arrastava para fora de seu buraco. Enquanto corria para a caverna da rainha tentava arrumar seus cabelos rebeldes, porém sua tentativa eram em vão, alguns fiapos ainda caiam sobre a testa.

Estavam todos em formação perante a rainha, a comandante seikka-verde e o seikka-branca estavam na frente, enquanto os seikkas-laranja estavam atrás. Era um grupo de quase vinte seikka-laranja, todos eles com dois metros ou mais, bem fortes, uns com quatro braços ou até seis, outros com apenas dois braços porém muito mais grossos que o copo da pequena seikka verde. O seikka-branca ao lado da comandante era sempre muito quieto. Seu tamanho era em torno de um metro e setenta. Seus olhos quase tão azuis quanto a água, seu corpo é tão branco que parecia transparente, seus dois braços magros são bem longos, e suas pernas são finas e velozes como as de um lobo. Na presença da rainha ele ficava apoiado sobre as patas traseira, quando ia em missões sempre andava com as 4 patas ao chão. Os dedos da mão dele pareciam gravetos de tão finos, enquanto os do pé eram macios, parecendo patas de algum lupino. Ele tem uma calda bem fina na cor branca, apenas a ponta era azulada, não tinha nenhum ferrão, era lisa. Em sua cabeça longos espinhos que pareciam mais com os cabelos da pequenina, porém eram mais estilosos por serem pontiagudos. O seikka-branca apenas vestia um short feito de um couro ultra-resistente, na cor azul escuro, que se ajustava perfeitamente ao corpo, dando liberdade a suas pernas e deixando apenas um espaço para seu rabo. Ele tem um focinho comprido e a boca repleta de dentes, na ponta havia duas fendas usadas para respirar. Os olhos finos indicavam que ele era um bom caçador, tinha grandes orelhas pontudas como as de um elfo. Ele é um ótimo ouvinte, seus olhos detalhistas o faziam um meste do disfarce. Em seu braço esquerdo há um pedaço de couro amarrado próximo a mão, no qual ele escondia sua seikka, deixando ela presa ao pulso para que possa usar seus poderes sempre que quisesse. A pequena comandante admirava muito aquele seikka-branca, em épocas ele foi o melhor que já existiu, o único que conseguiu sobreviver na viagem para a Terra.

A comandante tentava erguer o queixo para olhar a rainha nos olhos, ficava até na ponta de seus pés descalços, a aparência dela era muito parecida com a de um ser humano, o que mais diferenciava era sua pele verde, não tem unhas, suas orelhas são pontudas, os dentes todos pontiagudos, em sua cabeça haviam pequenos chifres de cor verde escuro, os mesmo eram escondidos no cabelo loiro claro da pequenina. Ela veste um colete de couro puro na cor marrom, parte do seu abdômen aparecia, enfatizando o triangulo dourado em seu cinto. Na parte debaixo veste um short largo até um pouco acima dos joelhos, tinha vários remendos costurados que ela usava para guardar coisas, as linhas do couro eram de cor acinzentada, na qual eram tecidas por um tipo de aranha gigante com vários olhos e antenas que ali havia. Tal teia era extremamente resistente, só era fraca ao fogo, não arrebentava fácil, as aranhas colossais tinha cerca de quatro metros de altura, porém não atacavam os heizianos, apenas outros seres, do qual ela se alimentava, talvez os heizianos tivessem um gosto ruim.

Um pouco nervosa ela segurava a seikka que estava pendurada em seu pescoço, com um fiapo de teia amarrado a um metal em formato de mola que segurava a seikka, respirava fundo esperando as ordens da rainha.

A alta voz da rainha ecoava pela caverna, pedindo a atenção de todos ali presentes.

-Atenção a todos. Irei passar as informações sobre sua missão.-

O silêncio era predominante, todos estavam prestando atenção na rainha.

-Todos vocês, sobre a supervisão da comandante seikka-verde número 398/1 e ajuda do mestre de camuflagem seikka-branca número 21, terão que viajar para o planeta vizinho, no qual os heizianos banidos estão. É muito perigoso, eles estão fortes e monstruosos, a reação da seikka deles não está estável igual a de vocês, eles são loucos, violentos, não conheceriam a própria rainha. Aqueles pobres corpos estão podres, todos tomados pelo poder da seikka, aquilo os deixou bem forte, porém tirou a sanidade deles, querem nos destruir. Temos que acabar com eles antes que nos destruam, nossa missão é invadir e destruir todos, sei que são um grupo pequeno, mas vocês farão uma emboscada a eles, não sabemos quantos são, portanto se precisarem de reforços só avisar com a chamada de emergência. Alguma dúvida?-

A comandante respirava fundo contendo a ansiedade, logo dizia.

-Posso sugerir a organização das naves?-

A rainha dava de ombros.

-A missão está sobre sua supervisão, desde que conclua ela, não ligo para os métodos que usar.-

A comandante acenava que havia entendido com a cabeça. Aos poucos todos se retiravam, a comandante em frente, junto com o mestre do disfarce e logo atrás o organizado pelotão de seikkas-laranja.

Seikkas-cinza organizavam as naves, estavam em uma enorme plataforma de metal, bem alta, com uma escada de acesso. A frota de nave deles era gigantesca, talvez desse para conquistar vários planetas ao mesmo tempo, a fria plataforma só tinha uma pequena casinha, na qual ficavam as ferramentas usadas para o concerto das naves. Assim que todos estavam em cima da plataforma, a comandante pedia a atenção deles.

-Bom, nossa missão será difícil, trabalharemos em equipe. Iremos formar duplas, estamos e número par. Eu e o mestre do disfarce ficaremos em uma nave, os demais podem escolher suas duplas. Na qual um vai dirigir enquanto o outro se concentra em encontrar pistas, lembrem que é um trabalho delicado, se for necessário força bruta, deem o melhor de si, ajudando seu companheiro. Agora vamos a missão.-

Falando em um tom animado a comandante corria para sua nave, seguida do seikka-branca. A nave dela era a única diferente das outras. Normalmente as naves eram triangulares, com uma espécie de asas laterais bem pequenas para que possam planar por alguns instantes, tem um vidro a frente. Porém a nave dela era um tanto mais arredondada, cada habitante tinha sua nave, exceto os que não eram de classe guerreira. A nave dela tem as turbinas um pouco maiores, dando mais velocidade. Aquelas naves eram bem espaçosas, umas até gigantescas, dependendo do tamanho do dono. Como elas tinham força pra sair da atmosfera? Simples, uma seikka era usada como carga no motor, o que dava uma grande energia, como as naves eram muito resistente, não havia dano algum ao sair da atmosfera. Dentro de cada nave havia uma espécie de gerador, no qual produzia oxigênio, ele era ligado ao motor, ou seja, também usava a energia da seikka. O mestre do disfarce parecia impressionado com a nave da comandante, quando entravam ele parecia observar os vários botões extras que ali haviam. Com certeza o banco era feito especialmente para ela, estava na altura ideal, assim como o painel. Não havia volante ali, apenas uma espécie de joystick que era usado para virar a nave, tudo isso ficava preso ao painel. Sentando em um banco bem grande ao lado do banco do piloto, ele parecia observar aqueles botões coloridos.

-Deu uma função a todos eles?-

Perguntava a voz grossa do mestre. Ela já havia entrado na nave, vestia uma espécie de capa por cima da roupa, ela também era de couro, tem a cor marrom, e media até os pés, cobria os ombros dela e um pouco do colete em seu peito, apenas aparecia a seikka de seu colar.

-Claro, eles construíram a nave, apenas reprojetei ela, usei muita coisa que foi jogada fora.-

Ela sentava ao banco de cor branca e olhava seu painel.

-É incrível que um heiziano conseguisse pensar por si só e tomar iniciativa.- Retrucava ele ainda impressionado.

Ela já estava ligando o motor da nave, apertando um dos botões vermelho, esse era mais brilhoso que os outros. Logo olhava para o colega.

-Somos da mesma espécie, o que quis dizer com isso?- Ela parecia um pouco confusa

-Quis dizer que você é especial. Temos uma coisa em comum.. nossos corpos antigos, no passado tiveram uma ligação, de amizade.- Ele parecia muito confiante no que dizia, naquele momento a nave decolava. A cabeça da comandante começava a encher de ideias, mesmo se sentindo um pouco confusa.

-Sabe, não sei do que está falando.-

A nave dela parecia mais rápida que as outras, pelo visto a adaptação que ela fez ao motor o deixou mais potente.

-Sabe que somos apenas cadáveres né? O que nos trouxe de volta a vida é a energia emanada pela nossa seikka. Essa energia corrompe almas, mas não consegue corromper a nossa. Quando o corpo é vazio a seikka funciona como uma alma para o corpo, mas quando a alma ainda não abandonou o corpo ela a corrompe e depois destrói a alma..- Ele logo era interrompido por um forte tremor na nave, o desligamento rápido do motor pois havia atravessado a atmosfera, logo o motor religava e a nave flutuava pelo vago espaço, seguidos mais atrás pelos colegas de equipe. Tal processo de desligar e religar o motor, era uma estratégia aplicada pela comandante para dar mais potência a nave, era como se o motor estivesse mudando lentamente de marcha.

-Aonde quer chegar com isso?- Perguntava ela inclinando o joystick vermelho para o lado, desviando de um pedaço de meteoro que ali havia.

-Continuando.. nós temos alma e ela é tão pura que a seikka não consegue corromper, por algum motivo em nossa outra vida, nós morremos e nossa alma ficou no corpo. Ainda temos as habilidades do nosso antigo corpo, por isso nos destacamos entre os heizianos. Talvez não consiga usar sua seikka por está usando do jeito dos corpos desalmados, terá sincronizar sua alma e acalma-la, dessa forma você consegue fazer a energia da seikka lhe obedecer, deixando que use os poderes seus normalmente.-

Por alguns instantes o motor era desligado, a comandante olhava as próprias mãos.

-Se o que diz é verdade.. não teríamos poderes.-

Ele balançava a cabeça negativamente

-Na verdade a energia da seikka é fraca, qualquer alma pode controlar, porém se a alma não for pura, é a seikka quem controla ela, corrompendo e destruindo a mesma. Nós conseguimos controlar sem ter a alma destruída, ou seja, somos os únicos que conseguimos usar mais de uma seikka.-

Incrédula ela olhava para ele

-Sério isso? Mas por que só nós dois?

Ele leva a mão ao ombro dela.

-Olha, há uma história que no planeta terra, uma jovem muito inteligente e seu lobo foram mandados para o espaço, porém nunca voltaram. Ela cuidava de um filhote de lobo, que era como o cão dela. Porém eles morreram no espaço, os servos da rainha encontraram nossos corpos e nos reviveram. Por algum motivo me deram uma seikka-branca e a você uma verde. Mas posso provar a você nossa conexão, apenas nós dois temos uma única habilidade.-

Curiosa ela inclinava a cabeça para o lado, tentando descobrir por si só

-Err.. não sei-

Ele se levantava do banco, mexia em uma caixa presa ao chão, pegando uma pedra afiada, tornando a sentar no banco.

-Sorte que você tem uma pedra no seu armazém. Segura sua seikka com uma mão e estenda a outra pra mim, vou te mostrar a habilidade.-

Sem questionar ela segurava o colar com a ponta dos dedos. Estendia a mão esquerda para ele, curiosa com o que ele faria. Rápido como o vento ele passava uma lasca da pedra na mão dela, fazendo um grande corte. Um grito ecoava pela nave, assustada ela fechava a mão puxando a mesma para si.

-Por que fez isso? Quer me matar?-

-Olhe sua mão- Ele apenas dizia, não havia sangue algum na pedra.

Ela olhava a mão percebendo que não tinha nenhum corte.

-Eu não sabia que podia me regenerar, nunca vi nenhum heiziano fazer isso.

Ele acenava positivamente com a cabeça

-Exato, agora sabe que somos especiais. Sua seikka e alma estão conectadas, a energia da seikka não deixa seu corpo se ferir, bem, imagino que seja isso. Acho que deveríamos ir para a missão agora, só quero que lembre, apenas sinta, não tente usar a concentração, deixe a energia fluir em seu corpo, não somos heizianos comum.

A comandante acenava positivamente com a cabeça tornando a ligar a nave, todos já haviam os passado, estavam já no planeta vizinho. Acelerando ao máximo ela conseguia chegar lá, pousando com cuidado. O lugar era completamente deserto, apenas tinha rochas e areia, tinha uma minúscula quantidade de oxigênio ali, porém o ar era tóxico, cheio de gases. Ela usava uma máscara ao rosto, que próximo ao queixo tinha um mini-gerador de oxigênio, no qual fazia uma quantidade bem baixa de oxigênio puro para eles.

-Tem uma carga de três luas, deve durar-

O mestre já saia da nave, apenas pisando no planeta. Graças a energia da seikka, o corpo dos heizianos se ajustavam automaticamente para qualquer gravidade, sem conseguir dar grandes saltos com diferenças de gravidade, suas passadas eram normais em todos os planetas. Em lentos passos ela caminhava com cautela sobre aquela superfície areosa, cheia de grandes rochas. Seu corpo formigava levemente enquanto se acostumava com aquela gravidade. Ele apenas a seguia indiferente, parecia só acompanhar ela. Logo a frente havia vários ossos, como um cemitério, pelo visto os habitantes deixavam todos os seus inimigos em algum ponto específico, mas por que ali? A curiosa comandante se aproximava lentamente observando aqueles ossos.

-Será que são os inimigos ou apenas amigos? Será que eles panejam anexar a seikka a esses corpos?- Perguntava ela para o mestre que logo se aproximava olhando os osso.

Ele apenas dava de ombros sem entender o real motivo daqueles ossos, mas que era curioso era. Em meio a tantos osso havia uma mochila cheia de bolsos, na cor azul escuro. Ao ver aquilo o mestre logo arregalava os olhos, correndo em direção a ela.

-Minha mochila. Trouxe ela da minha viagem a Terra, só que ficou perdida no espaço-

A pequenina apenas observava ele pegar a mochila, o mesmo coloca as costas e voltava correndo, como se temesse algo.

-Tem muitas coisas legais aqui dentro.- Dizia ele olhando a pequenina, logo ouvia-se alguns ossos mexerem.

Ambos olhavam em direção as inúmeros ossos. De baixo deles saia uma criatura de aproximadamente 3 metros, a cor da pele era roxa, em sua costa havia vários espinhos que mais pareciam cristais transparente. Quando a pequena forçava um pouco os olhos para identificar a criatura, percebia que nas costas dela havia uma seikka que estava se apoderando do corpo, era o que acontecia quando uma seikka corrompia a alma de um corpo, por ficar consumido pelo poder, a energia da seikka se superdesenvolvia, aumentando seu tamanho e anexando ao corpo. Os braços e pernas grossas do quadrupede o faziam ser rápido, era parecido com um lagarto.

A comandante entrava em desespero, nunca lutava em batalhas, apenas comandava ataques. Logo ela começava a correr em suas curtas pernas gritando

-Recuar... recuar... temos que descobrir o ponto fraco do inimigo-

Por mais que tentasse correr suas pernas eram curtas, logo a criatura a alcançava. O mestre do disfarce era muito ágil em corridas, podia não ter pernas muito longas, porém seu biotipo parecia ter sido desenvolvido para correr. Ele corria ao lado da pequenina

-Suba em mim- dizia ele.

Sem pensar ela saltava para a costa dele, se segurando em seus espinhos, a mochila não estava ali. Ele corria mais rápido deixando um pouco a criatura para trás, porém ela os seguia sem cessar.

-O que faremos agora?- Perguntava ele olhando levemente para trás vendo que ainda era seguido

A comandante pensava por alguns segundos, logo observa ao redor pensando em algo que pudesse fazer para escapar da fera. Olhava para o branco procurando a mochila, logo percebia que estava embaixo dele, possibilitando que ela ficasse em cima dele sem atrapalhar.

-Me dê sua mochila, vou procurar algo que possa distrai-lo- Falava logo segurando a alça da mesma.

Em um salto ele tirava sua mochila, deixando que a comandante ficasse com ela em mãos, a criatura parecia se aproximar.

-Posso correr o dia todo, mas parece que a energia da seikka dela pode superdesenvolver o corpo, ela fica mais rápido a cada minuto, melhor agirmos logo- Dizia em um suspiro, saltando para se livrar dos dentes daquela criatura horrenda. Ela logo encontrava uma pequena amostra grátis de cachaça. Abria o vidro cheirando o que tinha dentro.

-Urgh que cheiro ruim.-

Ele olhava por entre os ombros vendo o que ela segurava.

-Se você pegar um pedaço pequeno de pano, molhar com isso deixando apenas a ponta de fora e botar fogo na ponta, pode jogar nela como se fosse uma bomba.-

Ela pensava um pouco

-Mas pelo que me lembre do fogo, precisa de oxigênio pra funcionar. Mas espera... as há moléculas de oxigênio aqui, só que em pequenas quantidades além de ser bem tóxico. Talvez funcione.- Procurava algo dentro da mochila para auxiliar ela na ideia, logo achava um pequeno pedaço de tecido, molhava um pouco ele deixando dentro da garrafa, apenas com a ponta de fora.

-Como irei fazer fogo? Todos do nosso planeta foram acidente.-

-Dentro da mochila tem uma pequena caixa, dentro da caixa em palitos, risque a parte vermelha em um dos lados da caixa que isso fará fogo- respondia rapidamente.

Ela assim fazia, achava essa tal caixa riscando levemente sem obter sucesso, tentava mais rápido e logo conseguia.

-Incrível- colocava fogo na ponta jogando para trás. Quando ela jogou a garrafa se estilhaçou, espalhando o conteúdo na criatura, o fogo se alastrava rapidamente pelo liquido queimando a criatura, a seikka parecia intacta, mas aquilo causava uma dor enorme no corpo, que parecia se torturar ao chão. Enquanto isso eles aproveitavam para correr, a jovem comandante colocava a mochila na costa. Logo eles avistavam mais a frente uma espécie de acampamento, havia alguns holofotes iluminando, não passavam de pedras brilhosas. Ali havia uma espécie de máquina, mais parecia um portal, ele era alimentado por várias seikkas.

-Será que estão tentando fazer uma máquina de viagem temporal?- Sussurrava para não ser ouvida. O lobo apenas sacudia a cabeça sem entender, logo se afastava.

-Tem muitos deles aqui, melhor pegarmos a nave, roubamos essa máquina e vamos embora, eles não tem nave mesmo.- Dizia a comandante a ele, que achava uma boa ideia, logo corria de volta para a nave, passando longe de onde haviam encontrado aquela criatura.

Chegando a nave logo a comandante corria até o banco do piloto, quase que se jogando em cima dele, ela ligava a nave. O mestre apenas mexia na mochila observando tudo que havia ali dentro.

-Trouxe essas coisas da Terra, são bem úteis.- Diz ele em um tom alegre

-Percebi, parecem bem práticas.- Jogava a máscara para trás, batendo na cabeça de seu colega, o mesmo sacudia a cabeça pegando a máscara e a colocando dentro da mochila também.

Ela fazia a volta na nave, indo em direção de onde haviam encontrado a maquina, mas lá não estava mais deserto, alguém parecia estar lá mexendo na máquina, ao ver a nave se aproximar em alta velocidade, logo apertava um botão da maquina, na qual tinha um grande círculo metálico em cima. O circulo tomava cor logo ficava preto em forma de um redemoinho, parecia sugar tudo lá pra dentro. A comandante não conseguia ver quem havia ligado a maquina, havia sido tão rápido que apenas viu um borrão. Sentia a nave ser puxada para dentro daquilo

-Deve ser um mini buraco negro... se não escaparmos já era- Dizia ela bem alto, estava em desespero tentando virar a nave.

O mestre apenas deitava ao chão colocando as mãos nos olhos tentando se fixar ao chão.

-Não vamos morrer, não vamos morrer, não vamos morrer.- Ficava repetindo essa frase para si sem tirar as mãos dos olhos.

A comandante apenas tentava virar a nave, mas já era tarde, o redemoinho negro havia os sugado para dentro, a nave parecia não parar de girar, ela havia sumido de órbita.

-Na primeira missão eu fracassei...- Resmunga a comandante para si enquanto o mestre não parava de repetir a mesma frase, ela fechava os olhos sentindo seu corpo gelar.


Notas Finais


O que será que vai acontecer hein? Ficaram curiosos? Esperem só pra ver o próximo capítulo, cada um deles traz informações únicas sobre os personagens.


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