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História Viajante de outro mundo - Contra sombra


Escrita por: Mutekai

Capítulo 10 - Contra sombra


Para controlar tantas seikkas, Esmeralda sentia muitas coisas aquilo a deixava um pouco confusa para pensar em uma estratégia. Precisava usar a raiva para ativar a seikka vermelha. Usava a coragem para ativar sua seikka verde. A confiança para a seikka branca. O orgulho para a seikka marrom. A fé para a seikka azul. E por fim precisava se sentir protegida para ativar a seikka rosa, o que era a mais complicada, pois o dono dela, Fay, apenas conseguia ativar nos outros. A dúvida dela era, se ela se sentir segura, poderia ativar a seikka em si mesmo? Essa pergunta só seria respondida caso ela testasse, e assim faria. Percebia que Shodaw, que agora tinha a mesma forma de seu corpo, não a atacava. Será que ele só conseguia revidar? Deixando a fúria tomar conta, os olhos dela tomavam a cor vermelha, em um sopro uma rajada de fogo era lançada em direção ao oponente. Mas ela não pretendia usar apenas isso, logo um dos olhos dela ficava verde, enquanto a rajada de chamas era lançada, a mesma se espalhava e ficava mais intensa, uma leve brisa guiava o fogo para o oponente, agora cada vez mais potente.

Shodaw parecia nem ligar para os ataques de Esmeralda, apenas se deixava atingir, no qual seu corpo era atravessado pelas chamas. Porém algo estranho o chamava a atenção, as chamas desviavam até a proteção no braço dele, atingindo a mesma. O fato é que ela descobriu o ponto fraco dele. Shodaw não poderia ser tocado no corpo, porém a proteção feita por Fay não era uma sombra, era bem sólido. Para proteger sua ombreira, Shodaw deixa seu corpo ser atingido pelo fogo, agora ele ardia em chamas.
-Acha que por que descobriu meu ponto fraco pode me vencer?- Uma maléfica risada ecoava das chamas onde estava Shodaw.
Esmeralda nada dizia, apenas cessava as rajadas de chamas nele.
-Estava indo bem, continue.- Jhon gritava ao longe, torcendo pela amada.
Um olhar furioso de Clys se voltava para Jhon, que ao olhar para o pedregoso já entendia o recado, ficando em silêncio.
-Cansou já?- Perguntava Shodaw apontando para uma pedra, a mesma flutuava em direção de Esmeralda, logo era seguida por outras, formando assim uma tempestade de pedras com pedaços de asfalto misturado.
Ela se sentia protegida, podia desviar, mas eram tantos projéteis, talvez a melhor opção fosse a defesa. Assim ela fazia, os olhos dela ficavam rosados, um cubo transparente-rosado se formava ao redor dela, onde as pedras se empilhavam em cima do mesmo. Em segundos o cubo se abria jogando as pedras para todas as direções, livrando ela do ataque.
-Incrível, não sabia que podia fazer isso, nem Fay sabia que a seikka rosa é capaz disso.- Comentava Shodaw aplaudindo ela.
Esmeralda se sentia confusa, não entendia ao certo por que ele batia palmas daquela maneira sarcástica.
-Não vai conversar comigo? Me insultar? Chamar de lixo? Ora, é saudável um diálogo entre batalhas.-
Ela apenas saltava, flutuando ao ar, não queria conversar. Estava concentrada em usar as novas energias e habilidades das seikkas que ela possui. Os olhos dela agora ficavam bem azuis, o corpo de Shodaw começava a flutuar, ia cada vez mais alto, mal conseguia ver o chão quando despencava de uma altura absurda, caindo com tudo ao chão. Em pleno ar Esmeralda se aproxima um pouco da cratera, observando se o ser das sombras já fora derrotado. Porém apenas ouvia uma risada.
-Acha que pode me vencer? Já disse sou uma sombra, não me machuco. Sabe, o pior de tudo? Eu sou você. Tenho tanto poder assim por ser sua sombra. Não é incrível?- Shodaw estava em pé na cratera olhando ela mais ao alto.

Shodaw voava para perto dela, iniciando um combate corpo-a-corpo mirando vários socos ao rosto dela. Esmeralda desviava com facilidade, enquanto desviava seus olhos estavam verdes. Sem demora ela contra-atacava acertando um dos golpes ao abdome dele.
-Nossa que força! Pena que não senti nada.- Ele dizia em um tom sarcástico, ignorando completamente os golpes seguidos dela.
Era atingido com um direto no queixo, um soco na garganta e outro ao lado do rosto, que o fazia despencar caindo com tudo ao chão.
-Esses braços de pedras são bem efetivos! Mas já entendi já por que está calada, todas essas seikkas te deixam confusa né? Se começar com bate-papo vai de desconcentrar. Admiro sua concentração, mas acha mesmo que consegue controlar todo esse poder? Não passa de uma soldada, devia se envergonhar do seu minúsculo tamanho, devia ter mais de dois metros. Agora olha pra você, uma megera rebaixada a viver entre esses imprestáveis terráqueos, que não fazem nada além de se destruir e destruir o próprio mundo.- Mesmo caído ao chão ele mencionava tais palavras, se erguendo novamente.
-QUIETO. Não fale mal dos humanos, alguns poucos ainda salvam o mundo, sempre tem os dois lados. Não permitirei que você viva se sua intenção for acabar com esse mundo.- Esmeralda irrompia seu silêncio com um grito, sua voz estava um tanto ecoante e soava como um coro, eram várias vozes que falavam ao mesmo tempo, uma de cada seikka.
O corpo dela começava a pegar fogo. Pequenos riscos verdes arranhavam o vermelho dos olhos dela, como pequenos relâmpagos. Uma espada verde aparecia da mão dela, presa ao punho pelo tecido. Ela retirava a espada do local, era bem grande, com a lâmina fina e bem comprida. Ao redor da espada aparecia uma chama. Sem demora ela cortava o ar e vários chicotes de chamas atingiam o solo. Apenas ouvia umas risadas trevosas enquanto o corpo dele era atingido. O fogo era substituído por cortes luminosos. Em seguidas ondas psíquicas, que não podiam serem vistas, apenas um estranho som se propagava delas, que bagunçava a mente de qualquer um que se concentrasse ao som por muito tempo. Cortes pedregosos repletos de pequenas rochas atingiam o alvo rapidamente. Os cortes de vento não ficavam para trás, era visível apenas ondas de ar atingindo ele. O corpo da vítima estava cheio de cortes e buracos, porém ele apenas ria, não sentia nada, tal corpo de sombras logo se ajustava, tornando a semelhança dela.
-Não percebe? É em vão. Enquanto ficar viva, eu estarei. Qualquer esforço é inútil.- Shodaw se levantava olhando para ela dando de ombros.

-Então para vencê-lo tenho que vencer a mim mesma.- Esmeralda olhava para as mãos, segurava a espada firme.

-Talvez nem assim. Mas é quase isso.- Ele se sentava dando petelecos em pequenas pedras ao chão.
-Me perdoem amigos.- Esmeralda dizia alto.
Todos pareciam confusos com tais palavras. Um dos braços de Clys se desmontava.
-Ela tem que terminar logo, ou volto a ser pedra.- Ele dizia baixo com anseio de que fosse ouvido.

A espada da mão de Esmeralda sumia, ela segurava sua seikka forte na mão de pedra. Ela inspirava, concentrando o ar que adentrava em seu corpo nos braços, aumentava os mesmos de tamanho. Deixava seu corpo cair, pousando com tudo ao chão, causando rachaduras e um alto barulho. Ela se aproximava de Shodaw, distribuindo socos nele. Que o atravessavam.
-Já disse que é inútil.- Ele continuava mexendo nas pedras distraidamente enquanto era atingido.

-Eu sei por que evita a luta. Não tem concentração, sua mente é bagunçada. É um dos efeitos negativos da sua seikka, além de levá-lo a loucura, por isso tantas risada. Mas o que te move?- Ela dizia sem cessar os socos ao corpo dele.
-Acha que é fácil assim? Descubra.- Ele mantinha os olhos fixos na pedra que ele jogava.
-Somente distraído mantém essa forma de sombra, se ficar concentrado fica sólido. Saquei a sua já. Mas meu intuito era apenas lhe distrair.- Ela dizia parecendo confiante, mesmo que Shodaw nem se importasse.
Logo um soco bem forte e certeiro acertava a ombreira dele, quebrando alguns espinhos e deixando a mesma rachada, nesse instante ele caia soltando um urro de dor.
-Isso esconde a parte vulnerável de seu corpo. Fay escreveu nela que serve para proteger seu coração. Devo agradecer a ele por...-
-Que visão hein. Sabe meu ponto fraco e no que isso irá influenciar? Ainda não pode me destruir.- Respondia ele sem deixar ela terminar de falar...

-..isso.- Ela sussurrava baixo. -Preciso fazer isso.- Esmeralda segurava ele pelo pescoço, erguendo o mesmo ao ar.

Shodaw estava com um pouco de dor do soco, temia um novo ataque a armadura, portanto preferia ficar preso a mão dela do que ter a armadura socada. Ele colocava uma das mãos em cima da mesma, impedindo que fosse atacado enquanto seu pescoço era segurando.
-Maldito, covarde, devia se envergonhar de viver assim, dependendo dos outros, sendo apenas a sombra. Tem potencial para muito mais que isso. Mas só depende de você.- Os olhos dela estavam vermelhos e a mão dela aquecia enquanto segurava ele.
-Nunca irei me arrepender de ser o que sou, isso que me torna tão forte, diferente de você, sua megera.- Shodaw dava uma risada sarcástica enquanto a mão dela esquentava cada vez mais.
-Se continuar assim pode se matar.- Gritava Shayn ao longe, estava preocupada com a amiga.

Tais palavras eram ouvidas por Esmeralda, porém sem dar muita ênfase a elas. Os olhos dela ficavam mudando de cor rapidamente, uma luz emitia de cada seikka do corpo dela.
-Não é assim que ativa o modo relíquia. Tem que equilibrar as energias. Não deixe a energia da seikka aumentar sozinha, se fizer isso vai... - As palavras de Shayn eram interrompidas por um estrondoso barulho.
Uma forte luz se espalhava, piscando com as cores da seikka possuídas por Esmeralda. No local da luta, Esmeralda estava em sua forma original, baixinha, de cabelos amarelos desbotados, pele verde, orelhas pontudas, pequenos chifres escondidos entre os cabelos. Os olhos dela estavam completamente brancos. Shodaw estavam com o pescoço sendo segurado por ela, porém de olhos fechados, mal percebia que estava de joelhos. O tecido amarrado em seu pulso havia caído ao chão, a seikka vermelha havia se desprendido de sua mão, apenas vestia o colete com a seikka-marrom. Porém a mesma estava transparente. Todas as seikkas estavam nessa cor.
-O que aconteceu?- Jhon dizia assustado.
-Ela elevou tanto a energia das seikkas que explodiram, liberando toda a energia. Mas acho que isso nos levou a vitória.- Shayn dizia colocando a mão ao ombro de Jhon, pois o mesmo queria ir até o local, era visível o desespero aos olhos dele.
-Venceram foi?- Shodaw virava o rosto em direção a eles. -Acho que não. Confesso que foi uma forte explosão, mas me protegi.- A forma dele mudava para a mesma que Esmeralda, estava menor.

Ele tirava a mão dela de seu pescoço.
-Nada mal pra uma megera.- Empurrava ela fazendo a mesma cair ao chão. -Teria ficado mais forte corrompida ao meu lado.- Ele aproximava o rosto ao dela para dizer.

Nesse instante os olhos dela ficavam com a íris verde novamente, ela segurava sua seikka sem cor com força na mão, era a única que não tinha caído.
-Pode repetir, eu não ouvi bem.- Falava baixo, estava bem fraca.
-Claro, sua megera. Devia ter ficado corrompida, seria mais forte.- Ele aproximava o rosto das orelhas dela, falando bem alto para a mesma ouvir.
-Obrigado.- Ela respondia a ele.
-Obrigado?- Agora Shodaw que parecia confuso.
-Por me dar essa chance.- Respondia baixo.
Ela segurava a armadura dele com a mão livre, arrancando a mesma do braço dele com força.
-Graças a explosão, te enfraqueci.- Ela comentava, olhando dentro da armadura, via que havia uma seikka transparente-negra. Tirava a mesma do local e segurava junto com sua seikka. -Depois que liberei a energia de todas as seikkas, consegui fechar o portal.- Ela apontava para cima. -Fora que se eu não tivesse liberado todo aquele poder, meu corpo teria sido destruído, bem eu acho, pois estava ficando com dor ao manter tantas seikka anexadas a mim.- Ela fechava os olhos.
-Me devolve isso, o que você fez? Eu sabia que seu corpo não aguentaria, mas não imaginava que fosse perceber, estava enrolando esse tempo todo.- Shodaw tentava abrir a mão dela para pegar sua seikka de volta, mas era em vão, ela tinha mais força.
-Descanse, é uma ordem.- Ela sussurrava tais palavras e Shodaw desaparecia.
Ela não entendia como ou porque aquilo aconteceu. Abria a mão e pegava a seikka negra, olhando para a mesma, porém sua péssima visão havia retornado, com certeza tinha voltado a seu corpo original. Apenas fechava os olhos para descansar. Aos poucos a seikka transparente dela tomava a cor levemente esverdeada, assim como as outras do chão. Com a ameaça longe, apenas os estragos, todos corriam em direção a Esmeralda. Cada um pegava sua seikka. Branco carregava Fay as costas, colocando a seikka a orelha dele novamente.
-Es, está tudo bem?- Jhon abraçava ela ao chão, estava suja de terra.
No momento em que Jhon a abraçava, ela ficava em um tom de pele rosado, as orelhas ficavam arredondadas, os pequenos chifres sumiam, ela havia retornado a adaptação humana dela.
-Ela está bem, apenas precisa descansar.- Dizia Shayn colocando sua seikka na testa, por mais incrível que pareça, a mesma não se desprendia do local.

Mal Shayn terminava de falar e Fay se sentava assustado.
-O que houve?- Ele olhava a seikka dele ao chão com uma cor bem clara. -Acabou?- Ele olhava ao redor confuso.
-Acabou Fay, vencemos.- Branco sentava ele ao chão.
-Sério?- Perguntava ele um pouco confuso ainda.
-Não está na cara?- Respondia o grosseiro Clys. O mesmo retirava o colete de Esmeralda, colocando em si. -Sabia que íamos vencer.- Ele cruzava os braços um pouco abaixo de sua seikka.
-Agradecer não custa nada.- Esmeralda respondia baixo, abrindo lentamente os olhos.
-Es.- Jhon abraçava ela sorridente.
-Obrigado pela confiança em mim Jhon.- Ela encostava a testa ao rosto dele, o mesmo abraçava ela sobre seu colo.
-Você sabe que é verdade.- Respondia.
-Obrigado tampinha.- Clys dizia baixo bufando, não queria agradecer.
-Foi fantástico.- Fay dizia enquanto ajeitava a seikka no pequeno buraco de sua orelha, levantando lentamente e se aproximando dela. -Devia treinar algumas habilidades, se sairia muito bem com um pouco mais de prática.-
-Se saiu melhor que eu esperava.- Lin dizia com as mãos atrás do pescoço, estava se espreguiçando.
-Tirou as palavras da minha boca irmã.- Dizia Shayn sorridente.
-Não sei nem como conseguiu usar tantas seikkas, é difícil manter o controle emocional.- Branco também se aproximava animado.

Estavam todos ao redor dela, exceto Clys, ele estava mais afastado olhando o horizonte.

-Apenas mantive meus pensamentos estáveis. Acho que não sou boa em demonstrar sentimentos.- Os olhos dela apenas contornavam os amigos, seus olhos brilhavam, porém ela não sabia expressar tal felicidade. Para ela a felicidade não era expressa com sorrisos e sim em seu olhar. -Acho que eu nunca conseguirei sorrir como você queria.- Ela olhava para o rosto de Jhon enquanto dizia tais palavras.
-Seria legal se conseguisse, mas pensando por outro lado. Sua característica emocional não é tão complicada, demonstra sentimentos sim, só que não com expressões. Não precisa sorrir, se eu ver esses olhinhos brilhantes já vale mais do que um sorriso.- Ele dizia com um leve rubor ao rosto e um sorriso bobo.
-Uau quanta fofura.- Shayn dizia entre pequenos risos.
-Melhor irmos, me sinto cansada. Minha habilidades telepáticas foram usadas em excesso hoje.- Lin dizia abraçando a irmã parecendo sonolenta.
-Lin me diz, por que um corpo infantil. Pensei que fosse mais velha que a Shayn.- Branco perguntava.

-Crianças tem mais criatividade, portanto consigo usar com facilidade minhas habilidades de confundir o alvo e causar ilusões. O que não afeta os corruptos porque já estão sobre esse efeito.- Ela dizia de uma maneira meiga, parecia tão ingênua, nem parecia ter tantas habilidades como dizia.
-Então meio que fica mais fácil né?- Perguntava Branco novamente.
-Sim.- Respondia de imediato ela.
-Estou indo, bye.- Shayn saia andando segurando a mão da irmã.
 

Um vento forte soprava, logo ouviam um som estranho, era o helicóptero da repórter, ela se aproximava para fazer uma entrevista.
-Então salvaram nosso planeta ou apenas suas vidas?- Perguntava apontando o microfone para Fay.
-Ora, claro que foi nosso planeta. Somos quase imortais, acha que apenas salvaríamos nossas vidas?- Ele erguia uma das sobrancelhas, tal repórter era famosa por induzir as pessoas a dizer a verdade, mesmo que não queiram. Porém Fay conhecia tal tática, mas não seria fácil satisfazer tais perguntas a ela, conhecia a persistência dela.
-O que eram aquilo? Por que vieram aqui? O que querem com nosso mundo? O que são vocês? Soube que a menor ali está sendo procurada.-
-Aqueles eram seres corruptos, dominados pelo poder, perderam o controle dos seus corpos, muitos até da consciência. Aquele grandão de sombras queria acabar com o nosso planeta e transformar seus corpos em um exército, pois nossa raça de extra-terrestres é originada a partir de qualquer organismo carbônico. Esmeralda apenas escapou do exército, pensam que ela é perigosa, mas você mesma viu, ela apenas quer nosso bem.-

-Por que chama nosso planeta de seu?- Ela não perdia tempo em perguntar, quase que ignorando a resposta dele.
-Tecnicamente chegamos antes de vocês aqui. Estou a mais tempo nesse lugar, tempo o suficiente para dizer que eu vi essa cidade de pedra virar prédios. Nossa raça não envelhece. Tenho até documentos licenciados pelo governo, fizeram questão de me registrar. Sou voluntário em um hospital, posso curar sua espécie de ferimentos graves.- Ele cruzava os braços, já estava cansado de tantas perguntas.
-O que exatamente faz no hospital?- Perguntava ela.
-Eu sou a seikka da proteção. O rosa. Me chamo Fay, prazer. Tenho habilidades curativas, então trabalho na emergência do hospital, curo os ferimentos dos pacientes, porém eles precisam me ver mensalmente durante um tempo ou os ferimentos voltam.-
-Primeiro disse que era trabalho voluntário, agora diz que trabalha. Parece que está inventando algo. Mas de que adianta curar se os ferimentos voltam?- Ela parecia sempre ter uma carta na manga.
-O trabalho é voluntário, não tenho carga horária, mas sou remunerado entendeu? E a questão dos ferimentos é como um tratamento. Depois de alguns meses não volta mais, depende da gravidade. Já chega de perguntas, essa luta já me cansou o suficiente.- Ele franzia a testa olhando para ela. Ao colocar uma das mãos ao bolso ele percebia o óculos de Esmeralda nele, entregando o mesmo a Jhon, que colocava ao rosto dela. Olhava que a seikka vermelha de seu amigo ainda estava ao chão, pegando a mesma e segurando firme ao chão. Abaixava a cabeça e tornava a olhar para a repórter. A mesma piscava para ele, parecia pensar em dizer algo.
-Certo bonitão. Os telespectadores estão feliz com suas respostas, dá audiência sabia?- Ela sussurrava para ele. -Vamos agora perguntar a criatura branca. Quem é você?- Ela apontava o microfone para o mesmo.
Branco se encolhia olhando um pouco assustado. Esmeralda se levantava do colo de Jhon, ficando em frente ao microfone.
-Ele é o Branco, a seikka da confiança. Tem a habilidade de mudar de forma.- A mesma dizia baixo, parecia cansada.
-E por que ele não fala comigo?- Pergunta a repórter.
-É de estimação, não é muito social. Sua maior característica é a lealdade. Sou a dona dele. Me chamo Esmeralda, apenas quero viver em seu planeta, sei que cheguei a pouco tempo. As coisas aqui são tão diferentes, gostei. Posso até aderir as suas leis.-
-Está dizendo que mesmo sendo do espaço quer ser uma de nós? Poder ser punida se roubar ou agredir alguém na rua? Ser presa? Ou até famosa?- Perguntava novamente a repórter.
-Sim. Estou dizendo que quero ser punida se fizer algo contra a lei, não estou acima da lei. Farei tudo nos conformes. Apenas vou usar meus poderes se realmente for necessário. Como comandante não quero me envolver em guerras, apenas viver entre vocês como já disse.- Ela estendia a mão com sua seikka mostrando para a câmera. -Sou a seikka-verde, posso ser resistente, ter sido feita pra ser um soldado. Mas minha coragem é o que me dá poder.-

-Certo corajosa. Vai ser uma heroína então?- Perguntava ela incansável.
-Não. Apenas irei viver normalmente entre vocês. Apenas darei uma de herói se algum corrompido perturbar sua paz. Não quero me meter em suas guerras internas ou alterar o fluxo de evolução da sua espécie.- Ela colocava as mãos aos bolsos do short jeans.

A repórter olhava para a câmera.
-Então o governo mandou caças para ajudar, ao ver que só atrapalhou eles retiraram os caças. Agora qualquer ameaça está nas mãos de Esmeralda. Ela irá proteger o mundo de qualquer extraterrestre. Esperamos que realmente ocorra. Enquanto isso quero apenas agradecer pela proteção ao nosso mundo, foi incrível essa luta que colocou a vida dela em risco. Agora gostaria de saber quem irá reparar os estragos...-
-Eu ajudo.- Esmeralda de dispunha enquanto se aproximava do microfone para dizer. -Só preciso que me ensinem como. Com uma boa orientação trabalho rápido. Em uma semana eu termino, já fiz reparos maiores no meu planeta.-
-Tem certeza? Apenas uma semana? Iremos precisar de um ótimo engenheiro então, ela se encarrega da mão de obra. Agradeço pela gentileza. Voltaremos com mais notícias assim que possível.-
O câmera fazia sinal que parou de filmar.
-Desculpem pelas perguntas é apenas meu trabalho. Adorei a batalha, espero que seja de palavra.- A repórter apertava a mão dela cumprimentando. -Jenny.-
-Eu sou. Quero ser útil, me sinto culpada pela destruição, mesmo que não tivesse sido eu.- Esmeralda dizia gentilmente.
Logo a repórter saia, parecia animada com tudo o que filmaram, ela voltava ao helicóptero. Esmeralda olhava ao redor procurando Clys, mas ele já havia sumido, assim como Fay, estava apenas ela, Branco e Jhon ali.
-Vamos pra casa? Quero só tomar um banho e me jogar na cama, to cansada.- Ela olhava para Jhon que estava olhando para algo.
-Es, isso era do sombra né?- Ele estendia a mão entregando a seikka-negra para ela.
-Sim, é perigosa, não toque nela. Vou guardar comigo.- Esmeralda colocava a seikka-verde próxima ao pescoço, a mesma emitia um brilho, algumas cordas negras a envolviam, novamente formando uma gargantilha. Ela olhava a seikka negra em sua mão. -Vou pensar por dias nessa luta. Quero guardar isso de lembrança, vou construir um lugar onde ninguém vai poder pegar. Se cair em mãos erradas pode ser perigoso.- Ela olhava para Branco. -Vamos apostar corrida? Fiquei com vontade de voar. Pode ser?-

Jhon dava uma risada.

-Só você mesma né? Tá cansada e ainda quer voar.-
-Com certeza. Se Shodaw voltar eu quero estar preparada.- Ela começava a levitar. -Jhon pega carona no Branco.-
-Não é justo.- Resmungava o lupino enquanto Jhon apenas ria, se sentando em cima do mesmo e segurando em sua coleira.
Ela nem dava ouvidos as palavras do lupino, apenas tomava a frente voando rápido. Olhava para baixo vendo se ele o seguia, ao confirmar que estava sendo seguida ela girava ao ar, pegando cada vez mais velocidade.
-A força de vontade dela é incrível né?- Dizia Jhon olhando ela dando piruetas ao ar enquanto voava.
-É uma das coisas que mais admiro nela.- Dizia Branco saltando para desviar de alguns buracos.

 

Não demoravam para chegar em casa. Esmeralda chegava primeiro deixando a porta aberta, ela entrava voando dentro de casa, se esbarrando no sofá e caindo junto com ele. Robert vinha correndo para a sala com um taco de beisebol ver quem era. Quando percebeu ser a filha soltava uma risada.
-Cuidado Esmeralda. Não entra voando dentro de casa.- Dizia enquanto arrumava o sofá no lugar, com ela em cima.
Branco logo entrava pela porta correndo com Jhon em cima dele, parando bem em frente a Robert.
-Cheguei.- Dizia o lupino arfante.
-Seu lerdo.- Jhon dizia em tom brincalhão saindo de cima dele.
-Esmeralda tinha razão quando disse que era pesado.- Comentava Branco.
-Querem o bolo que o Fay trouxe? Ninguém comeu. Quero que me contem como foi a luta, eu vi no noticiário, mas estou curioso para saber como minha filhinha se sentiu.- Robert caminhava até a cozinha, sendo seguido por Branco e Jhon.
Esmeralda demorava um pouco para levantar, estava meio tonta com o pouso. Ela via a mesa posta. Sem demora ela caminhava até a cozinha, se encostando um pouco as paredes para não levar um tombo. Ela olhava os amigos já comendo.
-Tudo bem Esmeralda?- Perguntava Robert.
-Só estou cansada, e um pouco tonta, acho que rodei rápido de mais, além do tombo que levei no sofá.- Ela caminhava até a mesa, onde sentava tinha uma fatia de bolo. Ela pegava o garfo comendo um pequeno pedaço.
-Está toda suja, as roupas rasgadas, to vendo que vamos precisar fazer compras. Me diz como foi a batalha.- Ao mesmo tempo que Robert estava preocupado, ele também estava curioso.

-Acho que superei minhas expectativas. Não sabia que era tão forte. Acho que pude me concentrar bem na luta, por isso me sai bem. Espero não lutar tão pesado assim novamente, meu corpo tá acabado, assim como minha energia, só quero descansar.- Esmeralda dizia enquanto colocava um pedaço de bolo na boca com o garfo.
-Mas se tivesse que lutar novamente você lutaria?- Perguntava Jhon parecendo animado. -A luta foi muito foda.-

-Lutaria. Mas vou começar a me preparar melhor. Ter uma seikka é complicado, ainda mais não saber os limites do meu corpo. Quero aprender mais sobre mim, só assim assumirei outra responsabilidade dessas.- Ela não parecia com vontade de comer, apenas comeu um pequeno pedaço de bolo. Ela já estava levantando.
-Comeu tão pouco, não gostou?- Pergunta Robert vendo que ela já saia.
-Estou cansada, quero tomar um banho e deitar. Meus músculos doem.- Ela não demorava para dar as costas e ir até o próprio quarto.
-Espero que ela fique bem.- Robert dizia ainda olhando para o prato dela.
-Vai ficar. Ela é muito resistente, basicamente foi feita para apanhar.- Branco dizia se erguendo em pé, seu tom era bem humorado.
-Olha quem levantou.- Comentava Jhon entre risos.
-Só estou me esticando.- Ele erguia os braços longos, esticando o corpo.

-Ainda acha que ela não vai crescer?- Perguntava Robert.
-Vendo toda essa evolução dela, não sei dizer. Acho que viver aqui pode causar mudanças a ela, talvez ela cresça. E se crescer, deve ficar bem grande.- Branco estendia as mãos tentando mostrar a altura que ela ficaria.
Jhon se afogava com o bolo bebendo um copo de água.
-Como assim bem grande?- Perguntava tossindo de leve.
-Os verdes são altos, fortes e resistentes. A maioria tem entre dois metros, alguns chegam a cinco, acho que ela só era baixa por nunca ter se conectado com sua seikka antes. Agora que ela está se conectando fica mais forte e seu corpo muda. Não gosta de gente alta?- Branco direcionava a pergunta para Jhon.
-Na verdade, eu gosto sim... até de mais... - O rosto de Jhon ficava levemente corado e o mesmo olhava para o lado.
-Gosta de mulheres mais altas não?- Robert dizia soltando uma gargalhada. -Acho que se ela ficar grande apenas ficaria mais parecida comigo, olha meu tamanho.-
-É.. queria te contar uma coisa na verdade...- Jhon olhava ele e abaixava a cabeça.
-O que é?- Robert o encarava, tal olhar era de assustar.
-É que eu... er... vou ter que servir por mais um tempo o exército, não vou sair agora sabe.. - Ele olhava para o lado desviando o olhar, estava com medo do ruivo.
-É só isso?- Robert desconfiava do jeito que ele estava reagindo.
-Ele é meu namorado.- Esmeralda entrava na cozinha, vestia uma camisa sem mangas de cor branca, um top preto era aparente por baixo. Estava com um short preto até metade da coxa e descalça.
-O quê??- Robert virava o rosto para ela.
-Meu namorado. Ele me convidou e eu aceitei.- Ela dava de ombros e abria a geladeira.
-Sério?- Robert olhava para Jhon, o mesmo apenas se encolhia na cadeira. -Está feliz com isso?-
-Sim. Eu gosto dele, talvez aprenda melhor sobre o amor, mas acho que é inexplicável. Tem algo gelado aqui?- Ela abria o congelador pegando um saco com carne moída congelada dentro.
-Apenas vá com calma, ou pode se machucar.- Robert se levantava da cadeira.
Esmeralda colocava o saco na testa.
-Hã?- Ela não havia entendido muito bem as palavras dele.
-Nada não. Vai pro quarto, vou legar um saco de gelo pra você, deixa isso ai.- Ele pegava a sacola da mão dela.
Ela acenava se despedindo dos amigos, indo para o quarto.
-Cuida dela entendeu?- Robert colocava de volta a carne no lugar, pegando um saco na gaveta e uma forma de gelo.
-Eu vou tratar ela da melhor maneira possível. Até por que, topei que fosse do jeito dela, não sei como vai ser, me sinto confuso, mas estou feliz.- Jhon não deixava de estampar um sorriso bobo ao rosto.
-Acho bom. O Branco foi aonde?- Robert segurava um saco com gelo percebendo que o lupino havia sumido da cozinha.
-Ele foi pra sala, deve ter ido dormir também.- Dizia Jhon olhando para direção da sala.
-Vai dormir aqui de novo? Se ficar vai dormir com o cachorro.- Robert dizia em tom bem humorado, ia em direção as escadas, para levar o saco de gelo para Esmeralda.
-Sem problemas, mas vou ir dormir no quartel, antes que eles comecem a me caçar. Até outro dia senhor Robert.- Ele fazia uma reverencia como se o ruivo fosse seu capitão.
-Até soldado. Juízo hein.- Não demorava para Robert dar as costas e ir ao encontro da filha no quarto.

Quando Robert adentrava o quarto via tudo escuro, ela estava deitada a cama com as mãos a cabeça.
-Está com dor?- Perguntava ele em um tom baixo.
-São lembranças, coisas ruins. Gelar a cabeça me faz sentir melhor.- Ela dizia em tom baixo.
Robert se aproxima tocando a testa dela por entre as mãos da mesma.
-Está febril.- Ele olhava para a seikka dela, estava com uma cor tão fraca, era um verde bem claro. -Por que está verde bem claro?- Ele tocava o indicador na seikka.

-Usei muita energia, ela está se recuperando.- Ela falava com uma voz baixa.
Robert contornava o dedo na seikka, estava quente, era liso como o vidro porém mais resistente que rocha.
-Do que isso é feito?- Perguntava
-Não sei. É a rainha que faz. Só sei que existo para servi-la, fora isso não nos deram nenhum propósito.- Ela estendia a mão apontando para a sacola com gelo.
-Mesmo que fosse um acidente sua vinda para cá, se sentiu aliviada por estar livre certo?- Ele entrega o gelo para ela, que colocava o mesmo na testa.
-Exato.- Ela sussurrava fechando os olhos.
Robert retirava o óculos dela colocando o mesmo a cômoda.
-Olha, vou confessar que inventei aquela coisa de espíritos da floresta. Eu sabia que vocês existiam e que eram bons. Queria que conhecesse o melhor lado dos seres humanos, então criei você como filha, e se quiser, podemos continuar assim, afinal, não menti quando disse que perdi minha filha e você preenche o vazio que sinto.- Ele suspirava olhando para o chão. -Devia ter lhe contato do inicio, mas parecia tão assutada, pensei que fosse fugir.-
-Obrigado por cuidar de mim.- Esmeralda dizia baixo.

-Não ficou chateada?- Ele olhava para ela com um sorriso.
-Talvez, mas apenas pelo fato de ter escondido isso de mim. Mas estou feliz por ter encontrado alguém como você, ou talvez teria um ódio mortal de sua espécie, temo que foi isso que aconteceu com o Shodaw.- Ela leva a mão a própria seikka. Ela descia a mão até o peito, puxava com o dedo um colar um pouco maior, onde estava a seikka negra de Shodaw. -Pertencia a ele.-
Robert observava aquela seikka, tinha uma cor escura e ao mesmo tempo transparente, havia uma energia sinistra emanando dela.
-Parece maligna.- Estendia a mão para tocar nela.

Esmeralda fechava a seikka na própria mão.
-Ele pode corromper com um toque, não sei se pode fazer isso sem um corpo, então ninguém toca nela além de mim.- Ela dizia olhando para o pai.
-Mas não irá corromper você?- Perguntava ele preocupado.
-Ela parece ter medo de mim, não consigo usar as habilidades dela e ela não consegue usar meu corpo para se libertar. Deve estar procurando desesperadamente alguém, então não quero arriscar, mesmo em pessoas vivas, não sei do que ele é capaz, a seikka dele é diferente.- Novamente ela escondia o colar dentro da blusa.
-Então vai proteger essa coisa? Acho que devia destruí-la.- Comentava Robert se levantando.
-Acho que ele seria mais útil se fosse convertido. Acha que sou egoísta em querer ele como amigo? Ele não estava corrompido, fez tudo aquilo por algum motivo, quero descobrir o por quê. Qual seria a versão dele sobre a amizade entre ele e Fay, por que ele ficou mal e o Fay bom? Acho que devia perguntar a ele, mas não vou correr o risco de ter que lutar novamente. Quero ter certeza que se ele voltar, eu irei vencê-lo.- Ela fechava os olhos lentamente.
-O que é um herói sem um vilão? Teme que tudo fique chato e tenha que libertar ele por diversão não?- Robert engolia em seco, tinha entendido, mas não queria acreditar naquilo.
-Talvez. Mas fique tranquilo, se isso acontecer vai ser bem longe daqui, não vou meter seu planeta em brigas internas.-
-Não acho uma boa ideia libertar ele.- Robert parecia inseguro, não iria permitir que ela o libertasse.

-Não se preocupe. Talvez até queira o poder dele pra mim, não sei ainda o que vou fazer, talvez apenas protege-la para que não caia em mãos erradas.- Ela estava falando bem baixo, estava já começando um cochilo.
-Promete que não vai deixar ele voltar.- Robert dizia preocupado.
-Prome-to.- Ela dizia um pouco pausada, já começando a passar várias cenas na cabeça dela.
Robert sorria de canto, esperava que sua promessa fosse cumprida. Ele logo a deixava no quarto para dormir, ia para seu próprio quarto, iria tomar banho e dormir em seguida. Ele deitava na cama um pouco pensativo, tanta coisa havia acontecido em sua vida, até aquele seu desânimo habitual havia sumido, tinha recuperado seu bom humor, talvez apenas precisasse de atenção. Esmeralda era o que ele precisava, alguém que se preocupasse com ele e com quem ele pudesse se preocupar. Por um segundo ele lembrava da moça da loja de pets que havia lhe dado um número. Talvez ela estivesse carente, ou pior apenas querendo atrair algum homem. Para ele tal coisa era muito complicada, portanto ignorava tais pensamentos fechando seus olhos, já imaginava o que faria no dia seguinte, iria levar sua filha para conhecer o porão, havia muitas coisas antigas lá, talvez ela fosse gostar, já que era bem curiosa, lá havia vários livros também.

 

 



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