1. Spirit Fanfics >
  2. Viajante de outro mundo >
  3. O dia de lazer

História Viajante de outro mundo - O dia de lazer


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Um dia a toa, apenas para Esmeralda aprender um pouco sobre os humanos e seus costumes.

Capítulo 4 - O dia de lazer


Já estava tudo pronto para a viagem, a simples caminhonete de Robert estava cheia de malas. Esmeralda havia escolhido as roupas que mais gostou da filha dele para levar consigo. Já sabiam que o clima lá ia ser quente, portanto buscavam não levar muitos casacos. Robert procurou bastante na internet sobre o México, tentando entender um poucos os costumes e localização de onde iriam. Uma boa parte do tempo Jhonny ficou ensinando ele o básico sobre espanhol, para que pudesse se adaptar facilmente. Não faziam ideia de quantos dias iam passar lá, portanto levavam bastante coisas. Por servir o exército por muito tempo, Robert tinha uma poupança bem gorda, se propôs a bancar tudo. Porém Jhonny insistia em pagar a sua parte, pois era remunerado também, para que o exército não sofra nenhum tipo de processo por trabalho escravo, não passava de uma estratégia deles. Como Jhonny só tinha a sua roupa, ele apenas leva suas armas em uma mochila, a mesma que trouxera do iglu. Robert se aproximava vendo ele colocar tudo na parte de trás da caminhonete.
-Vai levar mesmo essas armas todas? Não sei se irão deixar você entrar no avião com isso.- Comentava ele.
-Não podem me obrigar a viajar desarmado, tenho licença militar, posso andar na rua com um fuzil se quiser. Ainda mais se eu estiver em uma missão.- Piscava o olho para ele, de uma forma brincalhona, ironizando a missão que ele dizia que estaria.
-Verdade, tinha esquecido desse privilégio, minha licença está expirada, portanto posso andar com armas de pequeno porte. Estou levando uma espingarda, não tenho muitas balas. Ao passar na cidade eu compro mais.- Falava pensativo. -Na verdade tenho uma lista de coisas pra comprar, pra levar o Branco vou precisar daquelas casinhas de cachorro.-
-Nem vem.- Resmungava o lupino já dentro da caminhonete, estava sentado no banco tirando um cochilo, acordou com eles conversando. -Aquelas coisas pequenas são apertadas.- Tirava a cabeça para fora da janela olhando os dois.
-Já esteve dentro de uma delas?- Perguntava Robert curioso. -Então quer dizer que já vieram a Terra antes não é?-
-Eu sim, mas é a primeira vez da Esmeralda. Eu vim com minha equipe, iriamos explorar esse lugar, viemos de nave. Porém acabamos gostando daqui, mandamos relatórios a rainha dizendo que aqui era horrível. Ela queria colonizar aqui, destruir tudo, dissemos que vocês eram muito perigosos. Além do mais... nossos comunicadores quebraram, destruímos o teletransportador que construímos aqui para dar acesso a ela. Porém alguém tinha que voltar para destruir o teletransportador de lá. Eu me candidatei, destruí tudo e disse que tentamos me teletransportar e deu errado. Com os comunicadores nós conseguíamos acompanhar como estava o desenvolvimento do transportador lá e reconstruir aqui. Mas parece que os corruptos criaram uma maneira mais fácil de se teletransportar. Senti falta do meu antigo grupo, estava triste até conhecer Esmeralda, ela é a última esperança. Sabe, mais que apenas coragem, a seikka-verde também simboliza esperança. São os mais resistentes, os que se adaptam a qualquer ambiente, a rainha os desperdiça como simples soldados, mas deviam ser mais que isso, são os mais temidos heizianos e invejados pelos outros, apenas por suas inúmeras habilidades.- Respondia ele, uma expressão um pouco mais triste aparecia em seu rosto, aquilo parecia o abalar.
-Não fica triste. Está tudo diferente agora, temos uma seikka-verde ao nosso lado. O que pode dar errado? Se ela é a mais temida pode simplesmente afugentar os inimigos, mesmo que ela não saiba usar direito seus poderes. Acho ela incrível.- Comentava Jhon, seus olhos escuros brilhavam ao falar dela, mal percebia que seu rosto estava levemente avermelhado também.
-Tem razão.- Concordava o lupino.
Rob apenas sorria ouvindo ambos falarem dela, se sentia orgulhoso, pois via ela como sua filha.
-Estão falando o que de mim ai?- Esmeralda saia da casa coçando o olho por baixo do óculos.
Enquanto eles se arrumavam ela apenas dormia, estava vestindo uma blusa bem grande, ia até metade de suas coxas, onde aparecia o short preto que ela usava por baixo, a blusa não tinha estampa. Quando ela tocava seus pés descalços a neve ela dava um salto, caindo sentada na neve.
-Ahhh tá gelada.- O óculos dela estava bagunçado ao rosto, mas não tanto quanto seu cabelo rebelde.
Mesmo tentando se segurar, todos estavam rindo da reação dela.

-Pensei que tinha se acostumado ao frio.- Comentava Rob entre risos.

-Me acostumei, só que minha pele é sensível, consigo sentir a temperatura ainda, só me assustei com a diferença de temperatura.- Ela se levanta sacudindo a neve do short. -O que estavam falando de mim?-
-Do quanto é forte e incrível.- Comentava Jhon quase que se escondendo atrás de Rob, por estar com vergonha e também pelo lenhador ser bem alto e gordo.
-Ahh, isso não é novidade, mas continuem falando. Vou pegar minhas malas.- Os olhos dela estavam semi-serrados, era difícil ainda acordar, se sentia tão bem dormindo.
-Põe uma roupa bonita pra sair.- Dizia Robert alto para ela não esquecer de se arrumar, pois sabia que quando estava com sono ela ficava um tanto lenta.
-Nhaaata...- Ela nem sabia se aquela palavra existia, apenas falava aquilo pra ele saber que tinha escutado.
-Estamos só te esperando Esmeralda. Não demore.- Dizia o lupino alto.
-Já vou.- Cada frase dita por ela era de forma lenta e um pouco pausada, como se ela pensasse muito pra falar.
Os rapazes apenas riam da resposta dela.
-Alguém tem mais alguma coisa para levar?- Pergunta Rob abrindo o capô do carro, verificando se tinha óleo e gasolina.
-Não.- Dizia os dois em coro.
-Droga a água congelou. Vou pegar um pouco de água mais quente pra derreter, não demoro muito.- Rob adentrava a casa, indo até a cozinha para esquentar a água. -Tá tudo bem Esmeralda?- Dizia alto.
-Hmn? Ahh está, só estou me vestindo, a mala está pronta.-
Ela vestia uma jardineira preta, na qual era curta na perna, ficava até metade das coxas dela. Vestia uma meia listrada preta e cinza, até metade da canela, em seus pés tênis Allstar com os cadarços desamarrados, não conseguiu amarrar direito aquilo, apenas fazia um nó que se desfazia em seguida. Por baixo ela vestia uma blusa vermelha, com as mangas até metade do braço. Ela estava na frente do espelho, passando as mãos no cabelo tentando arrumar. Rob entrava ao quarto, vendo ela tentando arrumar o cabelo, logo rindo.
-Usa um pente.- Dizia ele apontando a cômoda, ali havia um pente.
-Usar o que?- Ela olhava na direção, mas não entendia como usar tal objeto.
-O pente.- Ele pegava o pente se abaixando a frente dela. Usava o mesmo para pentear os cabelos cheios de nó dela.
-Ai.. pra que serve isso?-
-Fique parada. Vai ficar arrumado.- Continuava penteando, logo parava, deixando que ela se olhe ao espelho.
-Uau.. ficou mais arrumado. Me dê.- Ela estendia a mão pra ele, que a entrega o pente.
Ela usava o mesmo para arrumar seu cabelo, vendo que parecia funcionar mais que suas mãos.
-Incrível, vou usar sempre.-
-Fico feliz por isso minha filha. A propósito, está linda.- Dizia Rob em um sorriso. -Temos que ir. Coloque sua mala na caminhonete, vou colocar água no motor.-
-Obrigado. Eu pareço humana?- Pergunta ela curiosa indo até a própria mala e pegando a mesma.
-Sim, parece até uma pré-adolescente. Uma fase que minha filha não chegou.- Comentava olhando para o chão um pouco triste.
-Chegou sim. Se pareço uma pré sei lá o que, quer dizer que sua filha chegou a essa fase né?- Ela inclinava a cabeça para o lado o olhando curiosa.
-Exato. - Um sorriso surgia aos lábios dele, logo se aproxima dela, tirando a franja da testa dela e beijando a mesma delicadamente. Soltava a franja dela deixando os cabelos caírem sobre a testa dela novamente. -Papai te ama filhinha.- Ele se retirava do quarto tornando até a cozinha.
Esmeralda carregava a mala até a caminhonete, colocando a mesma na parte de trás.
-Senta do meu lado.- Dizia Jhon no banco de trás.
Ela olhava para o banco da frente vendo o lupino sentado ali ao lado do motorista, estava com a cabeça para fora olhando a amiga chegar.
-Parece mesmo uma humana, incrível mesmo. Está linda Esmeralda.- Comentava Branco.
-Obrigado. Por falar nisso, por que não vira humano?- Peguntava ela.
Jhon deixava a porta de trás aberta, ela entrava e sentava ao lado dele, bem atrás de Branco, apoiava a mão no banco dele, se inclinando para frente, para continuar a conversa com ele.
-Gosto da minha forma original, sabe não gosto muito de interagir, os seikka-branca são como bichos de estimação sabe? Gosto de ser o animal, apenas me transformo para fugir ou buscar informações para meu tutor.-
-Ou dono né?- Ela o interrompia.
-Sim. Mas o fato é, sou um lobo alienígena, os humanos mal gostam de lobo, imagina de mim.- Ele se encolhia no banco.
-Já tem dono oras. Eu sou sua dona, o Robert é seu dono, não precisa de mais ninguém, somos uma família.- A voz otimista dela fazia o lupino se sentir mais feliz, mesmo que a face dela não tivesse expressão.
-Tem razão. Sabe Esmeralda, você foi a melhor dona que conheci, me passa tanta segurança, é tão sábia nas decisões, e o melhor, você não me dá medo.-
Jhon não evitava de soltar uma risada quanto o lupino parava de falar, o que fazia ambos olharem para ele, o mesmo segurava a risada olhando para o lado.
-Desculpe, é que achei engraçado.-
-Eu também.- Dizia Esmeralda olhando para o lupino. -Me sinto honrada por isso, mas por que teve medo dos antigos donos?-
-Bem.. a seikka-azul era muito sinistra, sempre dizendo o que ia acontecer.. isso me assustava, sabe que os seikka-branca são covardes né? Entre lutar e correr sempre optamos por correr.- Ele virava para frente apenas olhando adiante. -Somo inúteis para proteger donos, que tipo de guardião seria eu?-
-Ora, quando eu lhe dou ordens você as cumpre, não tens medo quando lhe digo o que fazer, acredito que seja inseguro de suas habilidades, com a confiança você consegue. É essa a forma de ativar sua seikka né?- Dizia ela.
-Sim. Agora entende o que eu digo? Você é muito sábia, por isso é a melhor dona. Por favor, haja o que houver, se algo der errado, se salve, você, apenas você consegue mudar nosso destino.- O tom dele parecia mais sério agora, como se tivesse certeza daquilo.

Um pouco assustada com tais palavras, a comandante se encostava atrás no banco, se confortando na caminhonete, estava pensativa.
-Eu posso mudar o destino.- Dizia isso para si memorizando aquelas palavras.

Robert entrava na caminhonete, sentando ao banco do motorista, logo a ligava.
-Está tudo em ordem. A água descongelou, tranquei a casa. Todos prontos?-
-Sim.- Diziam os rapazes em coro, Esmeralda estava em silêncio.
-Demora algumas horas, espero que todos tenham ido ao banheiro. Quem precisar ir a hora é agora.-
Ninguém se manifestava, logo Robert acelerava, passando com a caminhonete lentamente pela rua coberta de neve, estavam descendo a montanha. Esmeralda estava pensativa, olhando pela janela, seu braço estava apoiando no suporte da porta, onde tinha alguns botões. A mão dela apoiava seu queixo. Robert ligava o rádio, onde tocava algumas músicas antigas que ele adorava. Ela achava tal som curioso e agradável aos ouvidos. Jhon parecia um pouco inquieto, ele olhava para Esmeralda, olhava para frente, depois para fora. Queria conversar com ela, mas a comandante parecia perdida em pensamentos, estava concentrada.
-Quer compartilhar o que pensa?- Tomava coragem para dizer algo, não queria atrapalhar ela, se sentia um tanto culpado.
-Está tudo confuso. Eu queria me prevenir pro que irá acontecer, apenas tenho suposições e ideias, não passa de teoria.- Ela virava o rosto para os seus joelhos, colocava as mãos em cima dos mesmos, tentava ter alguma ideia.
-Não precisa saber de tudo sabia? Saber improvisar ajuda muito. Vi como improvisou com o lagartão lá, você faz isso bem. Seja menos dura consigo mesma, não precisa ficar tão preocupada, vai dar tudo certo.- Um sorriso surgia aos lábios dele enquanto dizia aquelas palavras.
-Você acha mesmo?- Perguntava olhando para ele.
-Sim. Sei que vai dar um jeito, você é muito esperta, a garota mais bela e inteligente que conheci.- O rosto dele corava levemente, um sorriso bobo predominava aos lábios dele.
-Obrigado. Em breve podemos saber o que vai acontecer, não preciso me preocupar agora.- Ela olhava para frente vendo que estavam caminhando em uma rodovia, tinha menos neve na rua, o governo contratava caminhões para tirar neve das estradas e o trânsito circular normalmente.
-Isso.. relaxe..- Ele olhava para fora da janela.

 

Algumas horas se passavam, apenas a música do rádio fazia barulho no veiculo. Cortando aquele “silêncio vocal” Robert estacionava o veículo dizendo.
-Precisamos comprar algumas coisas antes de ir. Daqui a uma hora nos vemos aqui certo?-
Jhon que estava cochilando acordava no susto. Esmeralda parecia ainda dormir.
-Vou acordar a Esmeralda e compro roupas pra levar.- Ele erguia a blusa olhando seu relógio digital.
-Cuida dela garoto.- Dizia Rob abrindo a porta para o lupino sair. Ele tinha uma corrente a mão, que prendia a coleira dele.
-Sim senhor.- Dizia o jovem.
-Por que me prendeu?- Perguntava o lupino.
-Pra ninguém questionar, quer ou não quer parecer de estimação?- Respondia Rob.
-Certo, desculpe, só não me puxe.-
-Não se preocupe. Apenas ande perto de mim, e não fale.-
-Entendi.- O lupino estufava o peito em uma postura ereta, como se fosse um “lobo de guarda” da família.
Robert dava uma risada do jeito dele.
-A chave está próximo ao volante, se sair tranque a caminhonete. Volto logo.- Se retirava com o lupino o acompanhando.
 

Jhonny cutucava a bochecha de Esmeralda, tentando acordar ela delicadamente. O sono dela parecia pesado, portanto aquilo não iria acordar ela. Tentava pensar em algo, não queria perder tempo, nem deixar ela ai sozinha, ele segurava nos ombros dela sacudindo a mesma.

-Não me mate, eu juro, não fiz por mal...- Os óculos dela caiam do rosto, enquanto ela acordava dizendo tais palavras. Sua vista borrada e sonolenta, o gesto que o rapaz fazia de lhe sacudir, a deixava assustada, não sabia o que fazer, ainda atordoada pelo sono ela soca a cara dele sem pensar, o que o joga para fora do veículo, a janela estava aberta.
-Aii... Caralho que força.- Ele leva as mãos ao nariz, estava sangrando.
Ao ouvir aquela voz familiar, ela começava a se recordar de onde estava, sentia o óculos em seu colo, o levando até seu rosto. Rapidamente ela ia até a janela o olhando deitado ao chão.
-Desculpa... o que eu fiz?- Saltava pela janela se aproximando dele, o olhando no chão.
-Estou bem.- Falava com a voz abafada, quando tirava as mãos da frente do rosto ela o via cheio de sangue, parecia entrar em desespero, pois corria de um lado ao outro, ao redor dele.
-O que eu faço? O que eu faço? Ele vai morrer, a culpa é minha..- Ela leva as mãos a cabeça, ainda estava confusa por causa do sono.
O rapaz se levantava, ela nem notava pois estava correndo de um lado a outro. Ele ia até a própria mochila, pegando um pequeno pano, limpando o sangue.
-Está bem, só machucou o nariz.- Ele mexia no nariz com os dedos. -Pegou de raspão então não quebrou. Segurou aquele soco foi?- A voz dele estava um pouco abafada pois ele segurava o pano ao nariz.
-É... bem.. era só pra afugentar, não era minha intenção acertar. Você me assustou. Eu... ahh..- Ela bocejava enquanto falava.
-Você boceja também. São muito parecidos conosco.- Comentava o rapaz.
-Acho que dormir reduz minhas capacidades metabólicas.-
O rapaz começava a rir, indo até o banco do motorista, apertando alguns botões para fechar os vidros, pegava a chave e fechava a porta, colocando a chave ao bolso. Cobria a parte de trás do veículo com a lona que estava dobrada anteriormente.
-Tenho que comprar algumas coisas. Robert nos encontra aqui dentro de 1 hora.- Tirava o pano do nariz percebendo que já parou de sangrar. Colocava o mesmo em um dos seus inúmeros bolsos.
-Está doendo?- Perguntava ela se aproximando.
-Um pouco, mas vai passar, quer me ajudar a escolher roupas legais?-
Ela acenava positivamente com a cabeça, seus olhos verdes brilhavam com a animação que sentia.
-Acho que está mais acordada agora né?- Ao perceber a animação dela, logo comenta.
-Sim. Queria ver onde conseguem roupas, fora que esse uniforme todo manchado e verde já ficou enjoativo.- Ele caminhava enquanto dizia tais palavras
-Verdade, a roupa dos soldados é meio sem graça pra facilitar na camuflagem.-
-Ahh entendi, até que faz sentido. Nosso povo não usa essa tática em batalhas, geralmente usamos mais força bruta e nossas habilidades.- Acompanhava o caminhar dele.
-Aqui vence quem tem as melhores armas.- Ele soltava um suspiro, era uma ideia um tanto injusta, pois sempre ganhava o lado com mais investimentos.
-Mas o jogo pode virar. Não precisamos de armas contra os corruptos, nossos corpos são mais efetivos nessa luta. A energia de nossa alma, é a única capaz de destruir eles.- Comentava olhando para uma rosquinha enorme em cima de uma loja. -Por que colocaram comida lá em cima?-
Ele dava uma risada com a pergunta dele.
-É apenas um enfeite, pra dizer que naquela loja eles vendem comidas assim, aquilo não é de comer.- Ele apontava para uma loja com vários manequins e roupas na frente. -Vamos comprar ali.-
Ambos entravam na loja, Esmeralda olhava tudo com curiosidade, sem tocar em nada, os olhos dela pareciam admirados com cada peça e cada detalhe dos modelos.
-Parece confortável.- Dizia ela pegando um moletom na mão. -Tem bolsos, será que posso levar?-
Ele acenava positivamente com a cabeça.
-Sabe que esse moletom é masculino né?- Dizia enquanto ele pegava uma calça jeans olhando a mesma, para ver se gostava do modelo.
-Não me importo vou usar.- Ela abraçava o moletom, que era bem macio.
Uma vendedora vinha falar com eles, a mesma ajudava Jhonny a escolher algumas roupas, logo ia provar. Esmeralda apenas ficava sentada em um puf abraçada no moletom, esperando seu amigo terminar de escolher suas roupas.

 

Robert entrava em um pet shop, perguntando sobre uma caixa para transportar animais que tivesse o tamanho de seu animal. Logo a dona da loja ficava espantada com tal animal incomum.
-Que lindo! Que raça é?- Pergunta a dona.
-Vira lata, bem, ele veio de outro lugar, eu já morei em outros países sabe.- Dizia ele olhando para o lupino, que estava sentado ao lado dele, parecendo comportado.
-Parece ser esperto, olha a postura dele, é adestrado né?- Perguntava acariciando os pelos do lupino.
-Sim. É um ótimo ouvinte, acredito que as misturas que ele tem deu ótima audição a ele.- Respondia, todas aquelas palavras enchiam o lupino de orgulho, parecia estufar o peito cada vez mais.
-Até parece que ele sabe do que estamos conversando. Incrível mesmo. É bem grande também. Como chama?-
-Branco, foi minha filha que deu o nome. Mas adorei. É um bom rapaz, até ensinei ele a caçar.- Rob acaricia a cabeça do animal que apenas ficava sentado ao lado dele.
-Branco se comporta tão bem. É grandalhão, tenho uma caixa perfeita pra ele. Quer levar alguns biscoitos também?- Perguntava entregando a ele uma caixa de biscoitos pra cães.
-Vou levar sim. Coloque isso em uma sacola e quero escolher uma ração pra ele, está acostumado só a comer carne sabe? Não faz bem a ele.-
-Com certeza. Pode escolher enquanto pego a caixa.- Ela pegava a caixinha de biscoitos e colocava em cima do balcão. Entra em uma porta trás do balção.
-Escolhe um ração Branco.- Dizia Rob o guiando até um mostruário de rações.
-Acha que sou tudo isso mesmo?- Perguntava ele farejando os mostruários para escolher algum deles.
-Claro. É um bom garoto, Esmeralda te adora, é o fiel amigo dela, eu gostei de você, é da família já. Seremos muito felizes juntos, só nós três.- Comentava o lenhador levando a mão a barba.
-Essa aqui.- Mexia com o focinho no mostruário, diferente de algumas espécies ele conseguia sentir o cheiro da ração, mesmo embaixo do mostruário de plástico.
Enquanto o lupino cheirava a moça saia da porta com uma caixa para pet na mão, tinha espaço para o lupino dentro dela.
-Aqui está.- Dizia colocando em cima do balção. Ao ver ele cheirando a ração se aproximava. -Ele consegue sentir o cheiro da ração mesmo dentro do mostruário, foi uma ótima mistura, é inteligente, tem bom faro, caça. Devia ser um cão policial.-Ela pensava alto.
-Não é uma má ideia, depois que voltar de viagem posso trabalhar na polícia e levar meu fiel amigo comigo. O que acha da ideia Branco?-
O lupino apoiava as patas dianteiras no peito dele, lambendo o rosto do mesmo.
-Acho que gostou da ideia. Vou levar 3kg daquela ração.-
-Certo.- Ela ia até o mostruário pegando a ração e colocando em uma sacola transparente e sem alças. -As pernas dele são curtas e os braços longos, deve ter bastante força eu suponho. Parece até algum tipo de lobo.- Comentava pesando a ração que estava quase em 3kg, logo acrescenta mais um punhado.
-Segundo o que soube ele deve ter alguma mistura com lobo. Foi criado em laboratório sabe? É caro um filhote desses.- Dizia o lenhador olhando se ela estava pesando certinho.
-Não acha perigoso ele ter DNA de um animal selvagem?-
-Ele é tão dócil, nunca nos atacou. É bem fiel, o melhor cão que já tive, não tenho medo dele, confio nele, sei que nunca irá me atacar.- Robert estava confiante em tal informação, mesmo que no fundo pense que ela tenha razão, por ele ter vindo do espaço.
Para tranquilizar ele o lupino esfregava o rosto na mão dele pedindo carinho.
-Ownt que dengoso, adoro cães assim. Tem como conseguir um pra mim?- Pegunta a dona do lugar colocando tudo em uma sacola, menos a caixa pra carregar ele, entregando. -Vai pagar em dinheiro?-
-Quando conseguir um te aviso, moro lá em cima da montanha. Vou pagar em dinheiro.-
Ela logo passava os preços e ele pagava, colocando a carteira de volta a seu bolso quando termina. Pegava a sacola com a ração e entregava ao lupino, o mesmo segura a alça com a boca. A moça parecia encantada com o cão.
-Hey bonitão, me liga.- Com um sorriso ela entregava o cartão do pet shop para ele, o soltando uma piscadela sutil. -Podíamos nos conhecer melhor. Adoraria dar uma volta com seu cão também. Podia levar minha cadela também, é uma ótima companhia.-
Colocava o cartão ao bolso, um tanto sem graça ele ia saindo da loja, levando a caixa em um dos braços.
-Certo quando der, agora tenho que ir. Vou viajar com minha filha.-
As pressas ele saia da loja e soltava um suspiro aliviado.
-Por que foge das fêmeas?- Pergunta o lupino com o canto dos lábios, já que a boca estava ocupada.

-Ahh, sou péssimo com mulheres. São complicadas, já tive meu tempo de galanteador, agora quero só viver um momento só meu sabe? Eu sempre penso em algo sério, muitas delas querem apenas curtos momentos, então acabo ficando decepcionado, para evitar fico sozinho mesmo. Minha esposa era diferente, mas ela faleceu, nunca encontrei alguém como ela, confesso que sinto saudades dela.- Ele suspirava novamente, aquele assunto o deixava um pouco pra baixo.

-Não se preocupe, nossa espécie é solitária, poucos tem parceiros, a rainha julga errado, diz que somos individuais e destrói todos que tem parceiros. Mas nesse tempo que fiquei aqui, entendi o que é o amor, ainda tenho esperança de encontrar alguém para mim.- Estava um pouco pensativo sobre o assunto, mas na verdade aquilo não era sua prioridade.
-Acha que um dia a Esmeralda irá casar e sair de casa?- Perguntava tentando se imaginar idoso e ela adulta.
-Ela não cresce, apenas se quiser. Mas bem, digamos que ela é meio desligada e confusa, mesmo se ela se apaixonasse, nunca pensaria em nada, pois fomos criados de tal maneira que esses sentimentos são quase nulos dentro de nós. Mas isso é algo que dá pra ensinar a ela. Consegui ensinar ela a demonstrar curiosidade, apenas virando a cabeça para o lado.- Ele pensava um pouco sobre como era seus sentimentos, tentando falar no geral de sua espécie.
-Entendi, ainda acho ela nova para isso. Mas não posso impedir ela de querer crescer, mas sabe, é confuso pra todo pai.- Ficava em silêncio um pouco, para pensar sobre as novas informações que agora tem sobre sua filha.

 

Quando Robert chegava até a caminhonete via Esmeralda deitada em cima do capô, olhando para o céu, Jhon estava de pé ao lado dela apontando para cima. Ele colocava as compras atrás da caminhonete dobrando a lona que cobria a parte de trás. Ia até os dois e franzia a testa.
-Por que está em cima do capô Esmeralda? Pode amassar ele.- Falava em tom autoritário

-Ahhh desculpe, nem pensei.- Ela olhava para seu pai e logo escorregava por ele ficando de pé em frente ao veículo.
-Se divertiram fazendo compras?- Perguntava Jhon vendo a cara de emburrado do lupino só de se imaginar dentro daquela caixa de pet.

-Sim. Tirando a parte que a dona da loja ficou me paquerando. Branco se comportou muito bem.- Robert olhava para ele rindo. -E vocês?-
-Comprei várias roupas para mim. Tenho tudo o que preciso já.-
-Mas ainda não tirou essa roupa de guerra feia.- Dizia ela de forma brincalhona, o que fazia os rapazes rirem, até o lupino, menos ela. -Branco, sabe o que esse som quer dizer?-
-Hurum, é uma forma de demonstrar alegria, acho que sabe disso. Nossas expressões são reprimidas em nosso mundo, mas aqui somos livres.- Dizia ele se sentando enquanto olhava para a parte traseira, estava intrigado com aquela caixa.
-Verdade, já sei disso, mas talvez não saiba como demonstrar.- Ela olhava seu reflexo no capô. -Nossa to bem humana mesmo!-

-Gostaria de saber por que a mocinha estava em cima do capô.- Dizia Robert cruzando os braços, a olhava sério.
-Bem, quando eu e o Jhon terminamos as compras viemos pra caminhonete, mas vocês não estavam. O sol tava gostoso ai quis ficar aqui fora, deitei no capô ai comecei a olhar pro céu. Aquelas nuvens tinham formatos incríveis, eu e o Jhon ficamos imaginando o que era cada nuvem, vimos o Branco, um machado, tinha até mãos.- Respondia ela animada.
Robert começava a rir.
-Está desculpada, na próxima não deite mais no capô tá?- Descruzava os braços. -Melhor irmos, para não ter um voo muito tarde.- Contornava Esmeralda sentando entrando no carro, estava no banco do motorista. Se esticava para abrir a porta do “copiloto” onde o lupino entrava e fecha a porta.
-Adoro passear de carro, é divertido.- Estava animado quando ouvia o motor do carro ligado.

-Caminhonete.- Corrigia Esmeralda sentando em seu lugar, em cima do banco tinha um moletom preto, a mesma o vestia por cima da roupa, colocando a touca na cabeça e as mãos aos bolsos. Logo fechava os olhos.
-To vendo que comprou uma roupa pra Esmeralda, obrigado Jhon, quanto lhe devo?- Robert mexia no espelho vendo sua filha se confortando para dormir.
-Nada, ela gostou tanto que paguei pra ela, não se preocupe com o preço.- Com um sorriso nos lábios ele dizia gentilmente.

-Obrigado por cuidar da minha filha Jhon, quando tudo isso acabar, vou te ajudar a conseguir uma casa para você, e pode nos visitar sempre que quiser, será bem vindo.- Logo Robert já pegava a estrada, a próxima parada seria o aeroporto. -Mais algumas horas de viagem, não demora a chegar.-
Jhon abria um saco de batatas chips, comendo enquanto olhava pela janela. Por alguns instantes os olhos dele percorriam até Esmeralda, ficava a olhando, ela estava dormindo, parecia tão calma. Robert percebia os olhares do rapaz a ela quando mexia no espelho do meio.
-Ela é linda né?- Comentava o lenhador.
Jhon quase se afogava com aquela fala espontânea, seu rosto corava violentamente.
-Sim senhor.- Tossia um pouco devido a quase ter se engasgado.
-Por que olha tanto pra ela? Não diga que gosta dela.- Falava Rob franzindo a testa.
-Não sei. Só acho ela bonita, dá vontade de ficar olhando, gosto do jeito espontâneo dela, da honestidade, ela não tem medo em dizer o que acha.- Olhava para o saco de batatas pegando um pouco e as levando a boca.
-Parece que gosta dela. Só aviso, se machucar ela vai se ver comigo.-

Jhon sentiu calafrios quando ouviu as palavras do pai dela com aquele tom sério. Quando queria Robert sabia deixar qualquer um com medo.
-Certo senhor, farei o máximo para lhe ajudar a protege-la.- Dizia ao engolir as batatas.
-É bom ouvir isso, sendo assim deixarei se aproximar dela. Se tentar alguma gracinha eu corto seus dedos e faço você comê-los.- Usava aquele mesmo tom sério que deixava o rapaz com medo.
-Não farei nada senhor, apenas vou proteger ela.- Ele sentia todos os pelos do corpo arrepiar, aquela voz era tenebrosa. Ficava em silêncio olhando para a estrada, enquanto comia as batatas.
-Boa rapaz.- Robert mantinha um sorriso no rosto, parecia contente por ele entender seu recado.
 

Fazia um tempo que o veículo estava na estrada, Jhon já comeu todo o saco de batatas, uma latinha de refrigerante e mastigava um chiclete de menta, estava olhando para a estrada em silêncio, desde aquela conversa com Robert, literalmente o homem o assustava. Logo Robert parava no posto de gasolina.
-Como o aeroporto é longe, no mapa parecia mais perto. Quem quiser pode ir ao banheiro, vou comprar algo para comer e encher o tanque de gasolina.- Ele abria a porta saindo do veículo, enquanto um rapaz colocava gasolina no mesmo, ele ia até a loja do posto comprar algo para comer. Jhonny olhava para Esmeralda, que ainda estava adormecida, Branco estava sentado no banco da frente, vigiando todos que se aproximavam.
-Vou no banheiro.- Dizia Jhon saindo do veículo, levava consigo uma sacolinha com o lixo do que comeu no veículo.

Não demorava para Robert voltar ao veículo com uma sacola cheia de guloseimas. Coloca a mesma ao lado da filha, para ela comer quando acordar.
-Ela dorme muito mesmo.- Comentava Robert estranhando um pouco. -É normal de sua espécie dormir tanto?- Perguntava olhando para o lupino, o mesmo negava com a cabeça.
-Não dormimos, será que ela está bem?- Apoiava as mãos no encosto do banco se virando e olhando para ela. -Esmeralda, tudo bem? Acorda.- Dizia alto.
Lentamente ela abria os olhos, parecendo sonolenta.
-Hmn? Branco?- Ela olhava ao redor com os olhos semi-serrados. -Onde estamos?-
-Mais algumas horas e chegamos, não durma tanto assim, me preocupa.- Dizia o lenhador. -Está bem?-
-Bem?- Demorava um pouco a entender do que se tratava, estava falando baixo e devagar, um dos efeitos do sono. -Estou sim, só sinto sono.-
-O que mais?- Robert estendia a mão tocando o rosto dela. -Está bem quente, parece febril. Acho que devia levar você a um médico.-

-É só sono, estou bem.- Ela fechava os olhos novamente para voltar a dormir.
-Não dorme, acorda.- Dizia Robert em um susto. -Acho que vou comprar uma dipirona para ela.-
-Não.- Dizia o lupino. -Pode machucar ela, nosso corpos são diferentes. Acho que ela usou muita energia de sua seikka, as vezes ficamos dias desacordados quando usamos isso. Bem, imagino que seja isso, ela tem que descansar, remédios podem fazer mal a ela, ou deixar ela pior. Fica tranquilo que os vírus daqui não nos afetam, deve ser apenas pouca energia, ela tem que comer algo, acho que a energia produzida pela seikka dela não foi suficiente para sustentar o corpo, vai se recuperar mais rápido se comer.-
Jhon entrava no veículo comendo um pastel, em sua outra mão tinha um copo de suco.

-Que cara é essa? Estão bem?- Perguntava logo mordendo mais um pedaço do pastel.
-Esmeralda está febril, precisa comer algo, mas ela não quer ficar acordada para comer.- Dizia Robert parecendo assustado.
-Esse pastel tá mó gostoso, acho que ela iria adorar comer. Vamos acordar ela então.- Colocava o copo no porta copos que tinha na porta. Logo cutucava Esmeralda.
-Hey Esmeralda, tem um pastel bem gostoso aqui, dá uma mordida nele, tá maravilhoso.- Aproximava o pastel do nariz dela pra que pudesse sentir o cheiro, estava quente, era de carne moída.

Aos poucos ela abria os olhos, vendo o pastel em sua frente, o cheiro era bom.

-Que isso?- Perguntava ela baixo, ainda com os olhos semi-serrados.
-Pastel.- Ele leva o pastel próximo aos lábios dela. -Prova, está ótimo.-
Ela estava um pouco lenta devido ao sono, mas logo abria a boca, mordendo um pequeno pedaço do alimento, e mastigando lentamente até engolir.
-Hmn.. é bom.- Ela finalmente abria os olhos por completo, seus olhos se fixavam no alimento, mordia mais um pedaço.
Jhon logo entregava a ela seu pastel, deixando com que ela o coma a vontade. Rapidamente o pastel era devorado, os olhos verdes dela brilhavam enquanto ela lambia os próprios lábios.
-Hmn, muito bom, tem mais?- Perguntava olhando para Jhon.
-Não, desculpe.- Pegava o suco e bebia um pouco, oferecendo a ela.
A mesma pega o copo da mão dele, olhando curiosa o canudinho.
-Como uso isso?- Ela colocava a boca e logo tirava, sem entender como funcionava.
-Só botar a boca na pota e puxar.- Dizia ele.
Assim ela fazia, conseguindo beber o liquido que tinha dentro. Por algum motivo Robert estava rindo.
-Que foi?- Perguntava Esmeralda.

-Nada não filha, só imaginei outra coisa. Fico feliz que esteja comendo algo, na sacola do seu lado tem mais comida, já que comeu o lanche do Jhonny, divida com ele o que trouxe a você. Obrigado Jhon, pela ajuda.- Ele virava para a frente colocando as mãos ao volante, dando a partida na caminhonete, logo saindo.

Esmeralda colocava o copo vazio no porta copos da porta, animada ela abria a sacola, vendo todas as guloseimas que haviam ali. Pegava uma lata de batatas, a lata é comprida com a largura das batatas, nas quais eram organizadas de tal forma que ficavam umas sobre as outras e não quebravam dessa maneira.
-Que isso? Parece um tipo de lata longa.- Dizia ela.
-São batatas chips em lata. Deixa eu abrir pra você.- Falava Jhon
Ela entregava as batatas a seu amigo, o mesmo tirava a tampa e o plastico que protegia a mesma, colocando a mão dentro da lata e pegando algumas batatas com as pontas dos dedos, entregava a lata a ela.
-Legal, é bom?- Colocava a mão dentro pegando uma pequena batata e comendo. -Hmn, é salgado, gosto de coisas salgadas, e também é crocante, gostei.- Pegava mais um pouco levando a boca.
Nesse instante Jhon estava os olhos fixos aos dentes dela, eram todos pontiagudos, logo dizia.
-Seus dentes são afiados, é algum tipo de defesa pessoal?- Dizia curioso.
-Ahh minhas presas? Claro, tenho uma grande força na mandíbula, consigo injetar veneno com elas, mas não é nada muito grave, posso paralisar as vítimas, se ficarem muito expostas ao veneno falecem. Incrível não?- Abria a boca mostrando seus dentes. -Não tinha notado?- Perguntava a ele.
-Não, notei só agora.- Dizia meio sem graça pegando um pouco de batatas da lata. -Sabor cebola, meu favorito.- Comentava levando as batatas a boca.
-Hmn, batatas sabor de cebola, gostei da ideia.- Ela colocava mais um punhado de batatas a boca e as comia.
-Tem algo pra beber ai? Deu sede.- Ele apontava para a sacola que estava perto dela.
Esmeralda olhava dentro da sacola procurando algo para beber, logo tirava uma barra de chocolate e colocava em seu colo, em seguida pegava uma lata de guaraná, estava gelado.
-Acho que isso é de beber, tá frio e tem líquido dentro. Abre ai.- Entregava para seu amigo abrir, o mesmo abria lentamente, mostrando a ela como fazia.
Ele bebia um gole do refrigerante o entregando a ela. A mesma pegava a latinha virando o refrigerante, bebendo todo rapidamente. Ela comia mais algumas batatas, que logo acabavam. Pegava a barra de chocolate e observa a mesma.
-É chocolate duro. Como abre?- Dava a embalagem a ele.
-Se chama chocolate em barra. Abre assim ó, tá vendo essa marquinha preta aqui na borda? Só fazer isso.- Ele puxava a abinha abrindo a embalagem, logo pegava um pequeno pedaço entregando o resto a ela.
Esmeralda mordia o chocolate, em questão de segundos ela o comia por completo.
-Coma mais devagar, pode dar do de barriga depois.- Ele pegava um lenço umedecido do bolso e limpava as mãos. Entregava um lenço a ela. -Use pra se limpar, sempre trago no bolso quando viajo de carro pra longe.-
A mesma pegava o lenço e limpava as mãos e a boca. Colocava todo o lixo dentro da sacola, eles comeram tudo o que havia dentro da sacola. Ela olhava pela janela vendo novamente a estrada.
-Está melhor?- Perguntava Jhon.
-Com menos sono. Sinto minha barriga cheia.- Ela coloca as mãos em cima da própria barriga.
O rapaz dava uma risada, ela o olhava sem entender o por que daquilo. Logo ouvia-se a voz de Robert.
-Chegamos.-
Logo a frente havia uma enorme construção, ao longe era possível ver alguns aviões decolando, um espaço aberto era usado de estacionamento, onde vários carros estavam parados. Robert logo estacionava em uma das vagas, descendo da caminhonete. Ele ia até a parte de trás pegando algumas malas e as retirando da caminhonete.
-Vamos nos aprontar, deve ter um voo ao meio dia, são onze e trinta, tem que dar tempo. Falava alto o lenhador vendo que ninguém saiu do veículo ainda. Ele olhava debaixo da caixa de pet vendo que tinha rodinhas portáteis, logo as tirava para fora.
-Branco vem aqui.- Dizia Robert.
Um som manhoso era ouvido, logo o lupino se aproximava com as orelhas baixas. Robert abria a porta da caixa deixando ele entrar.
-É só durante a viagem amigo, não fica triste.- Dizia tentando consolar seu lobo.
Fechava a portinha da caixa, indo até a porta de trás do veículo, vendo que Esmeralda se espreguiçava no banco e Jhon estava rindo.
-Vamos arrumar as coisas, precisamos ir.-
Ao ouvir as palavras do pai, a comandante já saia da caminhonete, levando consigo a sacola com lixo, via uma lixeira colocando a mesma dentro dela, estava próxima de onde a caminhonete estava estacionada. Logo ia para trás do veículo pegando sua mochila, teria usado uma de mala, já que era mais fácil para carregar. Colocava a mesma na costa, olhando para seu pai cheio de malas.
-Devia ter trazido menos coisas.- Comentava pegando algumas malas dele para o ajudar.
-Desculpe, faz tempo que não viajo, acabei me empolgando, lá vais ser quente então não sei do que vou precisar.- Tentava se justificar.
Jhon pegava sua mochila do exército e algumas malas que comprou com suas roupas novas. Assim que Robert trancava a caminhonete, todos caminhavam até a entrada do aeroporto, onde Robert comprava as passagens para todos, mesmo Jhon insistindo que pagaria a dele, Rob paga a passagem para ele. Iam agora todos para o avião, Branco iria em outro compartimento. Os seguranças aceitaram a autorização militar de Jhonny, porém não deixaram ele levar nada para o avião, iria ficar tudo ao porta-malas, porém aquilo não o importou. Assim como Robert disse o avião sairia ao meio dia. Sentavam já nas poltronas, uma fileira com três bancos, Robert ao meio, onde sua filha ficava na janela e Jhon na ponta. A pequena Esmeralda olhava para janela animada, olhando a decolagem. Robert apenas segurava nos braços da poltrona, ficava meio nervoso voando. Jhon tirava um vídeo-game do bolso e o jogava. Próxima parada agora era o México.


Notas Finais


Agora uma aventura ao México os espera. Espero que gostem


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...