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História Viajante de outro mundo - O teste


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Lá vem treta, ainda mais agora que Esmeralda está descobrindo cada vez mais os poderes dela

Capítulo 7 - O teste


Enquanto Robert os guiava de caminhonete pela estrada, um pouco mais ao horizonte, uma luz vermelha cruzava o céu, caindo bem ao meio da pista, mais a frente parecia ter algo que interrompia completamente a passagem, como a cidade tinha poucos habitantes não havia nenhum carro na rodovia. Ela estava um pouco úmida pela neve, Robert já estava com seu casaco e Jhon vestia uma jaqueta de couro bem grossa. As beiradas da rua havia acumulados de neve.
-Droga, alguma coisa caiu na estrada.- Aos poucos Robert parava o veículo, ficando um pouco longe.
-Parece perigoso...- Resmungava o lupino. -ESMERALDA, ACORDA!! Vai lá ver o que é.- Ele pulava para trás enquanto gritava, cutucando Esmeralda com o focinho.
-Covarde.- Murmurava Robert bem baixo, Jhon apenas dava risada de tal ato.
Lentamente a comandante abria os olhos, vendo todos a olhando.
-O que aconteceu?- Perguntava confusa, levava os dedos embaixo do óculos coçando os olhos.
-Tem alguma coisa lá fora.. e não parece ser daqui.- Dizia o lupino se encolhendo.
-O que é?- Perguntava ela se esticando para tentar ver através do para-brisa.
-Não sei, vai lá ver.- Comentava o lupino.
-Covarde.- Ela abria a porta saltando do carro.
-Acha que é alguma nave?- Pergunta Robert. -Posso ir com você.-
-Não, fica ai.- Falava caminhando lentamente até onde estava a coisa vermelha, que soltava um brilho forte.
Algo redondo e vermelho estava dentro do buraco enorme que havia se formado ali. Branco se escondia atrás do banco de Robert, nem fazia questão de sair. Jhon saia do veículo indo até a parte de trás para pegar alguma arma, conseguia alcançar uma pistola desert eagle, era sua arma favorita, pequena e potente, tinha um pente cheio de balas. Aos poucos ele se aproximava sem que Esmeralda perceba, ela descia na cratera observando aquela curiosa coisa vermelha, parecia metálica, era uma bola enorme. Uma fumaça saia de tal bola metálica, alguns pequenos raios corriam ao redor dela, com certeza era uma estática, não seria uma boa ideia tocar naquilo, um brilho vermelho acompanhava a cor avermelhada do metal. Tinha vontade de tocar o metal, mas não era uma boa ideia com toda aquela estática. Ela escutava um estouro e via algo cair perto de si, pegava na mão um pedaço de metal amassado.
-O que é isso?- Ela olhava curiosa.
-CARALHO. Ele é a prova de balas, sobre aqui Es.- Jhon dizia alto um pouco mais afastado da cratera.

Esmeralda saída de dentro da cratera indo até próximo a ele, que apontava sua pistola com as duas mãos para a bola metálica.
-Não disse pra esperar no carro?- Falava em tom autoritário. -Pode se machucar.-
-Prometi a seu pai que irei lhe proteger, e vou.- Tentava reverter a situação a seu favor, mantinha os olhos fixos na bola, que parecia se mexer.

A terra tremia um pouco, logo a bola vermelha metálica se abria, se desmontando e remodelando seu corpo enquanto se remontava. Diante deles agora estava uma grande criatura com 2 metros e meio. Tem um tórax bem largo, uma pequena cabeça arredondada, braços enormes que tocavam o chão enquanto suas pernas eram mais curtas. Suas mãos pareciam martelos de tão grandes. Os olhos amarelos eram um tipo de vidro, onde refletia a luz iluminando o caminho, como uma lanterna. O corpo vermelho emitia o brilho de mesma cor, enquanto vários raios corriam por entre seu corpo. Logo a cabeça dele se virava, olhando o território ao redor. Por algum motivo a seikka de Esmeralda começava a brilhar, onde atraia a atenção daquela criatura, parecia mais um robô.
-Que foda é um robô de batalha!- Dizia Jhon admirado, agora ele ficava a mira na pequena cabeça dele.
-Foda nada, estamos ferrados isso sim. Esse robô foi uma falha nossa, tentamos fazer um soldado perfeito, alimentado por uma seikka, deu tudo errado, as seikkas não aceitam máquinas apenas a vermelha, porém os robôs sempre explodiam com a seikka vermelha que é energética demais. Mas acho que esse provém de uma seikka vermelha corrupta, a energia dele é muito forte.- Ela fixava seus olhos no robô, estava disposta a lutar, sentia vontade de batalhar, sentia como se pudesse vencê-lo.
-Woool... então ele vai explodir?- Pergunta Jhon.
-Esse é o problema, não sei. Pode ser que sim, porém não podemos esperar ele explodir, sabe-se lá o que vai destruir antes. Tô começando a pensar que por trás dos seikkas corruptas tem uma mente, sim, alguns deles são irracionais, mas outros apenas perdem a razão, viram alguns tipos de psicopatas ou maníacos, esses são os mais perigosos, apenas querem destruir e influenciar os outros. O robô não passa de um poderoso soldado, querem acabar comigo antes da guerra.- Ela falava muito rápido, Jhon mal conseguia acompanhar suas palavras.
O robô se erguia em dois pés, estendendo lentamente as mãos ao alto, Esmeralda já sabia o que ele iria fazer.
-Corre.- Ela corria deixando Jhon para trás, que logo a acompanhava. Ela se aproximava da caminhonete. -Acelera, saiam daqui, vou acabar com ele, mas precisam se proteger. Vai com eles Jhon.- Falava ela abrindo a porta e empurrando ele pra dentro.
-Calma, quero ajudar você.- Reclamava ele tentando sair do veiculo, porém ela fechava a porta e ficava na frente.
-Não vai, se você for atingido morre, eu posso sobreviver a isso. Não sei se ficaria bem para mais uma batalha se perder algum de vocês, nossa seikka é movida por sentimentos, então preciso estar bem.- Os olhos dela olhavam para a criatura, enquanto Robert acelerava dando a ré.
-Me prometa que vai ficar bem.- Gritava Jhon através da janela.
-Prometo.- Ela olhava para ele falando alto, logo seus olhos se voltavam a criatura.

As mãos dela já estavam completamente esticadas ao ar, onde logo as descia com tudo, os punhos fechados, batendo ao chão. Nesse mesmo instante Esmeralda saltava, ficando parada ao ar, poucos centímetros do chão, o solo tremia. Nesse instante Robert estava virando sua caminhonete para ir para a pista de volta, porém o terremoto faz ele perder o controle e sair da pista, ficando com a frente do veículo presa a um monte de neve. Ele tenta dar a ré mas parece ter atolado.
-Porra. Atolou, vamos ter que empurrar.- Reclamava ele, parecia assustado. -Estou em estado de choque, sabe, preocupado com Esmeralda.- Logo o homem empurrava a porta afastando a neve dali, saindo do carro. Branco saltava para fora.
-Irei te ajudar, aí vamos pra casa no esconder.- A voz do lupino estava levemente trêmula, com certeza estava morrendo de medo de tentar enfrentar aquela criatura.
-Eu ajudo ela.- Dizia Jhon saindo do carro e pegando algumas granadas na mochila, colocava a pistola no cinto da calça e leva balas extras no bolso. -Vou encontrar o ponto fraco ou alguma maneira de parar aquele robô.-
-Não faça nada, apenas observe, ajude se ela correr risco. Ela precisa ter a coragem para acreditar que pode derrota-lo.- Comenta o lenhador.
-Bem pensado.- Comenta o lupino.
O soldado acenava positivamente com a cabeça caminhando cautelosamente até o local da briga, onde Esmeralda estava flutuando ao redor do robô.
-Tem que ter um pronto fraco.- Ela dizia baixo para si.

O robô tentava socá-la ao ar, mas parecia fácil de desviar para ela. Jhon se escondia atrás de um monte de neve dando uma pequena risada, era como se ela estivesse brincado com ele.
-Preciso atacar ele.. mas essa estática.. bem vou ter que aliviar minha vontade de te bater então se segura.- Ela flutuava mais alto se afastando um pouco, a cabeça pequena dele apenas acompanhava ela ao ar.
Se inclinava para frente vindo com tudo em direção a ele, esticava a mão cerrando o punho, em pouca distância ela pegava muita velocidade, batendo com tudo bem no meio do peito dele, o que fazia o robô tirar os pés do chão e ser arremessado para cima de um monte de neve, bem próximo a pista. Esmeralda leva a outra mão sobre aquela.
-Dói mais do que eu esperava, nossa, essa estática deixou uma dormência no meu corpo.- Resmungava sacudindo a mão que atacou o robô, estava sentindo uma dor.
Olhava ele levantar vendo que havia feito um belo amasso no peito dele, com pequenas rachaduras, quase havia se partido o metal. Jhon ouvia uma voz estranha, com certeza era outra língua.
-Não pode me vencer, fui feito para resistir a qualquer um de vocês.- Falava a grossa voz do robô, além de grossa também era um pouco metalizada, parecia ecoar dentro dele.
-O grandão, tá vendo aquilo?- Ela apontava para o peito dele, o robô tentava olhar mas não conseguia, sua cabeça era muito pequena e não articulava para baixo. -Não consegue ver é? Aquele amasso ali fui eu que fiz. Mas acho que já sei como vencer você.-

-Sabe é? Acho que mente muito pra uma seikka-verde, nem tem o tamanho de um soldado, és bem inútil mesmo.-
Jhon apenas observa a conversa de longe, eles falavam uma língua totalmente estranha para ele, estava centrado nas mãos do robô, que se cerravam lentamente, como se ele fosse aplicar um golpe surpresa.
Esmeralda cruzava os braços olhando o oponente.
-Não preciso de tamanho. Vai ver quem é mais forte quando eu arrancar sua cabeça.- Respondia a ele.
-Nossa que senso de humor. Arrancar minha cabeça? Acho que só quem vai perder a cabeça é você baixinha.- Rapidamente ele dava um soco em direção a ela, com toda aquela força de sua mão faria um grande estrago.
Ela nem se mexia, mantinha seus olhos fixos a ele, Jhon já podia imaginar o estrago, com certeza aquela porrada a faria voar longe, logo se levantava de trás do monte assustado, porém algo o fazia parar boquiaberto. Um forte vento misteriosamente soprava, os cabelos de Esmeralda não paravam, pareciam cada vez mais rebeldes. Aquele vento era tão forte que carregava muita neve acumulada, o soco que o robô dava aos poucos se cessava, era como se ficasse mais lento a cada segundo. Toda aquela neve o deixou lento, seu corpo avermelhado perdia um pouco a cor, o braço que aplicaria o soco logo caia.
-Que foi? Ficou com frio?- Falava em um tom irônico.
-Como pode? Sou resistente ao frio meu corpo é muito quente.. sua trapaceira.- Reclamava o robô caindo ao chão endurecido com a neve em seus arredores.
-Trapaça? Isso é inteligência. O soco que dei em seu peito abriu algumas rachaduras que permitiram a passagem de um pouco de neve, pode pensar que é pouco, mas um seikka-vermelha tem fraqueza ao frio, ele apenas resiste ao frio se o corpo for orgânico, o que não é o seu caso.- Ela deixava seu corpo cair em cima dele, ficando em pé em cima do peito do mesmo, próximo ao amasso. -Congelei você de dentro para fora. Foi só esperar um pouco seu calor sair e jogar neve lá dentro, foi até engraçado.- Por mais que ela estivesse se divertindo com aquilo, sua expressão não mudava, era sempre neutra, mas sua voz demonstrava muita alegria, quase como se fosse rir.
Ela logo segurava a cabeça dele puxando a mesma, visando arranca-la.
-Não pode me vencer.- Remugava o robô convencido.
A estática do corpo dele parecia mais intensa, porém nem aqueles raios a faziam solta-lo. O corpo dele estava acinzentado, estava frio, mal conseguia se mexer. Usava muita força para tentar arrancar a cabeça dele, aos poucos estava se desprendendo, parecia presa por apenas alguns fios.
-Não vai me vencer.- Continuava resmungando o grandão.
Ela parecia nem escutar ele, continuava puxando. É nessa hora que uma mão trêmula e enorme segurava ela, apertando a mesma, que soltava um alto urro de dor, ainda mais com tanta estática daquele jeito. Por mais que estivesse sendo segurada por ele, não soltava a cabeça apenas a puxava, parecia que quanto mais ela puxava mais forte ficavam os raios e mais forte era apertada. Por fim os fios todos se soltavam, eram grossos fios, saiam raios da ponta de todos, era aquilo que deixava o corpo estático. Jhon vinha correndo até o local quando ela gritava. Via a mesma na mão do robô e segurando a cabeça dele, jogando a mesma para o lado. Abria a mão do robô se atirando na neve ao lado do corpo, respirando forte.
-Está bem?- Jhon se aproximava dela e se abaixava próximo a ela.
Nesse instante a seikka dela parava de brilhar.
-Sim, só cansada. Avisa o Robert que ficarei bem.- Ela se levantava em pé, acompanhada de Jhon. -Vai lá avisar ele.-
-Vai lá? Nós vamos.- Comentava ele segurando o braço dela.
-VAI.- Ela dizia alto tirando a mão dele de seu braço e o arremessando ao céu.
Ele estava um pouco assustado com tal comportamento, seu corpo estava rápido ia dar com tudo no asfalto, mas misteriosamente seu corpo caia devagar, com certeza teria sido ela. Ao olhar ela ao longe via a mesma envolvendo as duas mãos a seikka, ele tentava correr de volta ao local, mas uma enorme explosão acontecia. Onde um enorme golem todo de fogo surgia das chamas.
-Falei que não irá me vencer.- Gritava o golem alto, em uma língua que era entendida apenas por Branco e Esmeralda.
Dava para ver o corpo de Esmeralda encolhido bem no peito da criatura feita toda de fogo, com seu largo peito e braços, cabeça pequena e pernas curtas, bem semelhante ao robô.
-Não, Es!!!- Falava o rapaz alto, ela o teria salvo para ser pega pelo golem? Não conseguia entender o ato dela.

-O que aconteceu?- Robert corria vendo Jhon se sentar olhando para um enorme golem de fogo. -Não brinca que a Esmeralda tá ali dentro dele?- Apontava para o peito dele, onde estava ela.
-Sim.- Dizia o soldado se levantando. -O que vamos fazer?-
-Ela está bem.- Gritava o lupino próximo do veículo, colocava alguns galhos próximos a roda para dar aderência.
-Ela não parece bem.- Dizia Robert aumentando um pouco a tonalidade da voz.
-Consigo sentir a energia dela, está bem, ela ainda não sabe usar direito a seikka, mas ela está em fase de meditação, concentrando a energia de sua seikka, ela vai explodir em breve, então melhor fugir logo.- Ele pulava para trás do veículo se escondendo.
-ELA VAI EXPLODIR??- Robert dizia alto, leva as mãos a cabeça assustado, Jhon apenas ficava com os olhos arregalados.
-Lembra quando ela tocou na seikka do lagarto e ele derreteu? Se fizer isso nesse golem vai voar fogo pra todo lado, a forma que as seikkas reagem a ela é diferente, parece que a alma dela liberta a energia da seikka que por estar corrompida é destruída.- Ele escondia os olhos embaixo das patas, não queria ver a explosão acontecer.
-Mas... mas.. ela vai se ferir...- O lenhador parecia muito preocupado, puxando seus cabelos.
-Hey, calma. Es me disse para avisar você que ela vai ficar bem.- O loiro colocava a mão no ombro dele.
-Obrigado cara.- O ruivo abraçava ele tentando se tranquilizar.
O golem de chamas colocava fogo em tudo que via pela frente, fazendo sons estranhos, talvez estivesse dizendo algo, mas não era entendido pelos rapazes. Conforme as árvores secas pegavam fogo o golem ficava cada vez maior. A neve está já liquida e evaporava. Logo um brilho vinha do peito dele, o mesmo tentava ver, mas não conseguia. Esmeralda abria as mãos deixando sua seikka a mostra. Seus olhos se abriam, seu corpo se esticava. Todo aquele fogo estava ficando fraco, parecia diminuir.
-Como consegue? Não tem como, sua alma não pode ser...- Dizia o golem, só era entendido por Esmeralda, pois Branco nem ouvia.
Logo uma explosão espalha fogo para todo lado, quando o fogo tocava ao solo logo desaparecia, parecia apenas efeitos especiais. Esmeralda caia ao chão, se encolhendo, estava despida, seu corpo todo cheio de marcas pretas, ficava na posição fetal segurando sua seikka nas mãos, seu óculos já tinha se desfeito pelo fogo. Ela apenas fechava os olhos, ao chão havia uma seikka roxa escuro, com um pequeno núcleo visível avermelhado, que se apagava, logo a seikka derretia, virando um liquido transparente. Robert e Jhon corriam até o local. Robert chegava primeiro, ao ver a filha despida ele se virava pra Jhon.
-Volta, vou pegar uma toalha pra cobrir ela.- Ele apontava ao veículo franzindo a testa para Jhon.
O rosto do loiro se tonalizava rubro e ele se afastava do local, ficando encostado a caminhonete, próximo a Branco.
-Covarde.. devia se envergonhar.- Olhava ele ali tremendo.
-Me deixa, eu apenas sou um espião, nunca fui corajoso.- Resmungava o lupino, tirando as patas dos olhos e erguendo as orelhas. -Ele já foi?-
-Sim, Es derrotou ele como disse. Cara, as habilidades dela são incríveis.-
-Na verdade a alma dela que é. Quem quer que tivesse sido ela no passado, foi uma pessoa muito boa, graças a isso ela é tão forte. Acho que por isso ela é a única que pode acabar com a guerra. Sua alma é a chave. Agora que está tudo bem, vou voltar pro meu banco quentinho.- Ele pulava a janela, passando pelo banco do motorista e indo até o banco ao lado.
-Será que eu seria tão forte assim com uma seikka?- Perguntava o soldado pensativo.
-Não sei.- O lupino se confortava ao banco para dormir.
Não demorava para Robert voltar com Esmeralda enrolada em uma toalha bem grande, aparecia apenas as pontas dos pés e a cabeça dela. Jhon se aproximava vendo o rosto desacordado dela, era perceptível algumas queimaduras cicatrizando aos poucos, apenas ficava umas sujeiras pretas em sua bochecha.
-Ela está bem?-
-Sim, respira normalmente. Só está um pouco quente, as queimaduras cicatrizam a cada segundo, então ficará nova em folha. Só precisa de um descanso. Vou ter que comprar um óculos novo pra ela, o dela derreteu.- Rob pegava a ponta da toalha passando na marca do óculos derretido do rosto dela, limpando um pouco.
-Agora ela vai ficar cega novamente.- Falava Jhon de uma forma brincalhona sem tirar os olhos da amiga. Robert dava um risada junto com ele. Uma voz vinda de trás dele os interrompia.
-Se me contassem acharia que era mentira. Essa menina acabou de destruir um alienígena que caiu do céu para queimar tudo?- Um homem de cabelos brancos, várias rugas ao rosto, com certeza era bem velho. É baixinho, usa uma calma marrom bem alta, com suspensórios vermelhos e uma blusa de gola branca, aos pés pantufas brancas.
-Sim.- Robert se virava para o homem.
É possível ver um garotinho próximo a ele, era um criança de cabelos pretos, olhos castanhos, vestia um casaco bem grosso branco e uma calça moletom azul escuro, com botas azuis com pelos em cima.
-Ela é uma heroína.- Dizia o menino. -Vovô posso ver ela?-
-Ele pode senhor?- Perguntava o idoso.
Robert acenava positivamente com a cabeça, se abaixando, deixando com que vissem o rosto rosado dela e um tanto sujo. Nesse instante os olhos dela se abriam lentamente.
-O que houve?- Ela tentava ver quem a segurava, mas a feição não era clara, mas sabia que era Robert, pelos contornos que via. -Meu óculos...-
-Ela é linda vovô.- O garotinho ficava olhando os olhos verdes dela, eram tão verdes quanto esmeraldas e pareciam reluzentes, um humano comum não teria olhos daquela cor.
-Está tudo bem Esmeralda. Essas pessoas viram você derrotar aquele cara de fogo e gostam de você.- Comentava Robert com um sorriso aos lábios. -Depois compro outro óculos para você.-
-A prova de fogo?- Brincava ela e logo em seguida tossia um pouco de fuligem. -Argh, minha boca está com um gosto ruim.-
-Melhor levar ela para casa, deve estar desidratada.- Comentava o idoso.
-Podemos visitar ela vovô?- Pergunta o netinho.
-Se o Robert dela permitir.- O idoso olhava para Robert.

-Amanhã. Pode me dar uma ajuda? Meu carro ficou preso na neve, pode só me ajudar a puxar?- Pergunta Rob.
-Você conhece esse cara?- Perguntava Esmeralda confusa.

-Ele é nosso vizinho. É um bom homem, seu filho e neto moram com ele.- O homem se levantava.
-Estou ansiosa para conhecer minha nova casa.- Ela encostava a cabeça nele fechando os olhos.
-Descanse filhinha.- O ruivo dá um beijo a testa dela.
-Queria adotar uma criança e adotou uma menina superdotada, nossa que incrível senhor Robert. Ela tem alguma modificação genética?- Comentava o idoso olhando para ambos.
-Errr.. bem ainda não sei, estou meio assustado com o que ela pode fazer ainda. Melhor irmos.- Ele se aproximava do veículo, colocando a filha deitada ao banco de trás.
O filho do idoso saída do banco do motorista do carro parado mais a trás, um homem um pouco mais alto que ele, com cabelos negros e olhos castanhos, alguns traços são muito parecidos com o pai, até a roupa, só que ele usava tênis e não usava suspensórios. Ele trazia uma corda amarrando na parte de trás do para-choque de Robert e na frente do seu. Dava a ré junto com Robert, logo a caminhonete saia. O ruivo agradecia acenando para os vizinhos, logo voltava para uma parte com pistas para várias direções tomando rumo em uma delas para contornar a cratera e chegar em casa, os vizinhos tomavam outro rumo, com certeza iriam visitar alguém. Não demorava muito para passarem por uma rua com várias casas, todas grandes e semelhantes, haviam um quintal na frente com cercas de variadas cores, assim como as casas, iria depender do gosto dos donos. Algumas árvores estavam espalhadas próximo calçada, outras nos quintais dos moradores. Não muito longe dava para avistar uma praça, com vários brinquedos, onde algumas crianças ousavam brincar na neve no escorregador, outras apenas atiravam bolas de neve. Normalmente a vizinhança era bem viva e verde, mas devido a neve as árvores estavam secas e o chão completamente branco. Robert parava o veículo em frente a um portão eletrônico, onde pegava um controle no porta-luva apertando um botão, onde o potão se abria. Seu muro era um pouco mais alto do que alguns da vizinhança e tem a cor branca, o portão se mantinha na cor metálica. Adentrando a casa era possível ver o motivo do muro mais alto, ele tinha uma piscina ao quintal, estava congelada. Mais afastada da piscina havia uma grande árvore, logo Robert colocava a caminhonete na garagem. Jhon parecia impressionado com a casa, logo saia do veículo vendo o portão se fechar sozinho com o comando do controle.
-Cara você mora em uma casa enorme sozinho?- Perguntava caminhando pelo quintal, olhando a piscina congelada.
-Na verdade era pra ser da minha família, mas morreram.- Comentava o ruivo em um tom baixo. -Minha amada esposa morreu ao parto e nossa filha em uma avalanche, não saia sozinha na neve, eu dizia, mas ela não me escutava.. quando cheguei era tarde.. estava morta, congelada.- Os olhos dele se enchiam de lágrimas, logo teria que mudar o assunto, fazia apenas um ano que perdera a filha, mas ainda sentia falta dela. -Desculpe, quando contornei o buraco acabei não passando em frente ao quartel.-
-Não se preocupe cara, posso pegar um ônibus amanhã, já que hoje é domingo e está de noite. Claro se não ligar de eu passar a noite aqui.- O loiro olhava para ele, tentando fazer uma carinha de cachorro pidão, queria ficar mais um pouco.
-Sem problemas, agora me dê licença, vou arrumar o quarto da minha filha.- Ele abria a porta de trás pegando Esmeralda, que estava sentada com a cabeça apoiada para trás. Carregava ela até a porta, onde tocava com o dedo a maçaneta, a mesma fazia um “bipe” e abria.
-Impressão digital na maçaneta?- Perguntava o soldado olhando impressionado.
-Exatamente. Quando se é do exército consegue fontes pra onde arrumar isso, além de umas licenças especiais, principalmente quando já foi comandante ou algum cargo de elite.- Explicava Robert, quando ele entrava as luzes acendiam sozinhas.
Branco saltava pela janela, saindo do veículo, esticava seu corpo.
-Bastante lugar pra correr, gostei.- Dizia cheirando o chão, para identificar se tinha algum outro animal no lugar.
-Eu quero ser da elite. Caramba deve ter muita coisa legal que eles conseguem fazer.-Comentava o rapaz para si.
Robert passava pela sala, onde era a entrada da casa, havia um enorme e macio sofá, além de uma televisão de LCD enorme, com certeza tinha mais de 50 polegadas. Seguia por um corredor com várias entradas, apenas seguia até uma escada indo até o 2° andar, estava em meio de um corredor, agora mais aberto pois próximo a escada havia apenas uma proteção ornamentada na cor branca. Ele adentrava um quarto no final do corredor a esquerda, havia uma cama bem grande e macia, um enorme guarda-roupa, uma cômoda em cada lado da cama, em uma delas um abajur cheio de estrelas. Conforme ele adentrava o quarto a luz ligava, ao teto havia vários pontinhos azulados, que quando a luz ficava apagada eles brilhavam. No quarto havia uma enorme janela na parede em frente a porta, enquanto na parede a direita havia o guarda-roupa de madeira, na cor marrom escuro, tinha um visual meio rústico, assim como as cômodas e os detalhes dos pés da cama. A esquerda da porta havia uma outra, que leva ao banheiro. Adentrava ao local, eram bem grande, na cor toda branca o chão era bege bem claro. Ele ligava a banheira na água quente, sem soltar a filha. O homem se sentava no vaso esperando a banheira encher.
-Acorde Esmeralda, estou preocupado.- Apoiava a filha ao colo e acariciava o rosto dela.
-P-pai?- Ela abria lentamente os olhos.
-Como se sente?- Perguntava com um sorriso aos lábios.
-Cansada.- Ela falava bem baixo, como se estivesse perdendo a voz.
-Acha que pode tomar um banho quente para depois dormir?-
-Acho que tenho forças para isso.- Ela piscava os olhos, logo tirando uma das mãos de debaixo da coberta coçando um dos olhos.
O homem colocava ela sentada no vaso, logo se virando de costas para ela.
-Fique a vontade, se precisar de algo chama, amanhã eu consigo outro óculos para você, pode se virar sem um? Minha filha usava óculos, foi ali que consegui a armação pra você, pode usar o dela enquanto isso, sei que é mais fraco, mas talvez ajude.- Ele abria a primeira gaveta do balcão embaixo da pia, pegando um óculos arredondado e colocando em cima da pia próximo a ela.
-Obrigado. Pode ajudar.- Ela esticava a mão para pegar o óculos.
Ele logo encostava a porta saindo do local. Iria agora tirar as malas da caminhonete.
Ao colocar o óculos ela via sua visão melhorar um pouco, conseguia identificar agora com mais facilidade os objetos, não pareciam apenas borrões. Logo se levantava deixando a toalha cair, não tinha muita noção de profundidade, portanto esticava um pouco as mãos para se localizar, conseguia ver perfeitamente o contorno dos objeto, não eram mais um pouco borrados.
-Nossa mas minha visão é ruim hein!- Ela ironizava a sim mesma, seu corpo estava um pouco adormecido, aqueles constantes raios haviam afeitado diretamente seus músculos que pareciam se contrair a cada instante, ficavam formigando.
Ela desligava a torneira, já pegou sabonete e shampoo, mal conseguia ler a embalagem, conseguia identificar pela forma.

Já havia terminado seu banho quando saia do banheiro enrolada a toalha, a porta do quarto estava fechada e sua mala em cima da cama, na qual ela mexia pegando a primeira roupa que via pela frente, logo a vestindo. Ela sentava a borda da cama, aquele banho quente a fez se sentir relaxada, porém seus músculos ainda doíam, ela mexia seu braço lentamente sentindo o choque correr por ele enquanto suas articulações moviam.
-Nossa, a estática ainda não saiu do meu corpo.- Dizia para si baixo.
Ouvia um barulho de alguém subindo as escadas e batendo a porta de seu quarto, a voz era familiar, era seu pai.
-Já saiu do banho?- Perguntava ele.
-Sim, pode entrar.- Ela deixava o corpo cair sobre a cama, fechando os olhos, estava com dor nos músculos.
-Como se sente?- Ele tirava a mala de cima da cama colocando a mesma ao tapete, sentando-se ao lado dela.
-Com dor, parece que sempre que me movo sinto o choque em meu corpo, não devia ter feito aquilo.- Ela se encolhia um pouco, era uma forma dela reagir a dor.
-O Jhon falou que o corpo do robô tinha muita estática e você ficou em cima dele puxando sua cabeça até arrancar, uma atitude corajosa, mas parece que seu corpo não gostou.- Dizia de um jeito bem humorado, tentando alegrar um pouco mais ela.
-Concordo. Me empolguei com minha força, estava confiante demais, nem percebi que os danos causados na batalha foram pior do que pensei.-
-E as queimaduras? Ainda sente dor?-
-Minha pele ainda arde um pouco, sinto ela quente, mas vai ficando mais fraco a cada minuto.-
-Então descanse, se ficar com fome desça as escadas, na direita tem a cozinha, lá tem uma geladeira, dentro vai ter um pote com tampa vermelha, vou deixar comida pra você lá tá?-
-Certo, pode de tampa vermelha.-Ela tirava o óculos, sentava-se e abraçava o braço dele, dando um beijo ao ombro do mesmo, entregava ao homem o óculos. -Obrigado.-
-Vou providenciar um do seu grau, ainda tenho um pedaço daquela lente que tinha com você quando te achei.- Ele sorria pegando ela no colo, puxando as cobertas com uma das mãos, colocando a mesma na cama, e logo cobrindo ela. Ia até a janela e fechava a cortina. Deixando que ela descanse no seu quarto, a porta estava encostada.

Havia deixado a comida ao fogo quando foi ver a filha. Por sorte quando chegou próximo ao fogão Jhon já havia desligado o mesmo.
-Cheira bem, o que é?- Perguntava ele abrindo a panela e olhando dentro. -Macarrão. É delicioso.- Via um garfo em cima da pia, pegando ele na mão.
-Nem pense. Cadê os modos? Vou botar os pratos na mesa para comer, nada de comer na panela, tem que deixar um pouco pra Esmeralda, vou deixar em um potinho na geladeira.- Robert dizia enquanto abria os armários em cima da pia, pegando pratos e colocando a mesa.
Desde que Branco adentrou a sala, adorou o tapete felpudo que tinha nela, na frente do sofá, em um tom bege com algumas listrar marrons. Ficou deitado ali desde que chegou. Robert deixou um pote com ração e água próximo a porta, para se ele quiser comer. Ele usava um pelo do lupino na câmera do seu notebook para fazer com quê ele consiga abrir a porta só em se esfregar nela. Ainda não tinha colocado Esmeralda para conseguir abrir, por hora ela não precisaria sair. Após o jantar Robert apresentava o quarto para Jhon, no segundo andar, próximo a porta do quarto de Esmeralda, avisou a ele para se ouvir barulhos estranhos ou se ela chamar era para lhe acordar. O quarto de Robert ficava no final do corredor, do lado oposto ao quarto da filha. Jhon já havia tomado um banho quando se deitava naquela confortável cama, aqueles dias para ele foram ótimos, conheceu gente nova, foi muito bem tratado, e dava risadas ao lembrar daquele lobo covarde, ele o achava uma comédia. Seus pensamentos logo se voltavam a Esmeralda, era tão esquisito ela não ter expressão, mas as palavras meigas dela e a coragem o admiravam, além de sua beleza e inteligência. Aos poucos os olhos dele se fechavam e logo caia ao sono, quente e confortável em uma grande cama box, mas parecia de casal.

Um vento gelado entrava pela janela de Esmeralda, mesmo que não sentisse frio, a diferença de temperatura de seu corpo com aquele vento, fazia com que seus músculos se contraíssem, causando novamente aquela dor pela estática, o que fazia com que ela acordasse. Seus olhos percorriam o quarto, estava escuro, via apenas a cortina se mexer, ela pensava em se levantar para fechar as janelas, logo olhava ao chão tentando ver se tinha algo que ela pudesse pisar em cima, sua visão não ajudava, não conseguia identificar nada evidente, por alguns segundos desejava que aquele vento parasse, era horrível sentir aquela sensação estática em seus músculos novamente, parecia até uma tortura. Ela ouvia um barulho de ossos se mexendo e um cheiro de queimado estranho, ela olhava para a cortina, parecia ter alguém sentado nela, mas não conseguia identificar quem era, logo o ser adentrava o quarto, parecia mais um vulto negro esquelético, não conseguia identificar ao certo o que seria. A criatura logo se aproxima, colocando o seu crânio aparentemente negro próximo ao rosto dela.
-Eis aqui a verde prodígio. Espetacular.- Uma grossa voz dizia a ela, era em sua língua natal, com certeza era um heiziano.
-Quem é você?- Perguntava ela apertando os olhos.
Uma mão esquelética bem quente tampava a boca dela, como se quisesse impedir ela de falar.
-Sabe que não pode me impedir de falar apenas com ossos né?- Dizia ela entre os dedos da criatura, sem entender tal ato.
-Shhhh. Fale baixo, não quero acordar seus amigos, eles podem não gostar do que vão ver, não sou bem visto nesse planeta.- Comentava a criatura.
-Quem é você?- Perguntava novamente, porém mais baixo.
A criatura tirava a mão dos lábios dela se afastando um pouco. Dava uma volta em torno de si. Não passava de um esqueleto, seu tórax era um pouco maior que o de um ser humano, sua coluna vertebral alongada, onde uma cauda era formada, quase tão cumprida que era maior que ele, chegava a ter dois terços do tamanho do corpo da criatura. Em suas costas espinhos afiados que seguiam até metade da cauda. Na parte de trás da mandíbula havia 3 pequenos espinhos, sendo o central maior acompanhado de um menor em cada lado de tamanhos iguais. Seu focinho é um tanto alongado, repleto de dentes, com fendas nos ossos onde seria o nariz da criatura, os olhos eram apenas buracos, no direito havia uma enorme rachadura aberta, faltava um pedaço ali, com certeza era marca de batalha. A parte de cima do crânio tinha pequenos chifres, tirando a superfície arredondada, tais chifres laterais ficavam acima de onde seria as orelhas dele. Em suas costas havia apenas uma asa, era de tamanho médio. Os ossos não tinha a cor comum, pelo contrário, tinham um tom negro, como se estivessem queimados, algumas rachaduras espalhadas por várias partes dele. O que era mais notável é que embaixo das costelas havia um buraco na coluna vertebral, onde ficava uma seikka de cor vermelho, olhando diretamente para ela parecia que havia lava dentro dela, porém não perdia seu aspecto transparente avermelhado.
Esmeralda forçava os olhos tentando ver com quem estava falando, mas sem sucesso. Vendo o esforço dela a criatura balançava a cabeça negativamente, um ranger de ossos era ouvido.
-Perdão, esqueci que não tens uma boa visão. Sou Tânatos, apelidado assim a tempos atrás, mas adotei o nome, sou o seikka-vermelha, seikka da fúria, o mais poderosos e destrutivo do nosso povo. Por sorte o seikka-vermelha que enfrentou não conseguiu conter o poder da seikka, meu poder só consegue ser controlado por uma alma, por sorte eu tinha uma, era um bravo guerreiro, confiança estrema da rainha, quando cheguei aqui não quis mais voltar.. mas aconteceu um incidente.. bem.. minha aparência não era muito agradável aos habitantes daqui, me temiam, chamavam de Tânatos e sempre diziam que alguém ia morrer pois eu era a personi9ficação da morte. Apesar de achar a liberdade daqui ótima, eu gostava mesmo é de viver perto do vulcão, lá que consigo relaxar.-Enquanto ele falava sobre si era perceptível um pouco de rouquidão na voz, como se não gostasse de tratar do assunto. Sempre que ele falava sua boca não se mexia, era um som que parecia ecoar de sua seikka.
-Então você é um tipo de esqueleto, eles achavam que você era a morte? Nunca imaginei que a seikka fosse nossa voz.- Ela podia não ver muito bem, mas seus ouvidos eram apurados, sabia que tal som soava da seikka dele, que era o único destaque em seu corpo escuro.
-Bem, eu não fui sempre um esqueleto. Mas sabe a seikka-vermelha é perigosa, é a seikka da fúria, da raiva, senti muita raiva uma vez, e apenas acabei com meu corpo, cheguei a ponto de quase explodir, porém me queimei todo. Até hoje os danos são irreparáveis ela seikka, ela não consegue trazer meu corpo de volta, desde então eu sou assim.- Tal assunto parecia entristecer ele, a voz soava um pouco mais baixo, ele sentava a borda da cama.
-Por que veio aqui?- Esmeralda leva a mão ao nariz, o cheiro de queimado que era emitido do corpo dele era bem forte.
-Vim lhe avisar. Na guerra pode contar comigo, vou destruir esses malditos que querem acabar com esse lugar maravilhoso, quando precisar de mim eu virei. Apenas quero deixar claro que não vou te proteger, apenas esse lugar. Meu fiel amigo Fay disse que te protege, ele é um doce, vai gostar dele, se não fosse por aquele cara eu teria explodido.-
-Então veio aqui pra dizer que vai me ajudar na guerra?- Ainda estava um pouco confusa, afinal acordou a pouco tempo, seus pensamento não estavam em ordem.
-Não. Eu vim conhecer você, fiquei curioso, Fay disse que amanhã vai ser pior, vão mandar mais corruptos atrás de você, então vim lhe desejar boa sorte, parece que eles querem que você morra antes de iniciar a guerra, sabem que não tem chance contra você.-
-Serio? Conta outra. Como esse tal Fay sabe disso? Quem é Fay?- Ela já estava começando a desconfiar daquele seikka-vermelha, nunca teve a oportunidade de conhecer um pessoalmente.
-Fay é o seikka-rosa, a seikka da proteção. Ela só ativa se for para proteger alguém, seres mais confiáveis que os rosas não existe, você sabe, além de mais bondosas. Bem, o Fay segue os rastros dos corruptos, tem a habilidade de ficar do tamanho de uma mosca, ele os investiga, mas não pode atacá-los, sozinho ele não vence. Além do mais, seus poderes apenas são ativados em outros seres, em si mesmo é apenas a habilidade de encolher, porém dura apenas 10 minutos a mudança do tamanho.-
-Está me dizendo que ele fica pequeno por 10 minutos, vai a outro planeta e retorna. Vou fingir que acredito.- Ela virava de costas para ele.
-Sério, pode parecer difícil de acreditar. Mas vou confessar, ele tem um mecanismo de teletransporte, apenas alguém do tamanho de uma mosca consegue passar. A Shayn deve ter dito a você que estavam tentando arrumar uma forma de teletransporte, por isso viemos a Terra, como gostamos daqui resolvemos destruir tudo, e o mestre dos disfarces retornou ao planeta e ficou preso lá. Pergunte a eles em quantos viemos. Não precisa acreditar em mim, quando chegar a hora, iremos ajudar, pode contar conosco, é nossa última esperança Esmeralda.- Ele logo se levantava caminhando em direção a janela. -Esperamos séculos por alguém confirmar que o mecanismo de teletransporte dos corruptos estavam funcionando, ainda mais para que alguém que tenha uma alma como a sua, tão pura e boa que consegue dominar completamente qualquer seikka, além de mais de uma ao mesmo tempo. Achamos que esse ser era o Fay por ele ser tão forte, mas estávamos enganados, ele tentou e quase morreu, sua seikka não queria mais aceitar ele, estava a beira da morte implorando por mais uma chance, e a seikka dele o aceitou de volta.-
-Posso não ser tudo que esperam, talvez eu não seja boa o bastante. Mas eu irei tentar. Sou Esmeralda, e minha coragem vai nos levar a vitória.- Ela se sentava olhando em direção a ele, seus olhos brilhavam.
-É isso que desejamos, quanto mais coragem tiver, mais poderosa sua seikka é. Agora preciso ir.- Ele se apoiava a janela saltando para fora.
Rapidamente Jhon abria a porta dizendo.
-Esmeralda tá tudo bem? Ouvi uma língua estranha vinda daqui.- Ele olhava para a janela vendo algum tipo de cauda negra, correndo até a mesma, olhava para o chão vendo apenas a neve chamuscada próximo a janela, mas não havia nada nas proximidades. -Tinha alguém aqui?-
-Fecha a janela, causa dor.- Ela leva as mãos ao braços estremecendo pela dor que o vento frio causava em seu corpo quente, havia um pouco de estática ainda em seus músculos, parece que iria demorar pra sair.
-Estava falando com alguém? Parece que vi alguém pular a janela.- Comenta o soldado fechando a janela.
-Falando? Ahh eu devia estar reclamando do frio quando acordei, talvez foi isso que ouviu.- Ela se cobria, não sabia como dizer que teve uma visita de um seikka-vermelha.
Ela ouvia uma voz em sua cabeça que dizia.
-Desculpe não ter mencionado o Tânatos, estava concentrada com o que faria de comida e em lhe encorajar, sei que o futuro é complicado, mas dará tudo certo.- Com certeza era a voz de Shayn, que tentava tranquilizar a comandante. Enquanto ela ouvia tal voz Jhon falava, mas ela não conseguia o entender.
-Jhon, to cansada, com dor, pode me deixar descansar.- Dizia ela baixo fechando os olhos.
-Errr.. desculpa Es.. mas está um pouco estranha, tem certeza que está bem? Só ouvi você falando aquela língua com aquele robô lá.- Comentava ele caminhando até a porta.
-Está tudo bem, eu falo em minha língua natural se ninguém iniciar uma conversa comigo, me adapto a língua de quem iniciar a conversa, apenas isso. E obrigado, acho você legal.- Ela se encolhia tampando o nariz no cobertor.
O rapaz sorria um pouco sem graça, encostando a porta do quarto, mesmo que desconfiasse de algo estava mais concentrado no elogio que recebeu dela. Logo ele tornava a cama, iria voltar a dormir.

 

O sol já estava nascendo, porém Robert já estava de pé, ele se organizava para sair, quando Jhon saia de seu quarto coçando os olhos. O ruivo apenas comia um sanduíche, dando um para o soldado e bebia uma xícara de café, ia pare a cidade tratar de negócios, logo irá levar Jhonny consigo, pois ele dissera que irá voltar ao quartel. Já estava com as malas na caminhonete quando olhava para cima, em direção ao quarto de Esmeralda, Robert se aproxima.
-Queria se despedir né?- Perguntava o ruivo.
-Sim, mas não quero acordá-la.- Jhon abaixava a cabeça e olhava para o portão, estava pensativo.

-Quando tirar folga venha nos visitar. Será bem vindo.- Logo adentrava ao veículo. -Cuida dela Branco.- Dizia ele alto.
-Tá.- Resmungava o lupino ainda deitado ao tapete, era bem cedo, ele nem levantava.
Jhon sentava ao lado de Robert, no qual se mantinha em silêncio enquanto o veículo era conduzido pela estrada. O soldado gostaria de puxar algum assunto, mas nada sabia o que falar, logo via ele parar em frente a um oftalmologista que estava abrindo a porta.
-Vai pedir um óculos pra Es sem uma receita?- Perguntava Jhon confuso.
-Não. Tenho um pedaço da lente dela aqui, está bem cansada, disse que a estática daquele robô ainda está em seus músculos, não quer se mexer muito.- Respondia ele saindo do veículo.
Para não ficar para trás Jhon o acompanha, Robert cumprimentava o homem, se tratavam de velhos amigos, conversavam sobre coisas de infâncias e experiências que já passaram juntos, caindo na risada enquanto o soldado apenas observa. Logo Robert apresentava o convidado ao seu amigo Larry. O ruivo pedia um favor ao velho amigo, pedia alguns óculos baseados no grau da lente que ele lhe dava. O mesmo analisa a lente, passando um valor, não era barato, mas Robert parecia nem se importar. Disse que daqui a algumas horas voltaria para pegar. Voltava a caminhonete com Jhon.
-Parece que o pessoal daqui te conhece.- Comenta o soldado.
-Moro desde que era soldado aqui, tenho 46 anos, conheço todos os moradores antigos.- Comenta o ruivo estacionando em frente ao mercado.
-Caraca, tem isso tudo? Não parece, lhe daria uns 30 no máximo.- O soldado esta impressionado com a idade dele.
-Modéstia parte, mas tenho a saúde de alguém de 30 mesmo.- Soltava uma risada. -Apesar de ter me deixado engordar pois no inverno fico mais aquecido, geralmente sou mais magro.- Ele trancava a caminhonete, sempre que parava em algum lugar o soldado sempre o acompanhava.

Se passavam já algumas horas, Robert demorou um pouco no mercado, foi fazer as compras do mês, Jhon não sabia por que mas ia junto, apenas o acompanhando opinando sobre qual marca achar melhor ou não. Um tanto intrigado, o soldado dizia na fila do caixa.
-Por que tá me levando junto com você?- Estava um pouco curioso, porém temia a resposta.
-Queria uma companhia no mercado, fora que, é bom conhecer um pouco melhor os amigos da minha filha.- Dizia empurrando o carrinho, logo chegou a vez deles.
Após tal resposta o loiro se manteve em silêncio, ajudava ele a levar as compras até a caminhonete, logo tornavam ao oftalmo, que estava já com os óculos prontos.
-Que ágil, por isso que gosto de você, muito obrigado.- Cumprimentava o amigo muito feliz.
-Sempre priorizo seus pedidos, velho amigo e bom cliente, consigo rápido para você meu caro.- Dizia Larry.
Com um sorriso ao rosto ambos se despediam, o ruivo leva em uma caixa alguns pares de óculos.
-Esmeralda vai adorar a notícia.- Comentava colocando o óculos ao veículo.
Alguns gritos eram ouvidos na cidade. Era possível ver alguns carros passando rápido na rua e pessoas correndo. Robert logo se afastava do carro para ver o que era, seguido do soldado. Via uma criatura roxa escuro, com a cabeça alongada, na boca duas pinças, media cerca de dois metros e meio de altura, nas costas haviam três tentáculos em cada lado, que arremessavam coisas nas pessoas, causando o caos. Tinha dois braços finos com dedos com membranas, apenas tinha três dedos. Não tinha pernas apenas uma cauda com centenas de mini patinhas que caminhavam organizadamente.
-Deve ser um corrupto.- Comenta Robert.
Os olhos da criatura se voltavam a ele, seus olhos finos, pareciam fixos no homem, ignorando qualquer outro humano que corria. Se aproximava rapidamente dele. Ao perceber ele corria para veículo.
-Vem Jhon.- Gritava enquanto o rapaz estava pasmo olhando tal criatura.
Antes de chegar ao veículo, um enorme tentáculo envolvia a cintura de Robert e o erguia, puxando o mesmo para perto de si, a criatura o olhava.
-Me solta seu monstro.- Robert se debatia tentando se livrar do tentáculo.
Jhon corria até a parte de trás do veículo pegando sua desert eagle, logo mirando a testa da criatura, bem no meio dos olhos, que tinha dois.
-Toma essa.- O loiro atirava, ouvia-se o estouro de longe, a arma era poderosa.
A criatura olhava a bala vindo em sua direção, colocando o tentáculo na frente, a bala furava a pele dele, o mesmo soltava um urro irado, fazia do tentáculo um chicote horizontal onde visava bater no rapaz. Felizmente o mesmo se abaixava desviando do tentáculo, logo corria para se livrar do alcance dele e tentar acertar um tiro. Porém a criatura era mais rápida, pegava ele pelo pé, derrubando o mesmo ao chão, sua arma caia, ele se esticava para pegar porém era puxado para perto da criatura, que o deixava de ponta cabeça, no qual o rapaz se debatia.
-O que quer conosco? Por que só ataca nós?- Perguntava o ruivo ainda se debatendo para sair dos tentáculos dele.

-Quero esmagá-los, irá enfraquecer a verde, isso nos tratá vitória a guerra.- As falas da criatura eram pausadas, como se a tradução demorasse um pouco.
-Sabe que ela irá acabar com vocês né? Façam o que fizer.- Falava Jhon pegando um canivete no bolso da calça, estava preso em um chaveiro no seu cinto, mas ao puxar ele arrebenta o chaveiro. Apertava o botão do canivete no qual uma pequena faca saia, ele fincava ao tentáculo, que logo o soltava e a criatura urrava de dor. Ao cair no chão ele se levantava porém um tentáculo vinha com tudo em sua direção, com certeza não daria tempo dele desviar, logo se preparava para o impacto.
Por alguns segundos ele fechava os olhos, como não sentia nada estranhava, logo os abrindo. Via em sua frente um esqueleto com ossos queimados, era Tânatos, o tentáculo o atingiu nas costas, bem nos espinhos, o que fazia a criatura urrar de dor.
-Quem é você?- Peguntava o rapaz.
-Tânatos, sua esperança. Chamem a verde, ela precisa acabar com eles, só ela tem poder para destruir a seikka corrupta, eu o distraio.- A voz levemente rouca ecoava da seikka vermelha que brilhava ao peito dele, fincada ao osso.

-Certo.- O rapaz corria em direção ao veículo vendo que a chave estava com o lenhador, logo olhava para ele.
Podia ver que Tânatos tirava sua seikka do peito, segurando a mesma na ponta dos dedos ossudos, era perceptível que faltava a parte de cima do seu dedo anelar da mão direita e na esquerda não tinha o mendinho. As pontas do seus dedos eram afiadas, como garras, assim como as pontas dos dedos de seu pé, que havia apenas três, onde tinha o calcanhar havia um dedo maior usado de suporte que era fincado ao chão como uma garra. A seikka em sua mão virava uma foice vermelha, parecia estar pegando fogo. Os heizianos tem a habilidade de transformar suas seikkas em uma arma de seu gosto, porém tal habilidade é apenas usada pelos seikka-verde por ser considerada ilegal para os de outras cores. Ele saltava em direção a Robert, erguendo sua foice para o ar, onde aplicava um poderoso golpe no tentáculo, partindo ele ao meio, onde Robert se soltava caindo em pé, logo corria até veículo.
-Obrigado estranho. Deve ser amigo de Esmeralda.- Comentava o lenhador um tanto assustado.
-Como já disse, deves ter ouvido, vai atrás da verde, trás ela aqui, não posso lutar contra ele sou muito destrutivo, ela precisa lutar só ela pode destruir ele.- Agora a voz estava um pouco metálica, porém em alto e bom tom.
O tentáculo cortado logo crescia, se transformando em um tipo de serpente, onde ganhava uma boca repleta de dentes.
-Vamos logo Jhon.- Rob sentava no veículo já o ligando e dando a partida.
Assim que Jhon entrava nele logo acelerava, dando a ré e logo endireitando-se na pista acelerava, a essa altura os carros já tinham liberado a pista. A criatura parecia entretida com o Tânatos, mas o mesmo parecia em desvantagem contra uma serpente tentáculo e um corrupto, era ágil em desviar e atacar, mas logo era pego por um dos tentáculos, no qual era batido contra o chão, deixava um pequeno gemido de dor escapar, podia ser apenas ossos, mas a dor afetava diretamente sua seikka, que parecia enfraquecer.

Enquanto Robert acelerava ao máximo, passava por um tanque e alguns soldados marchando, ao ver isso Jhon mandava ele parar.
-Vou me juntar aos meus amigos para lutar.- Comentava saindo do veículo e pegando sua mochila.
-Boa sorte rapaz.- Comenta Robert logo tornando a viagem.
Ao se apresentar ao capitão o loiro parecia levar uma bronca, mas pela gravidade da situação iria lutar, era lhe dado um capacete e um fuzil, iria continuar com suas roupas atuais, uma calça jeans e uma jaqueta de couro aberto. A essa altura não estava tão frio, a neve estava em uma camada fina já.
Não demorava para Robert chegar em casa, correndo com uma sacola até o quarto de Esmeralda, nem via se Branco ainda estava no tapete.
-Filha, tá tudo bem?- Ele abria a porta calmamente, respirando forte.
Ela parecia já estar acordada e olhava a porta quando ele a abria.
-Rob?- Perguntava ela.
O homem sorria, entrava ao quarto colocando uma caixa em cima da cômoda, logo abre a mesma pegando um óculos e colocando ao rosto dela, podia ver bem novamente.
-Obrigado.- Ela se levantava para abraçar o mesmo.
-Um esqueleto esquisito me protegeu, tem um corrupto procurando por você na cidade. Ele disse que só você pode derrotar um corrupto.- Ele falava quase tão rápido quanto seu coração batia, estava um tanto assustado, aconteceu tanta coisa em pouco tempo.
-Tânatos...- Ela olhava para a janela, logo saltava da cama, sentia um pouco o choque em seus músculos, respirando fundo. -Ele não estava brincando quando disse que iria ajudar, precisa de mim. Vou lá pai.- Ela ia até o guarda-roupa, pegando uma roupa e indo até o banheiro, suas malas já foram arrumadas no guarda-roupa por seu pai. Não demorava para ela sair do banheiro vestindo um short até metade das coxas colado ao corpo, sua blusa era um pouco mais longa, ficando até metade do short preto, tinha uma listra vermelha na lateral do short. A blusa a cor vermelha, nos pés botas pretas de cano curto, eram bem resistentes. Em cima de tudo ela colocava aquela capa marrom escuro, mais parecia ser um tom de preto desbotado. Ela imaginava que sua roupa seria melhor para lutar já que o short não impedia movimentos, as botas eram duras e boas para chutar e a capa apenas para proteger os ombros. Ela ia até a janela e abria a mesma.
-Volto logo, preciso que fique aqui tá?- Ela saltava a janela flutuando.
-Tome cuidado filha.- Dizia ele com um olhar preocupado.
-Claro.-
-Espere!!- Ouvia-se uma voz gritando lá fora, ela olhava para baixo vendo que Branco estava na porta.
-Vai comigo?- Pergunta ela.
-Não, só queria lhe desejar boa sorte.- O lupino estremecia só de pensar em lutar, não queria passar por aquilo novamente.
-Covarde.-Ela dizia alto. -Você vai sim, tem poder pra me ajudar.- Comentava flutuando em direção a ele, logo o segurando, levava o mesmo no colo, que se debatia.
-Por favor, não me faça lutar.- Ele resmungava enquanto ela voava meio torto, porém rápido, seguia a rua de onde sentia a energia estranha vindo.
-Sabe que tens muito poder, pode se transformar em qualquer coisa, é magnífico, vence um oponente fácil.-
-Acha mesmo?- O lupino parecia um pouco mais calmo.
-Claro, lutou de igual pra igual contra um corrupto, isso é incrível.- Logo ela via a criatura, deixando seu corpo cair em um monte de neve, onde o lupino saltava antes dela cair, ficando de pé a olhando.
-Tens que melhorar o pouso.- Falava de forma brincalhona.
-É eu sei. Sabe, você é mais leve que o Jhon, acho que só tem seikka e osso.- Entrava no ritmo brincalhão do lupino, via ele cair na risada, enquanto sua expressão era neutra.
-Certo senhorita corajosa, agora que me trouxe, me dê a confiança que preciso.- Os olhos dele fixavam a criatura, vendo que estava puxando Tânatos com cada tentáculo, um puxava cada braço, outro as pernas e um a cauda. -Tânatos.. aguenta.. ele me salvou da morte várias vezes.-
-Está na hora de retribuir.- Ela se sentava nas costas d lupino. -Vire um rinoceronte e corre bem rápido para a direção dele, ai dá uma chifrada.
-O que é rinocermonte?- Perguntava ele.
-Esquece, vira algo forte pra dar um empurrão nele então.-
-Mas o quê? O medo me deixa sem ideias.-
-Vão atacar ou vou ter que ficar aqui gritando?- Gritava Tânatos de longe, enquanto urrava de dor, era uma tortura para ele.
-Corre na direção dele então.- Ela apontava para frente. -Seus dentes são fortes para furar aquela pele, morde aquilo.- Apontava para uma barbatana que vira nas costas da criatura.
O lupino focava sua visão na barbatana correndo em direção a criatura, saltando até a barbatana, ficando pendurado. Esmeralda saltava flutuando próximo a criatura, a mesa olhava sobre os ombros para Esmeralda.
-Estou aqui seu bocó, larga ele ai.- Esmeralda tentava fazer com que ele soltasse amigo.
Sua ideia funcionava, logo a criatura largava Tânatos se virando para a seikka-verde. Erguia um dos tentáculos para bater nela, porém a mesma desviava ao ar.
-Errou, tenta de novo.- Comentava, logo desviando de mais um tentáculo dele, parecia estar tirando sarro da criatura. Branco se mantinha pendurado na barbatana, não sabia o que aconteceria se soltasse.
Tânatos se levantava do chão, ficando em pé, pegava sua foice do chão. Sentia como se tivesse sido atropelado, todas as articulações dos ossos doíam, assim como sua seikka. Nem percebia que a serpente tentáculo saltava sobre a cabeça dele, com certeza aqueles dentes deixariam uma marca, porém ela batia de cara em um campo de força levemente rosado que aparecia ao redor do esqueleto.
-Fay, você veio.- Dizia a voz metálica parecendo feliz.
Algo minúsculo crescia, por mais que ele estivesse encolhido, agora voltava a seu tamanho normal. Era uma encantadora criatura, a pele parecia uma armadura, semelhante a carapaça de alguns insetos, em sua cabeça era um tipo de capacete fechado, onde um encaixe ficava a frente da boca, havia apenas uma pequena fenda para respirar e uma abertura oval para os olhos, que tem a cor preta, bem funda, não era possível ver direito a cor de sua pele, era quase toda coberta por essa armadura levemente rosada, parecia até branca de tão claro que era o tom. Em cima da sua cabeça um suave rabo de cavalo, que media até a nuca, o cabelo tem a cor branca no inicio enquanto a ponta era rosada, lembravam a cor de um chiclete, sua nuca não tinha armadura, ele tinha uma curta clina de cabelos até metade das costas, tais pelos eram arrepiados, com apenas as pontas rosa forte, onde o tom ficava bem claro conforme tocava a pele. Nos ombros a armadura dele tinha alguns espinhos, as costas não tinha armadura pois tinham dois pares de asas. Tais asas lembravam as de um inseto, onde eram ovais e bem compridas, as que eram próximas dos ombros. As asas mais abaixo eram menores. Tinha uma cauda com uma ponta afiada como uma agulha, assim como o amigo sua cauda era bem longa, porém não tinha nenhum espinho a não ser o da ponta. O formato de seu peito lembrava o corpo de um humano, em seu abdome tinha um pano vermelho amarrado onde seu abdome inteiro era coberto, ao lado direito ficava amarrado onde sobrava um pedaço que caia pela coxa dele. Era possível ver as penas também cobertas de armadura, nas parte de trás de suas pernas havia pequenos espetos, não dava para imaginar para que serviam, mas era uma característica evidente. Os braços também cobertos por armaduras, até em cima das mãos, onde uma pele rosada era aparente abaixo daquilo, os dedos tão semelhante quanto os de humanos porém na ponta de cada dedo parecia ter um tipo de armadura com um mini ferrão, talvez fosse as garras dele.

-Disse que nunca iria lhe abandonar velho amigo.- Comentava o ser rosado observando a criatura. -Precisa de ajuda Esmeralda?-
Ela ainda desviava dos golpes tirando sarro da criatura, que parecia nunca cansar, logo ela voava mais alto observando a criatura que lhe oferecia ajuda.
-Uau.. parece um pouco com humano, mas seu corpo é modificado.. como sabe meu nome?- A essa altura a criatura estava furiosa, pegando um carro e arremessando na seikka verde.
-Assim como você consigo adaptar meu corpo a esse planeta, os rosa também tem a habilidade de adaptação. Não deixe ele destruir esse lugar.- Comentava apontando ao carro que despencava agora, ela já havia desviado dele.
A mesma aponta a mão ao carro, fazendo ele cair devagar.
-É cansativo, mas irei seguir seus conselhos parece sábio.- Ela flutuava um pouco mais alto, deixando seu corpo despencar, enquanto esticava os braços se preparando para o impacto.
-Verdade, mas é algo que fica em nossa reputação. Agradeço ao elogio.- Ele batia as asas e segurava Tânatos, carregando ele um pouco para longe do conflito, pegava a a foice dele a sacudia a mesma, que virava seikka novamente, colocando ela no buraco ao osso dele. -Está fraco, descanse, não deixe a ira lhe consumir, não deve lutar.-
O vermelho ouvia ele acenando positivamente com a cabeça, logo deixava o corpo caído ali próximo a um carro, não iria mover um osso.

Enquanto Esmeralda se aproximava com o poderoso soco, a criatura virava de costas, onde ela via Branco, estava indo em direção dele, tentava parar mas não dava certo, acertava acidentalmente o amigo, que guina sendo arremessado ao longe.
-Não... desculpa.. olha o que fez..- Ela franzia a testa, olhando a criatura que parecia nem se importar.
A seikka em seu colar começava a brilhar, um vento forte soprava, ela se aproximava do rosto dele enchendo ele de socos, sentia seus músculos arderem com a estática que ali estava, porém não parava. Ouvia um barulho logo ouvia algo metálico cair ao chão. O seikka rosa voava para trás dela.
-Humanos não atirem, pode machucar um de nós, estamos ao seu lado.- Ele dizia alto aos soldados recém-chegados que já estavam começando a atirar.
-Cala a boca fadinha.- Ria o comandante.
-Não quero machuca-los, se não me derem outra escolha terei que fazer isso, por favor recuem.-
O comandante mandava atirar na garotinha que lutava com a criatura. Os soldados logo iniciavam seu tiroteio, porém um tipo de campo de força rosado impedia os tiros de atingir a ela. Esmeralda irada não parava de socar a criatura, sem ligar para os recém-chegados. Um dos tentáculos a envolvia apertando a mesma, logo outro tentáculo fazia o mesmo, sentia seus músculos se retraírem, aquela dor era imensa, ela apenas fixava os olhos nele, enquanto um vento forte soprava apenas dela até a criatura, a mesma era empurrada para trás lentamente, mas a intenção era desequilibrar ele.

Sem cessar o comandante mandava não pararem de atirar.
-Comandante é loucura, ela está do nosso lado.- Dizia Jhon que não atirava no campo de força rosado.
-Silêncio, eu que dou as ordens aqui.- Reclamava o comandante.
-Não seja tolo senhor, pode não gostar dela, mas admita, estamos do lado de vocês.- Fay dizia em um tom gentil ao comandante, tentando mudar sua opinião. -Não vê o quanto ela é importante? A única que consegue destruir essas criaturas. Quanto mais vocês irão capturar e decapitar até o último membro e mantê-los presos? Um dia irão fugir, nenhuma base irá segurar os corruptos, podem conter os poderes deles mas não neutralizar, ela pode purificá-los, isso irá os neutralizar, não cometam o mesmo erro novamente.-
-Silêncio.- Gritava o comandante. -O único erro que cometemos foi dar uma chance a você, disse que iria nos ajudar com sua ideia de juntar os poderes de outros, mas não deu certo, ainda continuam aparecendo e destruindo tudo, suas informações não ajudam em nada.- Gritava ele com raiva já, pegando um revólver e atirando em direção ao rosado, que nem se mexia, a bala pegava em seu peito e caia amassada ao chão, sua armadura natural é muito resistente. -Só por que ela parece humana não quer dizer que seja uma, temos que destruí-los antes que acabem com nosso mundo.- Ele apontava ao tanque mandando o soldado atirar.
-Não.- Dizia Jhon questionando a ordem do comandante.
Porém ninguém era ouvido, ao ver o tanque mirar, o rosado se afastava do seu campo de força, voando um pouco mais alto. A bala do tanque atingia o campo em cheio, a fumaça da explosão abaixava, onde via o campo de força ileso. Logo uma parede bem alta se formava, impedindo que qualquer coisa ou munição passe.
-Já que são teimosos ficarão ai desse lado.- Manter tal campo estável exigia muita concentração do rosado, que assim fazia.
Esmeralda parecia estar na pior, sendo apertada por aqueles tentáculos, aquele forte vento que soprava não era o suficiente para derrubar a criatura. Mas logo os tentáculos se afrouxavam, ela flutuava ao redor dele vendo o que tinha acontecido. Nas costas dele havia a foice vermelho-transparente da seikka de seu amigo Tânatos. Ele estava rasgando as costas da criatura.
-Solta ela bicho feio.- Falava a voz metálica.
-Obrigado.- Ela voava próximo da criatura, lhe dando um chute ao queixo, fazendo ele quase cair sobre o amigo, porém o mesmo saltava para o lado e desviava.
Esmeralda sentia algo grudar em suas costas, logo envolvia seu corpo, sua visão estava coberta por algo. Ela logo caia ao chão, Tânatos via a cobra tentáculo em cima dela, tentando engolir a mesma. Ele fazia sua foice voltar ao normal, encaixando ela no buraco que havia em seus ossos da espinha. Logo segurava onde seria a cabeça do bicho, seus corpo começava a pegar fogo, logo as mãos queimavam a criatura, que soltava a comandante grunhindo. Ela tirava o óculos limpando ele a capa, estava todo cheio de saliva. Assim que o colocava via a criatura cheia de tentáculos já de pé, pegando novamente Esmeralda com um dos tentáculos.
-Ahhh de novo não.- Já irritada com tal ato ela abocanhava o tentáculo enrolado nela, causando uma dolorosa mordida, seus dentes afiados perfuravam a pele da criatura. Quando estavam ameaçados os seikka-verdes produziam uma toxina paralisante em sua boca.

Em pouco tempo o tentáculo estava dormente, a criatura não conseguia o mover direito, soltando a verde. Ela cuspia o pouco que ficava em sua boca, tinha uma cor amarelada, era perceptível os dentes dela ficando mais retos iguais os de um humano, não eram mais afiados.
-Tem um gosto horrível.- Comentava, olhando para o lado via Tânatos com o tentáculo ainda tentando o queimar por completo, mas parecia que ele já havia se adaptado a dor, e se debatia tentando morder ele.
Agora os olhos dela se voltavam a criatura repleta de tentáculos, nem mesmo os barulhos de tiros do tanque a desconcentrava. Um tentáculo vinha direto em sua direção, apenas um dos tentáculos estava paralisado, não iria demorar muito para o corpo inteiro adormecer, ela só precisava enrolar. Conseguia avistar em um dos tentáculos algo que parecia a seikka dele, bem embaixo, precisava tocar nela para poder destruir a criatura. Desviando bruscamente dos golpes, ela agarrava um dos tentáculos dele tentando alcançar a seikka, mas era tarde, ela havia sido pega por outro tentáculo. Enquanto segurava o tentáculo com a seikka, outro a puxava com força, estava a apertando muito, seus músculos ainda estáticos não iriam resistir muito a isso, precisava alcançar a seikka rápido. Ouvia logo um urro de dor da criatura, virando o rosto para o lado, vendo que um enorme golem de fogo segurava o tentáculo que envolvia ela, obrigando a criatura a soltá-la. Conseguia ver ao punho do golem uma seikka de cor branca.
-Obrigado amigão.- Dizia Esmeralda agora flutuando até perto da seikka, e a tocando, segurando a mesma firme, sentia uma enorme energia emitida dela. A criatura se debatia, Branco fazia questão se de segurar todos os tentáculos que tentavam bater na amiga.
-Seu soco foi forte, mas não me derrubou.- Comentava ele enquanto a criatura se debatia, estava derretendo.
Ouviam um barulho de algo quebrando, parecia vidro. Branco sentia algo em sua costas, logo vinha uma explosão, ele foi atingido por uma bala de canhão, seus olhares voltavam aos soldados. Podia ver Fay tentando criar outro campo de força, porém se esgotava, ele parecia preocupado com algo, hora ou outra olhava para trás.
-Que foi Fay? Você sempre é bem concentrado.- Perguntava Branco.
-Tânatos tá irado de novo, se não ajudar pode morrer novamente. Desculpa, não dá pra manter o campo, ajuda ela ai. Mesmo que eu tenha a seikka protetora, só consigo proteger um por vez, como tenho mais afeto ao Tânatos, meus poderes falham, perdão.- Ele voava para perto do amigo, que estava queimando em um grande fogo, ele soltava gritos raivosos contra aquele tentáculos que o envolvia, parecia ter absorvido a capacidade de resistência ao fogo dele.
A essa altura a criatura cheia de tentáculos também já estava resistente ao fogo, era questão de tempo para não sentir mais dor e dar uma bofetada ao rosto de Branco, sua mira era Esmeralda, mas felizmente ela desvia. Ela tentava não tirar as mãos da seikka, aos poucos ele estava derretendo, mais alguns minutos seria letal a ele. Branco ficava em frente aos tiros que vinham em direção a ela, aquilo o causava muita dor, mesmo que seu corpo fosse de fogo, ainda sentia.
-Anda rápido Esmeralda, não sei quanto mais vou aguentar.- O tamanho dele encolhia, logo estava voltando aos poucos a cor branca.
Ela tentava pensar em tudo que lhe desse coragem, para ver se a criatura derretia mais rápido. Porém ainda faltava um bom caminho. Sentia uma dormência no braço, olhando ao ombro via um pouco de sangue, e uma voz ao longe comemorando por ter aceitado. Ouvia a voz de Jhon gritar com seu comandante, parecia rolar uma briga entre ele se seu comandante.

Seu braço estava em uma dor tremenda, seus músculos estáticos tremiam levemente, é quando mal vê um tentáculo lhe acertando, atirando ela para bem longe, ela acertava uma vitrine de roupas, caindo em cima do manequim, estava sem forças para levantar, não queria admitir derrota, seu corpo estava adormecido, logo ela apagava. A criatura erguia os tentáculos comemorando a vitória, porém logo olhava para seu tentáculos, sua seikka lhe fora arrancada, seu corpo derretia rápido, desaparecendo por completo. A seikka na mão de Esmeralda derretia, formando um líquido transparente que se espalhava ao chão. Os soldados apontavam as armas se aproximando do local. Viam Fay com um esqueleto queimado ao colo, ele os olhava.
-Idiotas, quase perdi ele. Anos de terapia pra isso. Vão embora.- Resmungava em um tom depressivo, se dedicava muito para ajudar seu amigo.
Era notável que o tentáculo também havia derretido, pois havia uma molhadura ao chão com o formato dele, uma pedra estava localizada no local que era a cabeça. Segurando o amigo ele batia as asas voando alto, se afastando dos soldados. O comandante mirava com uma sniper nele, onde acertava sua asa, que era tão fina que o tiro a atravessa feito papel, fazendo com que ele caísse mais ao longe. Nem se importava, apenas caminhava em frente levando o amigo. O comandante cai na risada.
-Você é louco? Não fizeram nada a nós.- Gritava Jhon correndo até o corpo de Branco no chão, o sangue dele tinha a cor branco acinzentada, estava ferido, inconsciente e vivo.
-Já disse para ficar em silêncio, como ousa questionar seu comandante?- Ele falava em tom irônico olhando para o rapaz.
-Não é mais meu comandante, desisto, já fizeram minha cidadania, o que vão tirar de mim agora? Meus amigos? Esqueça, não faço mais parte do exército, amanhã falo com seu superior, irei levar meu amigo para casa agora.- Ele pegava Branco no colo, olhando ao redor, procurando Esmeralda. -Es.. tá ouvindo?-
Não obtinha nenhuma resposta, os soldados recuavam por ordem do comandante. Jhon ficava ao local procurando ela. Logo o comandante avistava uma vitrine quebrada, olhava ao redor se aproximando da mesma, via que Esmeralda estava deitada ali desmaiada. Logo tirava a jaqueta, coloca em cima dela e pegava a mesma no colo, enrolando na jaqueta, via que o ferimento do tiro que ela levou estava curado, logo franzia a testa. Ficava no meio dos soldados para que Jhon não o visse levar ela. Os soldados já tinham voltado a base enquanto Jhon ainda procurava, via uma vitrine quebrada e se aproxima, olhando que tinha um líquido transparente ao chão, não sabia o que era aquilo. Procurava algo próximo que mostrasse que Esmeralda tivesse ali, mas não achava, chateado ele andava de cabeça baixa, seguindo a rua, via uma das botas que ela usava com certeza era dela, mas onde estaria. Seguia a rua quase que correndo, vendo mais a frente um chaveiro arrebentado, parecia o mesmo que seu comandante usava ao pescoço, imaginava logo que eles teriam a levado. Franzia a testa virando a rua correndo, ai ao encontro de Robert para resgatá-la.
 


Notas Finais


Ela foi capturada, e agora? O que acontecerá?


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