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História Viajante de outro mundo - O início da guerra


Escrita por: Mutekai

Capítulo 9 - O início da guerra


Por mais que fosse noite, o céu ficava cada vez mais escuro, uma nuvem negra cobria completamente a cidade e se expandia. Uma enorme mão negra saia do buraco dando um soco ao chão quebrando o asfalto e alguns carros. Ouvia-se as pessoas gritando ao longe. Pelo visto o buraco era pequeno para a criatura sair, porém para a preocupação de Fay o buraco aumentava aos poucos.
-Tem que dar tempo de fechar essa coisa.-
-Por que está parado aqui ainda?- Perguntava ela o olhando.
-É falta de energia, estou me recuperando.-
-Pra voar?-

-Não, mudar de forma.-
-Não ia chamar seu amigo?-
-Não dá tempo.-
Fay fechava os olhos, e respirava fundo. Uma luz rosada era emitida por sua seikka, que entrava na orelha, portanto o brilho vinha de seus cabelos que a cobriam. Tal brilho envolvia todo seu corpo. Onde ele contornava o mesmo deixando em um tom de rosa bem claro, quase branco, logo tomava forma, se transformando em uma proteção, seus cabelos se alongavam e prendiam em um rabo de cavalo. Uma cauda crescia com um ferrão na ponta. As asas se esticavam, agora seu capacete já estava formado, seus olhos ficavam escuros e não dava para vê-los direito no buraco do capacete. Ele olhava sobre os ombros para ela.
-Espero que chegue a ajuda logo, sou inútil em um combate sozinho.- Sem demora batia as asas voando em direção ao portal.
Morgan ficava apenas olhando ele boquiaberta, então essa era a forma real dele, parecia tão mágico que por alguns segundos desistia da ideia de ter uma explicação para tudo, sem dúvida aquilo não poderia ser explicado.

O portal se abria bem devagar, o braço batia várias vezes ao chão, como se a criatura estivesse se debatendo para tentar passar. Com um golpe veloz Fay fincava o ferrão da cauda no braço, onde voava em círculos ao redor dele e se afastava. O ferrão ficava preso e em questão de segundos outros ferrão crescia na cauda dele. O braço agora retornava para o buraco, onde quase adentrava completamente ao mesmo, apenas a parte da mão com o ferrão ficava para fora. Dois dedos longos e pontiagudos puxavam o ferrão e o retiravam, com certeza teria causado uma grande dor, mas não era o suficiente para derrubar a criatura. Logo todo o corpo do ser se voltava para dentro do buraco, o que fazia Fay soltar um suspiro aliviado. Em questão de segundos dois dedos em cada lado seguravam o tal buraco ao céu, tentando esgaçar ele para o ser passar. Invés disso, algumas pequenas criaturas passavam, não chegavam a ter meio metro, tinham pequenas asas, a cor de seu corpo era roxa, tem presas afiadas e braços com garras, não tem pernas apenas uma longa e escamosa cauda. Esses pequenos seres atacavam as pessoas que corriam, puxando a cabeça delas para arrancar.
-Não!- Fay voava até uma das criaturas, fincando a cauda a barriga dela, impedindo que arranque a cabeça de uma pessoa. A criatura gritava, porém não era só ela, via uma cabeça humana rolando ao chão, ele arregalava os olhos. -Parem, não matem eles, são uma espécie rara.- Voava rapidamente até outra pequena criatura fincando o ferrão na barriga de outro deles.

Tais seres estavam em grande quantidade e voavam muito rápido, eram pestinhas que ficavam espalhando o caos. Uns derrubavam latas de lixo, outros jogavam carros de um lado a outro, mas a maioria deles atacava as pessoas.
-Tânatos, preciso de você aqui!!!- Ele gritava alto, tal voz parecia ecoar longe, soava mais como uma convocação.-Tânatos, eu imploro, lute mais uma vez, preciso de sua ajuda para poupar vidas.- Fay continuava dizendo alto. -Sei que lhe proibi, mas lute, preciso de ti amigo. Venha até mim Tânatos.- Ao terminar a frase uma rachadura vermelha se abria ao chão, um pouco de lava emergia dela, sem demora Tânatos saia da lava e acenava para Fay.

-Não sabe a quantos anos esperava você dizer isso. Agora diga aquelas palavras vai.- Ele cruzava os braços fazendo chantagem para o amigo.
-Dá um tempo, luta logo, sabe que não sirvo em combate, apenas pra auxilio.- Resmungava Fay.
-Não estou ouvindo bem, o que disse?- Tornava ao assunto.
-Acaba com eles.- Fay dizia baixo em um suspiro.
-Disse o que?-
-Acaba com eles, use todo seu poder.- O rosto de Fay se focava em Tânatos. Umas marcas rosadas envolviam o corpo do esqueleto, onde elas pareciam formar uma corrente, e logo se partia.
-Seu encanto já era, agora posso lutar com toda minha força. Agora verão o quanto posso destruí-los em pouco tempo.- Uma risada maníaca era ecoada por entre os ossos. Os dedos ossudos pegavam a seikka cravada no osso, que logo virava uma foice, onde ele saltava entre alguns dos pequeninos cortando eles ao meio. Os mesmos começavam a pegar fogo e ficavam se contorcendo ao chão, até explodirem misteriosamente, fragmentos de seikkas voavam para todos os lados.

-Cuidado, se explodir as seikkas dele com suas chamas pode ser que eles virem mais, sabe a praga que são os corruptos.- Comentava Fay percebendo que seu amigo parecia dar conta sozinho dos pequenos.

Mas o que mais preocupava ele era aquele maior que ainda tentava sair. Agora uma enorme cabeça negra estava para fora, com olhos fundos e cinzentos, tem um tom sombrio, seu corpo parecia uma sombra. Os dentes bem pontiagudos, o focinho largo, nas laterais da cabeça havia fendas por onde ele ouvia tudo que acontecia. Aquela grande boca cuspia um ácido sobre o solo. Tal gosma verde queimava o asfalto, no qual derretia.
-Não basta ser grande tem que jogar ácido.- Comentava Fay olhando o ácido corroendo a parte de baixo do prédio.

Sem demora o prédio iria cair, com certeza acertaria muitas pessoas que ainda corriam tentando sair da área de confronto, era um verdadeiro caos. Até helicópteros sobrevoavam próximo, pareciam filmar a criatura para o noticiário. Fay voava para a beirada do prédio, pousando em cima dele, erguia as palmas das mãos para cima, agora o prédio que parecia bamboleando para cair, agora está encostando em uma parede rosada, construída por ele para que salvasse quem ainda estava dentro ou passava na rua. O helicóptero se aproximava dele, uma repórter perguntava em voz alta se ele seria algum tipo de herói e que traje era aquele. Um dos homem estendia um microfone a ele com um bastão de metal.
-Estou do lado de vocês, apenas quero que isso tudo acabe. Não precisam me titular de herói, apenas evacuem a cidade, quando meus reforços chegarem vamos acabar com eles.-
-Tem um grupo de heróis para nos ajudar? Você é um desse bichos que estão invadindo nosso planeta?- Perguntava a repórter insistente.
-Não somos heróis. Fugimos de nosso planeta natal pela monarquia que apenas favorece a rainha. Vivemos nesse planeta a mais tempo que muitos de vocês não queremos que esses corruptos dominem esse lugar, eles só querem causar o caos e matar todas as formas de vida. Melhor se retirarem logo da cidade, talvez até do estado, assim que o portal abrir vai ter dezenas deles tentando matá-los. Vão.- Gritava ele apontando uma das mãos ao helicóptero. Era notável a mão negra tentando socar o mesmo, porém Fay os tinha protegido. -Não é seguro aqui.-
Ao ver que Fay tinha razão a repórter pedia ao piloto para dar meia volta, iriam filmar mais de longe. Ele sabia que o prédio não aguentaria muito tempo, suas barreiras protetoras não conseguiam segurar tanto peso. Ouvia uma voz feminina dizendo.
-Desculpe a demora, estava ocupada, estarei trazendo reforço, vou despertar o Clys será de grande ajuda.- Com certeza era a voz de Shayn.

Fay conseguia fechar os olhos e mentalizar a imagem dela, via a mesma sentada na cama, estava com as pernas cruzadas uma sobre a outra.
-Ainda está em casa?- Perguntava a ela.
-Ahh sim.. já estou indo, sabe que não sirvo em combate. Minha irmã deve estar chegando.- Ela parecia um pouco sem graça em responder.
-Vá logo buscar Clys, espero que Lin não demore.- Fay falava em sua gentil voz e um tanto alta, o que atraia algumas criaturas em sua direção.
Tânatos nem notava algumas indo em direção a Fay, já que eram tantas.
-Ela está chegando pelo que me avisou. Após despertar Clys vou chamar Esmeralda, soube que ela está em um encontro, não vou atrapalhar ela.-
-Não esqueça o mestre, será de grande ajuda.- Ele interrompia Shayn.
-Claro, vou chamar ele agora, mentalmente.- Logo aquela voz sumia da cabeça de Fay.
Quando o mesmo abria os olhos via aquele enxame de pequenas criaturas risonhas voando em sua direção. No susto seu campo de força se rompia, onde o prédio que estava em cima tornava a cair. Fay saltava batendo as asas para voar. As criaturas partiam para cima dele. Os heizianos os chamavam de cacos, pois sempre que uma seikka corrupta se partia em pedaços, os cacos viravam essas criaturas, que não tinham muito poder apenas incomodavam toda a forma de vida, exceto os corruptos. O rosado era atacado com várias mordidas e puxões de cabelo e asas, soltava um urro de dor. Por menores que fossem, aqueles dentinhos afiados machucavam, eles mordiam exatamente nas pequenas aberturas que tinham em sua armadura, algumas em dobras de membros, no pescoço, ou em algumas partes das suas costas. Seus cabelos e asas eram os principais alvos de puxões. A essa altura o prédio estava quase encostando ao chão, porém delicadamente ele caia, parecia que a velocidade dele havia sido reduzida por algo. Não demorava para os cacos, que atavam Fay, serem arremessados para todos os lados. Fay despencava daquela altura, perdendo velocidade e caindo delicadamente ao chão. Os olhos dele se viravam para o lado. Via em sua frente uma criança de cabelos negros bem escuros, lisos e curtos, a pele bem clara, os olhos azuis bem claro. Tal criança parecia ter uns 7 anos, era um tanto gordinho, parecia um garoto. Vestia uma jardineira jeans, embaixo uma camisa branca com as mangas até os cotovelos. Seus pés usam tênis azuis escuro com velcro. Na cabeça um boné azulado, com a aba branca.
-Chegou a tempo Lin.- Fay levantava em um salto, a essa altura a dor não se importava mais.
-Devia é agradecer pela ajuda.- Uma doce e infantil voz soava dos lábios da criança, era como se aquilo tudo não fosse nada.
-Faz anos que não luto com você, da última vez estava em seu corpo original.- Ele se voltava para a criança se aproximando.
-Nosso alvo é os corruptos agora, lhe dou uma surra depois dessa luta certo?- A criança apontava para o homem, seu tom de voz sempre era dócil, como se fosse uma brincadeira.

-Surra? Da outra vez peguei leve. Mas vai lá, vou ativar minha relíquia.- Fay apontava para o portal.
-Não é boa hora para a relíquia, isso vai te esgotar. Se guarde para os maiores, precisamos acabar com esses nanicos antes que saiam mais...- A voz de Lin era interrompida por um urro bem alto.
A grande criatura parecia adentrar o portal, sem demora seu braço negro descia até o chão, onde era usado para vários heizianos corruptos descerem pelo portal. Alguns tinham quatro braços, outros nem tinha braços, alguns com chifres outros com dezenas de olhos. As cores deles eram variadas, mas as de suas seikkas são uma cor sólida, emitindo uma aura roxa.
-É.. os corruptos chegaram. Parece que iniciou a guerra. Temos que fechar o portal antes que saiam mais deles, nosso exército é pequeno.- Sem demora Lin corriam em direção ao exército que escorregava pelo braço do ser de cor totalmente negra.
-Espero que dessa vez os humanos não se metam.- Comentava Fay saltando para voar.

Os noticiários mostravam para todo mundo o que acontecia, inclusive as falas de Fay.
-Será mesmo que o exército devia se meter contra esses poderosos seres?- A repórter perguntava em frente a câmera. Parecia que dizia tais palavras para intimidar o governo, imaginando que eles fizessem algo.
Não demorava muito para alguns caças de guerra começarem a atirar nos corruptos recém-chegados, alguns até atiravam em Fay, que desviava rapidamente.
-Tá louco? Estamos do mesmo lado idiota.- Ele gritava com o caça, com esperança de ser ouvido.
Os tiros pareciam nem surtir dano aos corruptos. A repórter olhava a câmera novamente falando.
-Viram isso? Além do governo tentar proteger o país, ele também ataca os aliados. Na próxima eleição já sabem, pense bem antes de elegerem seus líderes.- Parecia que cada ato era narrado por ela, onde ela fazia uma crítica a favor dos heizianos que tentavam ajudar a Terra.
 

O filme já tinha terminado, como um final clichê, a protagonista beijava o homem que ela se apaixonava no decorrer do filme. As pessoas já deixavam suas poltronas, porém Esmeralda ainda olhava o letreiro, na verdade estava pensando sobre o filme, tentando ligar os fatos. Os olhos de Jhon voltavam para ela.
-Curtiu o filme Es?- Ele perguntava meio sem graça.
-Sim, o filme, a pioca, o refri.- Agora os olhos dela voltavam ao loiro.
-É pipoca...- Ele dava uma risada. Distraidamente colocava a mão no suporte de braço da cadeira, coincidentemente a mão de Esmeralda estava próxima, portanto propositalmente ele colocava a mão para o lado segurando a dela.
-Jhon.. eu gosto de sair com você.- Ela dizia um pouco baixo, parecia envergonhada.
-Eu também. Eu queria ser seu namorado.. mas acho que você não é humana..- Ele aproximava seu rosto ao dela, deixando ambos os lábios bem próximos quase que a beijando.
-Acha?- Ela virava o rosto e tirava a mão de baixo da mão dele. -Não sou boa o bastante pra você né? Se não for humano não serve.- Ela se levantava. -Achei que fosse diferente, mas só ser humano é o que importa. E pensar que eu gostava de você.- Dava as costas saindo da sala, sem olhar para trás, estava com tanta raiva, quem mal sabia o que dizer.
-Mas.. não foi isso.. espera.- Ele estava tão intrigado com as palavras dela portanto ficou um tempo mudo, só se tocou agora que ela saiu, tentando ir atrás, parecia em estado de choque. -Ela gosta de mim?- Perguntava para si. Olhava ao redor, porém ela já havia sumido, havia muita gente passando pelo corredor, pareciam correndo para sair do prédio.
Jhon nem imaginava o que acontecia. Ia até o banheiro, lava as mãos e o rosto. Saindo do banheiro ele coloca as mãos ao bolso, de cabeça baixa, indo até a praça a frente. Sentava em um banco próximo ao lago.
-Por que está triste?- Uma voz feminina falava com o rapaz.
Ele erguia o rosto para ver de quem viera a voz. Era Morgan, ela estava sentada ao seu lado, como ele não tinha notado isso? Era completamente desligado.
-Ahh nada, desculpa se não te notei aqui.- A voz dele era bem baixa.
-Tudo bem, to só esperando, Fay me pediu pra ficar aqui, acho que ele vai passar a noite comigo.- Ela dizia meio sem jeito.
-Pera.. você e o Fay estão?- Ele olhava para ela confuso.
-Não exatamente, mas pode ser que sim, na verdade me sinto estranha, aquele homem é diferente de todos que já conheci.- Ela colocava as mãos no próprio colo pensativa.
-Eu pensei que ele era... err.. tipo ele e o Tânatos.. err.. sei lá.- Realmente ele não estava com a cabeça boa para pensar.
-Ele é o que?- Ela olhava curiosa o loiro.
-Nada não.- Os olhos dele se voltavam ao lago, estava bem escuro, mas isso não o importava.
-Quer me contar o que ouve seu deprimidinho?- Ela puxava a orelha dele, dando uma risada, estava tentando animar o mesmo.
-Acho que eu disse algo que não devia, talvez não pensei muito bem nas palavras.- Ele suspirava, não era exatamente aquela reação que queria causar em Esmeralda.
-Está apaixonado pela verdinha mas disse algo que a ofendeu né?- Morgan parecia ter entendido tudo.
-Como sabe?- Os olhos dele se voltavam rapidamente a ela, definitivamente ficou assustado com tal informação.
-Vi ela saindo de cabeça baixa do Shopping. O que disse a ela?-
-Que queria ser o namorado dela, mas ela não era humana.- Soltava um suspiro.
-Devia ter pensado melhor nas palavras rapaz. Acho que devia pedir desculpas a ela e explicar melhor o que queria dizer com tais palavras.- Ela colocava a mão no ombro dela. -É incrível que duas espécies diferentes possam se amar, pelo visto ela também gosta de você.-
-Percebi.. mas como vou achar ela?- Perguntava, passando as mãos nos olhos umedecidos.

Morgan apontava para alguns prédios demolidos. Era possível ver alguns corruptos batendo de cara uns nos outros devido a alguma influência. Ao longe era possível ver a armadura reluzente de Fay e as faíscas de chamas do Tânatos.
-Não acredito, que porra. Como não ouvi os gritos e os caças?- Ele leva as mãos a cabeça olhando todo aquele caos ao longe.
-Fica aqui e relaxa, quando tudo acabar você fala com ela.- Ela cruzava as pernas aguardando sentada ali.
-Não, vou lá falar com ela.- Nem esperava Morgan dar sua opinião, ele já corria pela rua contra a multidão, desviando por onde podia das pessoas fugindo.

 

Shayn carregava em suas mãos um grande triângulo marrom, tem o tom transparente, sem perder a cor. Ela estava em uma caverna, repleta de rochas, parecia procurar algo. Ela via na parede um quadrado, vendo a base do triângulo que estava em mãos, tal forma era de pirâmide, com certeza caberia ali.
-É incrível como sua seikka é bem geométrica.- Logo encaixava a mesma no quadrado a parede.

Uma linha marrom claro fazia um contorno nas pedras ao redor, algumas pedras se destacavam aos poucos da parede.
-Clys nos ajude com a guerra, os corruptos estão de volta.- Dizia enquanto as pedras pareciam tomar forma.

-Novamente?- Uma voz ecoava pela caverna, ela viria das pedras que ainda tomavam forma.
-Sim, conseguimos alguém com uma alma muito forte, que pode nos ajudar a terminar de vez com os corruptos, dessa vez o caos tá muito grande.- Ela se sentava em uma pedra maior esperando o amigo terminar de “se montar”.
-Novamente essa palhaçada? Disse isso do Fay e olha onde estamos, apenas conseguiu adiar o inevitável, se acha que entro em batalha para perder está enganada.- A voz respondia sem demora.
As pedras formavam um rosto arredondado, com olhos fundos, um queixo largo, alguns chifres, pequenos dentes saiam para fora do queixo largo. Seu tórax é bem largo, assim como os braços, já as pernas eram mais finas, porém fortes, parecia uma mistura de troll com centauro, já que sua parte de trás era alongada, onde tinha dois pares de pernas. Seus pés pareciam cascos, porém com duas garras cada. Sua cauda era pontuda e bem pequena. Em seu peito havia um colete, onde a seikka estava encaixada.
-Novamente vem com esse papo de salvação, quer que eu acredite como? Sabe que sem orgulho sou destruído, talvez não sobreviveria se perdesse a batalha. Por que acha que lhe dei minha seikka e fiquei adormecido? Justamente para não morrer por conta do orgulho, já que isso me move.- Seus braços pedregosos se cruzavam, enquanto os olhos fundos focavam na amiga, que parecia pequeno perto dele, pedia até o peito dele se ficasse em pé ao lado do mesmo.
-Dessa vez nossa esperança é maior. Se chama Esmeralda, ela é uma seikka verde muito corajosa, sabe que sou como você, dependo disso também, não mentiria para você, nos criamos juntos, é como um irmão pra mim. Imagina o que aconteceria comigo se o que eu acreditasse não aconteça? Não coloco minha vida em risco a toa. Ela pode sim por um fim na guerra, poupemos a energia dela para quem realmente importa, nos ajude.- Shayn se levantava e estendia a mão para o grandalhão de pedra.
-Tá bom, só por que você pediu gentilmente.- Ele virava o rosto ignorando a mão dela. Logo fica de costas para ela, possibilitando que a mesma sentasse em suas costas quadrupedes.
Na parte parte de cima onde tinha apenas os braços, havia pequenos espinhos pedregosos nas costas dele, enquanto as costas quadrupedes era mais lisa, não parecia nada confortável para se cavalgar.
-Mesmo que os verdes sejam feitos para apanhar e resistir, nenhuma seikka é mais resistente que os marrons, nenhum marrom é mais resistente que eu.-
-Orgulhoso.- Ela dava uma risadinha sentando as costas dele, de modo que as suas duas pernas ficassem para o mesmo lado e ela conseguisse segurar nos espinhos das costas dele.
-Orgulho me deixa forte.- Nem terminava a frase já começando a correr, sendo guiado pelas palavras da amiga até o local de batalha.
 

Esmeralda mal chegava na zona de confronto e já via inimigos sendo arremessados ao ar. Olhava Tânatos cortando um tipo de aranha ao meio, que pegava fogo, era realmente incrível os poderes dele. Sem demora ela corria até a criança que apenas parecia observar.
-Oi, não conheço você.- Ela olhava ao redor não sabendo onde começar a lutar, antes apenas queria se apresentar.
-Sou Lin, seikka azul, to usando meus poderes psíquicos pra ferrar com esses putos.- Ela olhava para um golem com grandes tentáculos, o mesmo começava a flutuar, logo era arremessado em cima de um ser com longas patas e um bico bem comprido com vários dentes.
-Boa, depois nos falamos Lin.- Particularmente Esmeralda achava engraçado o jeito dela de falar, porém estava tão ansiosa para lutar que corria em direção a um corrupto de cor vermelha com um leve tom de roxo, além da sua aura ser completamente roxa.

Ele tem um peito bem largo, braços e pernas bem grandes, porém sua cabeça não era tão grande assim, seu nariz era um estranho destaque. Sem demora ela saltava, flutuando rapidamente, acertando ele bem no nariz, que caia em cima dos menores.
-Sempre derrubando os maiores. É isso ai Esmeralda.- Fay dizia alto, fazendo um campo de força aparecer ao redor de Lin quando o oponente a atacava com um enorme martelo de pedra.
Era um pequeno seikka-marrom, seu corpo era gelatinoso em um formato mais reptiliano, sua força era equiparada aos de sua raça, assim como as suas habilidades com pedras.
-Estamos quites.- Comentava Lin olhando fixamente na direção do réptil gelatinoso, arremessando ele longe com sua mente.
Esmeralda via o martelo do pequenino marrom jogado ao chão, logo pegava o mesmo usando ele para bater nos corruptos de menor tamanho, esmagando alguns deles.
-Até que a guerra não está sendo tão ruim quando pensava.- Esmeralda coloca o martelo sobre os ombros vendo os inimigos caídos, parecia que tinham vencido.
Não demorava para ela ouvir uma voz familiar.
-Cheguei tarde?- Perguntava Branco correndo até ela.
Junto com ele, Shayn chegava montada no seu amigo de pedra. Era visível alguns musgos presos as pedras do corpo dele.
-Esse é Clys, o seikka-marrom, ótimo em batalhas.- Shayn apresentava o rochoso saltando para o chão.
-Essa é a esperança? Tá mais pra derrota. Olha o tamanho dela.- Clys cruzava os braços.

-Posso ter pouco tamanho mas sou bem forte.- Esmeralda segurava o cabo do martelo de pedra com as duas mãos, encarando aquele que a menosprezava.
-Prove.- Ele estendia a mão, o martelo era atraído para a mão do mesmo, o que fazia Esmeralda soltar a ferramenta.
Ela analisava ele com os olhos, estudando um pouco como o atacaria.
-Estou esperando.- Ele jogava o martelo na direção dela.
Esmeralda desviava com facilidade, mas não era apenas aquilo, logo o martelo era atraído de volta para ele, por pouco ela consegue desviar também.
-Tenta de novo, acho que errou.- Os olhos esmeralda dela fixavam no martelo.
Os amigos ao redor estavam abismados com tal ato, não acreditavam que eles iriam brigar ali. Não demorava para Clys novamente jogar o martelo, só que com mais força. Esmeralda quase que não conseguia desviar, logo voava rapidamente na direção dele. Dava alguns socos ao peito dele, com certeza aqueles golpes causavam mais dor a ela do que a ele.
-O que está fazendo? Vai acabar se machucando.- Ele dizia em um tom debochado olhando para ela parado, não estava nem com vontade de atacar, seu martelo faria o serviço.
A essa altura o martelo estava quase atingindo ela, quando rapidamente ela deita ao chão, fazendo com que o mesmo bata com tudo na barriga dele, o fazendo suspirar irado.

-Como se chama mesmo?- Ele segurava o martelo olhando ela se levantar.
-Esmeralda. Prazer em conhecer.- Ela dizia gentilmente, se afastando um pouco dele, não sabia se ele iria atacar.
-É bem esperta para um verde. Mas não pense que me venceu, vou...-
-Dá pra parar de brigar? Os corruptos não foram derrotados ainda.- Branco gritava correndo para trás de Clys. -Bate neles grandão.-
Os corruptos caídos estavam se levantando. Estavam ilesos.
-Parecem fracos, isso é estranho.- Lin comentava olhando em volta, estavam cercados. -Parece que eles eram apenas uma distração, enquanto mais deles saiam do portal, estamos ferrados.-
-Vou ativar a relíquia então.- Clys quebrava o martelo de pedra, levando a mão a sua seikka.
-Agora não, tá louco? Estamos perto de você.- Lin olhava ao redor buscando pra onde poderia correr.
Branco corria em direção de Esmeralda, saltando em direção da mesma.
-Voa pra longe.- Dizia alto.
Sem entender ela voava mais alto, se afastando um pouco do marrom. Fay voava um pouco mais alto.
-Teimoso.- Shayn gritava correndo para perto da irmã.
-Quietos, vai atingir todos esses malditos de uma vez quase.- Clys nem se importava se seus ataques afetariam seus amigos, apenas queria acabar com aqueles que se aproximavam.
Sua seikka emitia um brilho da cor marrom. O solo começava a tremer. Em frente a seikka ele leva a mão direita com a palma pra cima, logo coloca a esquerda em cima, com a palma pra baixo. Rapidamente ele estica as duas mãos, deixando-as retas com seu ombro. Tal movimento jogava fragmentos de pedras para todas as direções, a terra tremia forte. Logo ele inclinava a palma da mão direita para o chão, a terra subia até suas mãos, com uma batida dos pés dianteiro ao chão. Uma onda de pedras rachava o chão inteiro, pedras voavam para todos os lados. Alguns corruptos caiam nas fendas abertas ao chão. Esmeralda voava rápido para longe esquivando de algumas pedras, segurando Branco em seu colo. As irmãs estavam abraçadas, onde um campo de força rosado as protegia. Fay desviava das pedras que vinham em sua direção, eram tantas.
-Tempestade das rochas. Minha relíquia.- Clys dizia quando desencaixava sua seikka do colete, onde a mesma virava uma enorme marreta de pedra, algumas pequenas pedras orbitavam em redor de tal marreta, além de musgos esverdeados a cobrirem.
-Pra que tanta encenação?- Perguntava Esmeralda.
-Pois a relíquia só pode ser invocava se usar grande quantidade de energia. Não sabia?- Ele girava a marreta na mão, olhava para um corrupto que se levantava do chão, acertando bem em cima da seikka dele. A mesma estava localizada na testa. Tal golpe fazia a seikka dele virar poeira. Clys aproximava o machado do rosto soprando o local.
-Tão poderoso quanto eu.- Dizia para si.
-Então o Tânatos tava usando a relíquia dele?- Perguntava curiosa procurando Tânatos, ela olhava ao redor, porém não o via.
-Não exatamente, ele apenas usa uma habilidade comum, se concentrar energia na sua seikka ela pode virar a arma que imaginar, mas a relíquia é diferente, ela concentra todo seu poder. Além de ser muito destrutiva, leva seu corpo ao limite... mas cade o Tânatos?- Fay dizia olhando ao redor também.
-Está aqui.- Uma voz ecoava pela cidade, era ensurdecedora.
Todos olhavam em direção a voz, o portal era enorme. Uma criatura colossal toda negra estava de pé próximo a alguns prédios, que mal chegavam a sua cintura. Em uma das mãos ela segurava Tânatos. Seus braços finos e mãos grandes, seu corpo é completamente negro, os olhos cinzentos. Seu corpo não tinha detalhes, suas costas contém vários espinhos da mesma cor que o corpo. Parecia ser feito completamente de sombra.
-Dessa vez não conseguiram me trancar do outro lado. O que vai fazer Fay? Implorar para eu soltar seu amigo?- Ele apertava o Tânatos na sua mão.

-Shodaw seu maldito.- Fay flutuava para perto dele.
-Não vai..- Shayn e Lin diziam em coro.
Fay nem dava ouvidos a ela.
-O que quer de mim? Por favor solta ele, não tem nada a ver com nossa rivalidade.-
-Não tem é? Prometi a você que acabaria com tudo que eres ou já foi. Tudo isso por ter adiado a criação do meu exército.- A grande sombra dizia em alto tom, para todos ouvirem. Ao braço direito dela havia uma armadura espinhosa, até metade do braço, onde tinha a curva do cotovelo. Tal armadura tem a cor negra.
-Ainda usa isso.- Fay apontava para a armadura ao braço direito dele.
-Nunca esqueci do tempo que já foi meu amigo. Podíamos ser grandioso, você dá a vida, eu tiro, poderíamos fazer um planeta só nosso.- Cada vez ele apertava mais Tânatos em sua mão. -Mas me abandonou, me traiu, quis me destruir.- Por mais que ele apertasse o vermelho cada vez mais forte, o mesmo não fazia nenhum barulho, apenas ficava em silêncio.
-Foram amigos Fay?- Tânatos perguntava com a voz fraca.
-Antigamente, mas isso não importa agora, solta ele!- Fay gritava para o ex amigo soltar Tânatos.

-Soltar? Apenas se me prometer lealdade, preciso de sua proteção, esqueceu que sou sensível?- A enorme mão era estendida para Fay. -Faça um tratado de lealdade.-

-Não Fay, ignora ele, podemos vencer.- Shayn gritava tentando fazer ele a ouvir, já que o mesmo ignorava suas mensagens telepáticas.
-Não vou me unir a você.- Fay dizia bravamente.
-Então vou acabar com tudo o que já amou, começando por ele.- Shodaw arremessava Tânatos ao chão.
Antes do esqueleto tocar ao chão, um campo de força rosado o contornava, fazendo ele cair sem danos, logo a sombrosa criatura tentava pisar em cima dele, mesmo que fosse em vão, ele não desistia.
-Corruptos acabem com todos os heizianos e tragam suas seikkas pra mim. Deixem seus corpos vivos, quero tortura-los um a um.- Tal voz soava maléfica, e uma risada diabólica ecoava pela cidade, era de causar arrepios.
Shodaw não desistia em ficar pisoteando o protegido de Fay, faria aquilo até o campo de força de romper.

Esmeralda estava intrigada olhando para o gigante de sombras. Parecia concentrada nele.
-O que foi Esmeralda?- Perguntava Branco ao colo dela olhando a reação da mesma.

-Ele não foi corrompido. Ele é um heiziano como nós.- Ela afirmava olhando para o lupino.

-Como assim? Ele é o líder do exército, o mais perverso de todos.- Branco comentava enquanto saltava do colo dele, se transformando em Fay, para poder usar as asas e voar.
-Ele não tem alma, não tem como se corromper, é como se estivesse inseguro, magoado com algo.- Os olhos dela se voltavam a armadura dele. -Ainda guarda consigo a armadura que um antigo amigo deu.-
-Então quer dizer que o líder dos corruptos faz isso por vingança?-
-Talvez, acho que ele quer ter um exército próprio, os corruptos são tão fortes que foram a escolha perfeita.-
-E como sabe disso?-
-A energia da seikka dele, está ligada com a minha, não sei por que, mas ele me conta isso.-
-Esmeralda, sugiro interromper essa ligação logo, pode ser perigoso, vamos ajudar a Lin.- Branco apontava para baixo.
Lin estava usando suas habilidades psíquicas para arremessar pedras e vários objetos aos inimigos que se aproximavam, sua irmã apenas se protegia atrás da mesma. Clys parecia indo bem com os corruptos, esmagava cada seikka uma a uma, mesmo que fosse demorado pela quantidade que tinha, ele conseguia ter golpes certeiros. Esmeralda olhava para a própria mão concentrando-se em sua seikka, a mesma virava uma espada verde-transparente.

-Consegui!- Comentava voando em direção aos corruptos, usando a espada para cortar membro por membro, seus golpes aéreos eram rápidos. -Não me acertam no céu.- Mal terminava a frase e olhava para frente, vendo vários cacos que voavam em sua direção para atacá-la. -Falei cedo demais...- Voava para longe tentando evitar ser mordida, porém parava ao céu ouvindo uma voz familiar.
-Es me desculpe pelo que disse. Estava errado, você é perfeita assim.- Jhon estava em cima de um carro gritando a ela.
Ao verem ele os cacos corriam na direção do mesmo. Rapidamente Esmeralda passava deles usando uma das mãos para segurar o amigo.
-O que tá fazendo aqui?- Ela dizia apontado a espada para ele, desviando de alguns prédios que caiam. Shodaw agora estava cuspindo uma gosma verde ao campo de força, o que derretia a base de alguns prédios próximos e abria uma cratera ao chão.
-Vim pedir desculpas por hoje lá no cinema.- Jhon dizia com um sorriso aos lábios.
Esmeralda se virava para trás, parando ao ar, usando golpes para cortar ao meio os cacos que se aproximavam, seus golpes eram diretos na seikka deles, que se partiam ao meio e derretiam em seguida.
-Não é uma boa hora.- Mais cacos se aproximavam dela, o que fazia a mesma tornar a voar, para pensar em alguma maneira de acabar com todos.
-Está tão forte Es. Agora consegue voar comigo ao colo e ainda lutar, evoluiu muito. Me perdoa, por favor.- Jhon olhava para ela envergonhado.
-Muito obrigado.- Ela soltava um suspiro. -Perdoo sim.- Novamente parava um pouco para cortar os que se aproximavam muito dela, cada vez mais vinham ao seu encontro, o que a deixava irada.
-Então podemos namorar mesmo assim?- Jhon dizia bem baixinho, um tanto envergonhado.
Esmeralda jogava ele para cima, segurando a espada com as duas mãos.
-Pode ser.- Ela respirava fundo cortando todos rapidamente, alguns dos seus cortes formavam lâminas de ar, que cortavam vários cacos ao meio, em uma grande distância, logo o exército inteiro de cacos não passava apenas de um líquido transparente ao chão.
Jhon já começava a cair, soltando um grito assustado. Esmeralda o pegava no colo quando estava em sua reta.
-Agora vai pra um lugar seguro tá? Depois conversamos.-
-Então somos?- Ele dizia empolgado.
-Olha, seus rituais são estranhos. Posso até aceitar, mas terá que ser do meu jeito tá? Se esconde.- Ela pousava colocando o mesmo ao chão, dava um beijo a bochecha dele e saia flutuando na direção do exército de corruptos que atavam seus amigos.
Jhon estava sorridente, um pouco sem graça, logo corria para trás de um prédio e ficava sentado pensando, o prédio estava em ruínas, porém a batalha estava mais ao longe, podia não ser o local mais seguro mas era o que ele havia encontrado primeiro.

 

Fay parecia assustado, não sabia quanto tempo conseguia manter a proteção de Tânatos, o mesmo parecia nem se mexer. Esmeralda se aproximava do campo de força onde estava o esqueleto.
-Venha, saia dai.- Dizia em voz alta, aquela gosma escorria por cima da barreira, porém ainda não a perfurava.
-Estou cansado, minha seikka foi capturada.- Dizia apontado para o lado, parecia fraco.
-Droga, eu recupero para você.- Ela olhava para a direção que ele apontava, vendo um corrupto mais afastado da multidão.
O mesmo tinha quatro braços, parecia observar algo vermelho em sua mão. A seikka corrupta dele estava presa ao abdome. Tem a cor verde bem escuro, com uma aura roxa. O grande corpo dele é repleto de músculos, sua cabeça contém vários espinhos. Sem demora Esmeralda voava para perto dele.
-Devolva isso.- Estendia a mão para ele enquanto flutuava mais perto.
-Vem pegar.- Ele fechava o punho com a seikka dentro, flutuando próximo a ela, já se aprontando para lutar.
Esmeralda fazia movimentos de corte com as espada, onde alguns cortes de ar eram mirados no oponente. Com muita leveza ele desviava de cada golpe, se aproximando aos poucos dela. Não demorava para usar duas de suas mãos para dar um soco nela. Assustada a mesma colocava a espada na frente do golpe e fechava os olhos. Ouvia um barulho das mãos dele batendo em algo. Ao abrir os olhos notava um escudo triangular de ponta cabeça em sua mão. Ele contém o mesmo aspecto de cor que sua seikka, um verde-transparente. O ser sacudia as mãos atingidas.
-Que reflexo.- Ele resmungava. Logo um vento soprava Esmeralda para trás, parecia que ele queria que ela o perdesse de vista.
Ela teria que ajudar seu amigo, não sabia quanto tempo ele aguentaria sem sua seikka. Olhava para o escudo pesando em algo, talvez fosse bom poder arremessar alguma arma. Instantaneamente a forma do escudo mudava, e uma lança estava em sua mão, ela olhava para o ser mirando em sua seikka, arremessando a lança na direção do mesmo. A lança era tão veloz que ele não conseguia desviar por completo, ela ficava fincada em um dos ombros dele, o cravando nos escombros de um prédio. Esmeralda se aproximava dele, olhava para suas mãos, a ponta dos seus dedos estavam avermelhadas, logo tocava nele. O mesmo começava a derreter, urrando de dor. O corpo dele parecia ser sugado para dentro da seikka, apenas alguns ossos estranhos ficavam no local onde ele estava deitado. A seikka dele virava um liquido transparente. Ela via a seikka vermelha do amigo, logo a pegando, iria dar a ele.

Vendo que o ácido expelido por sua boca não quebrava a barreira de Fay, Shodaw decide pisar novamente em Tânatos, porém algo parecia o impedir. Tirava o pé do local, via que Esmeralda segurava seu pé.
-Pare de machucar meus amigos, ou pelo menos tentar.- Ela tirava a seikka vermelha do bolso de seu short, colocando a mão de Tânatos. Assim que ele a pegava, dava um grande salto para longe, o campo de força se rompia, o que fazia Esmeralda ficar flutuando ao ar, pois ela estava em cima do mesmo.
-Como ousa? Depois de tudo que lhe contei.- Shodaw pegava Esmeralda na mão, apertando ela com força, leva a mesma próxima de seu rosto. -Acha mesmo que podem me vencer?-
-Eu não acho. Mas tenho coragem de te enfrentar.- Ela se mexia tentando se soltar, mas era em vão.
-Apenas coragem não vai me vencer.- Shodaw parecia duvidar das habilidades dela.
-Claro que é, sou a seikka da coragem, quanto mais tiver mais forte sou.- Ela conseguia esticar seus braços, impedindo que ele a aperte, parecia ter mais força que o grandão.
-Como isso?- Ele estava impressionado.
-Já disse, quanto mais coragem, mais forte, posso te vencer.- Ela voava para fora da mão dele, escapando do mesmo.
Incrédulo ele começava a rir ainda focando seus olhos cinzentos nela.
-Acha mesmo que pode me vencer? Meu corpo é apenas uma sombra.-
Esmeralda não o dava ouvidos, indo logo na direção do rosto dele, tentando socá-lo porém fora em vão, sua mão atravessava o rosto do mesmo, era como socar uma sombra.
-Mas como?- Confusa ela dava um chute e outro soco ao rosto de Shodaw, que apenas ria.
-Posso decidir se quero ser tocado ou não. Agora eu apenas sou uma sombra.-
Esmeralda olhava para sua mão, onde ela segurava a própria seikka, com sua luva rasgada. Sua seikka virava uma espada, ela se afastava um pouco, usando os cortes de ar para atacar o sombroso. Porém era em vão, parecia que todos seus golpes atravessavam ele.
-Eu disse.- Ele fazia a própria mão atravessar ela.

Esmeralda via tudo escuro, parecia que tudo havia sumido. Em sua frente via a rainha chamando ela de fracassada, seus amigos dizendo que haviam confiado nela e se decepcionaram, Jhon dizia que se enganou e ela era a pior coisa que ele já conheceu. Ao olhar o corpo de Esmeralda paralisado ao ar, Fay já entendia, se aproximava da mesma pegando ela ao colo, antes que caísse.
-Que covarde, usando ilusões para confundi-la, coitada.- Fay dizia em tom de desaprovo olhando para o ex amigo.
-Cada um de nós tem um poder oras, esse é o meu. Não vai demorar para ela se corromper.- Ele cruzava os braços olhando os corruptos lutando contra Lin, Branco e Clys, logo Tânatos já ajudava os amigos. -Repugnante suas atitudes, acham mesmo que podem acabar com eles? Pra que proteger os terráqueos? Não vale a pena, não irão nem agradecê-los.-
-Por que isso não é justo com eles. Não lhe fizeram mal algum. Sabe que não gosto de injustiça.- Fay olhava para Esmeralda, que se encolhia cada vez mais em seu colo. -Esmeralda não escute eles, sabe que você é muito forte, nada disso é verdade.- A esperança de Fay não se esgotava, sabia que ela iria conseguir se libertar daquilo.
-Ela não pode te ouvir, já é tarde.- Shodaw dava de ombros olhando todo aquele caos próximo de si.
-Não é tarde.- Fay percebia que uma aura roxa envolvia Esmeralda, a seikka dela estava escurecendo. -Não se estrega Esmeralda, me escute.- Ele sacudia ela tentando fazer ela acordar. Abria a mão dela olhando a seikka da mesma, logo tocando nela. -Esmeralda, me escute, não deixa a energia da sua seikka tomar sua alma, é mais forte que isso.-
Além de se sentir insegura, Esmeralda ouvia algumas vozes naquele vão negro. Tal voz dizia que poderia libertar ela de tudo aquilo, uma mão negra estendia perante a ela, dizendo que tudo iria acabar. Ela se aproximava da mão assustada, seus amigos pareciam que não gostavam mais de si. Via até o Robert dizendo que ela era uma péssima filha. Ela se aproximava o suficiente para poder colocar a sua mão sobre aquela mão negra. Notava que a própria seikka brilhava e aquela mão envolvia a mesma. Tudo o que passava em sua cabeça era destruir a todos que a fizesse mal. Sentia uma grande energia tomar conta de si, estava forte, se sentia forte, iria logo expelir toda aquela energia. Seu corpo parecia soltar uma onda roxa, como uma explosão. No susto Fay acabava soltado Esmeralda que caia com tudo ao chão. Sem demora ela se levantava. Havia uma aura roxa nela, a cor de sua pele tornava a ser verde, seus cabelos em um tom negro, as orelhas novamente pontudas e os dentes afiados.
-Não acredito, ela está...- Fay leva as mãos a cabeça, parecia incrédulo com o que via.

-Corrompida.- Shodaw acenava positivamente com a cabeça. -Ninguém escapa, poderia corromper você, mas ai minha vingança não teria graça. Verá todos seus amigos sofrer.-
Ela olhava ao redor, a única coisa que via era Clys a xingando de inútil. Ela flutuava em direção a ele. Usando a espada, que sua seikka se transformava, para atacá-lo com cortes de ar. O mesmo olhava ela confuso, usando sua marreta para parar os golpes.
-Sua incompetente, os inimigos são eles.- Ele apontava para o corrupto no qual o mesmo segurava a cabeça com sua mão livre.
Ela via apenas uma criatura inocente suplicando por ajuda.
-Não devia machucá-los desse jeito.- Ela dizia com uma voz ecoante, com certeza não era dela.
-Está corrompida.- Dizia Lin puxando a irmã para trás com o poder da mente, fazendo com que ela desvie das garras vorazes de um corrupto armado com um punhal duplo.
-Que fracote, já foi corrompida.-
Clys mal conseguia ver de onde vinha o golpe, só sentia algo o atingindo nas costas, ao virar o rosto via ela usando seus cortes de ar para atacá-lo. Quando enfim ele virava para a mesma, ela já estava as costas dele, lhe atacando novamente.
-Que rápida, mal consigo ver!- Comentava furioso.
-Quando a seikka toma o controle da alma, equivale ao modo relíquia, no caso dela acredito que só ganhe velocidade.- Shayn falava enquanto corria de um corrupto, onde Branco, na forma de um golem de fogo, pisava ao mesmo.
-Não acredito Esmeralda.- O lupino dizia olhando para ela.
-Deixa comigo, corram e levem os corruptos para lutar longe dela.- Tânatos se oferecia para lutar.
-Não precisa lutar por mim esquentadinho.- Clys comentava quase caindo com o forte golpe em suas costas.
-Não vou lutar por você, apenas lutarei a altura dela. A ira é muito mais forte que o orgulho. Além do mais, tenho o dobro de sua velocidade. Acha que pode derrotar mais corruptos que eu?- Tânatos apontava para uma pilha de corruptos que estavam com os membros todos cortados, mal conseguiam se mexer.
-Vou acabar com o dobro.- Clys olhava para alguns corruptos, correndo em direção a eles.
Novamente Esmeralda usava a espada para fazer um corte de vento e atingir Clys, porém o corte foi parado pela foice de Tânatos.
-Só eu e você minha cara.- Ele apontava a foice para ela.
A mesma parecia aceitar o desafio pois agora focava os golpes nele, seu corpo esquelético era bem vez, logo conseguia desviar dos golpes arremessando sua foice em direção a ela. A mesma desviava, enquanto tentava o golpear com a espada novamente, a foice voltava fincando nas costas dela. A mesma tirava a foice das costas, deixando ela cair ao chão, sua ferida se curava sem demora. Os olhos dela estavam focados ao esqueleto. Tais olhos pareciam sem vida.
-Olhando em seus olhos, você nem parece ter alma.- Tânatos comentava saltando em direção dela, a golpeando com a foice, várias vezes, onde a mesma desviava.
Esmeralda fazia uma foice igual a de Tânatos em sua mão, porém tinha a cor de sua seikka, que por sua vez estava bem escura. Lâmina a lâmina os dois lutavam sempre resultando em empate, pareciam sincronizados com os golpes.
-Esmeralda, pare de me atacar, não quero te machucar, lembra de mim? Sou Tânatos.- Ele dizia enquanto segurava a lâmina da foice dela com a sua, tentando conversar com ela.
-Tudo que eu vejo são as coisas que você destruiu. Tudo que já queimou, a cidade está em chamas.- A voz ecoava por entre os lábios, seus dentes afiados eram notados pelo amigo.
-Você não é assim Esmeralda.- Ele dizia um tanto baixo, sua voz metálica estava um tanto baixa. Ele olhava ao redor vendo alguns escombros e corpos pegando fogo, com certeza ele havia destruído muitas coisas, mas foi com a intenção de ajudar.
Enquanto o oponente estava distraído, Esmeralda se livrava da foice dele, usando a própria para cortar a cabeça dele fora.

-Morra com tudo o que destruiu.- Dizia olhando a foice dele e a cabeça cair ao chão.

Ela já havia dado as costas a ele, quando uma enorme chama se formava em cima do corpo, que se levantava do chão. A cabeça parecia ser sugada novamente para seu lugar, ele agora parecia irado.

-Não terminamos de lutar.- A voz ecoava dos ossos, a seikka já estava posta no local de origem, bem ao meio do peito, precisamente na coluna vertebral. -Agora vai sentir o poder da minha relíquia.- A chama parecia tomar todo o corpo dele, com certeza estava bem irritado.
-Não faz isso Tânatos, seu modo relíquia é perigoso.- Fay dizia voando até próximo ao amigo, que parecia não o ouvir.

A única asa esquelética de Tânatos batia, ela ficava da cor vermelha, parecia criar um corpo.
-Não faz isso.- Fay gritava novamente.
A fina e comprida cauda de Tânatos ganhava volume, era escamosa e vermelha-escuro. Seu rosto alongado e reptiliano, seus chifres aparentes e afiados. Agora ele possuía duas asas bem grandes, com certeza poderia voar. Seus braços são bem largos e fortes, assim como suas pernas, cauda e tórax.

-Sabe que essa forma acaba com você, pode se queimar até a morte, seu sangue é puro fogo. Pare Tânatos.- Fay dizia em voz alta.
-Não adianta, ele está tomado pela ira.- Shayn falava na mente de Fay, tentando acalmar ele. -Nos ajude aqui.-
Fay voava até próximo a Shayn, para ajudá-la a escapar, usando suas barreiras para ajuda-los a se defender, ele parecia um tanto triste. Shodaw não continha as risadas, apenas ficava observando parecendo animado com tudo aquilo.
Agora Tânatos tinha garras, e bem grandes e afiadas, um sorriso era estampado aos lábios dele.
-Agora vou acabar com você, não tem mais perdão.- A voz grossa dele era assustadora.
Esmeralda nem se importava com aquilo, ia logo atacar o mesmo com a foice, porém logo a mesma era derretida ao tocar o corpo do mesmo, onde não sofria dano algum.
-Acho que eu era apenas uma pilha de ossos? Aquele é o jeito que eu economizo energia, esse é meu verdadeiro corpo.- Fay simplesmente sentia arrepios ao ouvir a voz do amigo ecoar, sabia que aquela forma o machucava profundamente.

Esmeralda logo flutuava na direção dele, iria partir para o soco, porém sempre que o atacava suas mãos queimavam, ela se afastava. O vermelho estava ileso, apenas soltava uma risada com cada golpe sem sucesso. Ao peito dele era visível uma pequena seikka, Esmeralda já entendia o que iria fazer, atacaria o local. Porém era surpreendida pela velocidade dele quando a dá um soco na cara, a fazendo voar metros. O mesmo estendia a mão para ela, fazendo uma chama nascer embaixo da mesma, onde ela começava a queimar, urrando de dor. Enquanto queimava lembrava de um golem de fogo, via alguns borrões de Robert a abraçando e dizendo que a adorava, sua mente estava tão confusa. Em um segundo queria parar com aquilo, em outro apenas queria acabar com ele. Ela olhava para a própria mão, via sua seikka com uma energia estranha, emitia uma aura roxa, estava escura, ela tinha se corrompido? Em sua volta estava tudo destruído, teria sido ela? Não podia acreditar no que via. Parecia que algo mais forte a controlava.
-Não...- Ela leva a mão ao rosto. -Só isso?- Era a única coisa emitida pelos lábios dela, estava arfante. Tirava a mão ao rosto, seus olhos novamente focavam em Tânatos, com certeza queria lutar mais com ele.

Sua seikka virava uma lança, ela olhava para ele arremessando a mesma na direção dele. O mesmo colocava a mão a frente, fazendo ela fincar na própria mão.
-Não pode me vencer com isso.- Enquanto ele olhava para o lugar onde a mesma estava, já havia sumido, era muito rápida.
-Não era isso que tinha em mente.- Dizia levando a mão a seikka do mesmo.

Ele mal tinha percebido a aproximação dela. Sentia uma ardência ao local, sentia como se estivesse derretendo.
-Como consegue neutralizar uma seikka assim?- Tânatos gritava empurrando ela com um chute bem forte, tal chute fazia ela cuspir uma saliva amarelada, que pingava a seikka dele, tal sensação de queimação passava, seu corpo até ficava levemente dormente. -Ora, parece que sua saliva reverte sua habilidade de neutralizar seikka.- Mas isso acaba agora.
Ele segurava a lança, quebrando a mesma ao meio, fazendo com que a seikka dela apareça, onde segurava a mesma na própria mão, apontando a ela.
-Sei que quando se corrompe a energia da seikka fica em seu corpo e não apenas nisso, mas sem isso seu poder cai pela metade.- Ele jogava a seikka longe. -Agora irei acabar com você.-
Esmeralda parecia nem ligar que sua seikka não estava mais consigo. Ela logo corria na direção dele, fazendo com que um vento forte o empurre. Ela parava próximo a algumas pedras, arremessando as mesmas a ele, que derretiam antes de tocar ao corpo. Parecia inútil, porém elas estavam formando um líquido gosmento embaixo dele, deixando difícil ele caminhar, logo o mesmo voava. Tentando se livrar do vento. Novamente apontava a mão a ela, a mesma começava a pegar fogo. Novamente ele sentia o corpo queimando, dessa vez não era a habilidade de Esmeralda, era sua seikka, ela o queimava, sua pele estava toda queimada, seu corpo pegava fogo.
-Volta ao normal logo.- Gritava Fay de longe, olhando a luta dos dois enquanto defendia os amigos.- Novamente Tânatos não o ouvia, pelo menos fingia que não, pois iria vencer a todo custo, era sua ira que falava agora, não iria parar por nada.
Aos poucos o vento parava, Esmeralda deitava ao chão, parecia com muita dor. A chama que ele invocava apenas nela, fazia com que seu sangue fervesse, sua queimadura era apenas interna, por mais que por fora ela parecesse pegando fogo, era apenas uma ilusão do poder de Tânatos indicando que estava “queimando uma alma”. Era como chamava seu poder de fazer o sangue ferver.
-Sua alma arde em chamas. Como é a sensação de ter o sangue fervendo?- A grossa voz ecoava em tom sarcástico.
Esmeralda não respondia, apenas ficava deitada ao chão, se contorcia urrando de dor. A essa altura o corpo de Tânatos já voltava a ser apenas ossos, estava queimando cada vez mais, parecia que apenas iria parar se ela não se mover mais. A ponta de sua cauda virava cinzas, seu corpo estava começando a se desmanchar, pois estava muito quente, os ossos já perdiam o formato aos poucos, estava muito queimado. Apenas de causar sérios danos a ela, também causava sérios danos a si, toda vez que usava poder sua seikka esquentava, podendo explodir ou derreter seu corpo inteiro.
-Não!- Fay gritava abandonando a luta e voando até Tânatos. -Pare.- Ele o abraçava, se queimando junto com ele.
-É tarde demais amigo. Não consigo mais parar.- A mão ossuda de trêmula dele leva a mão do amigo até sua seikka, não demorava para ele virar apenas cinzas.

Fay agora estava com a seikka dele em suas mãos.

-Não!!- Ele gritava olhando a seikka. Toda sua armadura desaparecia, estava novamente como humano, vestindo seu sobre tudo, os olhos cheios de lágrimas. -E-ele se sacrificou.- Fechava as mãos com força, levando a mesma próxima ao peito. -Sentirei saudades amigo.-
-Sempre cuidou bem de mim.- Ouvia a voz de Tânatos em sua cabeça, logo Fay olhava a seikka, se lembrou que algumas memórias eram armazenadas na seikka.

-Tudo isso por culpa sua.- Irado Fay se aproximava de Esmeralda, ao perceber que o próprio corpo estava pegando fogo ele derrubava a seikka próximo a ela, ele não conseguia ver onde caiu. -Tá vendo? Agora perdia a seikka dele.-
-Me desculpe.- Uma voz bem baixa dizia.
-O que disse?- Fay se abaixava um pouco mais calmo, olhando ela.
-Desculpe.- Ela se mexia devagar, logo esticava-se ao chão Fay agora via a seikka do amigo próximo a ela, pegando a mesma.
-Está de volta? Como é possível?- Ele olhava curioso a ela, ainda incrédulo com o fato dela não estar mais corrompida.
-Quando ele separou minha seikka e me queimou, lembrei de algumas coisas. Não cedi mais as vontades de uma voz que me dizia o que fazer, apenas voltei a ser eu.- Ela falava baixo, estava com muita dor.
-Então tem como purificar um corrupto.- Ele se levantava impressionado.
-Não tenho certeza. Mas ele tem que querer, na maioria das vezes, ele deixou de acreditar e não tem como voltar. Creio que o sacrifício dele fez eu tornar o controle ao meu corpo. Ser corrompida distorce toda minha visão, amigos parecem inimigos e os inimigos inocentes, na verdade você vê o que quer ver, sempre tem o lado real. Agora consigo ver as coisas como realmente são, não gosto de ver tudo distorcido. Fay, guarda isso com carinho, farei o sacrifício dele não ser em vão, agora sei como derrotar o líder dos corruptos.- Ela se sentava olhando as mãos. -Onde está?- Olhava ao redor. -Me ajuda a achar minha seikka?-
-Então vamos virar o jogo. Vou ficar aqui para lhe proteger, Shayn irá encontrar sua seikka, já comuniquei ela mentalmente, na verdade ela sempre invade a mente das pessoas então ela já sabe de tudo.- Dizia de forma bem humorado. -Desculpe por dizer que é tudo culpa sua, ele quis assim.-

-Foi culpa minha, tem razão. Mas talvez sem o sacrifício dele eu não teria me recuperado, depois de vier à tona algumas lembranças e ver que ele se destruiu para me ajudar, consegui me libertar.-

-Ainda acho impressionante, Shayn tinha razão de dizer que era a última esperança. O mais incrível disso tudo é que ele apenas fica olhando o caos, não tem poder pra nos derrotar, ele faz nós mesmos nos destruirmos.- Fay estendia a mão para ela, uma aura rosa se formava ao corpo dela, aos poucos a dor passava.
-Obrigado.- Em um salto ela levantava em pé e o olhava. -To empolgada pra lutar com ele, já descobri seu ponto fraco.- Os olhos verdes dela se fixavam a sombra que parecia achar graça do caos que estava causando, vendo que Clys, Branco e Lin lutavam bravamente contra um exército de corruptos.
-Sabe o que eu acho? Devia usar isso enquanto ela encontra sua seikka.- Fay estendia a mão para ela mostrando a pequena seikka vermelha na palma dela.

-Tem certeza? Não sei como usar os poderes direito.- Ela olhava para a seikka e após para ele parecendo confusa.
-Você consegue, Tânatos tinha uma alma perturbada e mesmo assim usava com perfeição. Acho que sua performasse com essa seikka vai se sair muito melhor, ainda acho que seria mais forte que ele. Apenas fique ciente de uma coisa, não deixe a ira te consumir, é ela que alimenta a seikka, mas pode destruir seu corpo, um dano que não pode ser reparado.- Fay parecia confiante aproximando mais a mão de Esmeralda, incentivando ela a pegar a seikka.

Assim ela cedia, pegando a seikka vermelha a mão. Fechava os olhos, sentindo a energia emitida pela seikka. Uma sensação de calor surgia em seu corpo. Ela abria os olhos, os mesmos agora tinham a cor vermelha, sua pele continuava verde, assim como suas orelhas pontudas e dentes afiados. Dois pequenos ossos furavam o suéter dela, bem nas costas. Os mesmos ganhavam pontas, formando o esqueleto de uma asa, ela agora tinha duas. Uma cauda ossuda também surgia, era bem longa e espinhosa. Os pequenos chifres escondidos pelo cabelo dela logo cresciam, e surgia chifres bem pequenos em cima das orelhas acompanhando o alinhamento da cabeça. Alguns espinhos ossudos surgiam as costas. Agora ela ganhava grandes garras. Ela olhava as próprias mãos vendo as garras.
-Que legal, meu corpo se adaptou a seikka dele!- Ela pegava a seikka na canhota, colocando as costas da mão direita, pequenos ossos saiam de dentro da pele dela e seguravam a seikka grudada a mão dela. -Ficou diferente do que esperava mas está ótimo.- A voz dela parecia mais ecoante agora, lembrava vagamente Tânatos.
Ela conseguia ver algumas lembranças dele, sentia um grande afeto por Fay, como se ele fosse alguém da família, por algum motivo sentia que ele sempre iria a proteger, não importava o perigo.
-Você era o protetor dele.- Comentava um pouco confusa com as lembranças, os olhos dela afinavam, ela enxergava tudo borrado. -Estou vendo mal agora.-
Fay acenava positivamente com a cabeça, quando ouvia ela falar de ver mal, o mesmo retirava os óculos dela, dando uma risadinha.
-Melhor?-
Ela acenava positivamente com a cabeça. Olhava para um dos corruptos, que fora arremessado longe, e imaginava ele queimando. Via que o mesmo começava a se contorcer. Esmeralda bufava como se estivesse irritada, pisando fundo enquanto se aproximava do corrupto deitado ao chão.
-Está destruindo tudo. Causando o caos, perturbando seres que não lhe fizeram mal.- Ela dizia enquanto se aproxima.
Por alguns instantes desejava que ele explodisse, mas tentava arrumar as ideias, realmente ficar com raiva sem sair do controle era difícil. Porém sua desordem de pensamentos havia feito o corrupto explodir. Ela via a seikka dele ao chão, aos poucos ela ficava clara, tornando a sua cor transparente-alaranjada. Curiosa ela olhava a seikka.
-O corrupto que eu queimei se purificou. Eu acho.- Ela pegava a seikka e olhava para trás, olhando Fay. -Isso é possível?- Ela jogava a seikka para ele analisar.
O mesmo pegava a seikka ao ar olhando ela, estava pura novamente.
-Acho que quando queimou ele, libertou da maldição do Shodaw, que é ser corrompido. Talvez isso tenha uma cura.-
-Arrependimento.- Shodaw dizia alto. -Se o ser se arrepende de ter ganhado poder ele consegue se libertar, porém sua alma é destruída.- Uma risada diabólica era ouvida.
-Ou seja, se o heiziano se arrepender de ter uma seikka seu corpo é destruído. Isso não é bom.- Ela comentava indo até perto de Fay.
-Acho que é bom sim, podemos vencer fazendo todos se arrependerem de ter poder.-
-Mas como faremos isso?-
-Bem, acho que devia surrar eles até desejarem nunca ter nascido. Brincadeira, mas não faço ideia.- Ele dava e ombros. -Pega, usa essa também.- Entregava a seikka-laranja para a amiga.
-Boa ideia, vou surrar eles.- Ela pegava a seikka, fechava os olhos sentindo a energia dela. -Está vazia, como se a energia estivesse se esgotado.-
Fay pegava novamente a seikka dela.
-Dá pra reparar, mas levaria um bom tempo. Vou guardar essa e reparo depois, pode ser?- Colocava ela ao bolso.
Esmeralda acenava positivamente com a cabeça.
-Vamos acabar com eles de uma vez por todas. Vou ativar meu modo relíquia, quero que lute com todo o seu poder e destrua todos esses malditos certo?-
Novamente ela acenava positivamente com a cabeça.
-Como ativa relíquia?-
-Tem que concentrar toda a energia em sua seikka e equilibrar ela com sua alma, se ambas ressoarem a mesmo nível consegue ativar, caso contrário vai só gastar energia. Requer muita prática.- Ele fechava os olhos e respirava fundo.
Esmeralda apenas o olhava curiosa, sentia que a energia da seikka dele se elevava.
-Parece complicado, mas posso aprender.-
Seus olhos vermelhos sangue estavam fixos a ele, prestando atenção em como a energia de sua alma se equilibrava com a de sua seikka. Não demorava para um brilho rosa se formar ao corpo de Fay, onde o mesmo formava uma simples armadura aos ombros e peito dele, em um tom de rosa quase branco. Seus pés, joelhos e cotovelos também continham tal armadura, suas costas tinha uma casca protetora nas asas, como a de um besouro. A antiga calda dele agora era um tipo de cajado, todo envolto pela armadura, e no topo o ferrão. Tal cajado tinha quase o tamanho do rosado. Em sua cabeça apenas um aro ficava na testa e segurando os cabelos para baixo, que por sua vez se mantinham soltos. Era visível o brilho da orelha dele, emitido pela seikka. Os olhos dele estavam completamente negros, parecia um tipo de fortificação em sua visão, conseguia olhar em várias direções e mais longe que um olho humano. Alguns pequenos espinhos contornavam os lábios superiores dele, como se fossem pequenas patinhas, podia ser as presas dele, ou até algo que liberasse algum veneno. Os olhos dele se fixavam em Esmeralda, o que fazia ela recuar um pouco. Era impressionante a forma relíquia do amigo, mas causava calafrios a ela.
-O que pode fazer agora?- Ela o observa curiosa e um tanto assustada.
-Lhe dar suporte.- As costas dele a armadura se abria ao meio, onde suas asas saiam, agora eram apenas um único par de grandes asas, porém continuavam finas como as anteriores. Erguia voo olhando para Shodaw.
-Magnifico.- Dizia Shodaw aplaudindo ironicamente o amigo. -Sabe que a maioria deses imbecis se corrompeu por que quis né? Poder, isso corrompe mais do que eu. Apenas dou um empurrão aos mais resistentes.- Uma sombria risada maléfica era ouvida.

-Por que ele disse isso?- Esmeralda olhava alguns corruptos ao longe atacando Clys.

-Pra eu ficar com receio de lhe ajudar.- Fay abaixa a cabeça. -Não quero machuca-los.-

-Se esses corruptos são assim por que querem, vamos dar uma lição neles.- Ela não se aguentava em correr para ajudar o amigo. Parecia que cada vez mais deles surgiam.
-Não é isso, é que muitos desses estão apenas sendo controlados pelos seus medos, não merecem ser destruídos.- Uma aura rosada emanava do corpo dele nesse instante.
-Isso ai, machuquem os inocentes.- Shodaw dizia ao longe.
-Fay se não acabarmos com isso, mais inocentes irão morrer.- Ela socava a cara de um corrupto, o fazendo cair ao chão.
-Parece um ciclo vicioso.- Fay suspirava.
-Ele só quer te deixar fora de combate, ele sabe que sua ajuda é decisiva.- Clys gritava ao longe, algumas das pedras do corpo dele estavam rachadas e o mesmo parecia cansado. -Tanto tempo amigo desse cara que ainda não notou que ele apenas brinca com seu senso de justiça e sua racionalidade? Poupe-me, pare de ser fraco, para de fazer apenas o que lhe mandam, você dá suporte a nós mas não é nossa babá. Sabe decidir uma luta com apenas um golpe, use isso.- Nem mesmo o próprio Clys havia acreditado que indagou tais palavras, odiava falar sua opinião sobre as coisas, mas se viu necessário por estarem em desvantagem na luta.
Fay acenava positivamente com a cabeça, já havia se decidido.
-Eu sou o melhor em ajudar.- Apontava seu cajado para Esmeralda.
A mesma estava segurando uma seikka verde, de um corrupto recém derrotado, a mesma derretia em sua mão, mesmo que ela não entendesse o motivo, agora só via um liquido transparente. Esmeralda logo sentia uma energia enorme tomando conta de seu corpo, uma aura rosada emitia dele.
-Que isso?- Ela olhava para Fay que tinha a mesma aura rosa.
-É um amplificador de poder, é mais forte que seu modo relíquia, qualquer coisa que usar não gasta energia.- Fay falava ao longe, sua voz parecia fraca.
-Acho que não gasta a minha energia, você quis dizer.- Ela olhava para as mãos e em seguida para um corrupto.
-Exato, mas destrua eles depressa, não sei quanto posso suportar.- Os olhos do rosada estavam concentrados nela.
-Sem problemas.- Nesse instante o corruto queimava, instantaneamente virando sua seikka de origem, uma azul, enquanto Esmeralda corre para pegá-la, a mesma derretia. -Só queria entender como fazer pra essas coisas não derreterem.-
-Apenas se eles se arrependerem.- Dizia a voz de Shodaw ecoante.
-Por que você fica ai parado olhando a luta?- Esmeralda se voltava para ele se sentindo confusa.
-Estou poupando energia, quando lutarem comigo suas habilidades já foram esgotadas.- Shodaw comentava.
-Espertinho, mas sabe que podia nos atacar também né?-

Todos os corruptos começavam a queimar de uma vez. Esmeralda estava com os olhos fechados e concentrada, era como se um a um eles derretessem. Clys parecia impressionado olhando. Lin ajudava Branco a levantar, o mesmo estava em sua forma original, parecia cansado.
-Estou bem, não se preocupa.- Branco dizia.
-Ela é realmente incrível, nem o Tânatos sabia fazer isso.- Lin comentava voltando os olhos a ela.
-Parece que o Fay não vai durar.- Branco via que o mencionado respirava com dificuldade, a armadura dele piscava, como se tivesse desaparecendo. Era como se estivesse voltando ao normal.
Esmeralda enfim abria os olhos, voltando os mesmo para Shodaw.
-Agora é sua vez, não conseguia sentir a energia de sua seikka, o que é você?

-Um corrupto não corrupto, uma sombra no escuro. Apenas posso ser visto, mas na verdade não existo. Não pode vencer algo que não existe.- Shodaw dizia convencido.
-Isso não faz sentido. Como não existe mas posso te ver?- Ela estendia a mão para ele, desejando que o mesmo explodisse, se concentrava naquilo, mas parecia em vão.
-Apenas pode destruir seikkas com corpos físicos, meu corpo não é físico.- Shodaw aproveita para jogar uma gosma em direção a ela.
Esmeralda saltava para o lado tentando desviar, mas não era rápida o bastante com aquela seikka, logo seu braço era atingido, o mesmo que tinha a seikka nas costas da mãos. A mesma olhava seu braço virar apenas ossos, e se regenerar levemente, o que causava uma grande dor. Apenas a área do seu ombro até o cotovelo foi atingida, o resto do braço acabou escapando ileso. A energia dada por Fay desaparecia, tanto quanto sua aura rosada. Ela olhava para trás vendo o mesmo cair e Branco saltando para pega-lo ao ar. Fay estava de volta a sua forma humana, e agora estava inconsciente.
-Como ela irá vencer aquele grandalhão?- Pergunta Branco trazendo Fay em cima de suas costas, colocava o mesmo deitado perto de Lin.
-Minha irmã ainda não achou a seikka dela, mas continua procurando. Sugiro que vocês dois deem suas seikkas a ela, para ajuda-la a lutar contra Shodaw.- Lin dizia se sentando próximo ao corpo, estava cansada.
-De jeito nenhum, essa belezinha é só minha, acha que vou deixar alguém pegá-la novamente? Prefiro morrer.- Clys comentava notando que o braço de Esmeralda regenerava aos poucos.

-Já falamos sobre isso. Se ela vencer Shodaw vai contar como se foi você.- Lin soltava um suspiro, não acreditava que estaria discutindo isso novamente.

-Certo.- Clys leva a mão ao peito, retirando seu colete, onde sua seikka era encaixada. -Hey garota, pega.- Ele jogava fortemente em direção a ela. -Espero que seja rápida ou voltarei a ser uma pilha de pedras.-
-Também espero.- Branco corria até próximo a ela, para lhe entregar a própria seikka.

Esmeralda via o colete com a seikka encaixada a ele, saltando para pegá-lo, em seguida o vestia rapidamente. Shodaw apenas parecia rir, achando tudo aquilo inútil.
-Não pode me vencer, da última vez que tentaram usar isso, o Fay quase morreu.- A voz pavorosa dele soava entre risos.

Esmeralda respirava fundo, sentindo a energia fluindo da seikka-marrom. Seus braços e pernas eram revestidos por pedras. Nos braços até os cotovelos, nas pontas dos dedos ainda saiam as garras ossudas para fora, ela ficava olhando as próprias mãos admirada. Nas pernas as pedras iam até acima dos joelhos, mas nada a impossibilitava de se mover, apenas se sentia pesada. Os olhos dela ficavam marrons e em seguida vermelhos, revesavam entre uma cor e outra a cada dois segundos. Ela ouvia uma voz vindo atrás de si, se virando e vendo Branco estendendo a mão a ela, onde tinha um tecido envolto por sua seikka.

-Tenha confiança, lhe trará grande poder, acreditamos em você Esmeralda.- Os olhos dele brilhavam olhando ela.
-Obrigado.- Ela estendia a mão para ele poder amarrar a seikka em si.

Ao ver o ato da amiga, Branco amarrava a seikka ao pulso dela, bem próximo do pequeno buraco onde ficava evidente a seikka-vermelha.

-Vai vencer.- Dizia Branco confiante.

-Por nós.- Ela olhava o nó feito em seu pulso, respirava fundo novamente.
O olho dela afinava, o mesmo ficava em um tom de azul bem claro quase que em tom branco. Suas pernas se alongavam um pouco, seus ombros ficavam mais largos, pelo visto a seikka-branca a fez crescer. Estava bem maior agora, ela olhava fixamente pra algumas pedras longe, conseguia enxergar os detalhes dela, era incrível aquela ótima visão, seria muito útil em combate. Mal olhava para Shodaw e via um enorme braço negro vindo em sua direção, no reflexo ela coloca as mãos pedrosas para segurá-lo, conseguindo conter o golpe. Sem demora Branco corria para longe.
-Está mais forte, mas isso não é nada, não consegue aguentar muito tempo.- Dizia ele tirando a mão e tentando pisar na mesma.

Esmeralda desviava com um salto, teria ficado mais ágil, ainda mais com pernas longas. Ela corria rapidamente, saltava e batia as mãos palma a palma. Uma onda de pedras atravessava o corpo de Shodaw, que parecia achar tudo aquilo engraçado.
-Não pode me atingir, já disse.-
Ela o olhava, analisando, ele tinha que ter um ponto fraco. Seus olhos precisos viam uma seikka no ombro dele, onde ficava encaixada a parte da ombreira dada por Fay.
-Não esqueça disso.- Dizia Lin jogando a seikka de Fay para Esmeralda.

A mesma corria rapidamente a pegando no ar. Era bem pequena. Coloca a mesma por dentro do tecido amarrado em seu pulso. Os olhos dela ficavam rosados. Aos ombros dela aparecia uma armadura rosa bem claro, quase branco, a mesma revestia quase todo seu corpo, deixando apenas do pescoço para cima, dos cotovelos e joelhos para baixo e nas costas. Uma segunda cauda crescia, bem em cima da cauda espinhosa e esquelética, porém essa era rosa bem claro com um ferrão negro na ponta.
-Incrível, Fay tem muita energia, mesmo que sua seikka esteja fraca.- Comentava olhando para Shodaw.

Os olhos dela ficava mudando de cor de dois em dois segundos, ficando na cor de cada seikka que ela tivesse obtido.
-Não é pedir muito, mas queria minha habilidade de voar e velocidade de volta.- Esmeralda sentia uma dor, olhando para a mão, via que parecia ter um pouco de sangue verde entre as pedras, o que era estranho pois não tinha se ferido. -To ferida, mas como?-

Ao olhar para frente ela via um ácido vindo em sua direção, correndo para desviar dele, dessa vez foi por pouco que escapou.
-Acha que essas seikkas vão suprir a falta do seu corpo da sua seikka de origem? Sem sua verdinha vais morrer aos poucos, as outras apenas irão adiar, mas não podem impedir. Entende agora por que estou enrolando?- Shodaw dizia em tom irônico.
-Eu sei como derrotar você.- Dizia Esmeralda.
-Sabe é? Não estou vendo me derrotar.- Shodaw cruzava os braços ignorando completamente a oponente. -Nem pode me tocar.-
-Claro que posso.- Nesse instante os olhos de Esmeralda ficavam azuis bem claros, uma luz forte era emitida da mão dela, onde tinha a seikka amarrada ao pulso.

A mesma estendia a mão ao oponente, as penas dele pareciam sumir, era a área atingida pela luz.

-A sombra não se propaga na luz.- Dizia com uma voz ecoante.
-Mas onde há luz há sombras.- Shodaw tossia um pouco, se afastando da rajada de luz, sua cor tornava a aparecer. -Não adiantou em nada.- Ele ria.-

-Tem certeza?- Esmeralda corria na direção dele.

Ela socava o joelho dele com força, derrubando o mesmo ao chão. Segurava a perna dele, as mãos da mesma ficavam em um tom vermelho, onde os olhos ficavam de mesma cor. Shodaw soltava um urro de dor, como aquilo era possível.

-Apenas fez eu revelar minha forma sólida com a luz, espertinha, mas ainda não venceu.- O corpo dele parecia encolher, se livrando das fortes mãos dela. Agora em frente a ela havia uma sombra idêntica a ela, sua aparência estava tão bizarra assim?
-Agora vai me copiar?- Ela olhava as mãos pedregosas, eram tão estranhas quando mostradas pela sombra.
-Não estou copiando, estou apenas sendo eu. Sou a sombra, posso ser sua sombra.- Novamente ele urrava com uma gargalhada, acertando um soco no meio do rosto dela, a fazendo voar longe.
-Ainda pegou minha força?- Reclamava levando a mão ao rosto ardido, se levantava do chão.
-Apenas estou retribuindo.- Falava com uma gargalhada irônica, saltando para perto dela. -Tudo o que fizer eu posso fazer.- Ele chutava a mesma, sem deixar ela levantar, distribuindo dolorosos chutes na barriga dela. Se não fosse a armadura sua dor seria insuportável.

 

Shayn voltava para perto da irmã toda molhada.
-Desculpa eu não achei, pensei que estava no fundo do lago, senti ela lá, porém não está mais, alguém deve ter pego.- Dizia arfante, se assustava ao ver Esmeralda apanhando daquela maneira.
-Me dê sua seikka.- Dizia Lin a irmã.
E assim ela fazia. Lin pegava as duas seikkas azuis, a sua era maior que a da irmã, que se encaixava perfeitamente em um buraquinho que tinha nela. Lin se levantava acenando com a mão.
-Aqui Esmeralda, tem mais uma seikka, essa vai te ajudar.- Lin afirmava.
Shodaw via ela acenar com a mão, chutava Esmeralda para perto da mesma, ele queria que ela tivesse mais poder.
-Fique mais forte, assim eu também fico.- Falava entre risadas esperando ela mais ao longe.
-Esmeralda pegue.- Lin estendia a seikka a ela.
-Não. Ele vai ficar mais forte.- Ela dizia com um pouco de dificuldade, respirava forte, algumas partes abertas da armadura, para as articulações, estavam sujas de sangue. -Acho que não sou tudo isso que dizem de mim.-
-Não se subestime, você pode vencer ele. Pegue.-
-Não posso, tudo que eu fizer ele imita, seu corpo é mais forte que o meu.- Ela virava o rosto para o lado.
-NÃO É VERDADE.- Uma voz ao longe gritava.

Ao ouvir tal voz Esmeralda arregala os olhos.
-Quem é ele?- Pergunta Lin para a irmã, a mesma sussurrava ao ouvido dela.
-Es, você vai ganhar dele sim.- Jhon corria até perto dela, com um sorriso aos lábios. -Minha namorada é uma heroína, não vai perder tão fácil.-

-Sou é? Não fiz nada.- Ela se sentava olhando para ele. -Estou muito bizarra, não sou eu mesma.-
-Que nada, está muito maneira.- Jhon dizia empolgado olhando para ela. -Olha essa armadura, esses braços de pedra, seus olhos que mudam de cor toda hora. Você tem duas caudas, duas.. caraca isso é muito legal. Essas asas de ossos também são bem loucas, pode ser esteticamente feio, mas que é maneiro é.- A empolgação dele parecia ser contagiante, tanto que fazia Esmeralda abraçar ele.
-Obrigado.- Não tinha percebido antes, mas o corpo dele estava todo molhado. -Por que está molhado.- Ela o soltava.
Jhon olhava para o lado meio sem graça, estava com o rosto corado pelo abraço. O mesmo leva a mão ao bolso, retirando a seikka verde dela.
-É sua, eu vi a briga toda. Quando o ossos flamejantes jogou sua seikka no lago eu fui pegar.-
Os olhos dela brilhavam com o ato dele, a mesma estendia o pulso para que ele colocasse a seikka junto com as outras. Assim ele fazia, pegava da mão de Lin a seikka azul e colocava junto.
-Acaba com esse imitão.- Dizia Jhon olhando para Shodaw.
-Não sei se posso vencer ele.- Ela se levantava fechando os olhos para sentir a energia da seikka azul.-
-Ele apenas sabe imitar seu corpo, mas não sua mente. Vença ele com seu elo mais forte.- Jhon apontava para Shodaw que apenas observava.
-Onde aprendeu isso?- Perguntava Shayn admirada com as palavras dele.
-Bem, eu sou meio sozinho então vejo muitos filmes, seriados, leio HQ's. É tanta coisa de herói e tanta lição de moral, acabo aprendendo alguma coisa.- Ele dava uma risada sem graça.
Os ferimentos de Esmeralda se cicatrizavam. Ao pescoço dela havia algumas guelras, os olhos ganhavam uma pálpebra extra, capaz de protegê-lo do vento e da água, a mesma se movia em diagonal quando ela piscava.
-Pra que isso?- Ela mexia as guelras do pescoço.
-Bem, da pra respirar embaixo da água e onde apenas tem muito gás. Isso é como se fosse uma coisa para respirar em qualquer tipo de atmosfera.- Shayn dizia.
-Mas achei que guelras servissem apenas pra respirar embaixo da água.- O loiro dizia curioso.
-Não essas ai, apenas as do seu mundo.- Dizia Shayn.
-Algumas dessas seikka libera um gás tóxico?- Esmeralda perguntava focando a visão a ele, podia ouvir pensamentos, o som do vento. Porém não conseguia ler o que se passava na mente de Shodaw, pois parecia que ele não tinha corpo.
-A seikka-branca libera um gás venenoso para escapar em situações de risco.- Branco afirmava para ela.
-Obrigado.- Ela voltava em direção a Shodaw, que estava esperando ela, era como se ela olhasse a própria sombra.
-É a primeira luta que eu vejo pessoalmente, alien contra alien, herói contra vilão, viajante contra invasor. É incrível.- Jhon estava empolgado para vê-los lutar.
-Dá pra calar a boca?- Dizia Clys grosseiro.
-O-ok.- Ele engolia em seco, com a grosseria do pedregoso.



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