História Vício Doce - Quebrada.

Brenda Rinkley - POV

Minha garganta ardia pelo fato de estar chorando a muito tempo. Choro nada resolve, mais a minha incapacidade só me permitia isso no momento. Eu estava me sentindo uma inútil sentada no chão da minha pequena sala entre o cacos de vidro da porta que fora quebrada por ele. ELE. Aquele que eu pensei ser o dono da minha felicidade, que eu me entreguei sem reservas contrariando a tudo e a todos ao meu redor.  Joguei minha cabeça pra traz a encostando na parede e pensando no que eu havia feito da minha vida. Eu era jovem, apenas 22 anos, e me via presa a um relacionamento sem solução. 

A única coisa que me deixava tranquila era saber que mais do que ninguém eu tentei. Tentei fazer dar certo, tentei fazer com que as coisas fluíssem, porque eu realmente queria, queria uma vida ao lado dele, eu o amava, mais me amava em primeiro lugar e essa situação não tinha condições de se estender mais. Levantei buscando equilibrio nas parede vermelha, minha cor favorita. Eu havia escolhido tudo em nossa pequena casa, construída as pressas pela chegada da nossa filha. Minha bebê tinha agora um ano e seis meses de vida, era uma mocinha, justamente por ela que eu tive forças pra fazer o que tinha em mente, não podia deixar que ela crescece nesse ambiente, onde só havia brigas, palavrões e até mesmo agressões constantemente. 

Ao chegar no quarto, me escorei no berço da minha filha e respirei fundo. Ele havia saído depois de quebrar a porta, só Deus sabe pra onde ele foi, mais eu não queria que voltasse, estava decidida, aquela vida não era o que eu queria pra mim, muito menos pra minha filha. Arrumei todas as coisas dele e as desci pro quintal, deixando perto do portão, ja havia passado do horario de pegar a Júllia, então assim que desci a caixa com o maldito vídeo game, eu fui buscar minha filha. Ela ficava com uma senhora em frente a minha casa então não demorei muito pra chegar. Bati no portão e rapidamente Andreia surgiu a minha frente, era filha da Tia Maria que era responsável pela creche improvisada.

- Brenda, não foi pra faculdade? - Ela perguntou estranhando eu ter ido buscar minha filha, pois quem a buscava era Babi, minha irmã.

- Hoje eu não fui. Como ela passou o dia? - Perguntei sorrindo, finjindo o bem estar que não era vísivel em meu rosto inchado.

- Ela ficou ótima. - Andreia me analizou por um tempo, mais pelo visto resolveu não se prolongar ja que me deu as costas pra pegar minha filha. 

- Mamãe! - Minha filha gritou com um sorriso lindo no rosto esticando seus bracinhos gorduchos e eu me derreti inteira. 

- Oi princesa, vamos pra casa?! - Ela riu mais quando a peguei no colo. Me despedi de Andreia e voltei com minha filha para casa. Fechei o portão encarandpo a varanda de minha mãe e caminhei até a casa dela. Minha casa foi construída em cima da casa da minha mãe e nesse momento achei melhor ficar por lá.

Júllia correu pra dentro assim que a coloquei no chão da varanda e pude ouvir minhas irmãs falando com ela, entrei e babi me olhou com um sorriso que logo morreu.

- Que foi? - Perguntou com uma sobrancelha arqueada e eu sorri.

- Nada demais, ja esa tudo certo pro trabalho? - Ela assentiu. - Tem certeza?

- Tenho Brenda. - Ela chegou perto de mim. - O que são aquelas coisas no quintal?

- São as coisas do Kayan. Ele vai hoje. Estou cansada. - Sentei no sofá vendo Bia vir da cozinha com Júllia em seu colo. 

- Eu ouvi bem? - Bia era minha irmã do meio, babi era a caçula. 

- É ouviu. Mais não quero falar disso agora. 

- Não precisa ir amanhã se não estiver bem Brenda. - Babi disse se sentando comigo.

- Bobagem, eu vou sim, além de ter te prometido vai ser uma distração. - Sorri e ela assentiu. 

Poucos minutos depois meu pais chegaram. Eu esava receosa do que eles falariam, afinal desde o ínicio meu pai foi contra meu relacionamento, e no final das contas ele tinha razão.

- Ele fez algo contra você? - Meu pai perguntou sério e eu neguei. - Ótimo. Faça o que achar que deve fazer. - Ele e minha mãe subiram pro quarto, me deixando surpresa por nenhuma represária ter sido feita. Eu não aguentaria uma sem cair no choro mesmo, um alívio me bateu ao constatar isso. 

A noite chegou e ele não havia voltado. Subi para minha casa na intenção de por Jullia pra dormir, ela estava cansada e eu também, por isso cai no sono juno com ela. 

Acordei com o barulho de choro vindo da sala, olhei ao redor vendo que Júllia dormia ao meu lado e me senti mais tranquila, sai da cama e me deparei com Kayan tentando por algo para tapar o buraco deixado na porta, ja que ele havia quebrado o vidro. 

- Não se dê ao trabalho. Eu ja fiz tudo por você. É so ir! - Eu disse fria estranhando meu auto controle. Mais é bom que seja assim. 

- Não pode me mandar embora! Foi uma briga, casais discutem, nõ pode acabar com o que temos por isso. - Ele disse exasperado. 

- Sim eu posso. Você passou dos limites e eu estou cansada da vida que estamos levando, pra mim já deu, suas coisas estou lá embaixo. - Eu disse cruzando os braços.

- Você é uma cretina mesmo não é?! Está me expulsando jogando toda a culpa pra cima de mim como se eu fosse o único culpado! Mais você também tem culpa ordinária! - Aquilo me doeu no fundo e a raiva me subiu.

- Eu sei que tenho. - Gritei e agradeci mentalmente por Júllia não ter acordado. - Eu so quero que voc vá embira desgraçado. Estou cansada de tudo isso aqui, você é um inutil! - Ele se aproximou de mim pegando forte em meus braços.

- Sua mãe nunca te ensinou que não se deve xingar um homem?!

- Da mesma forma que sua mãe nunca te ensinou que se deve respeitar uma mulher! - Puxei meus braços com força. - Vá embora!

- Eu não posso ir Brenda. - Ele caiu de joelho a minha frente. - Eu amo você! Como vou viver sem você e minha filha?! 

- O amor não é mais suficiente pra nós, ele só esta machucando e ferindo. Você não ficará sem sua filha. - Ele levnatou e secou o rosto com a palma da mão.

- É o que você quer? - Assenti minimamente o vendo sair pela porta logo em seguida. 

Voltei para o quarto trancando a porta. Deitei ao lado da minha filha na cama e não lembro até quando eu chorei. Chorei por uma vida que foi jogada fora, pela dor no meu coração de ainda amar aquele homem. Mais tudo que não nos faz bem chega ao fim. E o foi o fim do meu romance com Kayan. Agora eu tinha que ser forte, por minha filha, e seguir em frente, esse era o meu novo começo.