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História Vida Espúria - Confuso


Escrita por: LarigouKoga

Capítulo 1 - Confuso


Eu acordei no hospital com um homem estranho me encarando, olhei para os lados com muita dor no pescoço e perguntei:

— Como cheguei aqui?

Ele se aproximou devagar e disse:

— Você sofreu um acidente querida.

— E você é o meu médico? –Perguntei.                

Ele fez um expressão de quem estava surpreso, se afastou e chamou pela enfermeira no corredor, disse que eu havia acordado e ela veio bem rápido. A mulher com uma aparência delicada e amigável se aproximou-se de mim com calma, olhou o soro e regulou depois olhou para mim e disse:

— Finalmente! Como está se sentindo?

As palavras para descrever minha dor física eram incontáveis, porém só disse que estava confusa.

— Bom, isso é normal para quem sofreu traumatismo craniano, é uma surpresa que esteja falando, me diga agora sobre dores no corpo, onde dói?   –Indagou ela.

— Meu pescoço dói quando viro, minha garganta quando engulo e não sinto meus pés. –Falei

Notei que aquele homem ainda me observava do corredor, só que estava acompanhado de uma garota, baixinha de olhos claros e cabelos castanhos, ambos com uma expressão séria mas não conversavam entre si, o que me deixou mais confusa:

— Enfermeira, quem é aquele homem que estava no quarto comigo?

— Você não se lembra? Acho melhor ele mesmo te dizer, vou conversar com ele volto já. –Disse ela saindo do quarto com pressa.

Aquela enfermeira parecia estar sempre com pressa. Ela voltou com o rapaz e a garota, e disse que poderia ser confuso, mas que eu teria que tentar entender:

— Ele é seu pai, e ela diz ser uma amiga. Você perdeu a memória, mas não se preocupe porque você pode se recuperar em poucos meses.

Eu encarei ele por um tempo e me esforcei para lembrar de algo, ele agora já não me era tão estranho, porém nenhuma lembrança marcante me veio a mente. Quanto a garota, fiquei menos tempo para lembrar dela, tive uma lembrança dela em lugar estranho e alguns barulhos altos e irritantes, minha cabeça começou a doer e fiquei tonta. A enfermeira pediu que eu me deitasse e fosse com calma, pediu que a menina se retirasse e me perguntou o que eu tinha lembrado.

—Além de confusa a lembrança não era completa, eram cenas borradas. –Expliquei.

—Tudo bem, no começo é assim. Logo irá se lembrar de tudo perfeitamente. –Me acalmou.

—E meus pés? Por que não os sinto?   -Estava tensa.

Tentei erguer minha cabeça para olhar se haviam amputado meus pés, com os olhos já bem molhados prestes a cair lágrimas, vi minha perna esquerda com gesso e a direita apenas com uma faixa enrolada.

—É preciso calma, eu garanto que com o tempo e com seu esforço tudo vai dar certo, e você vai se recuperar.

Ela e meu pai me explicaram o que sabiam sobre o acidente e sobre meu estado. Um acidente de carro, eu estava com um amigo chamado João, na hora nem me preocupei de saber se ele estava bem , porque nem lembrava quem era. Disseram também que tinha mais gente no carro mas não acharam, por isso perguntei sobre João, caso ele lembrasse, mas me disseram que ele estava em coma, em estado grave, muito pior que o meu. Ele que dirigia e meu pai o culpava. Mesmo não lembrando de absolutamente nada, eu o defendi.

E sobre meu estado, era preciso muita fisioterapia para eu voltar a andar, e também muito esforço para lembrar de tudo.

Tive alta no dia seguinte, meu pai me explicou algumas coisas como a razão de lembrar da minha gata mas não lembrar dele, eu lembrava apenas as coisas mais marcantes da minha vida e com o tempo iria lembrando do resto. Estranho mesmo foi entrar no meu quarto, foi como um déjà vu, mas eu me senti confortável lá. Também perguntei pro meu pai quem era a menina no hospital.

—Você tem certeza que não se lembra dela Bruna? -Respondeu com outra pergunta.

—Tenho pai, só de uma cena escura mas é como um gif sabe? -Expliquei.

—Gif? Não sei, mas olha isso é sério, eu nunca gostei dela e tenho certeza que ela te meteu nessa confusão, eu não disse nada porque você sempre andou muito com ela, mas tá na hora de se afastar dessa má influência. –Ordenou.

Eu assenti com a cabeça mesmo sem entender direito e fui deitar.

Passei a noite toda pensando nela.



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