História Vida Infernal. - Capítulo 4

P.O.V Laura

A chuva engrossava, fazendo com que eu, Dake e Castiel ficássemos encharcados em segundos, os dois iam brigar até um barulho enorme vir do lado de fora da escola, os dois pararam e olharam para a parede onde eu estava, juntei forças e me levantei, comecei a andar até a tela, e vi um ônibus capotado na rua ,mas por sorte não havia ninguém nesse ônibus, mas então começaram a aparecer pessoas em volta do ônibus, fazendo as mesmas perguntas,"Como isso aconteceu? " ,"Tem pessoas lá dentro? " e coisas assim.
Vi que Dake e Castiel estavam distraídos, então fui andando até sair dos fundos da escola, fui devagar, mas consegui, fui andando até o jardim, e quando cheguei lá vi que Lysandre não estava lá, ele deve ter ido embora.Me sentei de baixo da árvore, e me encoli.Isso tudo está muito confuso, eu não estou entendendo nada, primeiro soube que Castiel falava que me amava para Lysandre, depois desse tau trato que Dake e Castiel tinham feito e parece que eu estava no meio desse trato, isso tudo está muito confuso.
- Laura é você? - essa voz, era Lysandre, que falava com calma.
- Sim ,sou eu. - desviei meu olhar para ele, Lysandre esboçava uma expressão de preocupação.
- O que houve com você? Porque está toda machucada? - ele veio até mim correndo, ele também estava encharcado como eu.
- Bom...quando fui para o banheiro encontrei Dake, ele me levou para o fundo da escola e bateu em mim. - ele ficou bravo, Lysandre ia falar algo mas eu o interrompi. - Mas Castiel chegou e impediu que Dake continuasse, eles iam brigar mas um ônibus acabou caindo na rua, fazendo um barulho enorme que fez os dois ficarem distraídos, distraídos o bastante para eu sair de lá e vir para cá. - estava prestes a chorar, mas segurei, não quero que ele me veja chorar.
Olhei para ele, e ele parecia perdido nos pensamentos com um olhar triste.
- Desculpa. - disse ele, com agonia na voz.
- Você não precisa se desculpar, a culpa não foi sua, e eu ja estou acostumada a apanhar.
- Sim, eu tenho que me desculpar, eu te prometi que iria te proteger e não cumpri o que eu prometi, desculpe. - ele falava de uma forma tão triste que me emocionou e uma lágrima involuntária saiu de meus olhos e deslizou pelo meu rosto gelado.Depois dessa lágrima vieram outra, e quando eu percebi ja estava chorando.
- Porque está chorando? - perguntou ele, secando minhas lágrimas com a parte de trás da mão.
-Porque é a primeira vez que alguém faz isso comigo, que é tão legal e protetor,tão gentil, e tão carinhoso comigo, e eu nem sei como te agradecer. - logo comecei a soluçar, Lysandre era tão bom comigo, e pensar que eu o conheci hoje de manhã.
-Por favor não chore, não quero te ver chorar-Lysandre veio até mim e me abraçou, um abraço forte e aconchegante.
- Obrigada Lysandre, você até agora tem sido tão legal comigo, tão gentil, e eu nem sei como te agradecer. - sussurrei ,mas num volume que ele pudesse escutar.
-Sabe como você pode me agradecer…?-Lysandre se afastou um pouco, mas só para podermos nos encarar. - Você só precisa sorrir, quero ver um lindo sorriso nesse lindo rosto.Não quero ver chorar, essa menina que eu acho linda...tão linda.-ele agora acariciava minha bochecha corada, olhei em seus olhos bicolores, havia um brilho inesquecível neles.
Lysandre foi aproximando seu rosto do meu, ficou bem próximo de mim, que fez as pontas dos nossos narizes se encostaram.
- Lysandre...
- Shii...-Lysandre encostou sua testa na minha.-Você não precisa falar nada.
Então senti algo úmido em meus lábios, eram os lábios dele que encostaram nos meus em um selinho longo.
- LYSANDRE. - escuto alguém gritar, Lysandre se afasta um pouco para ver de quem era a voz. Era Castiel.-Não acredito que você a beijou.
Lysandre se levantou mas não saiu do lugar.
-Sim eu a beijei, e você não tem motivo para ficar bravo, você nunca teve nada com ela.
- Claro que tenho motivo para ficar bravo, como você se sentiria se você visse seu melhor amigo beijando a garota que você ama!?
- Castiel pare de mentir. - agora eu falava, me levantei e fiquei um pouco a frente de Lysandre. - Desde que Dake veio para a escola você bate em mim, me espanca e me maltrata, e eu nunca entendi o porque, ai quando Lysandre se transfere para cá eu descubro que você falava para ele que me amava, e isso eu não entendo, você bate em mim e depois fala que me ama? Você é doente.
- Olha sei que você está brava, mas escuta...
- Eu não estou só brava, estou muito triste também.-o interrompi-Castiel você ainda lembra, lembra quando éramos amigos, era uma amizade tão linda,tão verdadeira,  mas tudo isso acabou quando Dake veio para cá, ai você me esqueceu e começou a bater em mim, isso é o que me deixa mais triste.
Castiel abaixou a cabeça, ele a levantou em poucos segundos e começou a andar em minha direção, fiquei com medo e fui para trás de Lysandre.
- Por favor, Laura, deixa eu te explicar, juro que não vou mais te bater ou te machucar. - Castiel ficou com uma expressão triste, e pude ver aquele garotinho de 7 anos, aquele garotinho que era meu melhor amigo.
Sai de trás de Lysandre e fiquei bem na frente de Castiel.
- Bom, tudo começou quando Dake veio estudar aqui, ele logo virou meu amigo, mas quando tínhamos 8 anos ele começou  a ficar violento, e a bater nas pessoas,  então tentei me afastar dele mas ele disse se eu me afastasse ele iria bater em você, e eu não queria isso.
- Mas vocês estão juntos até hoje e continuam batendo em mim. - digo colocando as mãos em minha cintura.
- Sei, mas ele ainda não estava satisfeito, então ele começou a bater em você, e ele disse se eu não o ajudasse ele iria bater mais em você, eu tentei achar outra maneira de te proteger, mas não tinha outro jeito, por isso acabei tendo que aceitar isso, e esse era o trato que estávamos falando la no fundo da escola.Mas toda a vez que eu tinha que bater em você eu nunca batia com toda a minha força.
- Isso é verdade, eu sei como você é forte, mas você nunca usou toda a força pra bater em mim.
-Mas mesmo assim tinha como você ajuda-la, podia ter chamado a polícia, ou ter se comunicado com o padrasto dela, sei lá.-disse Lysandre.
- NÃO, MEU PADRASTO NÃO. - Não me contive, meu padrasto ja sabia que eu apanhava na escola, mas ele falava que isso era por merecer, que eu merecia apanhar.
- Porque o seu padrasto não? -pergunta Castiel.
-Porque...não quero que ele se preocupe. - tomara que eles acreditem nessa desculpa.
- Bom...mas agora eu cansei, eu desisti do trato, mas não vou deixar que ele te machuque, agora vou te proteger.
- Não sei se devo acreditar em você, você mudou muito, eu tenho que pensar.
Escuto Castiel dar um longo suspiro.
- Ok, eu espero , me desculpe por tudo.
Castiel coloca a sua mão em meu ombro, mas eu a retiro e vou até Lysandre.

(...)

O dia acabou e ja estava na hora de ir embora, Lysandre tinha cuidado de mim,e dos meus machucados feitos por Dake, e agora eu estava indo pra casa, sai da escola com Lysandre me acompanhando.
- Você mora muito longe?
- Hum...um pouco, mas você não precisa me acompanhar até em casa,até aqui esta bom.
-Não, eu vou te levar até a sua casa, eu tenho que ter certeza de que você está segura.
Corei, ele era tão gentil. Só não entendi porque ele me beijou.
- Lysandre ,posso te fazer uma pergunta?
- Claro
-Porque você me beijou naquela hora?-parei de andar e o encarei.
Ele parou também, mas um pouco mais a frente, vi ele corar também, e desviar o olhar.
- Bom...é que você estava tão triste, então achei que se eu te desse um selinho, você melhoraria. - ele voltou a me olhar, e foi se aproximando de mim, até quase encostarem nossos corpos.
- Bem...Obrigada, eu fiquei um pouco melhor sim.
-Um pouco? -Lysandre se aproximou mais, colando nossos corpos.
-Er...bem eu nunca tinha beijado ninguém, então não sei o que fazer a essa relação. - corei de novo.
- Mas o que você achou do beijo?
- B-Bom, eu até que gostei, mas acho que um selinho não é muita coisa, sei lá. - desviei o olhar para meus pés, a chuva ja avia passado, mas o céu ainda estava nublado.
- Verdade, você merece ser beijada da maneira certa.
Olhei para ele com um olhar desentendido, como assim "Ser beijada da maneira certa "?.
Nessa hora Lysandre se aproximou ainda mais de mim, ele me prensou numa parede de uma casa de parede verde claro, ele aproximou seu rosto do meu, fazendo nosso narizes se encostarem.
- Lysandre, o que você está fazendo? - pergunto um pouco nervosa.
- Ah só vou te dar um beijo digno. - então senti algo molhado em meus lábios, eram os lábios de Lysandre novamente.
Lysandre me dava um leve selinho, mas que se aprofundou pouco a pouco, logo Lysandre passou sua língua em meus lábios, num pedido tímido para aprofundar o beijo, e eu concedi. Sentir a língua de Lysandre na minha me deu um arrepio ,fazendo todos os meus pelos se eriçarem. Era tão bom sentir a língua de Lysandre na minha, era como se fosse uma dança, e ele explorava cada canto de minha boca.
Levantei minhas mãos e coloquei elas na nuca de Lysandre, puxando um pouco os fios de sua nuca.
O beijo não durou muito, logo ficamos sem ar e nos separamos, estávamos ofegantes.
- Eai, o que achou desse beijo?-perguntou Lysandre com um sorriso maroto no rosto.
- Bom, muito bom...e-eu gostei bastante. - disse gaguejando um pouco, isso me deixou constrangida.
Continuamos o caminho em silêncio, quando chegamos em minha casa Lysandre se despediu depositando um beijo em minha bochecha e foi embora, vi ele indo embora, e eu estava sorrindo? Essa era a sensação de felicidade?
Bom hoje foi um longo dia, com várias revelações e desculpas.
Entrei em casa e fui para o meu quarto, preciso descansar um pouco.