História Vida Infernal. - Capítulo 5

P.O.V Laura

Quando entrei em casa, vi que estava vazia, como sempre, subi as escadas e fui direto para meus quarto, entrei nele e me joguei na cama.
Hoje eu tinha dado o meu primeiro beijo, e foi tão bom, mas o dia também foi muito estranho, com todas essas revelações e promessas, muito estranho.
Escuto a porta da sala a ser aberta com certa força, deve ser meu padrasto, mas que estranho, ele não chega a essa hora em casa, ele só chega de madrugada. Fiquei no meu quarto,não me movi, escuto seus passos pesados subindo a escada, escuto ele se aproximar, mas em vez dele ir reto, para ir ao seu quarto, ele parou bem na frente da minha porta, fiquei assustada.Me levantei com cautela da cama e fui ate a porta em silêncio, a porta já estava fechada, agora só falta trancar, ja estava com a mão na chave, quando ia vira-la para tranca-la a porta se abriu com tudo,o susto me fez ir para trás e acabei tropeçando no meu próprio pé e cai sentada no chão.
Meu padrasto estava com uma expressão de tédio, mas quando ele colocou seus olhos em mim ele deu um sorriso malicioso, que me dava nojo.
- Olha quem está aqui, eu preciso falar com você. -ele se aproximava, e eu ia recuando ainda no chão, até bater as costas na parede de meu quarto.
- O-O que você quer. - pergunto trêmula, ja me preparando para a surra que eu ia levar.
- Eu vim aqui lhe avisar que agora em diante irei dormir com você todos os dias - arregalei os olhos, como assim " que agora em diante irei dormir com você todos os dias? "
-C-Como assim?
-É que fiquei pensando na noite de ontem, e eu gosto muito de te foder,e eu sei como você sofre quanto eu abuso de você, então agora irei fazer isso todos os dias. - ele dava um sorriso maligno, me dando mais medo.
- Não, tudo menos isso, por favor, ja não basta eu ter que apanhar de você e do pessoal da escola,e ainda tenho que ser abusada por você?-perguntava ja com lágrimas nos olhos prestes a caírem.
- Não, ainda não basta, você merece sofrer muito, muito mesmo,sua puta miserável.
Eu agora chorava, estava desesperada, eu não quero ser abusada por ele, não quero.
- Por favor, não faça isso, eu posso fazer outras coisas, tudo menos isso por favor. - implorava, agora de joelhos.
- Isso, implora, adoro ver você se humilhando-meu padrasto veio até mim e colocou sua mão nojenta em meu queixo.-Mas não tem nada no mundo que me faça mudar de idéia, irei aparecer mais tarde no seu quarto, agora tenho algo mais importante para fazer mexerá, e se você fugir ou contar a alguém ou chamar a polícia irei te torturar até que você grite,implore para que eu te mate.  - ele saiu do meu quarto com um sorriso no rosto.
Eu não pude acreditar, agora serei abusada pelo meu padrasto todos os dias!?Eu não aguento, não mesmo.Ja chorava, logo comecei a soluçar e meus olhos ja estavam ficando vermelhos.
Depois de alguns minutos me recompus, então me levantei do chão e troquei de roupa, coloquei meu único vestido branco,ele não era muito comprido, ele ia até um pouco acima dos meus joelhos, minhas sapatilhas da mesma cor, soltei os cabelos, vendo no espelho do guarda roupa como ele estava, eles haviam crescido muito, tanto que chegavam um pouco acima da minha cintura,fui até o meu guarda roupa e de lá tirei uma caixinha pequena, a abri e dela tirei um colar que ganhei de minha mãe antes dela morrer,-foi a única coisa valiosa que me sobrou, o resto foi vendido pelo meu padrasto- ele era dourado, em um formato de cruz e um diamante falso no meio,  então peguei meu caderno de desenho, com o lápis e a borracha, sai do meu quarto e fui para fora de casa.
Ele não poderia abusar de mim se eu estiver morta né!?
Fui andando até chegar ao meu destino, na ponte mais alta da cidade, que ficava bem no meio da floresta, essa ponte estava quebrada, mas pela metade, então não passa nenhum carro por aqui.
Sentei na ponta da ponte, peguei meu caderno e comecei a desenhar, mas minhas mãos estavam trêmulas demais para eu desenhar.Mas mesmo assim juntei forças e comecei a desenhar,e então veio a imagem de Lysandre em minha mente, do seu rosto, do seu sorriso, de como ele era gentil...Então comecei a desenha-lo, depois de um tempo ja tinha acabado o desenho, pena que esqueci meus lápis de cor, gostaria muito de pintar as cores de seus olhos bicolores que me chamam muito a atenção por serem tão lindos.
Eu então tive uma idéia, escrever uma carta, uma carta de despedida, ja que eu iria morrer. Comecei a pensar no que eu iria escrever, mas estava sem idéias.
- Ah, vamos, preciso de algo para escrever na carta de minha despedida. - disse pra mim mesma.
Depois de uma hora escrevendo finalmente tinha terminado minha casta.

"Se você está lendo isso ja devo estar morta, mas quem se importa né, acho que ninguém vai ler essa bosta, mas fazer o que.Se você se perguntar como eu morri foi por suicídio, me cansei da minha vida, nunca conheci meu pai verdadeiro, pois ele sofreu um acidente de carro bem no dia do meu nascimento, minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos, e quem tomou conta de mim foi meu padrasto, o pior ser humano do mundo, além de bater em mim ele ainda me abusa, e nem posso pedir ajuda, não tenho amigos, e os que tinha me abandonaram.Mas hoje, dia 12/07/09, conheci um garoto muito bom, ele é gentil e protetor, a única pessoa que ja foi legal comigo,seu nome é Lysandre,eu gostaria muito de conhece-lo melhor, mas não estarei mais viva pra isso, e se ele estiver lendo essa carta eu só quero agradecer, você é muito especial pra mim, nunca esquecerei de você, mesmo te conhecendo a apenas a um dia, mas parece que te conheço a anos. Agora irei para um lugar melhor, qualquer lugar é melhor que aqui, o triste é que não poderei estar com meus pais, eles devem estar no céu, eles eram a razão de eu não ter me matado antes, mas eu ja cansei dessa vida, não aguento mais sofrer, prefiro acabar com tudo isso logo.Então é isso, essa é minha despedida, Tchau mundo."

Essa era minha carta, bom não ficou como eu esperava, mas acho que está boa, eu nem sei se alguém vai ler isso.Coloquei a carta ao meu lado,junto com os meus desenhos.Me levantei e fiquei olhando a profundidade da queda, seria uma queda bem feia, no fundo era meio que um rio, mas esse rio era grande e fundo.
Fechei os olhos, e senti a brisa do final da tarde, do último mês de verão, essa seria a última sensação que eu sentiria, então fiz...
Agora eu estava caindo com muita velocidade, tinha me jogado da ponte, e agora eu encontraria o meu fim, fechei meus olhos e ouvi o barulho que a água fazia quando meus corpo se chocou contra ela.Logo eu ja estava afundando,ja que não sabia nadar.
Eu abri os olhos, para ver o que havia, seria assim então o meu fim, é assim que acaba.Sou tão fraca, mas fui forte o suficiente para aguentar toda essa tortura por muito tempo, mas agora já deu, eu não aguento mais.
Mas então sinto que algo também caiu na água, e parecia ser um corpo pelo barulho ,olhei e vi uma pessoa, e ela estava vindo em minha direção, mas depois fui vendo manchas escuras, ja tinha engolido muita água,tentei forçar a visão para ver quem era, mas estava difícil de ver com todos essas manchas.
Ele se aproximava, então pela luz do fim do dia pude ver quem era, e não acreditei no que vi, mas depois não vi nada, só via a escuridão, então perdi a consciência.