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História Video Games - Quando o diretor fala


Escrita por: AlaaskaY

Notas do Autor


Hello, ansiosas para acabar com o mistério? Tomara...
Enfim, sem mais deloongas, vamos já descobrir quem era na piscina \õ/
Boa leitura e até embaixo :3

Capítulo 17 - Quando o diretor fala


Nathaniel

— De que porra você está falando? — indago, sentando. Respiro com dificuldade, é um grande peso para mim após os minutos atrás. Além disso, meu pé dói de verdade. Não sei mesmo como fui deixar isso acontecer, me machucar assim, mas a questão é que preciso estancar o sangramento logo e dar uns pontos nisso. 

Angelina está branca como cera, tentando desesperadamente fechar o zíper do vestido, as mãos tremem e ela parece estar na mesma situação da respiração igual eu.

Franzo o cenho, preocupado. Poxa vida, não posso nem continuar sentindo a sensação gostosamente boa que é tê-la nua ofegante em cima de mim? Já acabou?

— Temos que ajudar, Nathan — murmura ela, ainda sofrendo pra fechar o vestido.

— Qual é, anjo… — seguro a mão dela, impedindo-a de continuar tentando fechá-lo — vamos ficar só mais um pouquinho… ainda há muita coisa pra gente fazer pela frente.

— Ouviu o que eu disse? — ela bufa e empurra minha mão. — Tem alguém morto, caralho! 

Mordo o lábio inferior, incrédulo demais para me preocupar.

— Na onde? — sussurro e seguro em seus ombros, forçando-a me encarar.

Ela põe a mão em frente a boca.

— Ali, na piscina — ela curva o corpo para trás e aponta com o queixo.  

Vejo.

Meu cabelo da nuca arrepia, um frio percorre minha espinha.

Está na água. Tudo que vemos é o corpo, escuro, indistinguível em tanta distância… na água. Boiando. 

— Está boiando, Nathan! Está vivo ainda! — Angelina puxa meu braço com força.

Faço que não com a cabeça.

— Vai ver está decompondo já…

— Não! Não estava ali quando chegamos! Ainda há alguma chance! — Angelina me chacoalha.

Aperto meus lábios um contra o outro. Calma, Nathan, calma. Você precisa se acalmar para pensar direito. Isso se chama domínio da situação, coisa que você faz de melhor.

— Não, Angelina, até descermos… já era… é sério, vamos nos ferrar se tentarmos ajudar. Pensa. Nós dois aqui. Meu pé sangrando. 2 horas da madrugada. Vai sobrar pra gente — pego minha camiseta ali jogada e começo a enrolar em meu pé, fazendo caretas conforme aperto. Por fim, faço um nó. — Confie em mim, anjo.

— Você é tão mesquinho! Tão egoísta! — Angelina bufa, finalmente fechando o vestido. Ela pega a calcinha ali num canto, se levanta e a coloca. — Por favor, Nathan!

— Confie em mim, droga! — exclamo. — Pegue a porra do meu telefone e disque para a  porra da emergência! Chame uma ambulância, sei lá! Só não nos envolva nisso diretamente!

Os olhos de Angelina enchem de lágrimas. Ela pega meu telefone da mão e disca, fala com a telefonista e chama a ambulância.

— E agora? Está tudo fodido! — murmura. — Caralho, Nathan! Vamos descer… vamos embora.

 Me levanto, pego meu casaco e o visto.

— Vai ficar tudo bem, anjo — digo trazendo-a para um beijo. — Confie em mim.

— Não é tão fácil quanto parece! — exclama. — Como pode estar tão calmo?!

Reviro os olhos. Meu, Deus. Ela quer o quê? Que eu me jogue daqui para salvar sei lá quem?! Faço um muxoxo.

— Ai meu Deus, Angelina, você faz perguntas demais! — começo a me impulsionar para fora do telhado, procurando uma coluna na parede para começar a descer. — É que eu sou muito calmo, principalmente depois que transo. Era de se esperar que depois da melhor eu ia ficar meio que... zen. 

— Idiota! É isso que você é! — ela bate o pé numa telha. -- Ai, meu Deus.

— Cacete, anjo, achei que já tínhamos superado essa fase! — estou descendo, devagar mas estou. — Vamos, desce.

— Ah é?— ela me fuzila com o olhar, por cima, e começa a descer. — Estou começando a achar que não!

Dou uma risada debochada.

— Você é sempre tão nervosa depois de trepar? Sei lá, melhor eu já começar a me preparar se eu quiser mudar meu status no facebook.

— # —

— Para onde estamos indo? — pergunta, depois que saímos do hospital, onde levei quatro pontos no pé.

— Para minha casa, dã — respondo.

Angelina não responde, apenas fica olhando o movimento lá fora, ou melhor, a falta de movimento, pela janela da picape.

Cerca de 20 minutos depois, estaciono no meio-fio.

— Lar doce lar — sorrio.

Angelina não retribui, parece chocada, atordoada e triste demais para sequer abrir a boca. Eu entendo. Acho que se eu fosse um pouquinho mais sensível, eu estaria exatamente como ela. Pego sua mão, envolvendo na minha.

— Estou com medo — sussurra, desviando o olhar da janela para me olhar. Seus olhos estão marejados e inchados. — Espero que não seja nada sério, ou no mínimo que não seja alguém que conheçamos. Mas você realmente tá pouco se fodendo, né, Nathaniel?

— É claro que me importo — porra, é verdade, tá bom? —, eu sou só do tipo tranquilão que não demonstra nada.

— Certo. Como você faz isso?

Dou de ombros.

— Pense que nem tudo é o fim do mundo — abro a porta do carro. — Vamos. Um banho pode ajudar muito.

Angelina assente, os olhos fixos numa região das pernas não revestidas pelo vestido de verão.

— Tudo bem… Não pensar que tudo é o fim do mundo — ela respira fundo, finalmente abrindo um sorriso. — Banho… só se você vier comigo.

Gargalho. Às vezes a inocência dela é tão doce.

— E você achou mesmo que eu ia deixar você sozinha?!

— # —

No dia seguinte, acordo cedo e faço o café-da-manhã. Minha casa é modesta, decorada em tons de branco e preto. É pequeno, dois quartos, um banheiro, cozinha e uma sala de estar avantajada. Tenho ela desde os 19, é minha bebê, posso assim dizer, embora eu só fique mais ali nas férias, que para mencionar está até próxima. Acredite. ou não, consegui a casa sem nenhuma ajuda de meus pais.

Ligo a TV no noticiário, mas não há nada. Nada sobre a Exphire, nada sobre um afogamento. Talvez tenha sido só um pesadelo. Talvez eu e Angelina tenhamos dormido logo após aquele momento maravilhoso inesquecível. Tudo é opção.

— Bom dia — Angelina vem descendo as escadas, coçando o olho. Veste uma camiseta grande branca minha, com meu casaco preto por cima. — Que cheiro bom. Mais um dos atributos do babaca Nathaniel Humphrey?

— Digamos que sim — sorrio, ainda observando o caimento perfeito de minha roupa nela. Descendo os olhos por suas pernas despidas, vejo mais uma tatuagem em seu calcanhar, que logo na primeira vez que olhei para a garota na estação, notei a tattoo. Não é o nome do ex. É uma âncora. — Qual o significado dessa? 

Ela ergue a sobrancelha, chegando ao patamar.

— Dessa o quê?

— A âncora.

Angelina dá de ombros.

— Estabilidade, força… Não é exatamente minha personalidade, mas gosto do conceito -- joga os cabelos bagunçados por cima do ombro.

Dou uma risadinha de canto.

— Notei ontem.

A expressão de Angelina muda.

— Vamos comer. Para a gente voltar pra Exphire — maldita hora que abri a boca.

— # —

— Viu? Está tudo bem. Se algo mais sério tivesse acontecido, já saberíamos — digo, enquanto Angelina pega a chave do quarto na bolsa. Voltou a colocar o vestido da noite passada, mas agora está amarrotado, fazendo parecer que está dois ou três dedos mais curto. Entretanto, o que destaca é meu casaco de couro escuro por cima, mantendo o calor de seu corpo nessa manhã amena de sábado. 

Ela dá de ombros, assopra a franja da cara e exibe aquele sorriso descarado que surge sempre nas horas mais imprevisíveis. Estou viciado nesse sorriso.

— Maravilha, Nathan, isso quer dizer que nossa madrugada foi interessante em todos os sentidos — Angelina abre a porta do quarto, que produz um rangido estridente. — Subi em cima do telhado, literalmente dei na telha e salvei uma pessoa.

O quarto está bagunçando. Pelo menos a cama de cima de Amy. Aliás, está do mesmo jeito que a noite anterior, completamente desarrumado, tudo numa confusão de cobertas, roupas, travesseiros e lençóis. Dou uma risadinha com o comentário de Angelina, com a bela noite vivida em minha mente. Caminho sem pressa até a gaiolinha de Hamster, o hamster e fico batucando na grade.

— Olá, rapaz. Como foi sua noite? — inclino a cabeça para olhá-lo mais de perto. — Aposto que não machucou um pé, foi para o céu e voltou com um anjo e ainda salvou uma pessoa, né? Sim, sim, sim, é para sentir inveja sim, boboca.

— ATENÇÃO ALUNOS, FUNCIONÁRIOS E PROFESSORES DA EXPHIRE, FAVOR SE DIRIGIR AO GINÁSIO IMEDIATAMENTE — a voz grossa, profunda e séria do diretor Daniels soa por todos os cantos da universidade, através dos alto-falantes. É uma mensagem clara, num tom grave, que não deixa em ninguém a oportunidade de hesitação.

Em todos os dois anos que estou aqui, apenas uma única vez ouvi a voz desse cara nos altos-falantes.  E não foram notícias agradáveis.

— Vamos — puxo Angelina pela mão e partimos, tão imediatamente quanto a mensagem deixa claro que devemos ser. Vamos nos misturando no meio de centenas de outros estudantes, confusos e atordoados. 

Quando atravessamos o grande arco e começamos a contornar o gramado para descobrirmos o ginásio, a mão de Angelina é afastada da minha, então eu paro.

— Morena, você viu Amy? — Jese pergunta, olhando nervosamente para a garota. Ele olha para mim, depois para Angelina de novo, depois para mim e no meu casaco por cima do vestido. Seu rosto empalidece em pelo menos dois tons.

Antes que Angelina deixe Jesse comentar sobre nosso novo nível de relacionamento, responde:

— Não — diz, balançando a cabeça. — Ontem, só, mas ela estava trancada no banheiro e se negou a abrir a porta.

As pessoas passam em volta da gente, sem se importar se estão esbarrando ou não, e antes que eu fique profundamente irritado com isso, digo:

— Vamos, logo, merda! — aperto os lábios, sentindo o meu coração acelerar. — Caramba…

— Não posso ir sem Amy, ela tem que estar em algum lugar — Jesse passa as mãos nos cabelos lisos, nervosamente. Bem, eu realmente não posso acrescentar que não tenho mais alguma coisa com a namoradinha dele para poder oferecer alguma ajuda que ajude de verdade.

Angelina pega no braço de Jess e o puxa em direção ao fluxo constate de pessoas em direção a um só destino.

— Vai ver ela já foi, Jess. Relaxa! — assegura.

Entrelaço meus dedos nos de Angelina e a puxa.

— Vamos, cacete — bufo.

E assim vamos. Eu puxando Angelina e Angelina puxando meu irmão mais novo. Conseguimos rapidamente um lugar na arquibancada, nesse ponto todos já chegaram e os comentários são impossíveis de não serem ouvidos. “O que está acontecendo?”, “Droga, eu estava dormindo”, “A última vez que fomos convocados, foi uma merda”, “Cala a boca, Sidney! Não é nada disso!”.

Angelina e eu trocamos um olhar angustiado. E se tiver algo a ver com a trepada? Talvez até tenham gravado nós dois fazendo coisas inapropriadas no telhado. Imagina se estiver no Youtube?! Minha vida acadêmica está fodida, caralho! Certo, fique calmo. É, concluímos, eu sou egoísta.

— Estou com uma sensação ruim, morena! — Jesse agarra o braço de Angelina com força, obrigando-a a encará-lo nos olhos. Angelina  morde o lábio inferior, até sair uma pontinha de sangue, e acaricia o rosto dele. O que há entre esses dois? Simplesmente não parece normal.

— Calma, Jess — franze o cenho. — Vai ficar tudo bem.

E nesse instante o diretor chega. Vem atravessando o palco, fitando os pés, até chegar ao microfone. Ele pigarreia e mesmo de muito longe vejo os seus olhos inchados, suas mãos tremendo. Nada parece certo, nada parece normal, tudo ali está sendo uma novidade, algo que não acontece todos os dias.

— Não há uma maneira delicada de se dizer o que eu vou. Há apenas uma forma honesta — ele dá uma breve olhada nos sapatos e ergue os olhos, olhando todo mundo nas arquibancadas. — Na madrugada de hoje, o corpo de Amelia Williams foi encontrado morto na piscina principal.

 


Notas Finais


Amy, Amy, Amy... seus dias de vadia terminaram.
É, daí para frente o ar da fanfic vai mudar muito, vai aderir um ar mais "depressivo" mas nem tanto. E o que vocês acham da morte da Amy? Estranha, talvez?
Não deixem de comentar <3
Beijos, byee :3


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