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História Video Games - Ataque do coração epilético?


Escrita por: AlaaskaY

Notas do Autor


Olá, pessoas :33
Andei fazendo as continhas, anotando o que vem a seguir, e cheguei a conclusão que faltam uns 7 capítulos para VG terminar. Odeio me despedir, é sempre a pior parte :c e dessa vez, tenho certeza que vai ser para sempre, embora eu não consiga imaginar minha vida sem escrever...
Enfim, espero que gostem do capítulo! Boa leitura e até embaixo!

Capítulo 19 - Ataque do coração epilético?


Jesse

Estou deitado de cara no travesseiro quando batem na porta.

— Entra — digo, sem humor.

— Oi — a voz leve a suave de Angelina invade o quarto.

Ergo a cabeça do travesseiro, não falo nada, só a olho, indiferente a tudo. Ela troca o peso do corpo de um pé para o outro.

— Vim ver como está — murmura.

— Estou indo — respondo e mordo a parte interna da bochecha. Por que as pessoas sempre vem ver como estou? Não é óbvio? Parece que morri junto com Amy, mas não é isso que elas querem ouvir. Preferem um “vou bem”, do que a verdade mais honesta.

— Jess, posso te fazer uma pergunta?

— Bem, tecnicamente falando, você já fez.

Ela revira os olhos e fecha a porta atrás de si.

— Você entendeu.

— O.k.

Angelina passa a língua dos lábios, parecendo se preparar para uma espécie de inquérito.

— Por quanto tempo você e Amy namoraram?

Desvio o olhar. 

— Ouça, morena, é sim estritamente pessoal, mas realmente não estou…

— Não! Não! Eu entendo! Por favor, Jess, eu não estaria perguntando se não fosse necessário — ela franze as sobrancelhas, os olhos claros me olhando com grandes expectativas e pavor de perder minha atenção.

— 7 meses — mordo o lábio inferior. — E daí?

— Isso quer dizer que…

— Conheci ela nas férias — dou de ombros. Dói. Lembrar dói. Quando as perguntas vão terminar? Tudo dói.

— Através de…

Bufo, olhando o teto, depois a parede, e por fim ela. Droga!

— Meu Deus, Angelina! Já te ocorreu que machuca?! Machuca ficar lembrando! Machuca ficar revivendo! — dou uma pausa e respiro fundo. — Já está difícil aguentar com minha própria cabeça relembrando tudo e passando tudo como a porra de um filme, aí vem você e me faz falar em voz alta! Quão idiota é a minha cara?! Que cacete!

Ela pisca repetidamente, seu ombros caem, está visivelmente magoada.

— Sinto muito, Jesse! — ela agarra meu ombro. — Eu sei que toda essa merda acabou de acontecer e que você é o que está mais sofrendo… mas acontece que eu preciso saber disso…

— E por que não pergunta para seu namorado? — arqueio a sobrancelha. Depois faço uma careta. Por que levei a conversa para esse lado?

Angelina fita os pés.

— Nathan e eu…

— Estão fodendo, claro — dou um sorriso cruel. Elas sempre estão, com ele, sempre. Percebo o que acabo de fazer tarde demais Ela soca meu ombro com força, bufando, o rosto fervendo. Isso foi demais para Angelina suportar. Confesso, que o soco realmente dói, mas estou tão afundado na dor, que nem faz tanta diferença.

— Está sendo ridículo, Humphrey! Não é porque Amy era a porra da sua namorada que só você está sofrendo porque misteriosamente ela morreu! Então, na boa, tenho uma novidade: o mundo não respira você! Pode fazer o caralho do favor de responder minhas perguntas?! Depois disso, pode voltar a sofrer sozinho — ela dá de ombros. — O que posso fazer? É tão pateticamente egoísta que até para sofrer é um egoísta! E aliás, minha vida com o caralho do babaca do seu irmão é unicamente problema meu!

Olho-a, durante longos minutos, absorvendo as palavras que realmente me afetam. Acho que acreditei tanto que eu estava enganado sobre aquele dois, que quase se tornou real para mim, em outras palavras: ilusão. Mas o que está acontecendo? Amy, eu amo você, não amo?

— Acontece que, morena, se tornou problema meu desde aquele dia no meu dormitório em que decidimos usar um ao outro para afogar nossos medos e vinganças — digo, sem pensar.

A expressão dura e raivosa dela se desfaz imediatamente, como se lembrar tivesse os mesmos efeitos que tem sobre mim. Seu rosto cora, aperta os lábios e cruza os braços, tímida.

— Pensei que você amasse sua namorada — sussurra.

Pego meu travesseiro e o trago junto ao peito, apertando-o, numa tentativa fracassada de minimizar a dor.

— Conheci ela numa festa no apartamento de Nathan, férias, antes de vir pra cá — respondo. — É isso. Respondi suas perguntas?

A angustia está presente em seu rosto. Está tendo um conflito interno. Não sei como me sinto.

Amy, as coisas seriam tão mais simples se você estivesse aqui.

— Jess, por favor, não quero brigar com você — seus olhos se enchem de lágrimas. — Só estou… estou tentando ajudar. 

Rio, amargamente. Solto o travesseiro.

— Isso vai trazer Amy de volta? Meu filho?

— Vai nos fazer entender coisas — diz.

Faço uma careta.

— Não quero entender. Quero ela. Só ela.

Angelina se levanta da cama e faz um coque nos fios castanhos mel. Parece nervosa, chateada e decepcionada.

— Sinto muito. Está longe do alcance de qualquer um — responde calmamente. — Vou indo, Jesse. 

Observo as dobrinhas do lençol, minhas unhas bem cortadas e o laço na sapatilha de Angelina. Suspiro. Sabe, Amy, às vezes acho que te odeio, por me deixar assim, sem respostas.

— Certo. Se descobrir algo, me avise, morena — ergo os olhos e nossos olhos se encontram. Os seus verdes azulados, os meus grandes e cinzentos. Nos encaramos sem dizer nada por um bom tempo, um tempo razoavelmente comprido. É difícil de acreditar que as coisas se tornaram nisso. Raiva, dor, medo.

— O.k — concorda, coloca uma mecha da franja atrás da orelha e sai do quarto.

Angelina 

Frustrada, confusa e com um aperto na garganta sufocante, saio do quarto de Jesse e sigo em direção ao de Alyssa.

As coisas são piores do que parece. Amy não era o exato tipo de… namorada fiel. Nem Nathan o tipo de irmão… que não invade o território. Certo. Ainda é meio cedo para eu afirmar qualquer coisa. Talvez haja uma explicação, algo que não seja o que parece que eu vi naquele caderno. 

Fazem apenas dois dias que ela se foi. O resultado da autópsia sai amanhã. Vai ficar tudo tão mais simples. Vamos descobrir o que aconteceu. Vamos descobrir como exatamente ela foi assassinada. Isso mesmo, assassinada. 

Mas, por que alguém iria querer Amelia morta? Vou descobrir.

Viro para a esquerda, somente alguns metros do quarto de Alyssa. Ali, no corredor, há um casal. Ela é loira e alta, ele é moreno e corpulento. Encostado na parede, ele a beija enquanto segura na cintura fina dela, trazendo-a para mais perto e mais perto, como se desejasse se livrar logo das roupas e culminar a relação. Ela, entretanto, tenta se livrar de suas mãos fortes, dando risadinhas e tapinhas nele. Olhando-os, lembro-me de mim e Nathaniel. Lembro-me de Jesse e eu. Jesse e Amy.

Santo Deus, quando foi que as coisas complicaram tanto? Acho que no momento que achei que podia esquecer um, usando outro. Tudo mudou nesse instante. Aprenda: você não pode simplesmente avançar o sinal com um cara e pensar que as coisas vão voltar a ser como antes. Tentamos, Jess e eu. Falhamos e notei só poucos minutos no quarto. Quando ele tocou no assunto, sei que embora ele ame (ama?) sua namorada morta (namorada?), não agrada o fato de eu estar com seu irmão mais velho.

Ou talvez, quando ela se foi.

Quem sabe houve uma junção dos dois problemas. É, com certeza.

Nathaniel. Sabe qual seu problema? Você acha que é capaz de ser um mistério para sempre, uma equação sem resolução. Se acha tão esperto e absoluto, que não percebe que pode ter alguém melhor. Não o censuro completamente, seu charme e persuasão causam a irracionalidade facilmente. Estou apaixonada por você. Fazer o quê?

Contudo, sabe o que é? Estou tão apaixonada, que quero descobrir tudo a seu respeito. Tudo.

Paro em frente a porta do quarto de Alyssa e bato na porta.

— Olá, fã. Vai um autógrafo? — ela abre a porta, sorridente.

— Oi, docinho — digo, entrando. — Sim, para minha Coleção de Cinzas de Autógrafos da Alyssa.

O quarto está bagunçado, nenhuma novidade, óbvio. Há roupas dela para todo o lado, como se Alyssa tirasse para transar e não colocasse para lavar até ter vontade. Conhecendo-a bem, sei que é exatamente o caso. 

— Tudo bem? — pergunta, jogando os cabelos castanhos e escorridos por cima dos ombros.

— Bem… não. Tá meio bosta as coisas, sabe? Desde que ela morreu — dou de ombros. — Não importa. E com você? Tranquilo?

— É… sim — ela abre um sorriso, exibindo os dentes centrais leve e fofamente tortinhos. 

— Voltou a sair com meninos?

— É, voltei, você sabe que nada se compara com aquilo me explorando! Ui! — ela coloca o dedo na boca, sexy.

Rio, a primeira risada sincera desde que ela se foi.

— Pode me fazer um favor? — peço, sem mais delongas.

Alyssa dá uma leve revirada de olhos e faz beicinho.

— E quando eu digo não para você?

— Você é a melhor, Aly — sorrio. — Tudo que você precisa fazer é ligar para um cara aí.

Nathaniel

— Onde você vai? — sussurro em seu ouvido.

— Buscar minhas roupas na lavanderia — responde Pet.

— Hm… não demora… Vou ficar estudando, te esperando — sorrio, embora dentro de mim sinto que tudo está quebrado, partido.

Peter alisa o topete loiro a abre um sorriso, que forma covinhas em suas bochechas. Seus olhos azuis faíscam na luz.

— Não acha que agora que está com ela deveria parar? — pergunta, caminhando até a porta de costas para ela.

— Parei — pego meus livros na estante. — Só mantenho você. Porque… com você é diferente.

Pet para. E eu paro o que faço também, a mão em meio caminho andado a um livro grosso. Ficamos nos encarando. Gosto do arrepio que percorre meu corpo todas as vezes que isso acontece, esses olhares. Rapidamente, nossas bocas se encontram. É diferente de beijar garotas, bem diferente. É rústico, indelicado, porém… meigo.

— Não vai ser pra ela quando descobrir, Humphrey — ele sorri e afasta nossos rostos. — Vou lá… Pense nisso, Nathaniel. É sério.

Observo ele sair e continuo observando onde ele estava mesmo muito depois de sumir de vista. Cara, eu realmente gosto. Vou queimar no inferno por isso, mas gosto.

— Isso não vai acontecer — digo para tentar me convencer. Talvez sobre ela descobrir, talvez sobre descer para o nível de baixo.

Pego meus livros e me jogo na cama. Ultimamente, a culpa não me deixa dormir. Eu odeio a Amy. Odeio. Odeio. Odeio. Sempre tão mesquinha. Tão nojenta. Até depois de partir, não deixa minha vida em paz. Desgraçada.

Amy era a alma gêmea que nunca pedi. E talvez, lá no fundo, eu a odeie só por não estar mais aqui. Verdade seja dita.

Droga, Amy. O que foi que aconteceu? Você tinha mesmo que se vingar de mim com a própria morte? Pensando bem, você era só uma vadia louca. É. Nada disso é minha culpa. Você era doida.

Dou um longo suspiro e abro um dos livros no vigésimo capítulo. Estou começando a correr os olhos pelas palavras quando meu celular toca ao som de Black in back - AC/DC. Pego-o na mesinha de cabeceira, impaciente, fazendo cair uma lata spray de desodorante no chão. É um número desconhecido.

— Babaca sutil da fraternidade, quem liga? — atendo, ríspido.

— Nathaniel Humphrey?! Meu Deus, Nathaniel! Sua amiga, Angelina, está tendo um ataque do coração epilético na 242B Honor Street! Meu Deus! Leve Peter, a ambulância não chega e ele é estudante de medici… Soc… seja… — começa a chiar, a voz dela vem entrecortada e cinco segundo depois, a ligação cai.

Meu Deus. Sinto o ar começar a faltar, meu coração bater em ritmo descontrolado no peito e o suor começar a se formar em todos os meus poros.

Além de perder Amy, perderei Angelina? Não suportaria. Meus sentimentos por ela são muito profundos para isso. Agarro meu casaco no armário e saio correndo em direção ao estacionamento, a picape. Porém, não paro para levar Peter.

Angelina

Ataque do coração epilético.

ATAQUE DO CORAÇÃO EPILÉTICO! Como essa garota conseguiu entrar na Exphire?! Como Nathaniel caiu nessa? Não existe a porra de um ataque do coração epilético! Ou é ataque do coração, ou é epilepsia, dois problemas diferentes, em lugares diferentes! Mas não na cabeça da minha querida amiga mega inteligente. Se estou certa, Nathan vai perceber isso logo e acabou meu plano! Provavelmente nem vai chegar a sair do campus para notar a sacanagem.

De qualquer jeito, decido tentar a sorte. Se for pega, posso inventar algo na hora, algo como: “Foi um brincadeirinha, Nathaniel, porque queria ver o quanto você é burro”. Ou: “Seu quarto fede, cara, aí eu pensei em te contar uma mentirinha básica para passar talquinho de neném nele”.

Qual é, desculpas ridículas.

Paro em frente a porta e rodo a maçaneta. Porta aberta, como pensei. Nem cogitou a ideia de trancá-la antes de sair. Entro no quarto. Está bagunçado. Livros jogados na cama ao lado de uma caixa de pizza e garrafas de meio litro de Heineken. Há roupas dele e Peter no chão, cuecas em todo o canto, além de cartas de baralho. Não tenho tempo para essas olhadas artificiais. Tenho que entrar no notebook dele, invadir suas gavetas, sua mesa de cabeceira e a última folha de seu caderno. Preciso descobrir, preciso descobrir se estou certa.

Se estou certa sobre Nathan e Amy terem um caso.


Notas Finais


A maior treta vai vir no próximo capítulo rçrçrçrçr Amo tretas, admito u.u
Enfim, não deixem de comentar, vocês sabem que isso é fundamental e tal, né?! Beijos, bye <3


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