1. Spirit Fanfics >
  2. Video Games >
  3. Você não acredita em nós

História Video Games - Você não acredita em nós


Escrita por: AlaaskaY

Notas do Autor


Oi <3
Tudo bem com vocês? Espero que sim. Bem, eu gosto desse capítulo, tem revelações e treta, uhu
Estou já trabalhando num enredo para uma próxima fanfic, mas ainda é bem incerto, espero até o final conseguir algo.
Enfim, enjoy!

Capítulo 20 - Você não acredita em nós


Nathaniel

Se Angelina morrer, ela tem que cair. Sabe? Entendeu a sacada? Anjo, cair. Não? O.k.

Estou desesperado. O trânsito está ótimo para largar o carro e socar os babacas que estão ouvindo música ruim em volume ensurdecedor perto de mim. Retorno a ligação, mas ninguém atende. Ligo para Angelina, mesma coisa. Por que tudo está acontecendo assim? Calma, Nathaniel, não entre em desespero, não entre em desespero. Estou chegando, anjo. Aguente firme.

Aperto a buzina com força.

— Anda logo com essa lata velha, colega! — grito, colocando a cabeça para fora do carro. Volto a me recostar direito no banco e bufo, dando socos e tapas aleatórios na buzina. — Droga, droga, droga! 

 Não posso suportar a ideia de perdê-la. Olho fixamente para o para-briza a minha frente, respirando com dificuldade. Me lembro de todos os momentos que passamos juntos, o café, o pub, o telhado… O céu regendo a maravilha que foi nossa noite dois dias atrás. Angelina sussurrando que ficaria para sempre… Seu sorriso espontâneo, seu vestido de verão escorregando de seu corpo, suas unhas arranhando minhas costas de cima a baixo, sua forma atenta e sincera de me ouvir, as sardinhas nas bochechas e no nariz, e até sua maneira incansável de me esnobar. Um nó se forma em minha garganta.

E aí o trânsito começa a andar. Avanço todos os limites de velocidade, corto caminho e quase bato o carro umas duas vezes, assim chegando ao outro lado da cidade. Quando chego na rua, estaciono o carro de qualquer jeito, esperançoso em ter chegado a tempo. Desço da picape e bato a porta. E só aí as perguntas me invadem.

Por que diabos Angelina sairia do campus para ir para o outro lado de Nottingham?

Ela não tinha me dito que mal conhecia a cidade?

Por que ela veio ter um ataque do coração epilético aqui?  

Espera, ataque do coração epilético? Foi isso mesmo que disseram no telefone?

Ataque do coração epilético? Mas epilepsia não é neurológico? Como se tem um ataque do coração na cabeça? Ou será que ela está tendo os dois de uma vez só? É possível? Hã? Acho que buguei.

E por último, mas não menos importante, essa rua é sempre tão deserta assim?

Mordo o lábio inferior com força. Eu sou tão, tão burro. Nathaniel, já podemos passar de Babaca Sutil da Fraternidade, para Babaca Burro da Fraternidade.

Sabe o que eu acho? Que acabo de cair no caralho de um trote. E sabe o que eu tenho certeza? Isso não vai ficar assim. Volto para a picape e dou partida. Estou voltando, Exphire.

Angelina

Fecho a porta e tranco com a chave.

Abro o guarda-roupa, mas aparentemente o lado esquerdo é o de Peter, recheado de posteres de caras atraentes e sedutores do tipo que Alyssa e eu víamos em revistas nas tardes de verão, no meu quarto, época do Ensino Médio. Peter é assumidamente gay, então não estranho. Abro o direito. Casacos de couro, camisetas parecidas mas de cores diferentes, roupas sociais que penso ser para as palestras e eventos da faculdade. Começo a revirar os bolsos, a procura de qualquer papel, qualquer coisinha aparentemente irrelevante que dê alguma dica. Nada. Abro a primeira gaveta, de cuecas, todas da Calvin Klein, exalando um forte cheiro de amaciante. Esse Nathaniel lava mesmo as cuecas dele no amaciante? Tsc, tsc, tsc. Começo a revirar tudo ali. Qualquer coisa. Tem que ter algo, tem que ter. Qualquer coisa.

Mas não há nada. Nada, além de umas camisinhas e ecstasy, 

Parto para a gaveta de baixo, de calças jeans. Reviro tudo, todos os bolsos, coloco tudo do avesso. O que eu acho são alguns papéis, gabaritos para o filho da puta colar em alguma prova, uma nota fiscal da mercearia local ( 2kg de maçã, 500g de torta de maçã e duas garrafas de Vodka), e um poema de William Brake escrito em um caligrafia indelicada em um papel dobrado de forma a ficar pequenino. Franzo o cenho quando vejo esse poema.

"Há um Sorriso que é de Amor
E há um Sorriso de Maldade,
E há um Sorriso de Sorrisos
Onde os dois Sorrisos têm parte.

E há uma Careta de Ódio
E há uma Careta de Desdém
E há uma Careta de Caretas
Que te esforças em vão pra esquecê-la bem

Pois ela fere o Coração no Cerne
E finca fundo na espinha Dorsal
E não um Sorriso que nunca tenha sido Sorrido
Mas só um Sorriso solitário

Que entre o Berço e o Túmulo
Somente uma vez se Sorri assim
Mas quando é Sorrido uma vez
Todas a Tristeza tem seu fim”

Esse é o tipo de coisa que eu acho bem mais provável achar no bolso de um pedreiro, de um flanelinha e até de um encanador. Mas no bolso de Nathaniel Humphrey? Haha, que piada.

De qualquer forma, continuo minha busca. Não há mais nada nas gavetas do guarda-roupa. Então me ajoelho no chão e abro a mesinha de cabeceira. Drogas e mais drogas e mais drogas e bebidas alcoólicas. Livros, legislação do Reino Unido e esses blá-blá-blá. Uma chave extra da picape com um chaveiro metálico escrito “As Fuck”. Um espelhinho de mão. Filmes pornôs da Sasha Grey. Revistas da Sasha Grey. Nada que surpreenda.

Até que vejo um batom. Ali, no cantinho da gaveta, quase escondido por baixo da bunda da Sasha Grey. Pego-o e tiro a tampa. É vermelho, tem o aroma dócil. É do tipo que Amy usava, do mesmo tom na parede do quarto. Fecho-o novamente e percorro meus olhos pela embalagem fina e delicada. Viro-o de ponta cabeça e vejo ali as iniciais A. W. gravadas.

Sinto meu coração doer um pouquinho em meu peito. Merda, Nathan, você é mesmo uma decepção. Quero dizer, qual é a explicação de aquele batom estar ali? Não há nenhuma, além do óbvio.

Lembro-me repentinamente de Jess falando no dia em que avançamos o sinal sobre Nathan roubar as namoradas deles. E também me lembro vagamente de Jess ter mencionado isso mais uma ou duas vezes. Por que você faz isso, Nathaniel? Babaquice? Egocentrismo? 

De qualquer forma, minha busca está longe de acabar. Não é possível que esse seja o único indício. Pego o Notebook prateado dele em cima da cama. Abro-o e aperto o botão para ligá-lo. Alguns instantes depois, estou encarando a tela de bloqueio.

Senha:

 Meu Deus. Que inferno. Aperto meus lábios, frustrada. É, anjo, está na hora de abortar a missão.

O.k. Calma. Pense, pense, pense…

Começo a digitar, hesitante: eusou…obom.

Senha incorreta. Claro. Infelizmente, você é maravilhoso. 

Apago tudo e coloco o número de celular dele, mais o número do quarto junto com a idade.

Senha incorreta. Cai na real, você nunca vai acertar — a tela parece zombar de mim.

Penso em cada momento que passei com o garoto. Droga. Do que é que ele gosta? O que deixou evidente?  Ergo a sobrancelha e abaixo um pouco a tela do Notebook. Apple. Apple!

Maçãdobabacasutildafraternidade.

Sorrio, vitoriosa, quando começa a inicializar. Há alguma coisa que posso não descobrir? Então está ali. Tudo. Aberto para mim está exatamente tudo que posso descobrir sobre os mistérios do Humphrey mais velho. Têm algumas pastas de fotos abertas, mas nada de mais. O Skype, porém, está aberto e embora eu esteja me corroendo de vontade para olhar tudo, há outra coisa que chama minha atenção, uma coisa que tenho certeza não há qualquer relação com o que estou procurando.

Mordo o lábio inferior. Faz quanto tempo que cheguei? 15 minutos, talvez? Tempo suficiente para ser pega. Resolvo arriscar. Ergo o programa de edição de textos, crendo que só deve ser um trabalho da faculdade… mas não é o que diz meu 6° sentido, minha intuição feminina. Percorro os olhos pelas palavras, confusa, e vou ao topo.

“Cacos Da Destruição 

Em Dresden, não chove há meses. Neva, sangue.

No centro da cidade de Dresden há uma pequena loja de relógios, onde vive Eileen Cullmann e seus pais, tentando levar a vida ao passo que lá fora é destroçada pela 2° guerra mundial. Vendo o mundo acabar aos poucos, Eileen nada pode fazer além de tentar sobreviver a esse apocalipse caótico, não enlouquecer em um mundo em que a luz parece surrupiada por Hitler em nome da tal terra “pura”. No meio de tantas manchas de sangue, Eileen encontra uma pequenino consolo, que aos poucos se propaga para uma enorme fonte de apoio. O judeu, Saymon Buckrosh.”

E antes que eu consiga capitar qualquer palavra do prefácio que vem a seguir, mal acreditando no que estou vendo, ou melhor, lendo, escuto a maçaneta sendo forçada, a porta empurrada com força. Silêncio. E aí escuto uma chave entrando na fechadura. Ferrou, meu Deus, ferrou. No instante seguinte a porta range ao ser escancarada e Nathan me olha branco como cera. Peter também está ali, tirando a chave da porta.

Maldito. Foi ele. Deve ter aberto a porta com sua chave. Muito obrigada. Que se inicie o barraco.

Nathaniel  

Primeiro, eu a abraço. Depois, a beijo.

Em seguida, quando as peças do quebra-cabeça começam a se formar, empurro-a, nunca antes com tanta raiva.

— Que diabos, Angelina! — exclamo, cerrando os maxilares.

Ela consegue encontrar equilíbrio e por um milésimo de segundo não cai ao chão.

— Nathan…

— Não! Nathan não! — digo. Dou meia volta e fecho a porta, indicando com a sobrancelha para um Peter confuso sair dali. Me viro e a olho, mordaz. — Você tem 10 segundos para explicar.

Angelina aperta a coxa não tampada pelo short jeans com força, com tanta força que deixa marcas das unhas tingidas em um tom de azul marinho, quase preto. A trança largadinha jogada no ombro está realmente bagunçada depois de eu abraçá-la com tanto desespero. Ela cruza as pernas insistentemente e leva a mão para o braço, dessa vez cravando as unhas ali. Como se já não bastasse, não consegue nem me olhar nos olhos. Em síntese, está completamente nervosa, não consegue esconder isso de mim embora tente. 

— Eu… senti sua falta. Vim te procurar e… não te achei — ela dá de ombros, como se não fosse importante o fato de ter sido pega com o meu notebook aberto, como se fosse completamente normal. 

— É? — arqueio a sobrancelha. — Por que meu notebook está aberto no seu colo? E porque uma garota com sotaque igualzinha ao de Alyssa me ligou falando que uma certa Angelina estava sei lá, tendo um — faço sinal de aspas com os dedos — ataque do coração epilético? — fecho aspas. 

Morde o lábio inferior. Ergue os olhos e me fita, um sorrisinho surgindo nos lábios.

— O.k, você me pegou! Sabe quando você acorda com vontade de fazer faxina? — estende um pouco mais o sorriso. — Aí eu pensei: por que não fazer uma surpresinha para Nathan Humphrey?! Eu estava justamente desligando seu Notebook quando você chegou. Não podia, sei lá, ter…. hã… demorado mais uns minutinhos até eu arrumar a cama? Sei que é estranho, mas mamãe tem TOC... meio que devo ter herdado esses impulsos dela, humpft.

Analiso-a novamente, procurando a verosimilidade das palavras. Não há nenhuma. Nada mesmo. 

— Ótima tentativa, anjo — dou um passo a frente, me aproximando dela. — Excelente. Mas não está colando. A verdade, por favor.

Angelina percorre os olhos pelo quarto, em desespero, buscando rapidamente algo, qualquer coisa que a livre.

— É verdade! — exclama, gesticulando com as mãos.

— Não! — nego, um pouco alto demais. — Caralho, Angelina, faz ideia do quanto eu senti medo?! Faz ideia do quanto me senti horrível, em pânico, imaginando você morrendo na puta que pariu, perdendo mais alguém que eu me importo, pior, perdendo você, que amo! Para chegar lá, e descobrir que foi tudo uma mentira, uma brincadeira! Aí eu volto para cá, te procuro no seu dormitório e não há nada! Nada! Volto para o meu dormitório, pensando, meu Deus, que droga é essa? Vivo e revivo a voz no telefone, imaginando onde já a ouvi antes e descubro que é a voz de quem? — dou uma risada maligna. — Sua amiga sem vergonha! Aí quando eu entro no meu quarto, ainda porque Peter chegou na hora exata em que eu precisava de uma chave, encontro quem?! Você, que por acaso não está tendo caralho de ataque coisa nenhuma! Diga a verdade, só a verdade! Sei quando você está mentindo.

Angelina cruza os braços e literalmente tenta fugir, passando por mim. Ah, merda. Eu sabia. Estava demorando para ela aprontar alguma. Estava demorando para ela agir igual uma idiota, igual todas as outras garotas. Igual Amy. Seguro o braço dela, puxando-a de volta rispidamente.

— Não posso — sussurra. Seus olhos marejam. — Sinto muito, não posso, não ainda. 

Bufo. Meu Deus, Meus Deus, Meu Deus. Dai-me paciência. 

— O.k — seguro o queixo dela, obrigando-a a olhar no fundo dos meus olhos, porque é assim que eu quero que ouça toda a verdade. — Desde o começo, você sempre me chamou de idiota, e deu uma de boa. Tudo bem, tenho meus defeitos. Mas, Angelina, fiz de tudo para não decepcionar você. Me apaixonei por você. Tentei não ser tão idiota quanto você me fazia parecer. Aguentei seu ceticismo, sua birra de pré-adolescente insegura e atropelei todas as barreiras, tudo porque você… não sei… diferente das outras você não é, mas ninguém consegue ser como você. E mesmo depois de tudo, mesmo depois daquela noite no telhado, há algo aí em você que ainda não me convence. Ou melhor, é eu que não convenço você, não é? Isso que está atrapalhando. Você não acredita em mim. Você não acredita em nós. 

As lágrimas escorrem pelo rosto de Angelina, seu queixo treme, suas mãos também.

— Não sei o que dizer — morde o lábio inferior e pisca, libertando uma onda de lágrimas. — Eu tento, mas não consigo, Nathaniel. Menos ainda agora. Agora que eu sei o que você e Amy tinham. Estou apaixonada por você, Nathaniel, droga, eu estou e o problema é que eu não sei quem você é. E fico cada vez mais assustada a cada coisa que eu descubro. Por que, Nathan? Por que Amy?

 


Notas Finais


aushahushas pq ele é um puto vingativo.
Well, ainda tem mais revelações no próximo capítulo :3
e até o final tem muitas aushuhaus
Enfim, espero que tenham gostado, não deixem de comentar e dizer se Nathan tem razão, ou se a Angelina tem razão, ou os dois, ou se são só dois doidos.
Beijos, tchau <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...