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História Video Games - Imaginar


Escrita por: AlaaskaY

Notas do Autor


Oooi! Tudo bem com vocês? Espero que simm, Esse capítulo é curtinho e vamos conhecer as coisas em outro ângulo :3
Deem play na música Secrets - Onerepublic, link nas notas final e enjoy!

Capítulo 21 - Imaginar


Nenhum segredo dura, nenhuma mentira é eterna, não é o que dizem?

Mas até mesmo quando parte dele está morto? Sim.

Angelina me olha, chocada. Eu a olho, detonado. Solto a mão do braço dela, e ela passa por mim, em direção a porta.

— Agora sabe, Nathaniel, sabe o que vim fazer. Aliás, você também escreve muito bem — ela aponta o queixo para o Notebook. — Deveria mandar para uma editora e parar de chamar seu irmão de fracassado.

— Anjo… — murmuro, mal aguentando a dor dentro de mim, o desespero, a tristeza. Não acredito que as coisas vão terminar assim. Não pode ser. — Fazia meses que eu e ela não estávamos juntos, acredite em mim. Meses. Amy era insana, cara, é sério. Louca, totalmente maluca. É sério, eu e ela terminamos bem antes de você e eu…

— É? E o que mais, Nathan? — enxuga o rosto. — Por favor, me dê um tempo para digerir tudo isso, um tempo.

Trocamos um olhar angustiado e não impeço quando ela sai do quarto batendo a porta atrás de si.

Jesse

O terceiro dia chega.

Possivelmente suicídio.

Vejo as coisas embaçadas. Meu estômago está embrulhado, sinto vontade de vomitar.

Como eu pensei. Ninguém mataria você, Amelia. Você é graciosa demais para alguém sequer cogitar a possibilidade. Sua risada, seu sorriso, seus cabelos, seus lábios carnudos, sua pele pálida… É doce demais para isso.

A não ser você própria. Você é o único ser capaz de se auto-destruir. É o único ser que encontraria coragem suficiente para ingerir remédios demais.

Abro a porta do meu quarto e me joga na cama. Meu coração bate descompassado, o ar é pesado chegando aos meus pulmões. Dói tanto. Fico encarando o teto branco, em que levemente vai se rachando na beiradinhas, seguindo uma linha, esperando pacientemente traçar uma risca por todo o teto. Meu Deus, eu não consigo, não consigo tirar as imagens que meu próprio cérebro criou. Imagens que me mostram tudo, cada movimento, tudo o que ela fez naquela noite.

O quanto todas essas imagens são reais?

— # —

Amy leva a mão ao ombro, buscando os cabelos mel. Não acha nada ali, a não ser o tecido do vestido branco e longo. Com um suspiro, ela sobe mais a mão, na altura da orelha e toca os fios. Uma lágrima escorre, depois outra e outra e outra. Fecha os olhos com força, na tentativa de impedir o contínuo deslizamento em seu rosto.

Me sinto só.

Leva a mão a barriga, acariciando-a, e novas lágrimas escorrem. É incessante. Por fim, pega o frasco de remédio e despeja nas mãos. Duas, cinco, sete, dez, quatorze e vinte pílulas. Mais cinco na mão esquerda, agora. No total, 25 pílulas. Calma e serena, devolve-as ao lugar de origem. Joga a tampa por cima e a rosqueia bem.

 Sai do quarto. Pequeno quarto. Foi bom estar aqui, mas nada disso foi suficiente. Ninguém vai me salvar. O relógio marca 00:50 da manhã. Os corredores estão silenciosos, o chão está frio, não há nenhuma luz além a da noite que entra pelas janelas junto com um vento frio e cortante. Logo está parada em frente as grades do portão que dá acesso as piscinas. Sorrindo para a fechadura, pega a chave que havia surrupiado mais cedo da Sra. Meireles, uma das professoras de fisioterapia.

Nada me impede nesse instante. Nada é capaz de me parar.

Abre o portão e o encosta atrás de si. Olha a água azul, reluzente, e quieta da piscina principal. Vê a lua cheia perfeita refletida ali. Ergue a cabeça e observa ela no céu. Está mesmo uma bela noite. Não há cenário melhor.

Amy senta-se no chão, o vestido comprido se esparramando em volta de si, como um véu gracioso e belo, com caimento perfeito, ternura estonteante. Ela pega o frasco, tira a tampa e a gira entre os dedos por dois segundos ou três, joga-a ao seu lado, admira o rótulo do frasco, com um sorriso fino se entretendo nos lábios. Depois, começa a virar as pílulas na mão esquerda. Cinco, dez, quinze, vinte, vinte cinco capsulas.

Ela escolhe uma aleatória, uma solitária perto do comprido dedo anelar terminado na unha tingida em vermelho sangue. Põe na língua e engole. Sorri. Aproxima a mão da boca e no instante seguinte seu corpo está recebendo dezenas de pequenas pílulas destrutivas, pílulas que lhe trará a paz.

A hora seguinte é a melhor da vida dela, embora seja a pior também. É possível? Ser a melhor e a pior ao mesmo tempo? Talvez.

Arde, corrói, queima, uma sensação similar a deitar-se numa fogueira de madeira totalmente em brasas. Seu coração explode no peito, o suor escorre de cada poro de seu corpo pequeno. Amy contém os gritos com um pedaço do vestido que ela rasgou cruelmente e enfiou na boca. 

A fera está dentro dela, furiosa, querendo vazar. É a morte. É a essência da vida procurando uma porta para escapar e nunca mais achar caminhos para retorno. 

 No mesmo instante, é um começo. É a morte. É o começo. É o fim da dor que estava alojada em seu peito muito antes de engolir aquelas pílulas.

Ninguém conseguiu me salvar. Jess, onde você estava? É tudo culpa sua. Você tinha o dever de cuidar de mim. Você não me amou. Se você tivesse me amado, eu ainda estaria viva. É culpa sua! É tudo culpa sua! Agora eu vou para um lugar e receber amor. Não vou?

Amy põe a mão na barriga, antes de a pior dor das dores a possuir, antes de tudo começar a entrar num negrume entorpecedor e se desfazer para sempre. Existe só eu. Sempre foi só eu. Sozinha.

Como havia planejado, quando seus olhos se fecham e sua vida cedem ao sofrimento, seu corpo cai na gélida e finita água da piscina principal.

— # —

As lágrimas que caem de meus olhos são inevitáveis.

É como um pesadelo que estou fadado a assistir para sempre. 

Ela realmente se matou, por livre e espontânea vontade. Overdose de remédios. Como você conseguiu, Amy? Sabe… pensar que ninguém sentiria sua falta. Por que estou sentindo, estou pulsando, vibrando a falta que você me faz.

Ou então, se o que você queria era exatamente causar dor, sinta-se satisfeita da onde quer que esteja. Sabe, só dói quando eu respiro.

Escuto uma batida na porta e não movo um músculo para ver quem é. Por favor, me deixem em paz. A batida volta, teimosa. Cerro os dentes.

— Entra — murmuro.

Angelina invade o quarto e senta-se na ponta da cama. Seus olhos estão roxos e inchados, como se estivesse chorando recentemente.

— Oi, Jess — murmura e estende a mão até meu rosto, tirando a franja que caem em meu rosto, em um gesto gentil e carinhoso.

— Estava chorando, é? — disparo, em um voz rouca. Ela engole em seco, quase que avaliando se devia ou não me contar o motivo, embora eu tenha minhas desconfianças. — Foi o Nathan, não foi? Ele te decepcionou, como sempre faz com todo mundo.

Ela faz uma careta, e no instante seguinte está deitada na minha cama, chorando ao meu lado, encolhida em meu peito.

— Por que está tudo tão fodido, Jess? — pergunta entre soluços.

E aí estou eu, consolando a garota enquanto estou afundado em minha própria dor. Quando me lembro o que eu e ela fizemos quando eu estava com Amy, me sinto mal, me sinto culpado, quase que sujo. Será que Amy algum dia imaginou? 

— Não sei — respondo. — O ele fez?

Angelina ergue a cabeça para conseguir me olhar nos olhos. Há tanta dor, mágoa, angustia presentes ali que sei que nosso olhar são praticamente reflexos.

— Jess… — ela parece encontrar forças para achar as palavras, porém é como se não conseguisse falar, não conseguisse reunir coragem suficiente para me contar algo. Por fim, baixa os olhos. — Sinto muito. 

Beijo o topo de sua cabeça, e a trago para mais perto.

— Tudo bem — assinto.

Ficamos meia hora ali, sem dizer absolutamente nada, mas não é um silêncio tenso, é um silêncio confortante. Angelina entende que eu prefiro ficar quieto, e entendo, apesar de não saber a razão em detalhes, que ela prefere que eu também fique em silêncio, porque ele faz as coisas parecerem melhores.

Exata meia hora depois, Angelina o quebra.

— O que deu? Na necropsia? — pergunta, sentando-se na cama. Ela esfrega os olhos inchados e ajeita os cabelos amassados pelo travesseiro. 

— Overdose de remédios — fecho os olhos, quando sinto a dor martelar em meu peito. — E… nunca houve um bebê. Ela mentiu. O tempo todo, mentiu.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Música: http://youtu.be/qHm9MG9xw1o
Surpresos? uasuuhauhsuha eu acho que sim, todo mundo ficou falando na hora que a Amy morreu de bebê, bebê e bebê... mas, não havia nenhum bebê aushuahsu essa mina Amy é doida mesmo, pra vocês verem.
Não deixem de comentarem, senti falta de muitas no capítulo passado </3 beijos, bye :3


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