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História Vier Monde - Alho


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


PARK JIMIN DE CABELO ROSA PARK JIMIN DE CABELO ROSA PARK JIMIN DE CABELO ROSA PARK JIMIN DE CABELO ROSA!
Agora que eu já chamei sua atenção, tudo bem? Sentiu falta de Vier Monde? POIS NOIS TAMBÉM, CARA. Demoramos tanto pra fazer esse capítulo que eu nem achei possível a gente terminar ele tão rápido, sério. A imaginação brotou de repente na nossa cabeça, fiquei chocada.
Então, por isso, a gente espera que vocês gostem muito desse capítulo! E que nos contem o que acharam também, a gente sente falta quando vocês não comentam (nós lembramos dos rostinhos sim).
Enfim, boa leitura, até as notas finais!

Capítulo 15 - Alho


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Alho

Seus olhos quase se fechavam por conta do sono que sentia, Jimin arrependia-se profundamente de não ter dormido direito durante a noite, até mesmo parecia que seu dia já começava incompleto. Os braços estavam deitados sobre a mesa enquanto a cabeça apoiava-se sobre os mesmos, os olhos tentando focar na pequena folha que utilizava para fazer alguns rabiscos coloridos.

Porém, o pequeno rapaz de fios alaranjados sabia que não era exatamente sua culpa por não ter pregado os olhos durante a maior parte da noite. Estava inquieto desde que uma série de acontecimentos lhe acometeu, começando pelo beijo que trocara com Jeongguk dentro da floresta. Não conseguia deixar de sorrir quando se lembrava daquele dia, principalmente porque foi tão bom que teve de pedir para o guarda-florestal repetir consigo assim que chegaram em casa. Jimin gostava de estar nos braços do mais alto, gostava do modo como a respiração de ambos ficava descompassada quando faziam aquilo, ou então gostava do modo como Jungkook ficava com os lábios vermelhos, um sorriso bobo e olhos profundos. Ele era tão lindo, acreditava poder encará-lo durante anos.

Então, suas memórias corriam até o fato de que sua última lua chegara. Olhava sempre apreensivo para o calendário, para o relógio. Era uma questão de tempo até que, finalmente, voltasse a ser a raposa boa que era e, bem, sabia que era seu destino. Sabia que havia passado as quatro luas como um ser humano apenas para aprender mais, mas não poderia negar o fato de que sim, ele sentiria sim falta de muita coisa. Não sabia o que faria sem seus desenhos animados, sem o tão glorioso (e apimentado) kimchi e, acima de tudo, não sabia o que faria sem os rapazes.

Porque, uma das coisas que Jimin aprendera foi que, sendo um humano de verdade ou não, ele possuía sentimentos. Muitos.

— Jimin? — endireitou sua postura num pulo. — Você está bem? Você tá bem aéreo, né?

Yoongi puxou uma cadeira para mais perto do ruivo alaranjado, virou-a ao contrário, apoiando os braços onde deveria apoiar as costas. Estava observando Jimin desenhar e quase dormir fazia algum tempo, até mesmo o chamou mas não obteve resposta alguma.

— Hum? Ah… Está tudo bem, hyung… Só estava pensando em algumas coisas, sabe, é a última lua e... — respondeu simplista, apertando os olhos numa tentativa falha de dissipar aquela sonolência.

— Você quer conversar? O que está rabiscando aí?

Mesmo que se sentisse um pouco tímido por estar produzindo algo que sequer sabia o nome, percebeu que talvez um auxílio do rapaz de fios rosados não fosse ruim, não quando ele tinha sua mente tão cheia de conhecimento. Entregou a folha para o mais velho e observou como os seus olhos vagaram pela mesma já não tão branca. O cenho franziu-se e, talvez tentando não soar estranho, perguntou:

— O que é tudo isso, Jimin-ah?

Bom, Jimin na verdade esperava que ele pudesse entender sem explicar, o que fez ali não estava tão ruim, estava?

—  É a minha última lua, se lembra? Eu tenho vontade de fazer algumas coisas antes de… Antes de ir embora.

Era claro que todos estavam afetados com aquele fato, só que, naquele momento, enquanto fitava aquele pedaço de papel, Yoongi só via riscos amontoados e outros mais aleatórios. Sentia vontade de entender o pensamento alheio, porém de forma alguma conseguiria isso sozinho.

— Você pode me explicar o que é cada coisa? — entregou o que tinha em mãos para o alaranjado novamente, e este rapidamente saiu de onde estava para ficar ao lado dele.

— Teve uma noite em que Kook-ah estava tomando banho e eu acabei ficando assistindo televisão, e eu vi vários e vários peixes e animais que vivem debaixo d’água. — explicava enquanto apontava para um canto do desenho, demonstrando que o que estava retratado daquele lado eram incontáveis peixes. — Tinham pessoas os observando e… Eu sou um animal daqui da terra, não tenho muito contato com os outros, queria vê-los! Isso é possível, não é Suga-Hyung?

A empolgação que o baixinho foi nutrindo gradativamente estourou, deixando-o logo cheio de energia e tampouco assimilando-se ao garoto que situava-se debruçado e quase dormindo minutos atrás.

Yoongi, por sua vez, encarava o pedaço de papel rabiscado, as palavras do mais baixo repetindo-se em sua mente enquanto tentava conectar as informações, como se traduzisse o que Jimin dizia. Sabia que não era a culpa do mesmo, afinal, como ele poderia conhecer todas as palavras dos humanos se nem ao menos as utilizava até um tempo atrás?

— Espere, Chim… Esse azul é um desenho? — apontou para os rabiscos no início da página, em vários tons de azul. Ele acenou. — Sobre os peixes? — ele acenou outra vez. — E estes outros? São outros desenhos e lugares?

— São coisas que eu vi na televisão… ou na rua, enquanto íamos para algum lugar. Eu fico pensando se poderia fazer essas coisas antes de ir embora, sabe? — um bico pensativo tomava conta dos seus lábios enquanto olhava para sua própria folha.

O rapaz de fios rosados então se apoiou mais contra a cadeira, franzindo o cenho enquanto pensava sobre o assunto. Era como se Jimin… listasse coisas que queria fazer antes de voltar a ser uma raposa, isso? Soltou um sorrisinho, era fofo. Achava-o adorável, na realidade, principalmente quando o via amolecer o coração de seu dongsaeng.

— Então… você está fazendo uma lista, certo? — concretizou seus pensamentos, observando a feição confusa dele como resposta.

— Lista? — a cabeça da ninfa pendia levemente para o lado.

— Sim, Chim, é como se você estivesse criando uma lista de coisas que quer fazer antes de voltar a morar na floresta, sabe? — Apoiou o papel na mesa, chamando a atenção dele para ali. — Veja, os animais que ficam embaixo d’água em um local onde nós possamos vê-los é o aquário. Nós cuidamos desses animais e deixamos eles lá, com suas famílias enquanto nós podemos visitá-los e apreciar a beleza deles, entende?

Abaixou o olhar, separando as informações por partes até que entendesse tudo. Logo assentiu, esperando que o Min continuasse.

— Aqui, no desenho verde, você quer visitar os animais no aquário, certo? — demorou, mas Jimin acenou positivamente. — Nos outros desenhos, você deseja fazer outras coisas e, bem, isso é uma lista. Quando você coloca em ordem o que você quer fazer, ou o que quer comprar, ou até mesmo músicas que você gosta de ouvir, por exemplo.

Sentou-se novamente onde estava antes, aquilo fazia sentido em sua cabeça. Queria dizer que ele estava fazendo uma lista com coisas que desejava fazer antes de voltar para a floresta e, bem, parecia sensato para si. Haviam outras coisas que precisava explicar para Yoongi, esperando que ele pudesse o esclarecer sobre os reais nomes e, se era possível que encontrasse onde moravam. Afinal, Namjoon o contou sobre como coisas que aparecem na televisão podem não ser de fato como aparentam, deveria tomar certo cuidado.

Então explicou para o rapaz levemente pálido sobre os outros desenhos, tentando ao máximo se lembrar dos detalhes de tudo o que queria fazer. Estava cada vez mais animado, afinal, Yoongi concordava com suas ideias, incitando-o a ir em lugares acessíveis com cada um de seus amigos. O mesmo até deu a ideia de que cada um dos seis rapazes o levasse em um local diferente, fazendo assim tudo ser mais divertido e dinâmico.

Com certeza, era impossível ficar mais feliz do que estava.

— Aqui nós podemos fazer… — o rapaz rosado fora interrompido pelo toque de seu celular. — Só um minuto. Ah… É o Taehyung… Ah! É o Taehyung! Droga, eu me esqueci. Alô? Tae?

Vocês estão atrasados… — Jimin conseguia ouvir a voz rouca do amigo. — Onde você está? Onde o Jiminie está?

O ruivo alaranjado quis rir, mas segurou sua risada atrás das mãos fofas.

— Bem… eu me esqueci dos horários… nós ainda estamos na loja. — seu tom apreensivo logo voltou para o normal, com o sono presente em cada centímetro de fala. — Vou fechar tudo e logo estaremos aí. Tchau.

— Aonde vamos? — a ninfa questionou, observando o outro começar a ajeitar as coisas para fechar. De longe, pôde ouvir o miado do Adoçante que preguiçosamente andava pelo lugar e em questão de segundos as folhas pelas quais desenhava voltaram para suas mãos.

— Vamos à casa do Taehyung. — respondeu. — E guarde esses desenhos, ok? Precisaremos deles mais tarde.

— Ok... E Kook-ah e Hobi-hyung vão estar lá também? — o tom esperançoso era tão óbvio. Yoongi o olhou por alguns instantes.

— Ele vão chegar lá depois, sim? Eu realmente me esqueci que hoje o encontro era na casa do Tae.

Ouvindo aquilo, Jimin então lembrou-se que fazia um tempo que aquelas “reuniões” não aconteciam, caso não estivesse enganado, a última ainda ocorreu na casa de Suga-hyung. Ele já sentia falta do ambiente lotado com todos os garotos, afinal isso sempre lhe proporcionava diversas risadas e sentimentos pelos quais não sabia explicar.

Saiu de onde estava e ajudou o rosado com coisas simples, pegando posteriormente o felino esbranquiçado no colo para partirem. Do lado de fora Jimin observou o céu e encontrou a lua tomando destaque lentamente no céu, infelizmente, lotado de poluição. Quando fosse para a floresta, com certeza a observaria por um tempo, e talvez tentasse descobrir se cumpriu com todas suas obrigações sem burlar seu motivo de preservação. Sentiu saudade de seu duente orientador, Berg, e da energética Rinah, o que acabou lhe trazendo um sentimento estranho.

Um sentimento que ele não sabia denominar, mas que lembrava-lhe de escolhas. Afinal, eram dois mundos totalmente diferentes, com seres totalmente diferentes... O que as divindades estariam reservando para si? A curiosidade que sempre teve até exageradamente não parecia tão grande, talvez… apenas por medo, receio. Mas acabava sendo contraditório, não? Ele não deveria temer o desconhecido daquela forma.

Acabou, no fim, saindo daquele meio de pensamentos confusos. Aproveitaria tudo o que poderia por ali, e o depois… Acabaria ficando para depois. Nuvens acumulavam-se devagar no imenso céu, pensou na possibilidade de chuvas fortes mais tarde...

 

[...]

 

— Estava começando a pensar que vocês sofreram algum ataque no meio do caminho.

Foi desse modo que Kim Taehyung os recebeu.

— Mas chegamos, não chegamos? — o Min rapidamente retrucou, entrando assim que o de fios avermelhados cedeu espaço, sendo seguido pela ninfa que carregava a caixa de transporte do animal branco.

— Ah meu deus, Jiminie, eu senti a sua falta! Aliás, pode deixar o Adoçante solto, ele e o Soonshim são amigos.

A interrogação que habitou sua face inteira não teve tempo para ser respondida verbalmente, logo que num piscar de olhos um outro ser de quatro patas vinha correndo em sua direção, pulando em suas pernas. Um cachorro inteiramente branco e claramente muito animado que deixou os olhos de Jimin brilhantes como nunca. Seu peito encheu-se de graça.

— Oh! Como ele é bonito! — abaixou-se, ainda recebendo atenção do cão, soltando o felino que rapidamente reconheceu sua liberdade caminhando de rabo empinado pelo piso. Jimin fitou os dois se cheirando e confirmou que entre eles o clima era tranquilo. Ambos, de fato, lindos.

— Jimin-ah já chegou? — a voz de Seokjin repercutira mais longe, aparentemente em outro cômodo. A ninfa ergueu-se do chão com isso.

— Jimin-ah veio sozinho, por acaso? — Yoongi comentou, caminhando ao lado da ninfa até a cozinha, onde Jin estava. — Oi pra você também, Seokjin.

O rapaz alto que estava cozinhando soltou a faca sobre a tábua de madeira, rindo enquanto lavava as mãos rapidamente, indo em direção ao mais baixo entre eles. Jimin abriu os braços e enlaçou-os no corpo do outro, risonho por saber que Jin era tão afetivo. Afastou-se sorrindo, curioso pelo o que seu amigo fazia ali. Yoongi se aproximou levemente, um sorriso crescendo conforme deduzia o que o amigo cozinhava.

— Hm… tá cozinhando, é? — levou uma das mãos até um dos tomatinhos cortados, recebendo um tapa bem dado. — Ouch! Só queria um pedaço…

— Espere ficar pronto, daí você pega quantos quiser, ok? — Jin comentou, um bico pensativo logo tomando conta de seus lábios. — Falando nisso, não acho que vá ficar pronto.

Ambos os rapazes arregalaram os olhos, as barrigas doíam. Como assim não ficaria pronto?!

— O que?!

— Falta alho, falta alho! — Jin falava como se fosse o final do mundo, mas… para o resto dos rapazes talvez fosse. Morreriam de fome.

— O que tá acontecendo aqui? Nossa, que cheiro gostoso. — Taehyung entrou confuso, sendo seguido de Namjoon, com a cara amassada.

— Seria ainda mais gostoso se tivesse alho. — Yoongi resmungou. — Meu deus, te atropelaram?

Namjoon sorriu, os olhos inchados de tanto dormir e boca suja de baba seca, era deplorável.

— Acredito que não, mas vão atropelar se ele não for no mercado. Agora. — Jin tirou a carteira do namorado do bolso, entregando para ele enquanto abria seu melhor sorriso. — Vamos, amorzinho, compre alho para mim, ok? Senão todos vão morrer de fome hoje.

Jimin ainda não sabia, mas Seokjin mudava totalmente de personalidade enquanto cozinhava e as coisas não funcionavam do seu jeito. Ele gostava muito de estar na cozinha e preparar comida para seus dongsaengs, mas se recusava a fazer receitas incompletas e coisas desse tipo. Como ele mesmo gostava de dizer: não era obrigado a nada, principalmente cozinhar pelas metades.

— Mas… vai começar a chover logo e… ah, eu não quero! — o moreno alto fez uma manha, esperando que o namorado deixasse-o ficar em casa. — Por que não manda o Yoongi? Ele acabou de chegar, ele pode sair de novo…

— Exatamente. Eu acabei de chegar. — o de fios rosados fez ênfase no ‘acabei’. — Você tem carro, você sabe dirigir, você tem dinheiro, você tem um namorado. Tudo indica que você é o melhor entre todos nós para comprar alho.

Ele então bufou, dando-se por vencido. Puxou a chave do carro de cima do balcão, andando com passos pesados até a saída do apartamento do Kim mais novo. Jin sorriu satisfeito, pelo menos agora teria todos os ingredientes para cozinhar; percebeu logo que Jimin também sorria satisfeito, até mesmo um pouco curioso. O rapaz de fios alaranjados estava vidrado na tábua, parecia querer entender.

O loiro então se aproximou, Jimin contava baixinho quantas coisas de cores diferentes estavam picadas sobre a madeira, tentava até mesmo acertar o nome de cada uma delas.

— É cheiroso, não é, Chim? — Jin falou meio baixo enquanto ouvia Yoongi e Taehyung se cutucarem. — Entre todos eles, você me parece sempre o mais interessado em aprender a cozinhar.

A ninfa mordeu os lábios, sentia certa vergonha em dizer que desejava aprender o que ele fazia. Queria, algum dia, repetir aquilo com Jeongguk…

— Eu gosto, Appa Jin. É cheiroso sim e… me parece interessante. — sorriu, tímido. — Um dia eu gostaria de aprender!

Jin sorriu, achava Jimin realmente uma graça. Era tão inocente e curioso que ficava até mesmo surpreso, como ele poderia aguentar todos aqueles rapazes que só sabiam falar besteira? Taehyung tocou suas costas, se aproximando para ouvir sobre o que os dois conversavam. E, bem, ele acabou lembrando-o da dor intensa que vinha sentindo nas costas durante os últimos dias. Pedia sempre para Namjoon fazer uma massagem em suas costas, mas ele sempre desconversava.

— Claro que eu te ensino, Jimin-ah… Mas terá de ser outro dia, minhas costas estão me matando. — reclamou, arqueando as costas. — Taehyung…

O ruivo de fios vermelhos se afastou no mesmo instante, sabia bem o que ele pediria. Não era de hoje que devia favores para o mais velho, mesmo que nunca os cumprisse. Taehyung sempre pedia algo para seu hyung, prometendo que daria qualquer coisa em troca, mas… não esperava que o dia chegasse tão rápido.

— Eu não sou bom com massagens, hyung. — inventou qualquer desculpa, saindo da cozinha de costas. — Você deveria pedir ao…

— Namjoon, tá. Mas ele não faria, nem se estivesse aqui. — o loiro começou a ir na direção da sala, deitando rapidamente contra o sofá. — Vamos, Tae, só um pouco… minhas costas vão cair do meu corpo se você não me ajudar.

Neste momento, Jimin olhou-o horrorizado. Se apressou em chegar na sala, fitando o amigo com muita preocupação e medo. Se Taehyung não fizesse o que Jin pedia, as costas dele cairiam mesmo?! Ainda não estava acostumado com todas as manias dos seres humanos e seus diversos modos de falar.

O avermelhado então deu-se por vencido, caminhando arrastado até a sala antes de se sentar um pouco abaixo das costas do amigo, em sua cintura. Suas mãos deslizavam nas costas largas do mais velho enquanto dava alguns soquinhos, apertando-o. Jimin assistia tudo calmamente, seus olhos percorriam aquela imagem enquanto ele tentava, sozinho, compreender o que estava acontecendo. Os toques trocados entre os dois amigos lhe confundia, mais e mais, afinal, lhe parecia tão íntimo, tão especial. Por que então os dois faziam aquilo?

Yoongi pareceu prestar atenção na figura mais baixa, sabia que para ele as ações entre Taehyung e Seokjin não faziam muito sentido, mas acreditava que ele precisava pedir por respostas sozinho, não recebê-las sem nem ao menos perguntar.

Então, de forma engraçada para Taehyung e Yoongi, o Kim mais velho começou a soltar barulhos suspeitos, como gemidos. A cada vez que o avermelhado apertava um músculo dolorido seu, ele soltava o som, rindo baixinho. Todos achavam graça, menos Jimin, que ficava sem entender o que acontecia. Via o modo como Taehyung tocava no amigo e o modo como o loiro correspondia, achando bizarro, porém um pouco interessante.

— Você salvou a minha vida. — Jin falou ao amigo, risonho. — Se fosse o Nam eu estaria realmente sem costas agora.

— Ele não sabe medir a forç… Kim Seokjin, isso é um chupão?! — Taehyung puxou a camisa do amigo para baixo, revelando o resto da mancha roxa que se formava no final do pescoço dele, nas costas. — Meu deus, isso é um chupão!

Levantou-se de onde estava e forçou o amigo a se sentar, checando direito a marca arroxeada que havia ali. Yoongi se aproximou também, risonho e preguiçoso com a mais nova descoberta enquanto o Park também observava a marca, mesmo sem entender muita coisa. Os dois primeiros riam baixinho, levemente maquiavélicos. Seokjin sempre dizia-lhes o quão vergonhoso e ridículo era ter marcas de chupões e unhas espalhadas pelo corpo e, por isso, o resto deles começou a escondê-las. Mas… agora que ele possuía uma tão visível, poderiam zoar ele, certo?

— Foi… É… Foi um acidente! — ele criou uma desculpa ridícula, fazendo Taehyung e Yoongi rirem de sua falta de vergonha na cara.

— Você se machucou, Jin? — Jimin silenciou os dois, causando uma reação de surpresa entre eles e Seokjin. — O que houve?

Os garotos se olharam como se entendessem simultaneamente o que havia acontecido. Aquele assunto com certeza não poderia ser discutido com uma ninfa ingênua por perto, era óbvio que geraria curiosidade e, bom… Era certo explicar sobre aquilo para ele?

Antes mesmo de alguém se manifestar, barulhos soaram no exterior da casa e segundos depois o homem que anteriormente fora basicamente obrigado a sair, entrara. Encontrava-se ofegante, talvez tivesse corrido até lá.

— Eu falei que iria começar a chover! Se eu ficar doente por causa do seus alhos, Seokjin, eu irei reclamar até suas orelhas arderem. — Namjoon estava claramente revoltado, mas acabou gerando uma descontração no clima pesado que Jimin estabeleceu.

— Você não vai ter forças para fazer isso. — o loiro apenas aproximou-se com um ar superior e, com o que precisava em mãos, encaminhou-se de volta à cozinha. — Você sempre fica carente quando está doente e sabe muito bem disso.

Certo, Namjoon não retrucou porque ele realmente estava certo. Suspirou forte e passou os dígitos pelos cabelos meio esverdeados antes de repousar seu peso no estofado de Taehyung. Foi quando observou mais os meninos ali presentes, encontrando expressões suspeitas em seus rostos, apenas Jimin que aparentava estar longe demais daquela realidade fitando o nada.

— Por que vocês estão me olhando desse jeito?

— Nada…

— Nada…

Por incrível que pareça, a resposta surgiu em conjunto pelos dois garotos. Taehyung pigarreou e Yoongi arrumou seu cabelo. Algo de errado não estava certo, mas resolveu não insistir em seja lá qual história. Focou-se no espírito da floresta presente, notando ligeiramente que suas íris mudavam de coloração; era curioso constatar aquelas mudanças à medida que sua transição corria. Porém, ao mesmo tempo, estranhou a quietude incomum do rapazinho.

— Jiminie? — viu-o sobressaltar. — Está tudo bem?

— Eu… — assim, Jimin reparou que estava mais confuso do que o normal. Aconteceram várias coisas em um intervalo curto de tempo e não teve sucesso em organizar ao menos suas perguntas. Sentia que sua expressão transparencia exatamente os conflitos internos à tona. — O que é um chupão, Nam?

O maior congelou por alguns instantes, totalmente despreparado para aquele tipo de pergunta, ainda feita tão diretamente. Sua mente deu um nó enquanto mais à frente o ruivo avermelhado e o dono de fios rosas discutiam baixinho. Seria sobre aquilo que os dois estavam agindo tão estranho?

— Um chupão? Como você chegou nesse tipo de pergunta?

— Bom… é que… TaeTae estava falando do Jin e…

Num lapso, compreendeu de imediato o que havia acontecido e no mesmo minuto sentiu-se um pouco sem jeito em ter que sanar as dúvidas do pequeno Chim. Mas… pensava que em algum momento ele saberia daquilo, não? Desconfiava muito que Jeongguk não acabaria tendo algo mais profundo com o alaranjado.

— Quando você já tem uma relação com a pessoa que você gosta e acaba passando muito tempo a beijando... você acaba sentindo outras vontades involuntariamente e, bom.... uma delas acaba sendo o chupão. Ele marca a pele, numa forma de mostrar que aquela pessoa é sua, te pertence, algo assim.

— Você que fez isso com o Appa Jin?! — ele indagou mais exaltado e para respondê-lo, maneou a cabeça levemente, sem imaginar o que se passava naquela cabecinha cheia de coisas. Ele ficou um pouco quieto, mas logo voltou a falar. — E… como se faz isso?

A questão fora feito de forma tímida, ele brincava com seus dedos ora sim, ora não. Namjoon olhou para os outros dois que habitavam o recinto, assistindo a conversa interessados, visualizando a assentimento do mais pálido em responder o menor - antes de seguir para a cozinha novamente, talvez em busca de alguns tomates - e um sorriso brotando na face do dono da casa.

— Você… meio que... chupa a pele. — deslizou as palavras com um leve tom de dúvida, encontrando o óbvio. — Aish, isso é complicado de se explicar com palavras.

No entanto, aquelas soaram necessárias para a ninfa. Mostrar que a pessoa te pertence… A frase soava atraente em sua cabeça, mesmo que ainda não conseguisse idealizar com exatidão aquele tipo de coisa. Deveria doer? Seria gostoso assim como os beijos que dava? Como os carinhos que recebia? De repente estava instigado com mais um daqueles gostos dos humanos.

E foi apenas parar para refletir sobre aquele tipo de coisa, que fora desperto e interrompido pelas vozes altas de Jeongguk e Hoseok querendo adentrar na residência. Taehyung estranhou tal fator imaginando que eles estariam de carro, porém quando abriu a porta viu que estava muito enganado. Eles haviam pego toda aquela chuva que, diga-se de passagem, não estava tão fina e calma assim.

— Mas que diabos… — Tae iniciou, fechando a porta atrás de si.

— O carro quebrou duas quadras atrás, viemos correndo. — Hoseok quem respondeu, tentando normalizar sua respiração enquanto tinha o namorado aproximando-se para beijá-lo.

— Podemos usar o chuveiro,  não? Arruma uma roupa pra gente, Tae. — foi a vez do Jeon proferir, ofegante. As vestimentas de ambos estavam ensopadas, assim como os fios de cabelo totalmente desgrenhados.

— Juntos com certeza não, mas... vou arrumar algo pra vocês. — disse bem-humorado. — Aliás, você está lindo todo molhado desse jeito… — E claro, não perdendo as oportunidades para que Kim Taehyung atacasse, sussurrando ao mais velho que sorriu cúmplice.

Mas… o transe não acontecia somente com Taehyung. Quer dizer, ele não era o único a admirar belezas úmidas; um belo exemplo: Park Jimin. Este mesmo alaranjado que fitava o moreno de uma forma tão fixa que nem se dava conta sabia que deveria se sentir, sobretudo, preocupado, mas a única coisa que passava-se pela sua cabeça era como seriam as sensações de dar e receber um chupão (se era feito na pessoa amada, deveria ser bom,  pensava). E isso apenas lhe deu, de quebra, um desejo imenso de beijá-lo junto com a temperatura mais alta de sua face. Não evitou de abaixar a cabeça, sentindo aquilo que denominava-se vergonha.

Jeongguk, um pouco melhor da corrida, correu os olhos pelo ambiente até pousá-los na figura laranja. Encontrou as íris âmbar totalmente brilhantes e um tanto diferentes, que, contudo, rapidamente desviara-se das suas castanhas. Franziu o cenho com o ato incomum e se aproximou do menor já com aquele típico rebuliço interno, chamando-lhe baixinho. Ele estava ainda mais adorável com seu rosto vermelho e seus dedos que não paravam de brincar em nervosismo. Indagou-se do que havia acontecido para estar daquela maneira.

Pela visão periférica via que Namjoon saia do lado da ninfa, deixando o guarda-florestal a sós com o pequeno.

— Tudo bem com você? — quase sussurrou, seguindo com um pouco mais de humor. — Eu te abraçaria se não estivesse tão molhado, sabe, não quero acabar te deixando doente...

A ninfa, ainda que atenta às palavras do maior, fitava involuntariamente sua beleza, perdendo-se nela. Suas mãos pequenas tocaram a face úmida, o que acarretou no fechamento suave das pálpebras alheias. Os batimentos fortes somente lhe deixava mais nervoso, mas nem por isso conteve-se em avançar sobre os lábios frios de Jeongguk e prendendo-os num beijo breve.

Senti a sua falta. — Jimin segredou, e Jeongguk sorriu. Mas antes que este abrisse sua boca, deveria imaginar que comentários desnecessários não fariam falta por ali.

— Existe casal melhor do que esse? — claramente um Taehyung fingindo suspirar apaixonado estacionado ali perto. O moreno revirou os olhos esboçando um sorriso ao se levantar.

— Você não estava com o seu namorado?

— Estava. Agora vai Jeongguk, vai molhar mais ainda a minha sala! Usa o banheiro do corredor, já deixei roupas lá pra você. Jimin não vai sair daqui, ao menos que ele queir…

— Não complete essa frase, já estou indo!

Logo, o ruivo avermelhado riu alto da vergonha que Jeongguk nutria. Após vê-lo sumir pelo corredor, sentou-se ao lado da ninfa, respirando fundo totalmente realizado.

— Você pode tentar massagear o Kook também. — soltou aleatório. — A pessoa pode fazer barulhos estranhos, mas é muito bom, acredite. Todo mundo gosta de receber massagem.

— E… E um chupão, TaeTae? — ele questionou, seu rosto estava quente, mas ainda queria saber se Jeongguk gostaria daquilo. — Você acha que o Kook gostaria de receber um também?

Taehyung fitou o rapaz baixinho ao seu lado, imaginando se deveria ou não incitá-lo a fazer aquilo. Seus olhos procuravam em Jimin alguma resposta, apenas encontrando nele a vontade de fazer algo com Jeongguk. Viu o modo como ele havia beijado o mais alto, além de ele estar ali, questionando sobre. Jimin estava interessado e, bem, o Kim mais novo não seria tonto de não ajudá-lo com isso.

— Eu acredito que sim, Jimin-ah. Digo, está claro que ele gosta de ficar com você… acho que deveria tentar. — o avermelhado sorriu, acariciando as costas do amigo. — Quando vocês estiverem sozinhos, sim?

— Ce-Certo… — seus dedos impacientes brincavam uns com os outros.

— Quando vocês estiverem se beijando, beije o pescoço dele também, ok? É muito bom. — falava baixinho, como se fosse um segredo. — E depois deixe um chupão.

Os dentinhos da ninfa mordiam o lábio inferior, seu interior esquentava só de pensar em como seria se fizesse tudo aquilo com o Jeon. Queria que o guarda gostasse de si o tanto que gostava dele e, principalmente, queria poder tocá-lo tanto quanto almejava enquanto assistia-o dormir.

Seu estômago gelava e acabava, mesmo que não quisesse e nem soubesse que era capaz, pensando em Jungkook fazendo os mesmos sons que Jin havia feito enquanto Taehyung o massageava. Encolheu-se, era estranho demais sentir seu rosto tão quente por culpa de pensamentos bobos e uma imaginação fértil. E, bem, ficou ainda mais envergonhado quando viu Jeongguk voltar do banheiro, uma toalha secando os fios úmidos e o tronco desnudo.

Estava enlouquecendo e nem ao menos sabia o porquê.

— A comida finalmente tá pronta! — Jin gritou de dentro da cozinha, puxando a sua atenção. — E com alho.

Yoongi, Taehyung e Jimin acabaram rindo enquanto Namjoon fazia uma pose heróica, como se fosse um herói naquele final de tarde. A ninfa sentou-se ao lado do guarda-florestal que dividia a cama consigo todas as noites, segurando sua mão até que mais alguém percebesse, fazendo-o se afastar envergonhado. Queria entender tudo o que sentia, mesmo que fosse muita coisa e acabasse deixando-o cada vez mais confuso. Só tinha certeza de que possuía a ajuda daqueles seis rapazes para isso.


Notas Finais


Então é isso! Boa noite pra vocês, nenês. Espero que tenham gostado e nos digam o que acharam! Vou deixar o link do grupo no whatsapp se alguém quiser entrar, ok? Até o próximo! https://chat.whatsapp.com/1LifJZLmlkdHwURayG2s9x
VOU DEIXAR AQUI TAMBÉM A PLAYLIST DA FANFIC COM MÚSICAS QUE AS LEITORAS QUE ESTÃO NO GRUPO PASSARAM PRA GENTE, BEIJO: https://open.spotify.com/user/12149980489/playlist/2iolZmuGE9ZJZXflBpA86I


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