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História Vier Monde - Dois Mundos


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


MEU DEUS OLHA OS 100 FAVORITOS, MUITOS BERROS MUITOS GRITOS (!!!!)
SEM PALAVRAS PRA VOCÊS, PESSOAS MARAVILHOSAS QUE MERECEM UM ABRAÇO GRANDIOSO E MIL BEIJOS NESSES ROSTINHOS LINDOS <33

Estamos realmente muito felizes, puta merda, é sério. Muito obrigada!!
Esperamos que vocês gostem desse capítulo e que continuem dando amor para essa historinha.
Boa leitura! ♡

Capítulo 2 - Dois Mundos


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Dois Mundos

O cheirinho de eucalipto o fazia querer deitar novamente contra o tronco da árvore e dormir, sonhar com os tempos em que ainda possuía o corpo de um animal. Era estranho pensar assim, mas depois de passar memoráveis horas com seus dois mais novos amigos, sentia-se extremamente diferente. Era como se todo o tempo que passou andando sob quatro patas com os pelos alaranjados o esquentando naquela época de inverno fossem algo anormal e muito absurdo. Mas, querendo ou não, sentia falta. Porque andar livremente pela floresta era algo que apreciava, uma sensação quente que o aquecia bem no fundo, que emanava com a sua essência. Porque de todas as formas e seres que poderia ser, tornou-se uma raposa, uma ninfa que deveria manter sua palavra quanto proteger sua mãe natureza.

E, quanto a isso, Jimin tinha certeza absoluta, pelo menos naquele momento, de que ser uma raposa e proteger aquela floresta era seu objetivo principal e único. Então fechou os olhos com calma, sorrindo leve, podia sentir o vento lhe bagunçando os pelos enquanto corria, junto com coelhos e veados, contra a corrente de ar que quase o machucava.

Era insano, pensava, sentia.

Só que, bem diferente daqueles tempos – bem próximos, aliás – Jimin já não sentia-se tão seguro assim. Quer dizer, amava aquela floresta como poderia amar seus pais. Mas tudo mudou quando conheceu os supostos guardiões daquele local. Não pensava sobre Jungkook ou Hoseok, longe disso, eram na verdade os dois guardas que ficavam com o turno noturno. Havia os visto nos últimos dias, depois de receber roupas e atenção de seus dois amigos humanos que o levavam para a casa de madeira no horário em que estavam por ali. Jimin se recusava a deixar a floresta, afinal, seu objetivo e motivo de vida se concentrava ali e, mesmo que não estivesse em sua forma natural, nada mudava. Porém, seu único problema eram aqueles dois desconhecidos. Os via zanzando pela mata, pisando nas raízes, marcando as árvores com facas e sempre que possível, maltratando animais.

— Eu não gosto deles. — disse, formando um bico com os lábios. Demorara para finalmente dizer o que achava sobre os dois guardas noturnos. — Eles maltratam todos nós. As árvores, os animais. Este, com toda certeza, é o emprego errado.

Jungkook fitou Hoseok, levemente preocupado. O último, por sua vez, ria do que Jimin havia dito, levemente alegre por ver o alaranjado interagindo ainda mais com eles. Desde o dia que o encontraram, Park vinha se relevando alguém curioso e muito, muito cheio de opinião. Criticava certas comidas, elogiava certas roupas, julgava tudo o que podia, querendo fazer parte daquele mundo.

— Tenho medo de que algum dia eles o encontrem. — Jungkook falava mais com Hoseok do que com o próprio Jimin. — Se eles fazem isso com coisas pequenas e inofensivas, imagine o que fariam com um ser humano que está onde supostamente não deveria...

— Não queria concordar, mas preciso. — Hoseok disse, encolhendo os ombros. — Eu sei que você não pode deixar a floresta, mas pense nisso como um recesso. Poderíamos trazê-lo aqui no nosso horário de trabalho então não ficaria tanto tempo fora.

Jimin abaixava o olhar conforme pôde escutar e entender cada palavra que saía da boca de ambos. Não era a primeira vez que ouvia-os falar sobre aquele tipo de coisa, sobre o mesmo desejo de levá-lo para a metrópole lotada de enormes construções e absurdamente movimentada por múltiplos pés, veículos, havendo sobretudo ausência do ar puro que frequentemente respirava. Poderia nunca ter pisado em uma, mas bem distante de onde estava, em altas colinas, seus olhos já avistaram a gritante distinção do seu habitat dos humanos.

Ele, no fundo, temia sua presença naquele ambiente e, ao mesmo tempo, não ansiava abandonar sua terra daquela forma tão súbita, afinal era sua função permanecer adentro da floresta e usufruir de sua graça, de sua melodia, e de seus mais diversos aromas. Nunca passara pela sua mente a própria imagem envolvida por aquela característica atmosfera civil.

— Eu não posso... — ele murmurou em resposta, antecedendo demais pedidos de desculpas por parecer ingrato ou qualquer outra coisa que não fosse bom. Jimin realmente sentia-se acanhado cada vez que recusava a proposta pelos mesmos motivos. No entanto, também desejava que no fundo eles lhe estendessem, que compreendessem sua paixão e seu zelo por todo aquele verde.

No mesmo instante, Jeongguk suspirou baixinho, alinhando seus fios negros com seus dedos. Depois de conviver com a pequena criatura por meados de sete dias e ter obtido, por fim, um pouco mais de conhecimento sobre seus primórdios — Taehyung realmente era um tipo de universitário fanático por mitologia ou qualquer coisa do gênero —, queria estranhamente deixá-lo mais próximo ao seu estilo de vida, contudo não para mudá-lo e sim apenas pelo anseio de tê-lo mais perto. De fazê-lo conhecer coisas que até agora não tivera contato. De causar expressões diversas e reações cômicas a cada novo descobrimento.

— Jimin. — o jovem esguio abaixara-se levemente de frente ao alaranjado, causando um suave ruído pelas roupas que usava. Os negros orbes do menor refletiram nos de tonalidade mais clara num contato visual simplista, que porém existia certo significado para Jungkook. O de fazê-lo repensar pela milésima vez. — Eu sei que você é um ser que vive pela floresta ou por todos que nela existem, mas pense comigo... Sair daqui não mudará o que você é. E você não irá sair plenamente, será apenas um tempo para se aventurar por outros mundos, pelo meu mundo. E então você irá voltar, e vai se sentir como normalmente se sente aqui dentro.

— Vai ser uma forma de te termos seguro... — a voz do castanho surgiu em acréscimo, e no mesmo tempo o Jeon ergueu-se. — Já te disse uma vez, ficamos realmente preocupados com você aqui e com esses caras...

— Eu realmente não posso... Aqui é o meu lugar... Não é assim tão fácil. — proferia de maneira embaraçada, saindo do campo de visão direto do moreno para rumar à entrada da mata. Sua cabeça começava dar sinais de confusão e, com isso, sacudiu a cabeça como se ao fazê-lo fosse clarear suas ideias imediatamente. Mas, obviamente, isto não aconteceu. — Darei uma volta, volto antes do entardecer.

E Jeongguk, ao ver sua figura desaparecer dentre a mata, não soube como reagir àquele tipo de ação. Teriam o pressionado demais embora nunca tivera sombras de intenções? O de fios mais castanhos deu alguns passos em direção ao amigo e rodeou um de seus braços por volta do pescoço do mesmo, oferecendo um olhar e um riso que compreendia completamente o que sentia. Park Jimin, mesmo que inteiramente novo com sua racionalidade já conseguia agir como um grande adulto.

— Acho que ele consegue convencê-lo. — Hoseok comentou ao fitar o semblante meio caído do mais jovem, notando também a maneira como os dentes do mesmo batiam-se de leve. — Vamos entrar, você precisa colocar mais um agasalho. Te esquento com um café, hm?

Isso atraiu a atenção de Jungkook, que acabou soltando um riso fraco como se concordasse com as palavras alheias, principalmente sobre Taehyung conseguir o convencer. O estudante e tão adorador de Mitologia sem sombra de dúvidas teria que ter cartas em mangas, ainda mais por possuir aquele jeito tão despojado e tranquilo com o resto da vida inteira. De ser aquela pessoa fácil de se confiar e gentil, tinham certeza que já conseguiria atrair Jimin para perto.

Mas, enquanto ambos os guardas entravam na pequena construção de madeira, Jimin continuava a caminhar por entre as árvores, sentindo falta de tocar a grama gélida com a sola das quatro patas. Já faziam sete dias desde que andava sobre dois pés e, desde então, muita coisa mudou. Estava aprendendo a comer em embalagens, controlando palitos com os dedos para levar o alimento até a boca, sem contar na dificuldade que era não colocar a língua para fora sempre que se encontrava alegre. Aprendeu também a vestir e tirar roupas – depois de rasgar duas camisetas de Jungkook e descosturar um bolso de sua calça jeans. Eram muitas novidades e, mesmo assim, estava mais preocupado do que animado. Quer dizer, até quando conseguiria ficar naquela floresta, na forma humana, sem maiores problemas? Era como uma contagem regressiva. Uma hora aquilo deixaria de ser apenas um segredo entre ele, Hoseok e Jungkook.

E pensando em seus dois amigos, sentiu-se levemente repreensivo. Imaginava se fora certo ter saído daquele jeito, sem mais nem menos, afinal, os rapazes só queriam ajudá-lo. Claro que não entendiam seu ponto de vista, mas, mesmo assim, entendia que só estavam preocupados. Esfregava a bochecha contra um tronco de árvore quando mordeu o lábio inferior, imaginando se deveria voltar e explicar-se melhor. Mesmo que não fosse com eles para a cidade grande, não queria estragar o que eles chamavam de amizade... Se é que já possuíam uma.

Deu meia volta, sorrindo fraco enquanto caminhava pela direção que vinha correndo mais cedo. Alguns animais o acompanhavam, coelhos e esquilos bem ao seu lado, como se ele os comandasse. E era algo desse gênero, realmente. Avistou a casa de madeira e sorriu, dizendo baixinho o nome que Hoseok lhe ensinara: recepção, recepção.

Entrou, já começando a falar:

— Sobre mais cedo, eu queria pedir desculpas porq... — cessou a fala quando percebeu uma terceira figura presente na sala.

Jimin piscava repetidamente, inclinando a cabeça para os lados como um cachorro confuso faria. Encostou a porta atrás de si, já sentindo o ambiente quente contra sua pele gélida. Jungkook estava praticamente sentado sobre a mesa repleta de papéis enquanto Hoseok vinha pela direção da cozinha, entregando uma caneca vermelha para um rapaz sentado em uma das cadeiras. Os fios vermelhos de seu cabelo chamavam incessantemente a atenção do Park que o observava com curiosidade e certa dúvida. Seria o rapaz de fios vermelhos uma criatura da floresta como ele?

— Ei, Jimin. Este é Taehyung. — Jungkook se aproximou do dono de fios alaranjados, passando o braço por um de seus ombros. — Aquele cara do qual te falamos.

Continuou observando, totalmente calado.

— Quer dizer então que eu sou famoso? Uau. — Taehyung disse, risonho. Sua voz grossa deixou Jimin mais curioso ainda. — Eu ouvi falar bastante de você também. E, ao que tudo indica, você é mesmo uma ninfa. Que os deuses me perdoem, mas eu não acreditava mesmo que vocês fossem reais.

— Bem, deve ser mesmo difícil para vocês descobrirem isso de uma hora para outra... — respondeu o avermelhado, brincando com seus próprios dedos. — Não sabia que éramos tão conhecidos por aqui, apesar de tudo.

— Eu meio que sou muito apaixonado pela sua espécie. — assumiu repentinamente, trazendo certa surpresa aos olhos do menor, o que foi bem observado por todos ali. Naquela mesma hora, Taehyung ergueu-se e dirigiu seus passos até pôr-se à frente da presença menor. — Não apenas a sua, mas todas as criaturas que existem nesse universo, hm, “fantasioso”. Inclusive, muito prazer em conhecê-lo.

Jimin abaixou os olhos à mão estendida do rapaz, desviando-os para ele, passando por Jeongguk que fitava a cena ao lado de Hoseok. Aquele de fios negros maneou a cabeça para que aceitasse o cumprimento. O cumprimento formal, pelo que havia aprendido com guarda Jung.

O de madeixas rubras posto a sua frente continha um semblante cujo não disfarçava sequer um pouco a gratificação por conhecê-lo. A ninfa até mesmo estranhou o fato, contudo acabou dispensando-o por, outra vez, focar-se na coloração de seu cabelo. Era algo bem mais escuro que o seu, mas pelo que entendera até o momento, o famoso Taehyung não pertencia ao seu mundo e sim ao de Jeongguk e Hoseok. Embora soubesse disso, não deixou de gostar dele. Aquele homem aparentava lhe causar sensações agradáveis o bastante para não querer sair de perto dele.

E ele, por sua vez, não possuía tamanhos adjetivos para oferecer ao pequeno Park. Era indescritível a paixão por seu mundo, pelo lugar repleto de curiosidades, magias e segredos. Portanto, quando Hoseok contou-lhe determinada situação pelo telefone tivera que vê-lo com seus próprios olhos, conferir se não era apenas mais uma de suas brincadeiras.

— Eu sei que você acabou de voltar da floresta, mas caso eu te convidasse para caminhar um pouco comigo, você aceitaria?

Assentiu, esticando sua mão pequena na direção alheia.

[...]

De fato, a cada passo que dava ao lado da figura mitológica tinha mais certeza do seu amor por todas elas. Park Jimin, por mais que todos esses tempos não tivesse um contato humano exato, conseguia estabelecer uma relação como qualquer outro sem quaisquer dificuldades aparentes. Os guardas diurnos haviam ensinado-o de forma eficaz toda a base de todo ser humano, e chegava a ser admirável a rapidez que a mente de Jimin tinha em assimilar e praticar as coisas.

Ambos caminhavam tranquilamente entre as enormes árvores enquanto o alaranjado comentava sobre o primeiro encontro com Jeongguk. A mente de Taehyung divagou entre como Jimin e Jungkook reagiram e se sentiram na mesma hora. Indagou-se retoricamente sobre quais prováveis sentimentos que se afloraram no interior dos dois.

Contudo, o Kim, no fundo, ainda recordava-se de uma das razões de estar ali. Apenas adiava e adiava seu tempo para conhecer mais do pequeno alaranjado. De alimentar-se de sua essência para então compreender melhor tudo o que o cerca. E, mesmo que de maneira inconsciente, procurava ali o que realmente acontecia. Quer dizer, se Jimin fosse realmente um espírito da floresta, uma ninfa, o que mais não seria real? Era algo importante e sério demais para apenas rir e deixar de lado, então trabalhava mentalmente – mesmo que de forma indireta – sobre o que faria dali para frente. E mesmo que não quisesse verdadeiramente acreditar, a cada palavra que Jimin expelia, mais a certeza de ele não pertencer aquele lugar aumentava.

— Então, onde você e os meninos se conheceram? — fora a vez do alaranjado baixinho questionar.

— Bem, digamos que nosso círculo de amizades é muito restrito. — Taehyung sorria, olhando tudo em volta e depois focando em Jimin. — Eu e Jungkook participávamos das mesmas aulas na faculdade, além de Hoseok que fazia o mesmo curso que ele. Nós acabamos saindo juntos e com os outros, desde então não nos separamos mais.

Jimin digeria as informações lentamente, apenas levantando o rosto quando questionou.

— Como assim outros? — Arqueou as sobrancelhas. Estava confuso.

— Nós temos outros amigos, Jiminnie. — o ruivo sorriu, passando as mãos nos fios macios do outro. — Namjoon, Seokjin e Yoongi. Alguns de nós já até terminaram a faculdade, mas continuamos juntos e, falando nisso, acredito que eles adorariam conhecer você.

O Park, de repente, diminuiu seus passos, sentindo os pelos dos braços arrepiarem-se. Conhecer mais pessoas? É, talvez não fosse de todo ruim. Mas havia acabado de ser apresentado à Taehyung, era tudo ainda muito recente. Ficava cada vez mais confuso.

— Sim, quem sabe. — suspirou. — Um dia.

O mais alto entre os dois, por sua vez, ficou por observar e tentar entender as reações físicas do outro, tentando entender se havia o ganho ou só estava assustando Jimin cada vez mais. Seus olhares se encontraram e então dera o maior sorriso que conseguia, recebendo um igual em troca. Talvez não estivesse tudo perdido ainda.

Então Taehyung parou no meio da floresta, puxando Jimin pela mão para que parasse também. Olhou em volta, um sorriso que não conseguia esconder.

— Escute, Jimin. Você gosta dessa floresta? — perguntou, vendo-o assentir. — E você quer protegê-la, certo?

Novamente ele assentiu.

— Então eu preciso que você nos deixe ajudar. Entende? Eu quero dizer, é perigoso para você ficar aqui no horário em que Jungkook e Hoseok não estão, porque os outros dois guardas são verdadeiros babacas e isso nos deixa preocupados. Por isso seria ótimo se você ficasse na casa de um de nós, na casa de quem quiser. Pelo menos por hoje, até decidirmos tudo melhor.

Soltou da mão alheia, se encolhendo enquanto pensava. Balançava minimamente seu corpo de um lado para o outro, calculando e estudando tudo o que o ruivo avermelhado acabara de falar. Não quis aceitar antes, mas eles tinham razão. Era perigoso ficar lá sem nenhum dos três, além de ser desconfortável com o corpo humano e suas dependências tecnológicas como roupas e cobertores. Então o certo seria aceitar e, finalmente, decidir o que faria dali para frente, tendo agora a certeza de que seria ajudado por Hoseok, Taehyung e Jungkook.

— Tudo bem, eu vou com vocês. — falou baixinho. — E eu posso escolher para onde eu vou?

Fora a vez do Kim assentir e, enquanto caminhavam juntos novamente para a recepção do bosque, pensava em quem deveria escolher. Quase diria tanto faz, sendo que simplesmente confiava nos três, mesmo que conhecesse Taehyung a menos tempo. Se identificava bastante com o colorido. Mas, de qualquer modo, ainda preferia Hoseok ou Jungkook, por enquanto. Sabia que até então era perigoso ficar a sós com o mais novo – Jeon – porém não conseguia, mesmo depois do incidente da semana passada, sentir medo do mesmo. E, querendo ou não, havia mantido um laço íntimo com ele desde que fora encontrada pelo mesmo na floresta. Já admirava o moreno quando o via nos dias em que o local se enchia de pessoas e, em sua forma de raposa, assistia Jeon cuidando de tudo e todos.

E, sendo assim, ele poderia cuidar de si também.

Entrou com Taehyung, vendo os dois guardas se aproximarem rapidamente, verificando se estava tudo bem com os dois. O Kim então afastou-se com Jungkook e, mesmo que Hoseok falasse consigo sobre o ruivo, não conseguia desprender sua atenção dos dois. Jeon sorria de forma aberta, sempre tocando as mãos do ruivo avermelhado que falava alto e sem parar consigo. Era uma relação bem íntima ali, deduzia. Ambos se olhavam nos olhos, sempre próximos e sorridentes. Jimin queria entender o que acontecia, o que aquilo era. Mas, por enquanto, bastava apenas observar e avaliar, mesmo que de longe.

— Vamos? — Taehyung voltou para perto de si, sorridente. — O horário deles já acabou, é melhor irmos antes que os outros idiotas cheguem.

— Oh, ele aceitou ir conosco? — Hoseok fez uma pose, comemorando sozinho. Jimin soltou uma risada gostosa, inesperada.

Coisa que ninguém ali havia escutado até então.

— Sim... Hyung. Irei dormir hoje na casa do... Sua casa. — apontou para Jungkook, ainda sem saber muito como faria para chamá-lo. — Preciso arranjar um jeito de chamar vocês, céus.

— Minha casa? — não conseguia parar de sorrir, envergonhado. — Tudo bem então. Tae, você nos leva?

E o caminho até o carro fora tranquilo. Jimin ria da animação de Hoseok por finalmente conseguirem levá-lo para um lugar seguro enquanto, ao mesmo tempo, via-se fascinado com o que era um carro. Tocava a lataria, sem querer encostando nas janelas, estranhando. Jung logo se aproximou para explicar, sempre paciente e detalhista, querendo que o alaranjado entendesse aos poucos – mas de forma correta – como funcionava o mundo deles. E as surpresas continuavam enquanto entravam no Jipe de Taehyung, explicando que os cintos eram necessários para que não se machucasse caso algo acontecesse. Apesar de tudo, era extremamente divertido aprender os nomes e a utilidade das coisas.

Jimin até mesmo pegou-se brincando com o botão que fazia o vidro subir e descer, vez ou outra batendo o rosto por não conseguir diferenciar onde estava aberto e fechado. Jungkook, que estava sentado ao seu lado, já que Hobi preferiu ir comandando o rádio, apenas observava tudo divertidamente. O Park era extremamente inocente e, após vê-lo com os cabelos contra o vento, achou-o mais imaculado ainda.

Dos bancos da frente iniciou-se certa discussão, e por alto podia-se ouvir Hoseok comentando sobre o debut de um girl group. Taehyung o acompanhava no assunto, sem muita atenção aos demais ao banco traseiro cujos mantinham-se em silêncio. Na realidade, Jeongguk estava mais atento ao rapaz justaposto do que em qualquer outra coisa. Achava incrível sua percepção sobre as coisas.

Contudo, houve um certo momento que espantou-se com a ação do mesmo. Ver a súbita expressão de incômodo estampando seu semblante levou-o a procurar a fonte de sua aflição rapidamente. Tocou levemente sua coxa, já que as mãos estavam sendo levadas à cabeça, procurando por alguma resposta com auxílio de seus olhos. Foi quando notou que tampava seus ouvidos, e dessa forma aproximou-se dele.

— É a música? — Jungkook indagou baixinho e de forma mansa, observando com cautela o rosto tão expressivo. O Jung cantava a música de um grupo feminino junto com o rádio num volume médio alto naquele instante. — Quer que desligue?

O de fios laranja refletiu sobre a questão, e já notara que eles gostavam daquele tipo de coisa que parecia irritar seus tímpanos. Não queria simplesmente pará-lo, e sim, tentar se acostumar como teria que fazer enquanto sua forma humana. Portanto, acabou respondendo:

— Não há algo mais... Diferente? E mais baixo?  

O mais alto moveu seu corpo para frente, explicando ligeiramente para os dois amigos que Jimin estava se sentindo incomodado com o tipo e a altura do som. Logo, abaixou o volume e a começou a trocar as rádios. Tardou um pouco, e por um instante achou que não encontraria algo mundo distante do pop coreano, porém finalmente achara uma música inglesa, de melodia suave.

Encarou o rapaz, cujo lentamente retirou suas mãos dos ouvidos, atento à música que preenchia o ambiente. Demandou o volume um pouco mais baixo, e desta forma passou a acomodar-se e tentar entender – embora, em vão – o que a letra dizia. Agradeceu ao jovem moreno, respirando fundo posteriormente.

Por fim, Jeongguk sorriu curto. Park Jimin, após vê-lo daquela maneira, começou ouvir o outro guarda diurno puxar assunto com o parceiro. Não tinha noção do que quer que estavam falando, mas por alguns instantes aproveitou do passatempo de observar a maneira que os humanos tinham suas relações, e como elas se diferenciavam de pessoa a pessoa. Hoseok não conversava da mesma maneira consigo, com Jeongguk e com Taehyung. E assim igualmente entre todos eles. Uma melodiosa risada atingiu seus ouvidos, logo fazendo-o focar-se diretamente no rapaz justaposto. Não poderia negar que ele tinha sua graça característica. Uma graça única, que provavelmente ninguém teria.

Naqueles minutos dentro do transporte, os orbes escuros vagaram entre os indivíduos nele presente, constatando, não pela primeira vez, o riso aberto que Hoseok e Taehyung davam enquanto Jeongguk era mais reservado, aparentando até mesmo estar tímido. Fitou-lhe nos olhos conforme aconchegava-se no canto do carro encostando sua cabeça no vidro, não demorando tanto para ser correspondido. Um sorriso breve fora mútuo entre ambos dentro de poucos segundos.

Desviando um pouco sua atenção, via que os ambientes começavam a se diversificarem pela janela. Do verde iniciava-se o vago, e do vago as poucas residências, seguidas de outras, para então surgir as grandes construções. Foi quando a ficha começara a cair.

Finalmente constatou o fato que passaria a noite fora de seu habitat natural. E isso lhe deu como resultado um grande nervosismo pairado na boca de seu estômago, ao mesmo tempo que uma espécie de fadiga lhe acometia. Não entendia bem as sensações que percorriam seu corpo, contudo não lhes deu atenção, visando esperar certa diversão no novo local que ficaria.

No entanto, tudo pareceu piorar quando uma dor aguda que parecia vir do fundo de seu âmago atingiu certeiramente sua cabeça inteira, como também poderia sentir-se com determinada sonolência. Por conta disso, privou-se em seu lugar no carro, fitando a paisagem que corria em seus olhos à medida que outra música semelhante tocava no carro. Talvez a forma como agira preocupasse os outros rapazes, porém não era como se pudesse evitar.

Era um sono muito grande e uma dor insistente; mais fortes que ele, um simples espírito da floresta. Começou pedir às divindades que lhe ajudassem, contudo acabou adormecendo antes mesmo que percebesse. E dormiu mais do que achou que poderia.

 


Notas Finais


E PESSOAS NOVAS APARECERAM! O QUE VOCÊS ACHARAM? NOS DIGAM, DIGAM! ♡
Pedimos desculpas por possíveis erros, foi feito uma revisão porém é aquela coisa né...
Enfim, esperamos que o capítulo tenha sido agradável, de verdade.
Nos encontramos no próximo? <3


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