1. Spirit Fanfics >
  2. Vier Monde >
  3. Incomparável

História Vier Monde - Incomparável


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


MAS E ESSAS ATUALIZAÇÕES QUE SEMPRE DEMORAM NÃO É?? 94 ANOS SENHOR!!
Mas felizmente elas chegam e chegam daquele jeito rsrsrs
NÃO DESISTAM DA GENTE, OUVIRAM??

O papo fica pras notas finais ENTÃO LEIAM AS NOTAS FINAIS!!
Perdoa os possíveis erros e bora ler essa belezura <3

Capítulo 22 - Incomparável


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Incomparável

Aquele dia havia sido memorável. Encontrar seus pais foi apenas o começo, pois logo depois vieram Jaebum, Rinah, Berg e outras ninfas próximas contemplar o sucesso de sua transição. A cena aquecia seu coração de uma forma imensurável.

Mas, como em qualquer outro dia, houve um momento para descansar. E depois de caçarem por horas Jimin dormiu aninhado a seus pais no mesmo lugar da última vez em que esteve sob quatro patas. Já havia estabelecido seu objetivo quando acordasse; veria os garotos. Precisava compartilhar aquele momento importante com todos eles. Desejava confirmar se as expressões que imaginava nos rostos de cada um se tornariam reais.

E, talvez, mas só talvez, matar a saudade que já sentia de seus amigos – mas principalmente de Jeongguk.

Assim que acordou, Jimin pôs-se a caminhar na direção do grande casarão, os olhos sempre atentos a tudo ao seu redor como se gravasse na mente onde era seu lar. Mal cabia em seu peito pequeno o sentimento bom que aquilo lhe causava.

Era até mesmo como se não fosse real.

Quando avistou a construção de madeira, um novo sentimento tomou conta de seu pequeno ser. Não sabia explicar o que era, contudo também não sabia dizer se era bom ou ruim. Uma mescla de arrepios e turbilhões de pensamentos o acometiam e, antes que pudesse finalmente chegar perto da porta, ouviu seu nome ser chamado atrás de si.

— Filho. — seu pai estava ali, a cauda bem alaranjada se mexia atrás do corpo de forma bonita. — Antes que você vá ver seus amigos nós… Precisamos conversar.

Jimin rapidamente se aproximou da raposa mais velha, o topo da cabeça sendo esfregado nos pelos macios do outro pouco antes de fitá-lo.

— Sobre seus amigos… Como você se sente?

Era difícil responder aquela pergunta. Sinceramente, o mais novo acreditava que não conseguiria, de fato, responder de forma verdadeira. Isto é, estava uma mescla de alegria com saudades e tristeza em relação aos rapazes; sentia que a melhor coisa que havia o acontecido fora os conhecer, mas… Sentia também que nada fecharia o vazio que ficara depois de partir.

Principalmente porque Jimin sentia saudades de Jeon a todo momento.

Era bizarro pensar que jamais sentaria novamente no sofá confortável e assistia aos seus desenhos favoritos. Ou que receberia abraços quentes do mais alto e ficaria colado a ele até dormir nas noites de chuva… Ou até mesmo que não poderia mais simplesmente dizer que o amava e, nossa, como Jimin amava.

Amava tanto que chegava a doer.

— Vou sentir falta deles, mas… Acho que foi o certo a se fazer. — seu coraçãozinho doía ao dizer aquilo. — Vou ficar bem aqui e… E eu espero que eles fiquem bem por lá. Combinamos de nos vermos às vezes, Tae vai imprimir nossas fotos e deixar na floresta para que eu veja. Será que eu vou me acostumar, pai?

— Com o que?

— Com o fato de que nada vai ser como antes, nunca mais.

Seu pai, Jisung, sentia a dor do filho. Entendia como era ter de deixar tudo para trás, afinal, também havia passado pela transição, mas era o tipo de coisa que não importava quantas vezes você assistisse ou participasse, nunca acostumava.

— Você acha que eles vão sentir sua falta? — questionou tentando soar sutil.

— Eu… Acho que sim… Do mesmo jeito que eu vou sentir falta deles… Mas eu espero que isso passe logo… Dói tanto…

— Então eu posso fazer com que não doa tanto, filho… — seu pai respondeu, a cauda acariciando o corpo menor que o seu. — Podemos fazer com que eles esqueçam tudo.

— Você quer apagar a memória deles?

Era um modo para que se protegessem, afinal, se descobrissem em massa sobre sua espécie e os procurassem, estariam em perigo. Jisung só queria proteger a floresta de uma visibilidade que não desejavam e nem poderiam desejar, era sua responsabilidade como líder. Então, assim como cada poder que lhe eram dado, ele poderia apagar memórias (assim como já havia feito antes).

O Park mais velho somente usava a habilidade quando era algum tipo de caso extremo e, em sua opinião, ter o coração de seu próprio filho partido era um desses. Não suportava ver aquele brilho triste e Jimin não suportava a ideia de fazer Jungkook sofrer. Não imaginava que teria criado um laço tão forte com um humano e que, após sua transição, isto fosse pesar. E, bem, pesou.

Não só para si quanto para Jeon também.

— Seus amigos e o Jeongguk… Eles não se lembrarão de nada, filho. — disse, baixinho. — Não vão sentir dor também… Porém, você terá de lidar com isso e entender que não poderá mais se aproximar deles.

— Eles não irão se lembrar de nada mesmo?

A raposa mais velha negou, os olhos se fechando como quem não quer ver a figura triste em sua frente. Era difícil, sabia bem disso, mas não poderia fazer muito além do que já oferecera. Eram dois mundos diferentes e, querendo ou não, seu filho havia escolhido um.

Agora somente o restava aceitar as consequências.

Seus olhos foram até a porta do casarão e ficaram ali por algum tempo. Seu peito doía e, ao fundo, conseguia escutar a risada de Hoseok. Era difícil e, novamente, aquela mescla de sentimentos bagunçados se fazia presente. Jimin estava com… Saudades? Estava triste? Mas estava feliz por estar em casa, finalmente? Se o perguntassem ele não saberia responder.

Jimin nem ao menos sabia dizer se estava se sentindo em casa, mas sabia que era ali onde deveria estar, certo? Era seu lugar, afinal. Contudo, era impossível não sentir a falta que seus amigos fariam em sua vida, o modo como a vida humana era diferente da sua também lhe traria saudade.

No fim, um nó se formava em sua mente. De repente, tinha a impressão de que só havia completado a transição por ser o certo, mas que na verdade o seu coração e os sentimentos e sentidos mais profundos estavam ali, no casarão e no meio de todas as luzes que enfeitavam a cidade pela janela do apartamento de Jeongguk.

— Sabe, pai… — Jimin começava devagar, ainda pensando nas palavras que usaria. — Eu penso se, conforme o tempo passe, encontrá-los sempre nessa forma possa deixá-los chateados… — seus olhos fixos na casa desviaram-se ao solo, logo depois encontrando os da raposa mais velha. Havia certa melancolia em suas íris, em sua voz.

Nada vai ser como antes.

O pensamento voltava a fazer morada. E junto com ele vinha as memórias explicitando seu próprio sentimento; sentir saudades doía. A ausência de quem se ama só lhe causa dor. Assim, Jimin se apegou ao fato de que nem um dos garotos precisavam daquela emoção tão dilacerante se a própria podia ser evitada. Acreditava que ele poderia se virar com aquele emaranhado, acreditava em si mesmo. Até porque havia tantas coisas para se fazer na floresta, tanto o que se aventurar, ele poderia tratar de tudo aquilo com ajuda dos que compartilhavam vida consigo.

Suspirou, por fim, chacoalhando ligeiramente os pelos.

— Eu preciso ficar com eles mais um pouco… Pode fazer isso ao entardecer?

— Tem certeza da sua decisão? Quer fazer tudo isso, assim, tão rápido? — perguntou mansamente, observando e sentindo o que preenchia Jimin.

— Tenho, pai. Vai ser melhor assim. — ele se esforçava para acreditar nisso sem vacilar. — Quanto mais eu vê-los, mais difícil será, então… Me dê essa tarde. É o suficiente.

Sentiu o carinho de seu pai no segundo seguinte, conseguindo absorver sua presença, confiança. Sabia que poderia contar com ele a qualquer momento, seu pai era um líder repleto de dons, afinal.

— Voltarei mais tarde para te buscar. Aproveite a tarde.

Jimin grunhiu um pouco mais confortável ainda que a maior parte lhe deixasse triste. Resolveu ver aquilo como já parte de seus aprendizados, onde éramos obrigados a lidar com sentimentos dos quais nem sabíamos denominar.

Mas mentalmente deu ênfase; tudo ia ficar bem.

 

[...]

 

As folhas e galhos faziam um ruído simpático conforme suas patas o levavam à construção de madeira. Ao alto das árvores via alguns pássaros conversando entre si, à direita corria um esquilo. Tudo era tão nítido e tão diferente enquanto quatro patas, era impossível mensurar.

Seu coração batia forte. Depois de tudo o que levou do mundo humano pôde concluir que estava nervoso e com medo das reações que veria apesar de ter acordado tão disposto a isso. Ele realmente não sabia o que esperar dos garotos.

Assim que estava a alguns passos da porta, ouviu a mesma ranger e, de repente, surgir um Hoseok que estagnou-se no chão no instante em que o viu. Jimin tentou ler sua expressão, tentar encontrar algum sentido naquela íris que o fitava sem desvios.

— Jimin… É você?

No mesmo instante em que perguntou, escutou uma movimentação e rapidamente Jeongguk aparecia na porta, caminhando devagar ao lado de Hoseok.

“Sim, sou eu.”

Ele tentou falar, mas julgando pelos semblantes à sua frente se tornava impossível não perceber que sua voz não era compreensível aos seus ouvidos. Seu coração doeu por isso, talvez fosse mais difícil do que ele imaginava… Não poder ter o mesmo contato com os outros era algo complicado, ainda mais quando nem ao menos se comunicar de forma devida eles conseguiam.

Logo, viu dois pés se aproximarem mais, levantou seu olhar e Jeongguk estava ali, quase ajoelhado, bem na sua frente. Os olhos de jabuticaba o fitavam de forma tão intensa que Jimin se arrepiou, quase havia se esquecido do modo como o olhar alheio era tão intenso. E os dedos longos do humano não demoraram a passarem pelos fios alaranjados e macios assim como fazia no cabelo de Jimin quando ele ainda era um rapaz como Jungkook.

Céus, como doía, porém aquecia seu coração.

— Você está bonito. — Hoseok comentou, abaixando-se ao lado do amigo. — Tem aproveitado a floresta, Chim?

Queria responder, queria agradecer pelo elogio e dizer que sim, estava sim aproveitando a floresta. Mas queria também dizer que sentia falta deles, porém que a floresta estava ótima e que havia sentido uma saudade imensa do lugar. Queria comentar também que contou sobre sua aventura no mundo humano com seus amigos e familiares, contar que havia descrevido cada um de seus amigos para seus pais e que, em especial, falou muito sobre Jeongguk. Jimin queria compartilhar as coisas que sentia e queria dizer que, no final da tarde, tudo ficaria bem, mas não podia. Hoseok e Jeongguk pareciam mais distantes do que o normal, contudo Jimin sabia que era pelo fato de agora ser uma raposa novamente… E, sinceramente? Já não sabia mais o que doía mais.

Não sabia dizer se preferia estar ali com eles como estava antes ou se preferia, de fato, apagar as memórias de seus amigos e seguir em frente.

Era uma questão difícil e nunca sentiu-se tão confuso sobre algo quanto com aquilo. Claro, sabia que não poderia voltar para a sua forma humana, mas desejava. Nossa, como desejava.

Porque estar nos braços de Jeon era algo incomparável.

Ser uma ninfa era o que mais amava, viver na floresta sempre lhe pareceu o paraíso, mas… Começava a questionar-se sobre tudo, principalmente sobre seus desejos mais profundos.

Acabou movendo a cabeça, tentando respondê-lo de alguma forma. Inspirou uma boa quantidade de ar conforme sentia os carinhos alheios, balançando seus pelos levemente logo depois. Ele abaixava as orelhas permitindo que o moreno afagasse sua cabeça, mas com seus sentidos apurados naquela forma não foi difícil identificar outra presença ali.

E que esta presença fosse nada menos que Kim Taehyung, surgindo por detrás do casarão aparentemente distraído, mas sorrindo aberto assim que lhe viu. As orelhas antes abaixadas se erguerem e foi inevitável balançar o rabo quando avistou Yoongi vindo com o Adoçante no colo logo atrás.

Sentia-se estranhamente mais leve com a expressão alegre do ruivo.

— Jimin! Ah, eu estou tão feliz em ver que você conseguiu passar pela transição! Você está tão bonito, tão saudável! — ouviu-o dizer quando já estava próximo o bastante. Hoseok e Jungkook deram espaço para os recém-chegados. — Olhe, eu trouxe as fotos que prometi. — agachou-se perto do tronco justaposto, pousando as imagens no solo e, poxa, Jimin sentia novamente aquela dose de acolhimento mesclado com tristeza. Não imaginava que suas emoções fossem ficar tão aparentes daquela forma. — Estamos bonitos, você não acha?

Era claro que eles estariam bonitos. Todos tinham uma beleza tão singular.

— E eu trouxe essa bola de pelos para te ver também, Jiminie. — foi aí que virou a cabeça na direção do Suga, avistando-o com o felino nos braços. Essa era realmente uma surpresa porque não esperava se encontrar com o gatinho tão cedo. Uma emoção tomava conta de seu coração.

Entretanto, assim que as patas brancas fizeram barulho acima daquelas folhas secas e desorganizadas e seus olhos se encontraram, o gato simplesmente se afastou como se fosse de fato uma aberração. Ele arqueou as costas e um grunhido escapou, mostrando também seus dentes, demonstrando claramente que não estava nada contente em lhe ver.

Desapontou-se quase que imediato.

— Adoçante, qual é o problema? É o Jimin. Você não se lembra dele?

Tentou avançar com sutileza e abaixar o focinho junto ao corpo para deixar claro que não havia más intenções, mas o gato grunhiu outra vez e correu em direção a casa. A raposa apenas terminou de se deitar e ali ficou, encarando o animalzinho que da porta da casa lhe olhava fixamente.

Seria mentira dizer que aquilo não doeu também.

— Eu vou buscá-lo, fique aqui.

“Não precisa fazer isso, Suga hyung, está bem claro o que aconteceu. Ele tem medo de mim agora.”

Ele só queria poder se comunicar.

 

— Jimin? Ah, meu deus, mas você está maior do que eu imaginava!  — de súbito ouviu a voz do mais velho, aquele que chamava de Omma, o Jin. Mas de onde ele havia vindo? Seus passos foram tão silenciosos… Tampouco sentiu o seu cheiro. — Olha o que eu trouxe pra você! Você deve se lembrar da gente preparando um desses, não se lembra? — Seokjin possuía um bolo de nozes inteiro em suas mãos.

Mas raposas não comem bolos.

— Ah, mas… Eu me esqueci completamente! Você não pode comer uma coisa dessas. É cheia de chocolate e, ah, muito chantilly… Poxa Jimin, se você não tivesse completado essa sua transição veja só o que poderíamos comer juntos! O que eu faço com esse bolo agora?

Jimin ficou assustado com o diálogo de Jin, nunca havia o visto tão transtornado, ele estava verdadeiramente aborrecido. E, como todo animal com medo, reagiu. Levantou seu corpo e tomou certa distância, percebendo que os outros garotos não estavam mais no lugar de antes.

Com os passos regredidos, ainda vendo o rapaz com o doce em mãos, trombou com outro corpo. Surpreendeu-se por ver Namjoon ali e, quase que automaticamente, sorriu por dentro. Que saudades nutria por ele! O desejo que lhe encheu foi poder falar que as coisas estavam ficando meio estranhas por ali, mas o de fios esverdeados, desbotados, abaixou-se e acariciou a sua cabeça.

— Está tudo bem Jimin… Por que parece assustado desse jeito? — dizia com uma voz mansa. A ninfa tomou liberdade em sentar-se frente a ele.

“Eu não sei, algo não está certo.”

Namjoon havia se sentado em um tronco perto dali, por isso o acompanhou. O observou em silêncio, ele parecia pensar sobre alguma coisa.

— É… Eu nem sei porque eu vim até aqui. — o coração do espírito da floresta se comprimiu um pouquinho mais, não compreendendo aquele tom de decepção que o Kim usava. — Eu precisava conversar mas… Talvez eu deva procurar alguém melhor. Não podemos nos falar mais, não é?

Um emaranhado de coisas se embaraçavam mais dentro da raposa, mas ela não sabia o que era aquilo. Era novo, nunca sentiu aquela sensação antes. Ela, na verdade, não teve um contato tão forte com a angústia antes.

Fitou os olhos do amigo e abaixou a cabeça, choramingando. Namjoon não tinha outro semblante senão aquele triste em seu rosto. Então Jimin resolveu simplesmente ir embora.

Já não sentia tanta vontade de ser lembrado como antes. Não teria graça nenhuma ser lembrado para sentir aquela coisa desconfortável, aquela tristeza que, no entanto, não sentira antes. Àquela altura ele só queria ir pra casa e se encolher entre seus pais, ficar ali pra sempre talvez, porém ainda possuía esperanças nos outros meninos.

E, por falar naquilo, avistou Yoongi saindo da casa com algo em mãos. Curioso como era, parou para deixar que ele se aproximasse. Ele estava com uma bolsa grande nas costas.

— Veja só Jimin, o que eu trouxe! — seu tom era animado. — Você viu a guitarra mas não tocou o mais clássico violão, eu precisava te ensinar como que se toca e… — e com a mesma rapidez que avançava, parou. Parou e lhe olhou por alguns segundos, como se de repente se lembrasse que aquilo era impossível acontecer. — Bom… Na verdade, deixa pra lá. Violões nem são tão legais assim.

“Me desculpa, Suga.”

Afastou-se com rapidez, o coração dolorido e a cabeça começando a doer. Daquela forma Jimin apressou seus passos. O vento batia com mais veemência e sentia-se aquecer pelo ritmo que levava. O lado humano que havia desenvolvido e fixado dentro de si parecia arder, como se sentisse uma súbita vontade de chorar.

E, sentindo-se tão fragilizado, só queria os braços de alguém. Desejava ser abraçado.

— Ei, Jimin! — ouviu ser chamado. Era Hoseok. — Por que está correndo desse jeito?

Sentiu o amigo acompanhando e, quando finalmente parou, seu peito subia e descia descompassado, uma falta de ar absurda. O moreno ao seu lado parecia preocupado e, por isso, Jimin sentiu-se relaxar um pouco. Isto é, os meninos estavam agressivos, o tratavam de uma maneira que desconhecia e o deixava desconfortável. Não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo.

Pararam em um local mais afastado dos outros rapazes, mas não muito longe de onde estavam antes e da floresta. Jimin praticamente deitou seu corpo pequeno no chão e ouviu a respiração alta do amigo, virando-se para fitá-lo.

— Você parece assustado com algo. — Jung comentou, Jimin sentiu-se mal por não poder responder ou se explicar.

Tudo o que ele queria, naquele dia, era ter o poder de se comunicar com seus antigos amigos. Porém, tudo o que conseguira foram comentários maldosos que o lembravam que esses tempos não voltariam e, nossa, como doía.

Todavia, não era isso que estragaria seu último dia com eles. Park tentava centrar-se e relaxar, afinal, em algumas horas seu pai apagaria as memórias dos outros e tudo ficaria bem. Pelo menos, era o que ele esperava. A ninfa só queria que tudo ficasse bem.

“Foi só um deslize.”

Pensou, se esfregando de leve em Hoseok enquanto olhava ao redor, estava escutando barulhos. Levou sua atenção para o caminho de estrada que servia de passagem para carros e viu Jeongguk. Os fios castanhos, o uniforme alinhado, lindo como sempre. Jimin sentiu que poderia, finalmente, relaxar de verdade. Começou a andar na direção do homem e, antes que pudesse entender, viu uma silhueta ao seu lado. Era… Uma garota?

Jimin não entendia.

Hoseok parou ao seu lado, se agachando para que a raposa o escutasse direito.

— É, parece que ele já encontrou quem colocar no seu lugar. — uma risadinha fora escutada. — Pelo visto, você é bem substituível, ChimChim.

Não. Aquilo era impossível.

Park tinha plena noção de que algum dia Jeongguk teria alguém amorosamente falando, mas não acreditava que poderia ter acontecido tão rápido. Era mentira, certo? Só poderia ser.

Começou a caminhar rápido até onde o moreno estava, visualizando que ele segurava a mão da mulher ao seu lado. O coração da ninfa aos poucos começava a doer muito, como nunca havia doído antes. A vontade de chorar tomava conta de si, mas ele tentava controlar, afinal, precisava entender o que estava acontecendo.

Parou de andar quando estava posto bem perto dos dois humanos, seu olhar dolorido sendo direcionado ao Jeon enquanto este apenas tinha olhos para a garota. Um baque forte, doloroso demais para Jimin aguentar sem derrubar algumas lágrimas. Acabou soltando um choramingo e os olhos da menina foram até seu pequeno corpo, chamando a atenção do guarda-florestal.

— Oh, uma raposa! — ela disse, a mão ainda sendo segurada pelo mais alto.

Jimin se sentiu aliviado por ser notado. Talvez assim as coisas voltassem a ser como antes e Jeongguk falasse consigo, o enxergasse. Mas, o problema durante aquele dia era que ninguém parecia realmente conseguir ver a ninfa. As palavras maldosas, os esquecimentos, as ações estranhas.

Nada fazia sentido, porém… Nada havia doído tanto quanto as seguintes palavras de Jeon:

— É só uma raposa. — seus olhos passaram rapidamente pela imagem de Jimin, um olhar de desdém e pouco interesse. — Ela não vai nos atrapalhar.

Então, como se não bastasse, as mãos grandes do guarda foram até o rosto delicado a sua frente, o puxando para um beijo. Um beijo. Jeongguk estava beijando outra pessoa, bem na frente dos seus olhos.

Não podia aguentar. Jimin não acreditava ser possível algo tão doloroso quanto aquilo estar realmente acontecendo, ainda mais consigo, ainda mais naquele momento. Céus, como doía.

Sua única saída foi correr, então.

E o ruivo corria, nossa, como corria. Corria como se sua vida dependesse disso, como se o coração quebrado no peito não fizesse diferença entre estar ali ou nas mãos do guarda que, pelo visto, não dava a mínima para Jimin. E ele apenas parou quando estava longe o suficiente para respirar fundo e, por fim, procurar seu pai. Os olhos assustados caçavam a silhueta entre as árvores e, quando o encontrou, se jogou contra o corpo dele, esfregando-se nos pelos de seu progenitor.

Dos olhos escorriam lágrimas e da boca saíam palavras doloridas, mas necessárias.

— Pode apagar. — murmurou triste. — Não tenho mais motivos para estar aqui, pai, pode apagar. Acabou.

A raposa mais velha o fitou, preocupado.

— Você tem certeza, filho? Eles são seus amigos e…

— Tenho. — respondeu rápido. — Eu não quero mais, está doendo.

Jimin não aguentava toda aquela agonia, a falta de ar ao chorar e o modo como sua cabeça doía. Piscava e via Jeongguk beijando outra pessoa em sua mente, as imagens repassavam em câmera lenta e aquilo fazia doer ainda mais. Se fosse para ser assim, ao menos queria ter se despedido novamente.

Não aguentava pensar que seus amigos o esquecera de forma tão fácil e, ainda por cima, o deixaram de lado daquele modo.

Se fosse assim, Jimin preferia nem ao mesmo tê-los conhecido.

Queria esquecer-se, então. De tudo, cada detalhe, cada rosto.

Queria esquecer-se de que um dia desejou ser tão humano quanto eles.

 

[...]

 

Jimin sentia como se tivesse apanhado enquanto dormia.

Sua cabeça doía, girava. Seus olhos demoraram a se acostumar com a luz que vinha do lado de fora da barraca e… Seu peito doía. Sentou-se e olhou ao redor, encarando suas mãos e pensando no fato de que aquilo eram dedos humanos.

— O que?

Disse, calando-se logo após ouvir sua própria voz humana. O que raios estava acontecendo? Aquilo estava errado!

Passou as mãos levemente pequenas contra as próprias pernas, subindo e tocando seu rosto, seu nariz, seus lábios e os fios de cabelo. Ele era um humano ainda.

Mas… Por que?

A transição havia sido feita! Jimin deveria ser uma raposa ainda, então por que? Por que ainda estava naquela barraca? Por que ainda podia andar em duas pernas?

Rapidamente se aproximou da fenda que levava para fora da barraca, fitando a floresta que tão bem conhecia, mas… Com algum diferencial. Os utensílios usados no último dia de Jimin como humano ainda estavam ali, as outras barracas estavam desmontadas sobre o chão e nada fazia sentido. Saiu com certa rapidez, fitando tudo ao redor e procurando algo que possuísse resposta.

Aquilo havia sido apenas um sonho?

Então… Não havia concluído sua transição?

Nunca mais seria uma raposa?

— Jimin…?

Virou-se, dando de cara com ninguém além de Jeongguk.

Seus olhos se arregalaram e encheram-se de lágrimas, o desespero apertando seu peito como nunca.

Jeongguk, eu… — começou, calando-se ao perceber que havia dito o nome do outro.

O guarda então apenas o fitou, estático. Não havia sentido nada, nem uma mísera inclinação para se aproximar de Jimin. Na realidade, Jeon não sabia o que fazer enquanto o olhava com a face assustada, as mãos fechadas em punhos e… Os fios negros. Park Jimin estava completamente moreno.

Realmente, não sabia o que fazer.

 


Notas Finais


OPA PARECE QUE ALGO DEU ERRADO
Só não nos matem ok????? DESABAFEM NOS COMENTÁRIOS QUE A GENTE ACEITA!
A gente precisava falar sobre umas coisas com vocês!!

1) Vier Monde tem um spin-off! Isso mesmo! Para quem gosta de yoonseok é um pratão cheio porque, bicho, tá incrível! Seria ótimo vocês darem uma passada por lá porque, olha, vai ampliar muito mais a visão de vocês desse universo todo! Até mesmo pra quem não é muito fã de yoonseok, bora dá uma chance <3
A fic é da Bea, essa garota maravilhosa, e aqui está o link: https://spiritfanfics.com/historia/clair-de-lune-10280419 DEEM AMOR PRA CLAIR DE LUNE!!

2) Vocês já deram uma olhada na playlist da fic? Olha, eu olharia porque só tem música boa! Tá aqui o link: https://open.spotify.com/user/12149980489/playlist/2iolZmuGE9ZJZXflBpA86I <3

E É ISSO! ESPERAMOS AS OPINIÕES DE VOCÊS E ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO <3

P.S.: NAO NOS MATEM


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...