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História Vier Monde - Inesperado


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


Olá pessoas! Chegando mais um capítulo de Vier Monde!
Primeiramente agradecimentos aos comentários e aos favoritos, vocês são demais!
Sem enrolações durante essas notas porque o capítulo é mais longuinho.
Desejamos boa leitura a todos e desde já: desculpem pelos erros Eles serão consertados em breve.

Capítulo 9 - Inesperado


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Inesperado

Checou sua lista mental outra vez, olhando tudo que já estava guardado dentro da mochila apenas para ter certeza de que estava preparado. Colocou os tubos de protetor solar em um bolso separado na mochila e sentiu-se orgulhoso de si mesmo, afinal, se voltassem há uma semana atrás ele não saberia usar nem a metade daquelas coisas. Jimin sorria, a cada dia que passava conseguia sentir-se mais humano ainda, mais normal. E pelo menos até seu aniversário chegar, era assim que preferia, não só parecer como também ser humano.

Saiu de seu quarto, levando a mochila levemente pesada até a sala onde Jeongguk deixava a sua própria, suspirando. Ele possuía uma grande linha branca na altura do nariz, fazendo-o parecer um dos homens que vira na televisão uma vez, eles moravam na floresta assim como Jimin morou um dia.

— Kook-ah, o que é isso? — a ninfa riu baixinho, apontando para seu próprio nariz.

— Ahn? — passou os dedos ali, reparando que não havia espalhado o protetor solar ainda. — Ah! Eu não terminei de passar o protetor, Jimmi. Você já passou? Sei que estamos acostumados a ficar na floresta, mas... hoje está fazendo muito sol, Jin nos mata se ver uma marca de queimado que seja.

O alaranjado então aproximou-se, ajudando o guarda-florestal a terminar de passar seu protetor, negando sobre já ter passado. Quer dizer, precisava mesmo? Ele era uma ninfa, não existia nenhum tipo de proteção natural?

— Aqui. — Jeongguk tocou o rosto dele com o líquido em mãos. — Deixa eu espalhar direitinho, nem vai parecer que você está com isso.

— Parece uma meleca... — resmungou, fazendo um bico.

Por sua vez, Jeon apenas riu, continuando com o processo. Um passava o protetor no outro e, por isso, o guarda até estranhava a falta de clima pesado entre os dois. Quer dizer, desde o incidente na faculdade de Taehyung e a aproximação tremenda no carro, não só Jungkook como o próprio Jimin acreditavam que toda a relação entre eles se tornaria ainda mais complicada e desconfortável. Mas fora algo totalmente contrário a isso. O mais alto entre os dois se desculpava todos os dias desde então, prometendo que faria algo para se redimir pelo jeito como tratara a ninfa.

E nem ao menos importava se o Park já o tivesse perdoado, o próprio Jeongguk não se perdoava. Ficaria satisfeito apenas quando visse que havia se desculpado de forma plena e, por conta disso, lá estavam eles passando protetor solar um no outro. O guarda-florestal conseguira programar um pequeno acampamento entre os dois e mais alguns de seus amigos na Floresta das Folhas Secas, onde trabalhava. Assim Jimin poderia passar o dia no lugar que mais amava, além de estar na companhia de pessoas tão boas.

Se olharam então, risonhos quando o protetor já havia desaparecido de suas peles, parecendo que apenas estavam limpos. Então só saíram daquela enorme áurea agradável que os cercava quando a campainha tocou, fazendo o mais novo ir atender.

— Hyung! — abraçou Namjoon, dando espaço para que o mesmo entrasse. — Oh, já estão todos aqui?

Yoongi entrou sorrindo sonolento, os olhos pequenos que avistaram Jimin e fora de encontro com o mesmo rapidamente. O Kim ficou perto da porta, conversando com Jeongguk sobre os últimos acertos da pequena “viagem”.

— Onde estão o Tae e o Hobi? — o Park perguntou para o dono de madeixas rosas. — Eles não vão mais?

— Vão sim. Na verdade, eles vão nos encontrar lá. — Suga sorriu, indo até o sofá.

Assim que fez menção de que iria sentar, ouviu um grito.

— Nem ouse sentar. — Namjoon apontava. — Você vai dormir e só chegaremos lá depois do almoço. Já estamos indo, vamos.

O rapaz de pele clara revirou os olhos, vendo a ninfa sorrir em sua direção enquanto colocava a mochila nas costas, entregando para Jungkook a dele. Desceram de elevador rapidamente, o carro do moreno de fios esverdeados estava estacionado logo na frente do grande prédio. O Jeon agradecia pelo carro espaçoso de seu amigo, além de Taehyung que possuía diversas coisas para acampar e sabedoria sobre como utilizá-las.

E a curta viagem fora tranquila, Jimin nem ao menos sentia-se tão zonzo enquanto estava dentro do carro e as músicas no rádio já não incomodavam mais. Até mesmo descobriu um gosto particular seu que escutava quando acertava o canal da televisão onde poderia assistir pessoas que dançavam enquanto cantavam também. Bem, o alaranjado dançava junto, mas ninguém precisava saber. Observava os grandes prédios ficando para trás quando o cheiro de eucalipto e ar fresco o atingiu, ficando cada vez mais forte. Só que não era o único animado ali, Jeongguk parecia uma criança impaciente, louca para chegar e aproveitar o máximo que pudesse.

O primeiro que saiu do veículo havia sido Yoongi, seguido de Namjoon, Jimin e Jeongguk. Naquele momento, talvez pela falta de ar-condicionado que lhe acometia, o dono das madeixas laranjas sentiu que aquele dia estava realmente quente, até mesmo dentre todas aquelas árvores. Chegava a ser estranho, fazia bastante tempo que não presenciava temperaturas altas. Entretanto não desgostava, na verdade percebera que não tinha exatamente preferências de climas, acabava gostando de todos eles.

À medida que os rapazes organizavam algumas coisas no carro, Jimin aguardou-os, e Yoongi acabou chegando ao seu lado. A ninfa olhou-o guardando o aparelho celular no bolso, para que então lhe encarasse de volta. Ambos sorriram curto e breve um para o outro, e antes mesmo que pudessem trocar alguma palavra ouviram e viram outro carro se aproximando da área, não sendo nada menos que Taehyung e Hoseok.

— Vocês sendo tão pontuais? Algo está muito errado, deve ser por isso que está tão quente. — Namjoon comentou brincalhão assim que os namorados pisaram na terra, acabando de deixar as coisas do carro no casarão junto com o moreno.

— Nah, você só está falando isso porque te deixamos esperando três míseras vezes. — Taehyung quem retrucou, terminando de fechar o carro depois que tivesse pego seus pertences, entregando uma mochila para o de fios castanhos que ligeiramente levou-a para dentro da casa. — Isso foi há meses e meses, Joonnie! Largue de ser tão rancoroso. — disse, e ouviu a risada do sujeito que conversava.

— Estou apenas brincando.

Os olhos escuros de Jimin observaram a cena com um riso no rosto, achando a cena demasiadamente divertida. Ele já havia reparado, mas não cansava-se de repetir que adorava passar seus dias ou até mesmo alguns minutos com os amigos de Jeongguk — e claro, com ele também. Assim que mudou a direção de seu foco, avistou Hoseok caminhando até si, abraçando seu corpo como de praxe. Jimin imediatamente retribuiu-o, já sabendo direitinho dar aquele carinho.

— Agora que estamos todos aqui, a gente bem que poderia entrar e caçar algo para fazer, não é mesmo? — subitamente a voz do de fios rosados soou, chamando a atenção de todos, cujos assentiram.

[…]


 

De dentro do saguão repercutiam risadas altas, e boa parte delas eram exercidas pelo dono de fios castanhos e o alaranjado justaposto. Eles brincavam de mímica enquanto tomavam os sorvetes que Taehyung havia trago em uma pequena caixa térmica. Naquele minuto quem tentava demonstrar a palavra que havia sorteado era o guarda-florestal, Jeon, mas que todos os chutes estavam sendo falhos. E o moreno bem que entendia, afinal quem diabos acertaria algo como um palhaço numa brincadeira de mímica?

— Eu desisto, Jeongguk, eu não faço ideia do que você está fazendo aí. — o ruivo avermelhado gesticulou, encostando as costas no encosto da cadeira.

— Pior que eu estou com ele, Kook-ah. Meu Deus, o que é isso? — Yoongi, que comentava uma vez ou outra por estar ocupado demais em seu aparelho celular, se pronunciou. O moreno então parou o que fazia, soltando um som de insatisfação, batendo o pé.

— Como vocês querem que eu imite um palhaço? Aliás, quem marcou isso? Foi você, não foi, Namjoon? — assim que terminou de reclamar percebeu que o de fios esverdeados não prestava atenção exatamente no que dizia, e sim observava um papel de aparência velha. — Namjoon!

— Hm? Não, é que eu achei isso. — mostrou a folha em mãos. — Você já foi pra essa parte da floresta?

— Do que você tá falando? — ele então se aproximou, deixando o assunto mudar, visualizando o que o amigo falara. — Ah... Bom, essa é uma área que a gente não é autorizado a entrar.

— Que parte que vocês não são autorizados a entrar? Me deixa ver isso. — rapidamente Taehyung surgiu ao lado de Jeongguk, inclinando-se para olhar o mapa que Namjoon estendeu ao mesmo. — Mas Kookie, tem um tipo de lago, ou sei lá o que aqui, como você nunca foi para lá? Nem você, amor?

Assim, logo Hoseok estava do lado do namorado, também olhando para o que eles discutiam.

— Não... Nem eu. Na verdade este é o limite que podemos ir. — indicou uma linha imaginária com seu dedo em um lugar consideravelmente afastado de onde Namjoon e Taehyung pareciam interessados.

Mas um outro ser, especificamente um de madeixas laranjas, se enfiou no meio dos rapazes e Taehyung abaixou um pouco o mapa para que o baixinho pudesse ver com mais exatidão. Praticamente todos os olhares se voltaram para ele, que encontrava-se pensativo.

— Eu acho que sei do que vocês estão falando... Caso eu não esteja enganado, sei como chegar. Vocês querem ir? Tem um riacho muito legal por lá.

A palavra pareceu causar uma euforia e ansiedade estranha em Taehyung, que antes de qualquer outra pessoa, se pronunciou. Também sabia que Jeongguk provavelmente negaria o passeio e já queria deixar claro suas vontades.

— Ah, vai, vamos lá! Hoje o dia está tão quente.

— Eu não sei se isso é uma boa ideia...

Hoseok começou a concordar com o amigo, sendo interrompido pela voz alta do namorado.

— Ah, vai! — insistiu — Vamos lá, hoje o dia está realmente quente! — segurava no braço do moreno, fazendo um bico. — Ninguém vai nos ver...

— O que você acha, Suga? — Hoseok vira para o dono de madeixas rosas. — Suga?

O rapaz levemente pálido, por sua vez, nem sequer se mexeu. Continuava rindo baixinho na direção do celular, digitando qualquer coisa antes de quase pular da cadeira quando Namjoon levantou a mesma.

— O que?! Ahn? — o guarda-florestal repetiu sua pergunta. — O que eu acho? Acho do que?

— De ir até o riacho que acabamos de descobrir que existe. — Namjoon já revirava os olhos.

— É, céus! Tá tão distraído que parece até mesmo estar falando com namorado! — Taehyung acusou, brincando.

A surpresa veio quando Yoongi ficou levemente sem graça, sem tirar o sorriso do rosto, voltando a dar atenção para o celular. O ruivo avermelhado olhou para os amigos, estranhando as atitudes do dono de fios rosados. Eles apenas deixaram o assunto de lado quando o próprio Jimin se pronunciou, já abrindo a porta do saguão com a mochila nas costas, totalmente sorridente.

Consequentemente, Jeongguk sorriu também, empurrando os amigos na mesma direção da ninfa. E, por mais incrível que parecesse, o caminho até perto do riacho fora incrivelmente curto e rápido. Apenas Yoongi reclamava de dor nas pernas enquanto Taehyung já dizia estar com fome. Todos só cessaram as falações quando o som da água já era possível de se ouvir. Hoseok foi o primeiro a acelerar o passo, passando por mais algumas árvores quando avistou, totalmente aliviado.

A água caía de uma altura levemente mais alta, por cima das pedras, formando o pequeno riacho que seguia em frente, largo e cheio de pedras salientes em sua superfície. Até mesmo o ar era mais fresco ali, os corpos relaxavam apenas de ouvir o som do lugar, os sorrisos aumentando de tamanho.

Jimin parou um pouco atrás dos outros que, apressados, já tiravam os tênis e camisetas para entrar na água. Ele apenas queria um momento para aproveitar da vista, afinal, fazia tanto tempo que ele não entrava naquela área, não via os animais e não se sentia em casa. Não que esse sentimento não existisse no apartamento de Jeongguk, não era isso, ele apenas sentia falta de onde estivera por toda a sua vida.

— Ei, vocês dois! Entrem logo, a água está muito boa!

A voz de Namjoon fez-lhe perceber que nem ele, nem Jeongguk, haviam entrado na água. Os de madeixas laranjas e o moreno se entreolharam, desviando em seguida aos meninos que se lhes aguardavam. O guarda-florestal avisava que em alguns instantes iria, talvez estivesse um pouco tímido com a situação. Entretanto, enquanto o mesmo remoía sua timidez numa hesitação boba, Jimin teve a atitude de puxar a barra de sua regata, jogando-a por cima de sua mochila antes de correr até as águas cristalinas.

E obviamente tudo foi observado pelos olhos do moreno, cujos não deixaram passar em branco o tronco liso e branco, as costas aparentemente macias, totalmente à mostra. Foram poucas as vezes que vira a ninfa sem vestes superiores e não pode deixar de reparar na pele lisa que muito parecia ser macia. Imaginou seus dedos correndo por ali, tocando todo o tronco alheio apenas para ter certeza da tão certa maciez. Suspirou com força, concluindo que era muito fácil se atrair por ele. De perder-se por ele.

— Kook! — ouviu Jimin chamá-lo. — Você não vem?

— Eu... Eu...

— Para de graça e entra logo! Jimin, vamos buscá-lo! — o ruivo praticamente mandou, porém em um tom descontraído.

Dessa maneira, antes mesmo que Jeongguk pudesse raciocinar, Taehyung e Jimin saíram da água e correram até si, pegando cada um em um braço, arrastando o corpo até o riacho. Obviamente o moreno ditava palavras mais altas, falando que entraria sem problemas ou simplesmente pedindo para que parassem de lhe puxarem, porém aquilo não era o suficiente. Os corpos já dentro d’água por pouco não gritavam em torcida para que Jungkook se divertisse com eles.

O barulho de água repercutiu.

Jeongguk havia sido puxado até lá.

— Eu falei que iria entrar! — o Jeon dizia, injustiçado, mas risonho. Hoseok jogou uma boa quantidade de água em sua direção, pedindo para que o mesmo parasse de drama. O sentimento de injustiça apenas se fortificou, e claro que como um belo adulto rebateu a sentença com o mesmo ato que o acastanhado, jogou água em sua direção, mas os reflexos de Hoseok foram mais ligeiros.

— Ei! Não se deve tacar água no meu namorado! — Taehyung aproximou-se deles, ficando do lado do rapaz de sorriso largo. — Não desse jeito. — assim, o mesmo tacou água também, mas acertou diretamente o rosto dele, cujo expressou tamanha indignação brotada no interior de Hoseok.

— Por que em vez de brincar de guerrinha de água não tentamos a Guerra de Galo?

Dessa vez foi a voz do Min que soou pelo ambiente, mas enquanto a mesma soava e os garotos reagiam, o tronco de Jimin chegava perto do de Jeongguk — este que, por sua vez, se aproximou da beira — e ambos acabaram sentindo como se o mundo se fechasse e os únicos presentes fossem apenas eles.

— Tira essa camisa, Kookie... Está toda... Grudada. — Jeongguk lhe encarou assim que processou suas palavras, não tardando para que sentisse os dedos de Jimin tocando sua cintura, descendo, fazendo menção de erguê-la. Ele bem que estava fazendo aquilo sem quaisquer pensamentos, mas a mente do moreno entendeu aquele toque como o suficiente para que algo reagisse dentro de si. Era estranho. Bizarro até.

— Vou tirar sim...

Respondeu simplesmente mandando-lhe um sorriso de canto bastante breve. Aquele leve constrangimento lhe acometia com força apesar de tudo. Levantou então a camisa encharcada, ultrapassando sua cabeça, pousando-a no sutil gramado. Jeongguk ainda bagunçou os fios de cabelo ajeitando-os para que não acabassem em sua cara novamente.

E Jimin, bem... Jimin não pôde resistir em percorrer seu olhar pelo corpo do rapaz a alguns passos à sua frente, vestindo agora apenas uma bermuda colorida. Seus olhos por um momento pararam no tronco dele, os músculos aparentes e o tórax malhado... Jimin sentiu-se estranho. Reparou rapidamente que ele possuía uma trilha bem pequena e rala de pelos descendo até embaixo da bermuda, deixando-o bonito? Sim. O Park achava-o bonito, mais do que sempre achou.

— Vamos? — o moreno disse um pouco baixo, almejando que o outro lhe olhasse.

O alaranjado então ergueu o olhar ao dele, sentindo aquele sentimento estranho tornar-se um pouco mais intenso assim que conectou suas íris às dele. Não era capaz de compreender o que lhe tomava aos poucos, parecia que quanto mais tempo vivia em meio àqueles humanos, mais dúvidas surgiam em sua cabeça, mais sentimentos surgiam, confundindo sua pobre mente.

— Vamos. — respondeu, portanto, dando um sorriso leve ao guarda-florestal.


 

[…]


 

Os garotos passaram boa parte da tarde aprofundados em todas as brincadeiras e risadas que puderam, aquilo provavelmente não aconteceria novamente em um tempo razoável, demoraria, e tiraram um bom proveito dos feitos. Na Guerra de Galo, inclusive, houve certo revezamento para que todos pudessem participar justamente, e no fim quem terminou ganhando fora Yoongi e Namjoon, por culpa de uma distração que Jimin tivera no meio da brincadeira. Mas que culpa teria ele se algo acabou chamando-lhe atenção próximo de algumas árvores? Jurava ter escutado algum chamado de alguém que não conhecia.

No fim da tarde, Yoongi acabou indo embora mesmo com insistentes convites para que acampasse na companhia de todos eles. Na realidade acabou sendo um tanto suspeito, pois simplesmente soltara que precisava encontrar alguém. Taehyung, o ser mais desconfiado e “antenado”, rapidamente tirou suas conclusões, sendo esta definida no fato que Yoongi estivesse se encontrando com alguém. Até mesmo brincara com isto, e foi um tanto divertido ver a pele pálida do menor tomando um pouco mais de coloração e aquele “Vai se ferrar” sair baixinho e enrolado, talvez por causa de Jimin, talvez por causa da vergonha repentina. Min Yoongi era um ser um tanto excêntrico; alguém aparentemente tão difícil de lidar, mas que no fundo se tratava do inverso.

Hoseok havia ficado encarregado de levá-lo até a cidade, e assim que saíra, Namjoon checara o horário vendo que seria melhor procurarem lenha se quisessem ficar aquecidos nas noites que, em Seul, sempre prevaleciam temperaturas mais baixas. No fim, acabou que Jeongguk e Jimin perderam no jogo de pedra, papel e tesoura — claro que tiveram que dar alguns ensinamentos à ninfa — e ambos tiveram que se aprofundar novamente no bosque, caçando alguma área que existisse madeiras adequadas. A sorte era que Jimin possuía conhecimentos pelos quais Jeongguk havia esquecido, então ligeiramente situavam-se a caminho do que procuravam.

Àquela altura eles já estavam devidamente arrumados, com roupas de meia-estação pela mudança climática que gradativamente ocorria. Entretanto, se Jeongguk pudesse ser sincero em opinar, diria que o de fios alaranjados encontrava-se um tanto distraído, e isso causava-lhe uma enorme curiosidade em saber o que passava-se dentro daquela cabecinha curiosa e cheia de ideias. Ele tinha um perfil bonito vendo do ângulo em que estava, aliás acabava sendo bonito de qualquer maneira. Aqueles sentimentos lhe assustavam, porém via cada vez mais que eles eram verídicos. Acabou suspirando, desviando o olhar ao lado contrário.

— Jeonggukkie... — o pequeno chamou de repente, alguns segundos após que o moreno refletia sobre seus sentimentos. O mesmo acabou olhando para ele, visualizando um semblante aparentemente preocupado, pensativo. — Posso perguntar... Uma coisa?

Os passos de ambos causavam ruídos no chão quando pisavam em galhos e folhas, e o coração de Jeongguk acabou acompanhando essa linha de ruídos, se juntando a eles com suas batidas incessantemente mais ligeiras. Não sabia exatamente a razão pelo qual aquele nervosismo começou a encher-lhe em poucos segundos, era como se seu âmago esperasse daquele tom algo inseguro que satisfizesse seus desejos mais profundos.

— Hum? Sim, claro que pode.

Jeon Jeongguk aguardava alguma inciativa, Jimin preparava-se para indagar o que queria. Ele também sentia coisas diferentes em seu interior, algo que antes não lhe habitava. Abaixou o olhar por um leve segundo, erguendo-os, embora não virasse para fitar diretamente o homem justaposto. Sentia-se incapaz, por motivos desconhecidos. Ou talvez nem tão desconhecidos assim.

— Você... Sente raiva pelo o que eu fiz... Pelo o que eu tentei fazer naquele dia?

Claramente a questão deixou Jungkook confuso, embora tivesse alguma desconfiança do que poderia se tratar o assunto pela timidez exposta do espírito da floresta.

— Do que você está falando exatamente? — ouvira o menor respirar fundo.

— Quando eu tentei... Sabe, te beijar.

A linha que o diálogo seguia deixava o mais alto assustado. Ainda não havia aprendido lidar com a curiosidade da pequena ninfa naqueles quesitos. Ele nutria dúvidas em assuntos que eram complexos de se explicar, coisas que nem ele mesmo possuía a resposta correta e que talvez ninguém saberia. Jeongguk temia o que Jimin pudesse falar naquela tarde. Temia, porque o que presenciava seu peito era tão grandioso, havendo alguns riscos de se tornarem maiores ainda.

Ah, a confusão em sua cabeça começava se formar...

— Não Jiminnie... Só foi um tanto... Inesperado. — sua voz saíra um pouquinho mais baixa que o natural. Ele ainda pensava no que responder direito.

— Eu não sei o que aconteceu exatamente, mas eu queria me desculpar... Digo, TaeTae comentou aquilo tão livremente, eu pensei que não teria problema em arriscar. Só que logo depois você ficou meio estranho então acabei achando que havia feito a maior besteira... — ele explicava, concluindo com um murmúrio. — E... Eu estava curioso sobre algumas coisas.

— Não precisa se desculpar, Jimin. Está tudo bem. Eu... Eu te compreendo.

— Mas... — dessa maneira os pés da ninfa estacionaram no lugar onde estava, o que não passou despercebido pelo o de madeixas negras. Este, por sua vez, cessou igualmente seus passos um pouco mais a frente, virando-se para o alaranjado. O rosto dele estava abaixado, como se fitasse seus pés com o máximo de atenção que podia. No entanto, isso durou poucos segundos pois logo estava com as íris escurecidas fixadas nas suas. — Eu ainda queria saber como é isso.

A frase saíra sem quaisquer gaguejes, com firmeza e coragem; fatores pelos quais agravaram o nervosismo do moreno. O próprio congelou em sua posição, onde apenas encarava Jimin, processando o que ele estava querendo dizer. Deveria ter escutado bem? Ele estava pedindo um beijo? Naquele instante, naquele local?

Eu quero que você me beije.

Sim, ele escutou definitivamente bem. E se havia escutado definitivamente bem, por quais razões permanecia no mesmo lugar? Nem ele mesmo saberia dizer. Sua mente parecia ter entrado em colapso pela quantidade de pensamentos que adentraram-na de uma só vez. Era ciente de que a vontade dele era recíproca já havia assumido a si mesmo que a boca carnuda chamava-lhe demasiadamente atenção e que tocá-la deveria ser no mínimo ótimo, entretanto ele ainda era um ser mágico, alguém imaculado demais. Sentia medo que aquilo poderia causar danos, medo de que aquilo era proibido entre seres distintos.

Todavia, ainda existia um porém nisso tudo. Havia a força de vontade que habitava-lhe. O desejo de Jeongguk naquele instante falava tão absurdamente alto, e somente daquela vez ele deixaria ser guiado por seus instintos, satisfazendo seu âmago, dando graça ao coração e realizando um de seus sonhos mais privados. Se aquilo era errôneo, certamente arcaria com todas as consequências. Se não fosse ali, ele não saberia na onde e como poderia acontecer.

Mordiscou seu lábio inferior, dando passos bobos para frente. Respirou fundo.

— Você quer que eu te beije? — a cada palavra beijar os corações de ambos remexiam-se enlouquecidamente. Enquanto um estava desacostumado com aquelas sensações tão fortes, o outro sentia-as pela primeira vez. Em segundos o moreno estava na frente da ninfa, cativando-se pelo brilho que seus olhos escuros transmitiam. Mais uma vez situava-se apaixonado pelos olhos dele. — Tem certeza disso? — a ninfa, hipnotizada demais, balançou a cabeça positivamente, sem conseguir pensar em nada. Jeongguk, meio hesitante, ergueu sua mão direita para o rosto macio. Olhou para os lábios alheios. — Então feche seus olhos.

Dessa forma Jimin o fez, e tudo aconteceu devagar, uma coisa seguida da outra.

Primeiro ele sentiu a textura da boca do maior, e gostou muito da temperatura quente que ela possuía, da maciez dela. Em segundo as batidas de seu coração aceleram muito, em um ritmo assustador. Depois viera a maneira que seus punhos cerraram-se, descontando parte de seu sentimento; suas mãos aparentavam suar. E por último, mas não menos importante, a respiração que acabou descompassando. Havia sido tantas emoções simultaneamente, contudo as sentiria novamente, quantas vezes fossem possíveis.

Os lábios de Jeongguk eram quentes, os dedos dele também, seu corpo emanava a mesma coisa. Não sentiu vontade de afastá-lo, mas antes mesmo que pensasse em tocá-lo, o mesmo desgrudou suas bocas lentamente e distanciou seu rosto em velocidade semelhante. O moreno abriu seus olhos primeiro e enxergava a ninfa totalmente imersa na aura que criaram por alguns segundos. Um selinho demorado foi o suficiente para proporcionar respostas a ambos.

— O que você achou? — Jungkook perguntou bem baixinho, quase sussurrando, perto do rosto alheio. Só então o alaranjado abriu os olhos encontrando os do outro, mostrando, portanto, um sorriso significativo.

— Eu gostei. É um pouco diferente do que eu imaginava... — ele confessava à medida que os dígitos do maior deixavam sua pele. Jimin quase ria meio abobalhado. — Mas foi muito bom. Meu coração parecia que sairia daqui de dentro.

O mais alto riu soprado. Algo realmente estava acontecendo entre eles, e já estava iniciava há um tempo, e não com aquele marco. O sentimento de ambos era presente desde antes, em algum momento que sequer deixou-se perceber. Sabia que um sentimento de carinho, amor, recíproco em seu mundo era algo normal e a propósito muito bom, porém será que isso no mundo de Jimin o significado era o mesmo?

— Não se preocupe, daí ele não vai sair não. Eu fiquei um pouco nervoso também. — assumiu, a timidez começando a lhe preencher com aquele clima constrangedor. Acabou rindo nervoso. — Bom... Apesar de tudo, acho que nós deveríamos nos apressar para pegarmos lenha, os meninos ficarão preocupados com a nossa demora e não acabei não trazendo minha lanterna. Vemos o resto depois, sim?

O alaranjado respirou fundo, ainda com um pequeno sorriso cujo não sentia vontade de sair de seu rosto, assentindo às falas do maior. Ele tinha razão, contudo.
 

[…]

 

A noite que caiu trouxe bastante frescor, e em comparação ao decorrer do dia inteiro àquela hora situava-se um clima até frio. As barracas já estavam armadas e os garotos conversavam em volta da fogueira que já perdia sua força gradativamente. Deveriam estar naquele lugar longos minutos pelos quais passaram conversando trivialidades, rindo a toa. Taehyung já havia jogado seus característicos diálogos, proferindo que casais deveriam dormir juntos, atritando com Namjoon que estava sozinho. Não que ele se incomodasse de fato, afinal sabia o que o ruivo estava fazendo. Já era perceptível a proximidade de Jungkook e Jimin.

Quatro dos presentes focavam-se na história que Hoseok contava com direito a interpretações e tudo. Desde sempre o acastanhado possuía facilidade naquele tipo de coisa, diferente de Jeongguk que era um pouquinho mais acanhado. No entanto, as coisas por ali não tardaram tanto para terminar. Os marshmallow já estava ao fim, e quem ainda saboreava um deles era o próprio espírito da floresta.

O primeiro a partir para sua barraca havia sido Namjoon, cujo começava a sentir-se cansado pelo dia que teve e que ainda queria dar um jeito de conversar com Seokjin. Posteriormente fora os outros quatro, que também ansiaram certo aconchego antes de adormecerem. Quer dizer, se não se aconchegarem também não conseguiriam acordar num horário não-tão-tarde no dia seguinte. Apesar de Jeongguk ter conseguido dar um jeito de conseguir autorização para aquele pequeno acampamento, eles não poderiam exagerar.

O cheiro de eucalipto era forte na área onde estavam, e particularmente Jimin amava aquela fragrância. Os colchonetes eram macios, assim como os cobertores quentinhos. Uma atmosfera levemente tímida pairava a barraca, entretanto os dois faziam o máximo para dissipá-la, almejando um clima que propiciasse conversas banais até o sono aparecer. No fim, o cansaço impregnado nos corpos era imperceptível, e assim que se deitaram não levou mais de dez, quinze, minutos para que caíssem no sono.

Isto é, no caso especificamente de Jeongguk, porque Jimin não havia conseguido pregar os olhos. Algo começou incomodar-lhe no meio de reflexões sobre o seu dia. Havia pensado em tudo o que acontecera, desde o momento de passara protetor solar até as histórias interessantes de Jung Hoseok. Claro, ele revisava várias e várias vezes o momento que finalmente pôde sentir como era beijar alguém e mais todas aquelas sensações fortes pelas quais agora sabia o significado graças a Suga. Pelo o que sabia, basicamente amava Jeon Jeongguk, não?

Era aquela parte que estava causando algo distinto dentro de si, algo que não saberia explicar. Em sua mente as coisas estavam bem, mais um tipo de aprendizado para sua lista, entretanto em seu interior no momento existiam modificações, e ele necessitou sair de dentro da barraca para tomar um ar fresco. Não conseguia entender o que eram os sentimentos que tomavam seu peito, envolvendo-o em determinado poder reflexivo. Quando deu-se por conta, estava sendo guiado até o riacho novamente onde poderia observar a lua refletida nas águas que corriam sem parar. O som acaba lhe acalmando, e via que com aquilo talvez poderia dormir.

Todavia, o seu entendimento surgiu alguns minutos depois que se sentou próximo a beira do riacho. Reconhecia aquele ser, e rapidamente indagou-se o motivo de sua aparição.

— Senhor Park. — uma pequena criatura lhe cumprimentou, e o alaranjado ligeiramente o cumprimentou de volta. — Vejo que está no seu segundo mês de transição, como o senhor está?

Aquela não era nada além de uma espécie de duende, Lymnades, cujos possuíam o papel de proteger as ninfas de qualquer homem. Tinham o dom de ver o coração e os sentimentos, e normalmente se disfarçavam. Por isso chegava a ser raro vê-los caminhando por aí.

— Eu estou bem, na verdade eu estava muito mais, só que agora eu estou estranho. — respondeu baixinho, abraçando seus joelhos sentindo a brisa bater contra eles.

— O que quer dizer com isso? — fez um tom preocupado.

Assim, a antiga raposa respirou fundo, sentindo uma fútil insegurança de desabafar. Ele participava de seu mundo também, por que estava daquele jeito?

— Bom... Eu... Beijei um humano hoje, e acho que estou amando-o. Isso é possível para nós, não é?

O duende ficara em silêncio por um tempo, e a demora por alguma resposta deixou Jimin nervoso, preocupado. O pequeno sentou-se do lado de Jimin vestindo um semblante um tanto pensativo. O dono de madeixas laranjas mordiscou o lábio inferior.

— Bem... Talvez uma ninfa de Napeia possa te responder melhor


Notas Finais


FINALMENTE O TÃO ESPERADO BEIJO: ACONTECEU! O QUE VOCÊS ACHARAM? COMENTEM PARA NÓS! Aqui entrou um pouco mais do mundo do Jimin também, e aos poucos será mais detalhado. Parece que o nosso Yoongi arrumou alguém, vocês perceberam isso? <3
Esperamos que vocês tenham gostado do capítulo e nos deem muito amor, ok? Se tudo der certo, até a próxima semana! Jacqueline começa semana de provas então não se sabe se vai ser possível ficar escrevendo, mas será feito o possível! ♥


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