1. Spirit Fanfics >
  2. Vigilância Constante >
  3. O Lado Trouxa da Vida

História Vigilância Constante - O Lado Trouxa da Vida


Escrita por: MonnyPeace

Notas do Autor


PARA!!
PARA AGORA!
PARA JÁ!
Antes de ler este capítulo volte e leia o anterior novamente. Acrescentei uma cena que é crucial para este capítulo que se segue.
Se você continuar não vai entender!
Aceita meu conselho.

Capítulo 3 - O Lado Trouxa da Vida


PARA! Antes de começar a ler o capítulo leia as notas iniciais! 

Ali desaparatou num beco sem saída, o som oriundo da peregrinação até lá, o famoso crack ecoou, assustando o felino que estava ali deitado tranquilamente alguns segundos antes. A mulher, recém-chegada ao bairro de sua moradia, olhou para os dois lados da calçada duas vezes antes de sair do beco. A rua estava iluminada pelos diversos estabelecimentos comerciais que existiam no bairro, a movimentação era amena, o som da conversação nos pubs era agradável.

Ali desceu a rua tirando as chaves do bolso esquerdo da calça. Ela parou na frente do portão de grades brancas, abriu-o e entrou no prédio que morava, andou pelo pequeno hall de entrada em direção a sua caixa de correspondências, verificou-a a procura de notícias de sua família, mas estava vazia, subiu as escadas de concreto  até o segundo andar. Enquanto achava a chave correta apara abrir a porta do apartamento 21 ficou parada no tapete de boas vindas. Felix miava atrás da peça de madeira.

- Já vai Felix. Um minuto. – Ali abriu todas as travas que mantinham sua casa segura de estranhos, forçou a madeira a girar sobre os gonzos e adentrou seu lugar particular.

O apartamento era simples, pequeno e confortável, não tinha muitos móveis, somente o necessário. A primeira coisa que se via ao entrar pela porta era a bancada da cozinha, mais ao fundo havia um sofá cinza e desgastado com fios a mostra, graças ao seu gato Felix, uma mesa encostada na parede e uma televisão no chão. A janela estava fechada, pois a previsão do tempo tinha dito que choveria naquela noite. Passado a bancada da cozinha era possível ver uma porta que daria à suíte, também pequena. Ali não havia pintado o apartamento quando se mudou, não queria fazer nada de especial. Era um lugar provisório, ela achou que logo se mudaria de volta para a casa dos avós. Na América do Norte.

Ali tirou o sapato enquanto andava para o quarto, colocou-o cuidadosamente ao lado da arara de roupas trouxas. Decidiu tomar um banho para se acalmar, os acontecimentos daquela noite a deixaram extremamente zangada. Ligou o chuveiro e entrou debaixo da água quente. Queria lutar com alguém. Mas não pode. Malditos aurores enxeridos, porque eles não podiam fazer o seu trabalho? Voldemort estava de volta e ninguém movia um dedo para tentar pará-lo, ninguém exceto Dumbledore.

Contudo Albus Dumbledore estava tão velho que era difícil levá-lo a sério, tão pouco era fácil levar o Ministério da Magia a sério. Na opinião de Ali aquela era uma luta entre dois palhaços que tentavam ver quem faria o público rir contando piadas sobre pontinhos. Ela detestava piadas sobre pontinhos.

Shampoo.

Condicionador.

Sabonete.

Ali girou a peça do registro para a direita, parando a água de cair. Pegou a toalha e se enxugou.

A noite estava muito quente para pijamas, por isso foi para a cama sem nenhuma roupa e dormiu.

**

- A seguir a previsão do tempo com... – Ali atirou sua mão no despertador. Eram sete horas da manhã, ela precisava levantar e se arrumar para o trabalho.

Trabalho! Ah, ela se esquecera totalmente. Com o desastre da noite anterior Bones não teria dinheiro o suficiente para manter-se o mês inteiro. Droga! Ela precisava de outra luta. E Bones precisava parar com seus vícios em cigarros de ervas finas e começar a guardar alguns galeões. Sinceramente nunca vira alguém mais desorganizado que o mentor.

Ali se levantou a começou a se arrumar para sair. Felix miou esfregando-se nas pernas da dona, andou até o pote de ração e miou novamente.

-O que? Você já comeu tudo? Eu coloquei ontem a tarde um pote inteiro. Você vai ficar enorme, vai ficar doente e os veterinários não vão poder te dar anestesias. – suas reclamações e protestos pela saúde não valiam nada para o gato que continuava miando em resposta querendo comida. Ali bufou e foi até o armário da cozinha onde mantinha a guloseima felina.

Crack

Uma coruja bateu na janela fechada, a dona da casa correu para abri-la e deixar o animal passar. A coruja pousou no sofá e estendeu a pata, sendo observada por Felix muito atentamente, a carta amarrada à ave era endereçada a Ali M, “fãs” pensou. Ali pegou um pouco da ração de gato  pôs em frente à ave que reclamou em um pio.

- Desculpe, não tenho nada mais aqui, nada saudável para um bicho pelo menos.  

Ali M,

Não se esqueça! Railway, hoje. Nove em ponto.

Dung

A letra do homem era um garrancho, quase ilegível, porém Ali se surpreendia que Dung soubesse, ao menos, escrever.

-Ele quer uma resposta? – Ali perguntou à ave, esta levantou voo e saiu pela janela. – Imagino que isso seja um não.

O resto da manhã se passou agitada, transito e transporte público são aspectos da sociedade, trouxa e bruxa de qualquer país, muito precários. Ali chegou ao café que trabalhava uma hora antes de seu expediente começar, graças a sua mania de sair mais cedo do que deveria.

O Nicolson’s Café* era um lugarzinho tranquilo e aconchegante. A movimentação não era gigante, não tinham filas enormes  de pessoas que chagavam a virar a esquina, mas os funcionários sempre tinham alguém para atender. Os donos do café, Senhor e Sra. Mally, eram dois velhinhos simpáticos e acolhedores que aceitaram uma Ali de dezessete anos, recém-chegada dos Estados Unidos para trabalhar no café. Ali viu o anúncio, fez uma entrevista no mesmo dia e começou a manhã seguinte, isso foi há cinco anos. Naquele pequeno café trouxa na cidade de Londres, Ali achou as pessoas mais decentes, tirando seus avós, que existiam no mundo.

O Sr. Mally era um homem de idade, cheio de histórias para contar, conselhos para dar e os melhores brownies consoladores que Ali já havia experimentado. Sra. Mally era uma mãe sem filhos, compreensiva, mas severa com as consequências.

 Jack, o menino do caixa, tinha a aparência de um anjo, seus cabelos loiros  encaracolados, olhos azuis e o sorriso tímido derretiam o coração de qualquer menina que entrasse pela porta. Jack nunca disse muita coisa para Ali, mas a simpaticidade mútua era visível. O menino tinha seus dezessete anos, ele trabalhava e estudava, e era extremamente impecável nas duas coisas, durante seus intervalos Jack fazia os trabalhos escolares e lia livros que nenhum outro funcionário lia.

No café também tinham Bob, o cozinheiro palhaço e Faith, a mais nova dali, tem apenas dezesseis anos e a paquera de Jack.

- Qual é a sua menina? Acorda com as galinhas? Você sempre chega cedo demais. – ralhou Bob.

-Ela não chega cedo demais Bob, você que sempre se atrasa. – disse a Sra. Mally. – Tudo bem, querida? Parece cansada. Seus avós estão bem?

Ali negou.

- Vovô ainda não mandou notícias. Acredito que logo mais terei de viajar novamente.

Os avós de Ali moravam nos Estados Unidos, se mudaram para lá depois que sua mãe, Jane, morreu e, a pedido de seu pai, a levaram junto. Lá eles lhe ensinaram tudo o que ela sabia, mágico ou não. Os dois preferiram o ensino em casa, pois ambos foram professores de sua mãe e ela tinha se saído muito bem, tinha se tornado uma auror. Uma profissão de grande prestígio. Ali não ficava muito atrás, era uma grande bruxa. Mas, infelizmente, não grande o suficiente para impedir células cancerígenas.

Sua avó fora diagnosticada com câncer nos rins quando Ali tinha quinze anos, foi realizada uma cirurgia e aparentemente tudo ficou bem, até ano passado quando um exame de rotina foi realizado e descobriram células cancerígenas no pulmão de sua avó. Metástase. Ali odiou a palavra assim que a ouviu pelo telefone. Queria voltar, mas sua avó lhe proibiu, disse que deveria viver sua vida, porque ela já tinha vivido a dela, muito bem obrigada. Contudo, Ali a fez prometer que se sua situação piorasse a avó a avisaria e ela voltaria para casa.

Lembrando-se da situação da avó, a única coisa que Ali queria era se ocupar, atender pessoas desconhecidas e conservar seus problemas no limbo.  

À tarde de quinta-feira passou devagar. Clientes iam e vinham, sorriam e puxavam conversa ou pediam apressadamente, querendo sair dali para seus compromissos o mais rápido possível. Ali passou cada minuto do dia pensando na carte de Dung, era melhor pensar naquilo do que na saúde da avó. Incomum era a única palavra que vinha a mente.  Dung não era um cara sério, era um mercenário, brincalhão e medroso. O tom que usou para proferir as palavras na noite anterior deixava Ali no mínimo intrigada.  

Seu expediente foi chegando ao fim. Clientes iam saindo deixando mesas e mais mesas para limpar ocupando Faith e Ali. Bob e Jack discutiam alguma coisa atrás do balcão, enquanto o Sr. Mally tinha um expressão divertida no rosto.

- Ô Faith! – gritou Bob, olhando para o menino loiro que se transformou em um pimentão inglês ambulante. – O Jack quer saber se você aceitaria sair com ele. Tipo, num encontro.

Sr. Mally gargalhou, Ali se virou para olhar no rosto da menina mais nova. Seu estado era muito parecido com o de Jack. O que intensificou o sorrisinho matreiro que se formou no rosto de Ali.

-Bob! – gritou a Sra. Mally. – Isso não é assunto seu! Pare de rir neste instante Richard, está deixando os meninos envergonhados.

-Ótimo querida. É essa a intenção.     - Sr. Mally não se surpreendeu quando sua esposa deu-lhe com o pano na coxa.

 - Oh, não! Você não vai se divertir as custas dos nossos funcionários. Vocês dois. – ela apontou para Jack e Faith. – Já pra fora. Onde podem ter privacidade. E você Ali, vá já embora. Está tarde e você mora longe.

-Não vou pra casa hoje Sra. Mally. – disse Ali terminando de limpar a última mesa.

-Olha só a Ali tem um encontro também. – provocou Bob. Ali enrugou o nariz.

-Claro. – Faith se pronunciou pela primeira vez. – Todo mundo tem um encontro menos você Bob, que vai morrer sozinho.

Os olhos de Jack se arregalaram.

-Todo mundo?- Sra. Mally pegou a mão do menino e ao passar por Faith fez o mesmo com ela, levo-os até a porta e os colocou para fora.

-Só voltem quando terminarem de se resolver. – ela mandou. – Preciso fazer o mesmo com você Ali?

Ela negou correndo para sua bolsa e se despedindo de todos ao sair, Jack e Faith estavam próximos ao ponto de ônibus que Ali usava para ir pra casa, muito próximos. Ali sorriu, andou até achar uma rua mais deserta onde pudesse aparatar para perto do Railway.

**

O Railway era  um pub trouxa, mas a maioria de sua clientela era bruxa, não bruxos respeitáveis como Cornelius Fudge, não para isso o ministro, e o resto de sua trupe, tinham lugares como o Caldeirão Furado e o Três Vassouras. Os bruxos que frequentavam o Railway eram mais da espécie de Dung e, por mais que ela gostaria de discordar, de Ali.

A mulher procurou o homem pequeno e desagradável pelo pub, mas não o encontrou em lugar nenhum, andou até o bar e pediu uma cerveja. Esperou seu pedido pacientemente. Dung disse nove em ponto, eram oito e cinquenta e sete da noite. Esperaria por três minutos, se ele se atrasasse somente um segundo sequer iria embora.

Sua cerveja chegou e foi embora. 20:59. Ali ficou encarando o ponteiro dos segundos no relógio da parede. 21:00. Ela olhou em volta, não viu Dung em lugar nenhum. Deu de ombros e se levantou.

- Ali! – chamou a voz rouca de Mundungus. – Venha. Aqui em cima. Anda!

A mulher franziu o cenho, o que é que esse idiota estaria tramando? Subiu as escadas seguindo Mundungus, ele a guiou até uma sala no terceiro andar do edifício. Segurou a porta para ela  passar, o que foi extremamente ridículo na opinião de Ali e então ela estacou. Seus pés pareciam rochas de milhões de toneladas que não se moveriam, em nenhum cenário que se possa imaginar.

- Olá Srta. Alison. – disse Dumbledore

- O que caralho está acontecendo nessa merda? – gritou Ali. 


Notas Finais


*Segundo minhas fontes, este é o nome do café que a J. K. Rowling escreveu uma parte de Harry Potter e a Pedra Filosofal.
O que estão achando?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...