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História Vingança e Desejo - Capítulo 2:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 2 - Capítulo 2:


—Você, minha cara, é minha prisioneira.

Marin recebeu tal notícia com indignação.

–É melhor me matar. -respondeu. -Pois se tentar me violentar, morderei a minha língua e não lhe darei tal prazer!

Sua declaração foi recebida em silêncio. Todos olhavam para ela sem alterar suas fisionomias. Ninguém pareceu impressionado por suas palavras. Todos menos Aiolia, cujo semblante ficou sombrio e a olhou com raiva, ofendido.

—Acredite. Não estou interessado em tomar à força o que as mulheres me cedem com prazer. -ele a pega pelo pulso e joga para Aldebaran. -Amarre-a. Acabou a brincadeira, vamos para casa.

Todos se alegraram com a ordem. Estavam longe de casa há dias e sentiam saudades de lá.

—E a outra? -perguntou Aldebaran apontando para Shina, de braços cruzados, segurando a vontade de matar alguém.

—Ela não nos serve para nada. -disse Aiolia.

—Posso ficar com ela? -perguntou Shura.

Shina o fuzila com o olhar e diz furiosa:

—Quem ou o que vocês julgam que eu sou? Um objeto ou animal?

—Tem certeza? -Aiolia olha para a Shina, podia jurar que se ela pudesse, cortaria a garganta do amigo. -Parece que ela vai lhe causar muitos problemas.

—Sabe que eu gosto de domar uma gata selvagem vez ou outra. -respondeu passando o braço sobre os ombros de Shina, que o afasta com uma cotovelada dolorida e desferindo em seguida um soco do qual ele desvia por pouco. –OW!

—Shina. –Marin a chama e a amazona para. –Agora não.

Shina cerrou os punhos, obedecendo a ordem, mas mantendo o olhar assassino sobre Shura.

—Será responsabilidade sua! -declarou Aiolia, certo que o amigo se meteria em confusão por causa da arisca amazona. -Amarrem-na também.

—Retirem a armadura dela também. -ordenou Shura.

Quando um soldado ia cumprir a ordem, recebeu um golpe da amazona, que o jogou longe.

—Ninguém toca em minha armadura. -e ela mesma retirou a indumentária, ficando com as roupas de baixo. Uma calça e a túnica.

Marin e Shina tiveram os pulsos amarrados por cordas e foram colocadas em cima das selas de dois cavalos, dois magníficos corcéis, um negro e outro de pelos castanhos. A armadura da amazona foi levada por outro rebelde.

Marin olhou para Aiolia, cada nervo de seu corpo desejando acabar com ele. Sem nenhum aviso, Aiolia monta no corcel negro, o mesmo cavalo que ela. Seu braço apertando-a ao encontro do seu corpo, segurando-a bem firme pela cintura, enquanto com a mão livre conduzia as rédeas do animal. Ele incitou o cavalo, que se lançou diante.

Shura ia fazer a mesma coisa com Shina, mas recebeu um chute dela em seu rosto, fazendo-o recuar. Ela sorri triunfante, e ele a olha furioso, principalmente pelas risadas que essa situação provocou nos demais.

Shura sorri, e com um puxão a retira da sela, montando em seguida. Depois, com a ajuda de um soldado, Shina é erguida e jogada na sela como se fosse um saco de farinha, bem na frente dele. Ela gritava e esperneava.

—Cão Bastardo! -ela gritou. -Vou arrancar seu coração e fazê-lo em picadinhos!

—Muito bem. Agora vamos. -disse passando a mão pela coxa dela e esporeando o cavalo.

 

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No Palácio real de Pallas.

Lorde Camus olhava a paisagem da janela de um grande Salão. De onde estava tinha uma visão privilegiada de sua esposa e de seu filho pequeno, que caminhavam pelo jardim de rosas. Eles perceberam que eram observados e acenaram com sorrisos para Camus.

—O jovem Alexandre cresceu muito! Realmente se parece com você! -comentou Milo chegando. -Milady Aurora continua linda também!

—Obrigado. -disse Camus sem alterar o semblante. -O que quer, Milo?

—Notei que não ficou muito feliz com a notícia de nosso rei sobre o seu futuro matrimônio. -Milo o observa de soslaio.

—Apenas acho que nosso soberano se preocupa demais com coisas mundanas, enquanto deixa seus barões fazerem o que bem entendem com o povo.

—Ele tem estado muito ocupado em outros assuntos, amigo.

—Sim. Como caçar rebeldes e promover a guerra com reinos vizinhos. -ele olha zangado para o amigo. -Não se preocupa com o futuro de nosso reino?

—Claro que sim. Mas, você me conhece desde que éramos da idade de Alexandre. Prefiro aproveitar a vida a arriscá-la desafiando os desejos do rei.

—Pois eu prefiro pensar em um futuro promissor para meu filho. -Camus volta a olhar a família e diz friamente. -Ares não é um rei apto. Sabemos que o povo sofre e muito com o comportamento tirânico dele. As rebeliões são reflexos desse governo corrupto e o povo acolhe os assassinos de seu antigo soberano como heróis, tamanho é o desagrado deles. E ainda é difícil acreditar nessa história que o Capitão Shura e o príncipe tenham planejado a morte de Lorde Aiolos. Mas não creio que se importe com isso. Volte para as suas noites regadas a vinho, jogatinas e amantes, Milo.

—Está bem. -Milo fica sério. -Mas cuidado com o que diz, amigo. Suas palavras podem condená-lo e também àqueles que ama. Pode não acreditar no que digo, mas somos como irmãos, e amo sua família como se fosse minha. Odiaria se algo acontecesse a eles por causa de suas desconfianças.

Camus nada diz quando vê o amigo saindo. Olhou para a esposa amada e o filho querido. Faria o que fosse preciso para protegê-los.

 

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Marin se sentia incomodada. Estava presa pelo braço forte de Aiolia, que a mantinha colada a seu peito. Seus corpos se roçavam a cada galope do cavalo. Ela tentava em vão se soltar, mas ele a segurava com mais força a cada tentativa.

Aiolia deu um sorriso discreto ao vê-la debater-se. Não queria admitir, mas estava achando muito prazeroso manter o corpo macio da amazona cativa perto de si. Ela possuía um doce aroma de flores, que parecia impregnado por todo o corpo e seus cabelos.

Os cabelos, vermelhos como um pôr-do-sol, macios e perfumados. O perfume o inebriava. Suspirou, aspirando o aroma deles. Olhou os lindos traços, agora zangados, de Marin.

Tentou não demonstrar que revê-la foi um choque! Lógico que o tempo passou, mas ainda assim se lembrava de Marin como uma menininha ruiva, audaciosa, bonita e brigona, que não levava desaforo pra casa. Agora era uma mulher linda, e muito corajosa!

Seu olhar percorreu o rosto, os olhos e pararam na boca. A posição lateral sobre a sela, as mãos amarradas, a forçavam a apoiar-se no braço e no peito de Aiolia. Marin fez um movimento brusco para se livrar da mão dele, o que assustou o cavalo, que parou e empinou.

Mas Aiolia o dominou facilmente. Depois de acalmar o cavalo, ele a pressionou mais ainda contra seu corpo. Marin o olhou com raiva, mas depois ficou tensa ao reparar onde os olhos azuis dele se fixaram.

A posição em que se encontrava, contra o peito dele, as mãos presas, amarradas na frente do corpo, fizeram com que sua roupa fina ficasse repuxada na frente, expondo as curvas dos seios.

—Tira os olhos de mim! -disse furiosa, dando-lhe uma cotovelada no estômago.

O cavalo corcoveava para o lado, inquieto por causa dos movimentos sobre si, balançando a cabeça, bufando nervoso.

Marin percebeu a agitação do animal e começou a golpear com os pés o pescoço deste. Assustado pela agressão, o animal empinou. Marin agarrou-se à sela e conseguiu empurrar Aiolia, derrubando-o.

Com outro movimento ágil, se endireitou e dominou o cavalo e o incitou a correr em disparada. Shina sorriu, esperando que a princesa conseguisse fugir, mas o sorriso morreu ao notar que Shura não estava preocupado, até se divertia com o infortúnio do amigo.

Aiolia levantou-se, apesar da dor e da humilhação sofridas, sacudiu a poeira nas roupas, colocou as mãos na cintura. Todos os homens gargalhavam, todos menos Mu, que permanecia sério.

Aiolia assoviou alto. No mesmo instante o cavalo para de correr, quase derrubando Marin da sela. Outro assovio e o cavalo dá meia volta e corre em direção ao dono, apesar das tentativas de Marin de fazê-lo retomar a fuga.

—Zéphro! -ele chama o corcel e afaga seu pescoço. -Não estou bravo com você, amigo.

Ele voltou a montar o animal, e antes de recomeçar a cavalgada, forçou Marin a encará-lo, segurando seu queixo.

—Se tentar fugir de novo roubando meu cavalo. Quebro suas lindas pernas! -ameaçou.

—Você não ousaria! -ela sustentou o olhar intimidador dele.

—Experimente fazer essa estupidez de novo!

E retomaram a cavalgada.

—Não pode me manter assim! -protestou Shina. -Estou ficando sem ar.

—Se prometer ficar boazinha.

—Prometo... não tentar matá-lo. -ela disse solenemente. –De novo.

—Está bem.

Shura a fez descer, e Shina caiu sentada no chão. Depois se levantou, tentando recuperar a dignidade. Shura estendeu a mão para ela, que contrariada aceitou subir no cavalo, sentada atrás dele.

—Com as mãos assim, não tenho aonde me segurar. -ela protestou.

—Não é uma amazona? Exímias nas montarias? Pense em algo para se manter aí. -ele voltou a rir, Shina teve vontade de socá-lo novamente.

A imagem dele tendo sua garganta apertada pelas cordas que a mantinham presa veio à sua mente e ela sorriu.

—Ah, que lindo sorriso. -ele comentou. -Espero que esteja pensando em coisas boas.

—De fato. -ela continuava sorrindo. -Pensava em sua morte lenta e agonizante.

—Nossa! Que palavras carinhosas! -respondeu irônico.

Muitas horas se passaram, os homens não paravam nem para comerem. O sol se punha no horizonte, quando Aiolia deu a ordem para pararem e montarem acampamento.

—Então? Aproveitou a viagem?

—Adorável. -respondeu sarcástica, ignorando a ajuda dele para desmontar. -Preciso ver Shina.

—Não. -disse desmontando.

—Não? -ela o encarou com as mãos na cintura. -Não pode fazer isso!

—Você é a minha prisioneira. Se não reparou ainda, posso sim. -ele a pegou pelo braço. -Vamos.

Enquanto andavam, Marin reparou no que acontecia à sua volta. Fogueiras foram feitas, o aroma de carne sendo preparada preencheu o ar, fazendo-a se lembrar de que não comera nada o dia inteiro.

Ele a conduziu até algumas árvores, onde com uma corda, amarrou sua perna e a outra ponta na árvore.

—Para onde julga que eu fugiria?

—De você, espero qualquer coisa. -respondeu dando um nó. -Trarei comida e água.

—E se eu precisar de ...hã... privacidade?

—Para quê? -ele perguntou e depois reparou que ela ficou corada, e percebendo o que ela queria. -Ah, entendo. A gente dá um jeito se você precisar de privacidade.

—Agora! -ela disse.

—Agora?

—Preciso... agora!

Ele suspirou, soltando a perna dela e pegando-a pela mão.

—Vamos. Há um rio aqui perto.

Seguiram por uma trilha que os conduziu até o rio. Desesperada pela sede, Marin se inclinou e bebeu a água doce avidamente. Depois de matar a sede, preparou-se para entrar na água e reparou que ele ainda permanecia parado, encostado em uma árvore, observando-a.

—Senhor! -ela o repreendeu. -Não espere que eu faça isso na sua frente!

—Desculpe. -ele ficou corado e se afastou. -Dois minutos!

Era o tempo que ela queria. Logo depois, retirou as roupas, ficando só de combinação e se jogou nas águas. O rio era fundo e de águas rápidas e acompanhando a corrente, começou a nadar. Nadou para o mais longe que conseguiu, lamentando o fato de Shina ter ficado para trás, mas se encontrasse uma patrulha do rei, os avisaria.

A correnteza foi aumentando. Cansada, segurou-se em uma rocha no meio do rio e recuperava o fôlego. Então, sentiu que alguém a pegava com força pelo pulso. O susto foi tamanho que Marin afundou, engolindo um pouco de água.

Tossindo, não conseguindo enxergar direito por causa da água, sentiu que braços fortes a seguravam.

—Para onde ia, princesa?

Aiolia!

Viu-lhe o peito nu, cada feixe de músculos, a pele bronzeada, algumas cicatrizes que com certeza adquirira em combates, a expressão dura, o queixo cerrado.

—A correnteza me arrastou. -foi a desculpa que encontrou.

—Não parecia.

Ele a puxou contra seu peito, fazendo-a sentir através da combinação, a forma musculosa de seu corpo, o calor dele.

—Vamos voltar, princesa.

Braços a rodearam pela cintura, viu-se arrastada pelas águas e jogada na grama. Aiolia debruçou-se sobre ela, Marin corou ao perceber que ambos estavam seminus. A combinação molhada revelava boa parte de seu corpo. Seu olhar percorreu o rosto másculo de Aiolia, a barba por fazer lhe dava um ar sedutor. O olhar foi até o peito, que subia e descia com a respiração tensa e ofegante. E percebeu que ele a olhava diferente.

—O que vai fazer comigo?

—Não gosto que me desafiem. -ele respondeu, abaixando a cabeça devagar. -Tentou fugir de novo...

—Na-não tentei roubar seu cavalo... -balbuciou. -Vai quebrar minhas pernas?

—Há outros meios de se castigar uma mulher.

Uma fração de segundo depois, a boca dele se apossava da dela com força esmagadora. O beijo era uma combinação de castigo e dominação, mas foi se suavizando. Marin tentou empurrá-lo, mas não tinha forças. Ao invés de lutar, deixou-se levar pela boca que se movia sensualmente sobre a sua.

As mãos dele moviam-se sobre a cintura e sobre a perna de Marin, cada toque despertando dentro dela um fogo intenso que parecendo dominá-la por inteira.

Ele parou o beijo de maneira brusca, parecia transtornado. Afastou-se rapidamente e a puxou para levantá-la.

—Vamos voltar ao acampamento. -declarou arrastando a jovem.

Marin não disse nada, ainda estava trêmula, atônita pelo o que aconteceu. Tocou os lábios. Foi o seu primeiro beijo.

 

Continua...



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