Capítulo 21 - Capítulo 2.1
Dinah bateu na mão dela e recuou para longe de seu alcance. A facilidade com que Normani conseguira mantê-la cativa a assustava. Ela parecia não ter nenhum controle quando estava perto dela.
Tremulamente, falou:
— Saia do meu quarto.
Normani simplesmente sorriu e estendeu as mãos num gesto de paz. Contudo, recuou, o que a fez respirar mais calmamente até ele dizer:
— A culpa disso é toda sua, Dinah. É por sua causa que estamos nesta ilha, juntas, sozinhas nesta casa.
Dinah cruzou os braços.
— Esta mansão é grande o suficiente para nós duaa. Não se preocupe, vou ficar bem longe do seu caminho.
O sorriso de Normani aumentou e, momentaneamente, cegou Dinah.
— Vou fazer o café da manhã. Gostaria de se juntar a mim?
Dinah murmurou algo infantil sobre preferir comer minhocas e só relaxou depois que Normani finalmente saiu do quarto e ela correu para fechar a porta.
Com todo o seu coração, ela desejou poder girar a chave da fechadura, mas não podia. Assim como com o sangue, Dinah tinha aversão a ficar trancada em qualquer recinto, graças a seu pai.
Contendo o súbito surto de emoção, ela foi para o banheiro, tirando a roupa com raiva antes de entrar no chuveiro.
Normani estava brincando com ela porque ela fora idiota o suficiente para a deixar perceber que ela a afetava. Aquela era a única arma dela. Sendo assim, era claro que ela a aproveitaria.
Ela não a deixaria enganá-la. Normani se sentia tão atraída por ela quanto por um bloco de madeira. Dinah vira as mulheres dela na internet; todas de seios fartos, glamorosas e confiantes. Cheias daquela beleza feminina inata que ela jamais emularia.
Ela virou o rosto para o jato de água, evitando pensar no que isso a fazia sentir.
Dinah conseguiu evitar Normani durante o resto daquele dia.
Ela descera para a cozinha e beliscara as sobras da comida de Normani, que tinham sido convenientemente deixadas num prato coberto sobre a bancada.
Durante todo o dia, a magnitude do que acontecera naquela manhã crescera na mente dela. Sendo assim, a noite fora mais uma insone.
Na manhã seguinte, ela estava esgotada. Disse a si mesma que estava sendo ridícula. Que Normani só estava brincando com sua mente, tentando enervá-la, e que ela estava permitindo. Tudo o que ela precisava fazer era vestir a fria casca que lhe servira tão bem durante anos.
Vestindo-se cautelosamente com jeans e uma camisa totalmente abotoada, Dinah desceu para a cozinha, preparando-se para ver Normani. E, quando isso aconteceu, todas as suas recentes boas intenções se derreteram. Ela estava na cozinha, de costas para ela. A extensão das costas era uma vista de perfeição, atraindo o impotente olhar dela até aqueles quadris estreitos. E algo estava com um cheiro delicioso.