Capítulo 5 - Capítulo 0.5
Ouviu um movimento atrás de si e uma voz muito irritada.
-Talvez você tenha tempo para fazer perguntas que não são da sua conta, mas eu não tenho.
Ela se virou para ver Normani Kordei de braço estendido, indicando que ela deveria ir embora. Naquele momento, para o absoluto horror e vergonha dela, tudo o que Dinah conseguia ver era o vestido esticado sobre os imenso seios dela, os músculos rígidos do abdome claramente delineados pelo fino material.
Ficou chocada ao se flagrar tão fisicamente atraída por uma mulher que, segundo o que ela descobrira recentemente, era conhecida como uma das amantes mais lendárias do mundo. Do ponto de vista dela, os boatos era perfeitamente plausíveis.
Dinah se concentrou. Não tinha nenhuma vontade de ir embora; não quando Normani era a única coisa que a impedia de ver JP O`Brien punido pelos crimes dele.
Ela inpirou fundo.
-Seja lá quanto você estiver planejando investir em O`Brien para o salva, estou disposta a cobrir.
Normani baixou o braço.
Com um tom falsamente inexpressivo na voz, que não enganou Dinah nem por um segundo, ela perguntou:
-Por que a DJ Holdings a empresa de TI mais bem-sucedida da Europa, estaria interessada numa contrutora?
-Meu interesse na O`Brien Contruções não está aberto à disscusão. Ou você me deixa cobrir sua oferta ou não deixa.
-No entanto, o meu interesse está aberto à discussão quando você quer descobri-lo?
Dinah corou quando aquela gritante incongruência foi ressaltada. Ela ficou arrepiada. Normani Kordei cruzara os braços sobre aqueles formidáveis seios e se sentara na beira da mesa, o que fizera o vestido ficar justo em uma das coxas.
Normani olhou para a mulher que estava tão tensa do outro lado do escritório. Ela detestava admitir isso, mas ela a intrigava de muitas formas depois do choque inicial ao vê-la novamente.
Fisicamente, ela não fazia seu tipo. Contudo, ela não podia negar que, assim como no ano anterior, algo nela o compelia a continuar olhando. Normani preferia beldades voluptuosas, que eram confiantes e experientes. Dinah Jane era atleticamente esbelta e com seios fartos . Seu cabelo loiro tinha um corte curto, mas não muito curto.
Então, por que Normani sentia a irritante necessidade de negar o frisson de algo ardente em seu corpo? Ela era uma mulher de sangue quente, sexual, e a aparência austera e nada atraente de Dinah não devia estar disparando um fulgor de sensações nos sentidos dela.
Dinah desejava que Normani parasse de olhá-la como se ela fosse um espécime num laboratório. Normani abriu a boca para falar, e os olhos dela foram atraídos automaticamente para o sensual lábio inferior. Ela se perguntou quando fora que ela considerara a boca de uma mulher sensual antes.
— Srta. Hansen, a menos que esteja disposta a me explicar por que não quer que eu invista em O’Brien, esta reunião está encerrada. Não gosto de brincadeiras.
— Ele está praticamente falido. A empresa está em frangalhos, não deve ter nada a oferecer a você.
A boca de Normani se afinou.
— Ainda que eu já tenha dito isso, quem deve me contar o porquê do interesse nele é você.
Quando Dinah ficou obstinadamente em silêncio, Normani falou com uma gélida relutância:
— O’Brien ainda tem participações em construções no Leste Europeu que estou interessado em adquirir antes que seja tarde demais. Se isso significa salvar O’Brien, que seja. Você precisa admitir que meu interesse nele é muito mais legítimo que o seu.
O cérebro de Dinah doía; o que Normani dissera fazia perfeito sentido. No começo, ela pensara que Normani Kordei só pudesse ser cúmplice de O’Brien, mas ela o pesquisara e descobrira que sua reputação era impecável. E ela não tinha nenhuma conexão anterior com O’Brien. Literalmente, surgira do nada como um salvador de última hora.
— Por que você não foi diretamente a O’Brien com uma oferta melhor?
Dinah empalideceu, não querendo se lembrar de seu primeiro encontro com O’Brien na semana anterior. Ela se perguntou o que Normani faria se ela revelasse toda a horrenda verdade de seu relacionamento com O’Brien.
— Tenho meus motivos. — Era uma resposta patética. Porém, ela não poderia explicar que, já tendo confrontado O’Brien uma vez, não poderia procurá-lo novamente. Queimara cartucho naquela reunião, mas apenas por pensar que ninguém mais o salvaria.
Ela não podia responder às perguntas de Normani de forma fria, calma e lógica porque aquilo não tinha nada a ver com negócios; tinha a ver com mágoa e dor, com tristeza e sofrimento. E, acima de tudo, com vingança. Ela convivera com aquilo durante tanto tempo.
Normani se levantou.
— Sejam quais forem suas razões misteriosas, a pergunta é: quem quer investir mais nele?
Dinah conseguia sentir a impavidez de Normani. Ela podia ser consideravelmente poderosa, tendo construído uma empresa de software multimilionária. Entretanto, não seria capaz de competir com aquela mulher.
— Olhe — disse Dinah com uma casualidade medida que ocultava o martelar de seu coração -, estou disposta a dobrar a quantia que você ofereceu a O’Brien se você desistir dos planos de investir nele.
Normani olhou para Dinah Hansen. Não gostava das perguntas que ela criava na mente dela. Obviamente, ela queria O’Brien a qualquer custo. Mas Normani também queria. Trabalhara duro demais para deixar aquela oportunidade passar.
E mulheres como Dinah Hansen não obtinham o sucesso nos negócios sendo bondosas ou gentis. Eram implacáveis e obstinadas; não se importavam com as pessoas que precisassem pisar para avançar. Normani tivera uma grande lição logo cedo, nas mãos de uma mulher determinada a ter sucesso a qualquer custo, e não tinha a menor intenção de permitir que Dinah Hansen a desviasse de um caminho que ela começara a percorrer quase 15 anos antes.
Resolutamente, Normani avançou.
Os olhos de Dinah ficaram arregalados quando ela viu Normani se mover. Sentia-se ameaçada pelo tamanho e pela presença daquela mulher. Ele mais parecia uma atleta que uma titã empresarial. Aquele 1,79m assomava sobre ela, e Dinah desejou ser mais alta e mais fantástica.
— Você poderia quadruplicar essa quantia, srta. Hansen, e eu continuaria negando. Desculpe, mas está perdendo tempo.