Stiles teve a árdua tarefa de limpar todo o seu quarto antes do jantar, pois a maioria dos móveis estavam cobertos por uma fina camada de poeira. Ele devia ter aproveitado para fazer isso enquanto o Daehler estava ali, mais um trabalho braçal não iria matar o outro rapaz.
Após o seu banho, o castanho foi direto para a sala. Não pense que ele ficou parado assistindo algo qualquer na televisão, enquanto esperava sua mãe preparar o jantar, não!
Stiles andava de um lado para o outro, na divisa entre a sala e a cozinha. Parecia querer cavar um profundo buraco, que o levaria direto para o outro lado do mundo.
Uma veia saltava na lateral da cabeça de Cláudia, o passos do mais novo ecoavam pelos dois cômodos, criando um barulho irritante. A mulher temia que seu filho perfurasse o assoalho.
— Stiles, da pra parar?
A mulher surgiu na porta. Apontando com a faca para o piso, do piso para o filho.
O Stilinski não conseguia controlar sua ansiedade, tampouco sua hiperatividade. Só em pensar na possibilidade de enfim descobrir quem vinha deixando as flores o deixava elétrico.
— mas eu... É... — Stiles não soube ao certo o que iria falar, então desistiu.
— arrg. — o rapaz bufou e caminhando em direção ao sofá, sendo alvo do olhar desconfiado de suas mãe.
Ficou passando de canal em canal, nada o agradava naquele momento. Estava distraído, nem ao menos notou quando seu pai chegara. Só percebeu a presença, quando o mesmo depositou um copo com suco na mesinha de centro, e lhe tomou o controle das mãos, mudando de canal. Que estranhamente estava em Gravity Falls.
— beirando os dezenove anos e ainda assiste esses desenhos... — o homem sorriu de canto, encarando o filho de soslaio.
Stiles sorriu também. Fitando-o pelo canto dos olhos.
— disse o cara que passa o tempo vago assistindo “Cdz”.
Murmurou o rapaz. Alto o suficiente para que sua mãe escutasse, sabia que ela não gostava quando seu pai o fazia. Desde que ela o pegou assistindo, quando deveria estar fazendo um programa familiar no qual ele havia prometido ir, mas de última hora deu uma desculpa de que tinha trabalho. E isso já fazem quase cinco anos...
— isso foi golpe baixo. — comentou encarando o filho, que sorria para si.
Claudia apareceu no hall da entrada para a cozinha, com seus braços cruzados mantinha seu olhar fixo sobre o marido. John bufou e, a contragosto, mudou de canal colocando em um jogo qualquer.
Os dois assistiam o tedioso jogo, sem muita empolgação. Stiles deitou sua cabeça sobre o colo do pai. Estava absorto em seus pensamentos. O que ele faria caso descobrisse quem estaria deixando as flores?
Está era uma questão importantíssima!
Stiles inclinou seu corpo pegando o copo de suco, levou o objeto até a boca e bebeu de seu líquido, antes de seu Pai o tomasse de si.
— esse é o meu re...
— o jantar está servido. — avisou Cláudia.
Os dois a seguiram e se sentaram a mesa.
O castanho comia em silêncio, com uma certa pressa. Sabia que não adiantaria ficar ansioso, tudo daria certo... Mais uma vez a questão de o que ele faria caso ele descobrisse quem seria o ser, que ele mal conhecia, não saia de sua cabeça.
— céus, Stiles... Coma devagar. — ralhou a mulher, cortando um pedaço de bife e o levando até a boca.
O castanho encarou a mãe com as bochechas infladas por causa da comida.
— terminei. — murmurou com a boca cheia, fazendo Cláudia revirar os olhos. John apenas ria do filho, enquanto se retirava
Stiles, após lavar a sua louça, retornou para a sala. Foi só deitar no sofá que o Stilinski sentiu seu corpo mole e seus olhos pesados.
— que merda é essa? — murmurou tentando se levantar, mas logo desistiu. E deixou seu corpo cair novamente no estofado. — fui drogado! — concluiu tentando lembrar o que o levaria a se sentir fadigado. Lembrou-se do suco, o maldito suco.
— o remédio pra dormir... — murmurou baixinho, estapeando debilmente a própria testa.
Por incrível que pareça o Stilinski não estava chateado com a “bola fora” que dera. Sabia que não adiantaria ficar acordado esperando. Pois uma vez tentara, ficou até tarde acordado e nada. Quando acordou pela manhã a flor estava em sua janela.
Fechou seus olhos permitindo-se dormir.
•×•
Matt encarava seu celular com uma nítida incerteza. Ainda estava em dúvida se mandava a mensagem para o Whittemore ou não.
— Matt vêm jantar. — a voz de seu pai o despertou de seus devaneios.
— já estou indo. — gritou para que o mais velho o escutasse. O castanho crispou os lábios, o que ele mandaria? A foda-se. El mandou um típico “oi” e jogou o aparelho na cama.
E desceu para jantar. Quando retornou o Daehler sorriu por ter obtido uma resposta.
•×•
Pela manhã, Stiles sobressaltou-se. Olhou de um lado para o outro atordoado. Demorou alguns minutos para que ele percebesse que não estava no seu quarto, deitado na sua preciosa cama e que já havia amanhecido.
O cheiro de café invadiu sua narina, o castanho se levantou. Um pequeno ruído escapou dos seus lábios, sentia o seu corpo dolorido por conta da posição em que dormira.
O castanho rumou para a cozinha, sentando-se a mesa. Encarou por alguns instantes os dois adultos que ali estavam sentados.
— você não está atrasado? — perguntou John, enquanto bebericava seu café.
— eu... Estou? — Stiles ainda se sentia um pouco grogue. — céus... Que droga é essa que o senhor toma pra dormir? Sedativo pra cavalo!? — perguntou encarando a xícara com café, que sua mãe havia acabado de colocar.
— eu avisei sobre o suco. Tome o café, vai passar. — o mais velho deu de ombros, voltando a conversar com a mulher.
Stiles pegou uma torrada e a enfiou na boca sem cerimônias. Enquanto seus pais conversavam, as vozes dos adultos pareciam distantes mas ele entendeu algumas coisas nas quais seus pais falaram. Como: “lado de fora”, “barulho ”, “grito de menina.”
— espera... Do que vocês estão falando? — Stiles os fitou, parecia mais desperto agora.
— ah, querido. Você não ouviu? — Cláudia perguntou, sentando-se a mesa e se servindo de uma xícara com café.
“Não, desculpa, estava praticamente num coma induzido...” pensou o castanho. Que se limitou a balançar a cabeça negando.
— um barulho... — disse John, que acabara de engolir uma panqueca. — seguido de um grito?! Parecia um gato gigante... — o mais velho deu de ombros.
— é... — Cláudia olhou feio para o modo que o marido comia. — achamos que era você, pois tivemos a impressão de que tinha vindo do seu quarto. Quando chegamos lá, você não estava, então fomos até a sala e te vimos dormindo. — contou a mulher, John levantou a xicara em direção ao filho.
Stiles parou por alguns segundos. Algo estalou em sua mente.
O plano!
Ele havia esquecido completamente.
Burro, lerdo. Era como o castanho se chamava neste momento
— merda, merda, merda... — murmurou correndo em direção ao seu quarto, ignorando os chamados dos seus pais.
O castanho chegou em seu cômodo, indo direto para a janela, a destrancando e a abrindo.
Não havia nada.
Não estava lá. Não havia flor alguma.
— mas que merda.!? — o castanho praguejou, apertando a haste da janela.
O celular... Lembrou-se.
Procurou pelo aparelho por todo o quarto, não o encontrando. Quando o rapaz iria passar pela porta, parou de súbito tateando o próprio bolso.
O castanho sorriu retirando o celular do bolso, vasculhou a galeria atrás do vídeo, e o encontrou. Seu sorriso alargou-se.
Mas após três minutos de vídeo seus sorriso desapareceu, ao surgir os dizeres na tela do celular: vídeo não encontrado, memória insuficiente.
Stiles grunhiu incrédulo, apertando o maldito aparelho em suas mãos.
— algum problema, Stiles? — John apareceu na porta.
— não, não. Estou ótimo. — o castanho sorria de forma nervosa, enquanto negava cama a cabeça.
Ele custava a acreditar que aquilo estava acontecendo.
— Stiles... — o Stilinski mais velho suspirou incerto. — sobre o seu ol...
— Pai... Eu estou legal, OK!? — o castanho caminhou até o pai e o abraçou. E ele não queria falar sobre aquilo... Agora. — vou me banhar.
Avisou enquanto caminhava em direção ao banheiro.
John suspirou outra vez, resolveu deixar mais uma vez aquele assunto de lado... Por enquanto.
É. hoje não era o seu dia!
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