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História Virou Simplesmente Amor - Festa: Hora da Valsa


Escrita por: MaryeMimym

Notas do Autor


E aí genteeeee?
Como vocês estão? *-*
Ansiosos, certamente, mas enfim :v
Preparados??? Boa leitura \õ/

Capítulo 26 - Festa: Hora da Valsa


Fanfic / Fanfiction Virou Simplesmente Amor - Festa: Hora da Valsa

-Então… - O ruivo, meio sem graça, chamou a atenção de Amy. - Como costuma ser essas… festas?

Ela pensou um pouco, não sabia o que dizer até se dar conta que o ruivo talvez nunca tivesse ido num baile.

-Bom… Costumam ser festas realmente grandiosas, tipo… Já viu “Orgulho e Preconceito”? - Jin ergueu uma sobrancelha e negou com a cabeça. Já havia ouvido falar da obra, mas não tinha um interesse, muito menos pelo filme. - Hum… E “Shakespeare Apaixonado”?

-Eu acho que não são os tipos de filmes que eu gosto, Amy.

-Tá, esses são um pouco antigos… “Cinderella” é recente.

-Por que você não tenta explicar sem referências? - Recomendou ele.

-Ok. - Ela suspirou. Com referências seria mais fácil, mas o ruivo não ajuda… - Como a festa é com tema de baile do século XIX, seremos tratados como nobres da época. Então haverá um rapaz que vai nos receber e anunciar nossa chegada…

-Ah, acho que tem um filme que eu vi isso. - A rosada abriu um sorriso com o comentário. - É que nem naquele filme do… “Shrek 2”!

Ela lembrou imediatamente da cena, mas… não era bem isso.

-No “Shrek” teve um baile real, sim, mas o resultado final foi uma noite de gala hollywoodiana, não um baile real definitivamente.

-Mas vai aparecer aqueles “caras bizarros” anunciando a nossa chegada?

-Eles não são bizarros, mas sim, vão anunciar. Tipo: “Sir. Jin e Princesa Amy”. - A garota imaginava maravilhada de como seria a situação.

-Aí terá um monte de paparazzi e um apresentador… - Ele foi interrompido enquanto citava a cena do filme.

-Jin… - Amy o chamou tocando em seu braço como se o acordasse de um sonho. - Querido… Não será como o “Shrek”... Também não será com uma festa do “Oscar”...

Ele tentava segurar, inutilmente, um riso.

-Ok, já entendi. Sem paparazzi, tapete vermelho…

-Na verdade, - Amy pensou bem. - talvez possa ter um tapete vermelho.

-Tapete vermelho, legal. Mas não vai ter os caras bizarros anunciando.

-Claro que vai. Todos precisam saber quando uma diva chega. - A rosada olhou o namorado ainda tentando não rir e o empurrou para o lado, logo depois cruzando os braços com cara emburrada. - Você está muito engraçadinho, ultimamente.

Jin controlou a risada e se aproximou da namorada que ficou observando a janela. Ele não tinha percebido ainda que estavam próximo à casa de Ronan.

-Eu tenho certeza que vou pagar por todas as piadas. - Disse o ruivo que só sabia sorrir.

Amy virou o rosto para o ruivo e sorriu travessa enquanto o carro estacionava em frente ao portão e um rapaz alto e sorrindo educado se preparava para recebê-los.

-Espero saber dançar. - Amy disse e logo depois segurava na mão do rapaz que abrira a porta.

Antes que Jin pudesse sair, ela fechou a porta o fazendo sair pela outra. Ele olhou para o motorista e que tentava disfarçar a vontade de rir.

-Tudo bem, eu sei que não paguei ainda com a porta. - Jin riu junto com o motorista e saiu.

Se aproximou da garota e analisou do jardim à porta da mansão. Luzes, flores, aquele clima de século passado. Parecia que os convidados faziam parte da decoração, até porque a caracterização ajudava muito no clima.

-Não tem o cara bizarro anunciando. - Concluiu após procurar muito.

Amy bufou e se dirigiu à festa sendo seguida por Jin.

 

*

 

- É bom revê-la, Elesis Sieghart. - Disse ele, ao ver a menina.

A ruiva engoliu a seco, mas se manteve firme.

O Sr. Erudon estreitou os olhos e observou a menina.

- Esse vestido me é familiar... - Analisou ele.

Elesis cerrou o punho, um tanto nervosa. Afinal, ela estava vestida com uma roupa que a mulher do Sr. Erudon um dia usou. 

- Helena te deu, não foi? - O Sr. Erudon deu um sorriso decepcionado e suspirou - Está tão linda quanto ela esteve com este vestido.

- Agradeço... - Gaguejou a dizer.

O pai de Ronan deu passagem para o carro.

- Não, não... - Recuou Elesis - O motorista do... Do Ronan já está a caminho. Não se preocupe.

- Eu o dispensei. Fiz questão de vir buscar a garota que meu filho ama. Aliás, isso poderá se tornar um hábito se continuarem nessa ilusão, não acha?

- Que ilusão? - Elesis cruzou os braços.

O Sr. Erudon riu.

- Nada, minha filha, nada...

Quando o silêncio começou a se instalar, novamente o pai de Ronan deu passagem para Elesis.

- Não acredito que tenha medo de mim.

- Não é isso, eu só... - Elesis olhou para os lados e suspirou - É melhor irmos, para não atrasar mais.

O Sr. Erudon concordou e entraram ambos no carro. Elesis ficou no banco detrás e o Sr. Erudon sendo o condutor do veículo.

- É curioso seus pais não viverem com você. - Disse o homem ao dar partida.

Elesis estava desconfortável, mas mantinha-se ligada.

- É...

- Você deve sentir falta deles, não é?

- Sinto... - A ruiva tentava entender qual era a do pai do Ronan e temia acabar dizendo algo que não deveria. 

- Creio que eles tenham se explicado, afinal, ficar sozinha em casa...

- Eu não fico sozinha. - Interviu Elesis - Moro com meu irmão mais velho e, quando éramos menores, tínhamos uma babá. - Olhou para a janela, tentando se encontrar nas ruas, para ver se já estava próximo da casa de Ronan.

- Hum... - O Sr. Erudon parou no sinal.

- Por que tantos questionamentos? - Elesis não se conteve e fez o pai de Ronan rir.

- Quero conhece-la, ora. Quebrar um pouco o gelo.

- Desde o almoço em sua casa, o senhor tem dito palavras como se já conhecesse meu pai ou alguém da família Sieghart. 

O sinal abriu.

- Digamos que eu conheci, sim, os Sieghart.

O Sr. Erudon falou com tanta naturalidade, que espantou a menina. 

- Esse vestido que está usando... - O Sr. Erudon olhou para Elesis pelo retrovisor e a menina o encarava - Carrega lembranças que envolve um Sieghart...

Na cabeça da ruiva surgiu o seu professor. Seria ele? Mas... E o papelzinho no broche?

- Chegamos. - Avisou o Sr. Erudon, tirando Elesis de seus devaneios. 

Ele estacionou em frente ao portão e a ruiva  intentou em abrir a porta, mas surgiu um rapaz para fazer tal trabalho. Antes de ela sair, o Sr. Erudon avisou:

- Você e meu filho nunca darão certo. Assim como no passado, eu serei um interruptor de seus planos. Porque vocês não sabem a dimensão do que está por vir e eu não permitirei que meu filho sofra. Nem por sua causa, Elesis Sieghart, nem por causa de ninguém. Estamos avisados?

A ruiva cerrou novamente o punho. O rapaz, que abrira a porta, estendeu a mão para ajudar Elesis a sair.

- Eu não sei o que está acontecendo, mas o Ronan me deixará se ele assim quiser. -  E, segurando a mão do rapaz, saiu do carro, fazendo questão de bater a porta.

O Sr. Erudon olhou pelo seu retrovisor e viu que alguém, por quem muito esperava para esta noite, havia chegado.

 

*

- Chegamos. – Avisou o motorista.

Rey olhou para a janela, apalpou o vestido, ajeitou as mechas cacheadas de seu cabelo e aguardou o rapaz abrir a porta.

- Boa noite. – Disse ele.

- Uma ótima e inesquecível noite. – Rey sorriu.

Antes de sair do carro, a menina olhou para trás, mas Dio já havia saído também. Suspirou.

Aguardou-o para entrarem juntos, mas o menino avançou a sua frente, contudo Rey o segurou pela roupa.

- Aonde pensa que vai sem mim?

- Eu preciso ficar de olho em você, isso não significa que tenho que ficar com você. Compreende a diferença ou preciso chamar seu papai para lhe explicar?

- Que ousadia! – Rey apertou sua bolsa – Pensei que depois de nossas conversas, você abaixaria o tom comigo.

- Rey... – Dio riu – O único cachorro que tem, além da Mary, é o Lupus. – Dio olhou para frente e riu novamente – E, de brinde, ainda ganhou outro. Leve dois pague um, como os humanos agem aqui. – E saiu gargalhando.

A menina olhou para trás.

- Você não se cansa?

- Para ficar ao lado de uma linda jovem como você, não há cansaço que pare um homem.

- Azin... Eu não pedi que viesse.

- Não, não... Eu obedeço ao seu pai. Ele está temeroso quanto ao Duel, entende?

Rey bufou.

- Parece que ficou desacompanhada... – Azin olhou para além dos portões de entrada, referindo-se ao Dio.

Rey fez a mesma ação.

- Permita-me? – Abriu a palma da mão para a menina – Mas se quiser entrar só... – Ao Azin tentar recuar a mão estendida para Rey, a menina a segurou.

- Ainda descobrirei o motivo de querer tanto ficar conosco, sabendo que é perigoso demais.

- Rey, você não me conhece, mas a minha vantagem, é que eu te conheço.

A menina parou de andar.

- Isso foi um tom de ameaça?

- Jamais. Gosto muito de você e me afeiçoei muito ao seu pai. Quero apenas... Deleitar-me no poder que vocês me proporcionam.

- Hm... – Rey começou a refletir sobre quem eram aqueles que a rodeavam.

 

*

Sieghart sentou em sua cama. Havia ligado para uns de seus contatos, perguntou-lhes se sabiam sobre Duel.

O último telefonema havia sido para Lothos, mas a mesma não atendeu.

- Por que agora? O que será que ele quer? – Apertou o celular em sua mão – Será que a morte de Edna não foi o suficiente para ele parar de vez!? – Levantou-se.

Passou a mão no cabelo, jogando-o para trás.

Olhou novamente a sua lista de contatos.

Não estava ali.

Caminhou até um criado-mudo e abriu a primeira gaveta. Revirou algumas coisas, a maioria papel, até que achou o que procurava. Abriu-o, pois estava amassado.

Digitou alguns números e aguardou por um tempo longo.

- Alô? – Disse a pessoa do outro lado da linha.

- Elscud? Sou eu, Sieg...

- Ecnard!? Não acredito! Ecnard!?

- Sieg, cara, Sieg... – O moreno riu e sentou novamente em sua cama.

- Como você está, amigo? E a Mari? Nossa... Quanto tempo... Pensei que nunca mais nos falaríamos!

- É... Els, agora não é um momento bom para agirmos como as mulheres e contarmos as novidades.

- O que houve? Aconteceu algo com os meninos?!

- Não, calma... Eu acho que não... Se bem que... – Sieghart arqueou as sobrancelhas – Eu não faço ideia de como eles estejam, estamos de férias.

- Ainda bem que confiei em Jin essa missão de cuidar de Elesis, porque se dependesse de você...

- Sem ofensas que o assunto é sério. – Levantou-se e dirigiu-se para a janela de seu quarto.

- Não gosto desse seu tom... Lembra-me dos tempos de faculdade...

- Pois é... É sobre isso. Eu... – Sieg suspirou – Eu preciso que você volte.

- Sabe que não posso.

- Eles não farão nada com sua família.

- Foi uma promessa, Ecnard. E você sabe bem do que eles são capazes, ainda mais agora.

- Os meninos estão bem, senão já teria chegado alguma notícia até mim.

- Nem diga isso... De qualquer forma, não posso voltar. É colocar em risco a vida de muitas pessoas.

- Acredite, isso não se compara ao que está por vir.

- Do que está falando?

- Duel.

- Ele foi o motivo de eu ter saído de perto dos meus filhos e você está me dizendo que ele voltou? É isso?

- Exatamente.

- Erudon e Peter sabem?

- Não sei dizer. E isso não é vantajoso. Estou sozinho, cara.

- Mas e a Mari?

- Preciso protegê-la. Não quero colocá-la em perigo novamente.

- Tinha um outro rapaz, não é?

- Tem, o Zero. Lembra-se dele? Continua um banana com aquela espada com um olho macabro. Cara estranho... Ainda deu em cima da Mari, acredita?!

- Pensei que não era para agirmos como as mulheres...

Sieg riu.

- Como está a sua esposa?

- Querendo a cada dia voltar para casa.

- Então essa é a melhor oportunidade. Vem logo e, se puder, leve as crianças junto com você quando for embora. Parece que Duel veio para acertar as contas.

Elscud suspirou.

- Falarei com ela... Mas é muito perigoso voltarmos. Elesis e Jin... vivem melhor sem estar conosco. E ela está feliz com um garoto que conheceu. Ronan, eu acho...

- Bem, esse garoto é filho do Erudon.

Silêncio na outra linha.

- É mais um motivo de o Erudon não fazer nenhum mal à Elesis.

- Se eu fosse você, não confiava muito. Ele e Peter têm estado muito juntos. Como sempre foi. O que importa é: preciso que você volte. Por mais que eu tenha o Zero, ele não é muito confiável.

- Pensarei...

- Pense bem, pense em seus filhos. Porque o Duel não terá pena se o encontra-los. Não foi por isso que você foi embora? Para que Duel nunca soubesse que teve filhos, para eles não serem ameaçados? Então eu acho que pelo mesmo motivo que você foi, você deveria voltar. Erudon é outro que também não é confiável. Ele sabe que Elesis é sua filha. Poderia até pensar que é minha, mas não temos muita semelhança...

Elscud gritou um “Não??!” e Sieg riu.

- Você conhece o Erudon melhor do que eu... Viveu essa experiência com Helena. Ele fará de tudo para ter êxito em seus planos e não aceita derrota.

- Bem... Você me convenceu. Não tem como confiar em mais ninguém.

 

*

 

Mari saiu do banheiro com um sentimento diferente dentro de si.

“- Hey!

- Sieg, eu vou embora. Consegui uma grande oportunidade. Não tem porque eu ficar.

- Mesmo depois de tudo o que vivemos?

- Eu fui mais uma mulher encantada pela sua beleza. Não sentirá a minha falta, assim como não sentiu de nenhuma outra.

- Podemos namorar à distância, eu não me importo!

- Sieg... Minha cabeça dói, eu não me recordo dos últimos meses e você se recusa a me contar a verdade. Viver num relacionamento com segredos... Eu prefiro pôr um fim nisso. Já está feito.

- Mas é melhor que você não saiba! Não por mim... Com o tempo, eu...

- Não, Sieg.

- Me dê mais algum tempo. Não precisa ir.

- Você tem seus amigos, seu jeito de ser envolve as pessoas. Eu sou só, preciso me firmar em algo e surgiu esta oportunidade.

- Você tem a mim!

- Eu pensei que tinha.

- Eu chamo o Elscud, conversa com ele.

- Não, Sieg.

- Só me diz para onde vai, que eu dou um jeito de ir também.

- Por que insiste?

- Porque não quero te perder... Tenho medo de te perder.

- Meu sentimento só pertence a um, mas está congelando... É melhor assim, Sieg.

- Desde o episódio do meu caderno, você mudou e pode continuar assim!

- Não, Sieg.

- Você só sabe dizer “Não, Sieg”? Por favor! O que quer que eu faça para que você não vá!?

- Nada.

Mari se levantou para sair do local onde estava acontecendo a comemoração do encerramento do curso acadêmico dos formandos.

- Hey!

Mari olhou para trás, mesmo com a barulhada, conseguiu ouvir a voz de Sieg.

- Você não foi mais uma mulher. Não, não... Você foi a mulher que me encantou. E quando sentir a minha falta... Volte. – Sieghart fechou os olhos e, quando os abriu, Mari havia ido embora.”

 

A mulher procurou por uma roupa, viu a hora pelo celular.

- Se nada acontecer hoje... Eu farei como no livro que Amy me deu. Falarei umas verdades para ele e... – Ela se sentou em sua cama – Mudarei o final. Ou viverei o mesmo. E eu quero mudar... Mas meu ser não. Por que eu fui sentir isso? – Apertou sua blusa na direção de seu coração, sentindo-se angustiada – Pensei que me afastar dele me ajudaria a viver melhor. Mas... Isso não sai de dentro de mim!

Levantou-se, penteou os cabelos molhados e, assim que terminou de se arrumar, saiu de seu apartamento, com uma lembrança recente de um encontro com Zero.

— Os humanos têm um sentimento diferente de nós que temos uma mana que impede um pouco de sentirmos o mesmo.

Mari não se assustou com a pessoa que falara com ela.

— É... Talvez você esteja certo, Zero, a mana que carregamos nos separa do amor humano, capaz de sair correndo para os braços de quem se ama. É incalculável essa fórmula de amar.”

 

*

A festa estava bem agitada, estilo século XIX com uma mistura com o século XXI, principalmente com os familiares de Ronan dançando valsas remixadas e músicas atuais. Levando até mesmo Ryan e Lire a dançarem.

- Isso me lembra duma coisa, Lire.

- O quê?

Ryan parou.

- Você é muito esquecida, poxa... – Disse o menino, com voz de choro.

Lire riu.

- O que houve? Do que eu deveria lembrar?

- Do baile da escola! – Dramatizou mais ainda o choro.

- Desculpa... – A menina novamente riu e encostou sua cabeça no ombro de Ryan, deixando-os mais próximos – Tentarei me lembrar mais das coisas, ainda mais relacionadas a você.

- Não precisa... Só... Fica assim até a festa acabar que basta...

 

*

 

- Olha que lindo!! – Arme quase deu um pulo.

- O que foi? – Lass perguntou, ao entrarem no jardim da casa de Ronan.

- Se não tivéssemos nos atrasado, estaríamos dançando como Ryan e Lire com essa música linda do Ed Sheeran! Olha só esse casalzinho que viveu tanta coisa... Tão fofinhos!

Lass balançou a cabeça.

- Ah, vai! Nos aniversários que o Ronan te convidava, eu duvido que você dançava!

- Não, eu não dançava.

- Então... Agora você tem uma namorada linda, que está em um belo vestido e que está doida para dançar!

- Eu continuarei do mesmo jeito que fiquei nos outros aniversários: sentado.

Arme cruzou os braços e fechou o semblante.

- Então nós vamos sentar em uma das mesas e você me contará tudo sobre o Lupus e seu passado.

- Da mesma forma que você me contará sobre ter chamado Lupus para me visitar no hospital?

Arme abriu os lábios.

- Sem chantagem... Eu... Só quero aproveitar essa noite com você.

- Depois dessa... Eu preferiria ir embora. – Disse Arme, num tom derrotado.

Lass sentiu que havia sido duro demais. Talvez por ainda estar processando tudo o que viveu. Organizou os pensamentos e puxou a baixinha para a pista de dança.

- Lass? – Disse surpresa.

Lass a abraçou.

- Eu não sei dançar. – Avisou ele.

Arme riu.

- Esse foi seu jeito de pedir desculpas?

- É... Deu certo?

Arme apertou seu braço ao redor do pescoço de Lass e começaram a dançar. A baixinha assentiu.

- Você ficou bravo comigo?

- Pelo quê?

- Por eu ter chamado seu irmão... Eu estava desesperada...

Lass negou com a cabeça, inclinando-se para mais perto de Arme.

 

*

Ryan estava tão distraído, que acabou encostando em Lass.

- Opa! – Parou de dançar com a Lire – Você por aqui, cara?  – Riu o menino.

- É... – Lass ficou sem graça, o que causou riso dos amigos.

- Nós vimos vocês dois juntinhos, estavam uma gracinha! – Disse Arme – E estão arrasando na roupa!

- Você também, amiga.

- Eu sei, Lire. – Arme ficou fazendo pose, o que gerou mais risos entre eles – Vamos tirar fotos!

Lass foi saindo de fininho e Ryan acabou entrando na pilha.

- Lass, aonde vai? – Indagou Arme, vendo-o se afastar.

- Estou com sede. Mas podem ir sem mim.

Dito e feito.

Ao se aproximar do garçom que segurava uma bandeja com bebidas, viu Edel fazendo a mesma ação.

Ambos iam pegar o mesmo copo.

- Perdão. – Disse ela.

- Tudo bem. – Lass pegou um copo e deu para a menina e depois pegou outro para si.

- Agradeço.

- Disponha.

- Você é bem cortês.

- A mulher que cuidou de mim, ensinou-me bastante sobre etiqueta.

- Nossa! Você foi criado muito bem, então.

- Não... Ela me ensinou bastante coisa para servi-la, ela tinha uma cisma de que eu deveria ser cortês quando falasse com ela ou fazia algo para ela. Ela não suportava meu jeito de criança.

Edel deixou o copo cair.

- Perdão! – Pediu novamente, agachando-se para pegar.

Lass teve a mesma ação.

- Por que está me contando isso?

- Desde o dia em que nos vimos, reparei algo em você. Uma confiança diferente. Você é tão misteriosa quanto eu. Mas... Tem algo a mais.

- Eu... Eu não sei do que está falando e, desculpe-me, mas não acho que sou a pessoa mais viável a qual deva confiar.

- Acredite... Eu sei que posso confiar em você. – Lass ficou por milésimos invisível – Sou bem treinado para isso.

Edel esbugalhou os olhos e olhou ao redor para ver se mais alguém havia visto tal cena.

- A sua habilidade é de ninja, não é?

Lass assentiu.

- Já lutei contra um onde eu moro... – Ela riu com a lembrança de sua casa.

- Viu? Posso confiar em  você.

- Eu mal sei o seu nome.

- Você lembra... E quando precisar, pode vir até mim. – Lass se levantou e se afastou de Edel.

- Espera! – A menina o chamou em vão.

- Ora, ora... Não sabia que aquele vermezinho, irmão do meu queridinho estava aqui... Que divertido, não é?

- Oi? – Edel se virou, não havia se atentado em quem falava.

- Nada... – A pessoa sorriu.

- Perdão, mas... Quem é você?

- Pode me chamar de Rey, sua melhor amiga.

- Mas eu nem te conheço... – Na mente de Edel os pensamentos eram “Esse pessoal dessa cidade gosta de criar amizades do nada”.

- Não seja por isso. Eu gostei de você. Dando em cima do rapazinho que já tem namorada! Eu gosto assim, com ousadia!

- Não é nada disso, eu... – Edel estava confusa com aquela situação.

- Tudo bem... Eu sei que é constrangedor, mas...

- Edel!

A menina se virou e pôde suspirar ao ver quem era.

- Oi, Ronan.

O menino se aproximou e Rey deu uma pequena afastada.

- Você está linda. – Disse ele.

- Você também...

- Olha, eu... Perdoe-me hoje mais cedo, eu só...

- Não, tudo bem. Foi até bom você ter vindo, pois eu não saberia como te encontrar no meio de tanta gente.

Os dois riram e Rey observava.

- Trouxe o seu presente. – Edel o entregou.

Ronan pegou-o extasiado, abriu sem precedentes e alegrou-se.

- Um cordão com uma espada. Parece até uma réplica da que tenho em meu quarto. Obrigado. – Tirou da caixa e colocou em si mesmo. Olhou para o pingente e reparou algo – Acho que está faltando outra espada aqui, não é?

- Ah, sim, tem outra. – Avisou Edel – Eu a darei para Elesis, assim ambos combinarão.

Ronan abriu um sorriso gracioso. Rey, ainda perto deles, abriu um sorriso malicioso.

- Guarde para você. Afinal, é uma boa manuseadora, creio que Elesis não ligará.

Ronan abraçou Edel.

- Parabéns!

- Obrigado, Edel...

Ao se afastarem, Ronan se virou para Rey.

- Oi, desculpa... Eu atrapalhei a conversa de vocês?

- Não, meu querido, não mesmo... – Rey se aproximou de Ronan para abraça-lo – Meus parabéns, viu? Sua festa está um verdadeiro luxo.

- Bem... Você é convidada há anos, sua crítica positiva mostra que minha mãe sabe organizar uma festa.

Rey riu forçadamente.

Edel pigarreou e pediu licença e Ronan fez o mesmo.

Azin se aproximou de Rey.

- Eu pensei que seu pai fosse bem diferente... Mas essa festa tradicional foge dos padrões de uma família comum.

- Você é pouco criativo, querido... Esse cenário é maravilhoso para eu me divertir.

- O que pretende?

- Preciso que faça algo por mim.

- Tudo o que quiser.

- Ora, ora... Está melhor que o imprestável do Dio... Que sumiu!

- Está aí uma grande diferença entre mim e ele: Dio não quer estar ao seu lado, já eu me deleito em sua presença. Deveria valorizar mais isso, Rey.

- Uma coisa de cada vez, querido. Acha que conquista minha confiança facilmente? Só porque participou de reuniões familiares, não lhe dá o direito de agir comigo da maneira que quer. Ponha-se no seu lugar primeiro. Porque quem ainda está no controle, sou eu.

Azin respirou fundo e sorriu.

 

*

Ronan avistou Elesis com sua mãe e seus olhos se iluminaram.

A menina estava a procura de seus amigos e de Jin, mas não encontrava ninguém, até que a Sra. Erudon foi ao seu encontro e as duas começaram a conversar; Elesis, a todo momento, tentou não demonstrar nenhuma atitude extravagante, devido ao que passou com o Sr. Erudon.

O menino se aproximou e se esbarrou em Elesis, para lhe chamar a atenção.

- Olá, ruivinha.

Elesis se virou e lhe surtiu um frio na barriga. Ambos não tiveram palavras um sobre o outro, só sabiam sorrir.

A mãe de Ronan pediu licença e se retirou, para falar com outros convidados.

- Você está... Reluzente.

Ronan segurou a mão de Elesis e a girou.

- Perdoe-me, mas não tenho palavras para dizer o quanto está linda.

A ruiva abaixou o rosto.

Ronan levantou o queixo da menina com o indicador e se aproximou dela vagarosamente.

Elesis não conseguia falar.

“Ao sair correndo, Ronan encontrou algo que atrasaria sua fuga de Amy. Algo não, alguém: Elesis. Eles se esbarraram novamente.

–É você de novo?! O que foi? Cismou comigo?! –Elesis se equilibrou para não cair.

–Ai... Desculpa ruivinha, mas eu tenho que ir. Estou com pressa! – Ronan tentava passar, mas Elesis o impedia, ficando na sua frente.

–Então eu acho que você vai se atrasar para o seu compromisso. – Elesis deu um sorriso bem rápido para o azulado.

–Não é exatamente um compromisso... Eu diria uma fuga. – Ronan parecia bem desesperado, não querendo encontrar a rosada.

–Mas de mim você não vai fugir! – Elesis continuava parada na frente dele.

–Ruivinha, me deixa passar! - Ronan gritou com ela e não estava brincando, ele queria passar.”  

A ruiva riu repentinamente.

- O que foi? – Ronan parou bem próximo a face de Elesis.

- Lembrei-me do nosso primeiro encontro. Na verdade... Vários encontros.

- Os esbarrões?

Os dois riram e suas respirações batiam em suas faces.

- Você era um completo idiota. Tão idiota que levou a culpa por mim na secretaria, depois que eu te dei uma surra. – À medida que Elesis falava, seu coração acelerava.

- Nunca vi pessoa pra gostar de bater tanto em mim.

- Talvez seja porque... – Elesis arregalou os olhos e fechou os lábios.

- Diz... – Ronan conseguiu se aproximar mais e seu coração também acelerou, tendo um frio na barriga.

Elesis olhou nos olhos de Ronan.

- Não... Não consigo dizer...

Ronan riu.

- Está corando.

- Você está muito perto...

“A Thousand Years”, foi a música que o DJ colocou. E muitos casais foram para a pista. Ronan e Elesis permaneceram onde estavam, bem mais próximos da piscina.

- Assim poderemos dançar.

- Não me lembre de dança... Elesis abaixou novamente a face, mas logo levantou, sendo surpreendida por um beijo.

A lua refletia na água da piscina e dava uma iluminação majestosa no lugar onde os dois estavam, mais afastados dos convidados da festa.

Ao encerrarem, Elesis abraçou Ronan fortemente, impactando o menino.

- Você tampou dentro de mim o vão da saudade que meus pais deixaram... Com você, eu não... Eu não preciso estar com mais ninguém...

Ronan a apertou em teus braços.

- É por isso que um dia você disse que não queria e nem amaria alguém, para não sofrer, não é?

- Quando a pessoa que amamos vai embora, bate um vazio tão grande, idiota azul...

Ronan riu e se afastou um pouco de Elesis, pois a menina estava aparentando chorar.

- Hey... Você está linda demais para manchar esse rosto com lágrimas.

A ruiva fechou o semblante.

- Isso aqui está meloso demais! Pode parando!

Ronan riu.

- Você promete?

- O quê?

- O que eu te pedi quando eu, Lire e Arme brigamos.

Ronan fez menção de tentar se lembrar.

- Você chegou perguntando se eu estava chorando... – Elesis suspirou – Idiota esquecido!

- Para a sua informação, eu estava lembrando que te perguntei se estava chorando e eu passei a mão na sua franja para ver sua face.

“–Elesis, você está chorando? – Ronan passou a mão em sua testa, jogando a franja para trás.

A menina não levantou o rosto.

–Eu espero que não, porque eu não irei aguentar ver você chorar depois de voltar a falar com as meninas. Elesis, por favor, olha pra mim. – o menino foi para a sua frente, mas mesmo assim a ruiva permaneceu com a cabeça abaixada, ele ficou preocupado.

–Vai... vai embora. – o som da voz da ruiva saiu baixo e pausadamente, parecia mesmo ter chorado, ou melhor, ainda estava chorando.

–Por que quer que eu vá embora? O que está acontecendo? Você está mesmo chorando? Olha pra mim. – Ronan separou a mão da ruiva do seu pulso, pois parecia que era como uma corrente impedindo que sua perna saísse do lugar e mostrasse seu rosto.

Elesis deu um tapa na mão do azulado, para impedi-lo de fazer aquilo novamente. Mas o menino continuou e quando a ruiva foi bater de novo, Ronan segurou suas mãos.

–Não adianta esconder seu rosto, eu preciso saber se realmente você está chorando e também quero o motivo.

–Eu já mandei você sair daqui! – Elesis finalmente levantou o rosto, mas o virou para Ronan não vê-lo.

Ela soltou suas mãos das do azulado e secou o rosto.

–Elesis, o que está acontecendo?

–Por que você fez aquilo no corredor?! Por que você segurou meu braço e me puxou para perto?! E por que tentou fazer com que eu, Arme e Lire voltássemos a ser amigas?

–Porque eu quero te ver feliz! Porque eu... eu... – Ronan abaixou o rosto e depois levantou com um semblante corado e logo sorriu – Porque você é a minha amiga, a minha ruivinha e o que eu mais quero e vê-la sorrindo.

–Por que se importa tanto comigo?! Eu vivo te batendo e te chamando de idiota.

–Eu não sei, mas me importo... Engraçado que a Amy falou a mesma coisa me perguntou o porquê de eu ser seu amigo, se vive me batendo.

–Vocês brigaram depois do que ela viu?

–Sim... Por isso vim falar com você, estava precisando de alguém para conversar, mas parece que você também.

A ruiva não sabia o que estava sentindo, só sabia que Ronan mexia com ela, com seus sentimentos, sempre que ele se aproximava, era como se tivesse borboletas no estômago, um sentimento estranho e diferente. Mas lutava, brigava, fazia de tudo para não sentir aquilo, até mesmo chorar para poder afastar tais sentimentos. Porém não disse nada, não contaria a ninguém, até estar certa do que queria fazer.

–Você a ama? Você ama a coisa rosa?

–Por que está me fazendo essa pergunta?

–Me responda!

–Você não responde a nenhuma que eu faço e quer que eu responda a que você faz? – Ronan perguntou indignado.

Elesis deu um soco no braço dele. Ronan sorriu.

–Aleluia! Pensei que teria que começar a te perturbar pra você voltar ao normal.

–Seu idiota! Você ainda não me respondeu.

–Sim... – Ronan coçou a cabeça, estava um pouco incerto depois da pergunta da ruiva e, coincidentemente, a mesma que Amy fizera antes de sair de perto dele.

–Então por que vivem brigando?

–Acho que é uma fase de namoro, sei lá. E não chame a Amy de coisa rosa, eu já pedi...

–Por isso eu não amo ninguém e nem quero, não nasci pra sofrer por alguém.

Aquelas palavras machucaram Ronan de uma forma que nem ele soube explicar, parecia também sentir algo pela ruiva, mas desviou esse pensamento e acabou concluindo que quem ele realmente amava era a Amy. Será?

–Bem... então você nunca saberá como é estar ao lado da pessoa que ama, nunca vai aproveitar cada momento de carinho.

–Eu aproveito isso, acariciando meu ursinho de pelúcia, que é bem fofo e me dá muito carinho e... Olha que legal! Não briga comigo, ou magoa meu coração!

–Ainda não estou entendo o motivo de você estar reagindo assim. Tem como me explicar?

–Não!

–Tá bom, então eu só vou ficar aqui do seu lado, bem quietinho, eu precisava conversar, mas vou ficar calado esperando você ficar mais calma e, quem sabe, conversar comigo.

–Vai embora, eu já disse.

–Elesis, sou seu amigo, me deixa te ajudar, eu juro que não falarei nada se não quiser.

–Promete? Promete sempre estar ao meu lado quando eu precisar?

–Você precisa de mim agora?

–... – a ruiva não respondeu de imediato – Só fica aqui em silêncio.

–Tá bom.

Ronan ficou um tempo ao lado de Elesis sem falar nadinha, mas depois os dois começaram a conversar sobre um assunto aleatório, ela quem começou a puxar papo com ele, foi tudo tão repentino que nem falaram do real motivo do Ronan ter ido falar com ela e o porquê da Elesis ter chorado.”

Os dois riram.

- Se quiser, eu fico aqui com você o tempo que for preciso.

- Não fique só aqui, Ronan... Só aqui não...

Elesis encostou a cabeça no peito de Ronan e assim ficaram.

- Eu prometo... – Foi a última frase de Ronan antes do grande momento acontecer.

*

 

- Será que depois dessa cena você deixará os dois em paz?

- Helena... Não aja como se eu fosse um vilão. Eles não podem ficar juntos. Já está decidido.

A Sra. Erudon suspirou.

- No passado, quando eu decidi ficar com você... Nunca imaginei que você se tornaria esse homem. Sinto falta do amigo que você foi para mim. – A mulher estendeu o vestido e caminhou para longe de seu marido, deixando-o sem ter o que responder.


Notas Finais


O que acharam? *-*

*Peço desculpas, to sem muito o que comentar nas notas ;-; To sem ideia '-'*
Beijos, gente, até os comentários õ/


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