Ontem eu contei para o Japa algumas coisas sobre o meu passado, coisas sobre meu tio, eu fiquei realmente triste enquanto falava aquilo, não era muito profundo mas é uma ferida muito... Recente no meu coração. Eu estava no alto de um abismo e o Japa estava no fim, ele olhava para mim e eu olhava para ele, eu queria muito chegar até o Japa, mas no meio desse abismo que nós separa existe "A Verdade", eu descidi encará-la, só não sei o dia, nem a hora, nem nada.
Dormi uma noite extremamente péssima, e ainda acordei com a Carla brigando com o Miguel pelo banheiro, sério, que ideia maravilhosa foi essa de colocar os dois no mesmo teto? Minha mãe encheu o saco, mas teve que aceitar, a Carla dorme no meu quarto, num colchão de ar, o Miguel e o Manoel dormem na sala.
- CALA A BOCA, EU QUERO DORMIR. - Gritei.
- Só para deixar claro Bela Adormecida, é 11:45 da manhã. - O Miguel chegou na porta do meu quarto e falou.
- E daí? - Eu tô com sono.
- Levanta logo sua vagabunda. - A Carla puxou minha coberta, eu não quero acordar.
- Taah, vocês dois tirem ímpar ou par pelo banheiro logo.
O Miguel ganhou, ele se arrumou e depois a Carla, 2000 anos depois eu me arrumei.
- É BOM ARRUMAR A CASA DEPOIS DE BAGUNÇAR, EU NÃO SOU EMPREGADA DE NINGUÉM NÃO.
- Ah tá... - Disse a Carla colocando música no som
"Arroz, Feijão, Batata
O quê é que falta?
Minha rola batendo na sua cara"
Fui na sala e desliguei o som, ela tá achando o que? Aqui não é baile não.
- OOOWW EU TAVA ESCUTANDO - Ela gritou.
- ENQUANTO EU ESTIVER DENTRO DESSA CASA VOCÊ NÃO COLOCA MÚSICA.
- DEIXA ELA JULIA, É SÓ MÚSICA - Vai defender ela Miguel?
- NÃO CARA, ESSA BOSTA AÍ NÃO. - Ué?! A Carla sumiu. Fui olhar aonde o Sirius ficava e...
- CARLA PARA DE TREPAR COM O CACHORRO! - Porque ela estava trepando com o cachorro?
- DEIXA EU TREPAR COM O CACHORRO EM PAZ. - Algo de errado não está certo com a Carla.
- CARA PORQUE VOCÊ TÁ TREPANDO COM O CACHORRO???? - Miguel, você leu meus pensamentos.
- E DAÍ? EU QUERO TREPAR COM O CACHORRO, ELE VEIO ME SEDUZINDO. - Como um cachorro te seduziu?
- CARA, PARA DE TREPAR COM O CACHORRO, ISSO TÁ BEM ERRADO. - Eu estou me alterando.
- NÃO QUERO. - Carla, porque você faz isso comigo?
Voltei para o meu quarto e fui trocar de roupa, não ía conseguir ficar o dia todo com aqueles dois não, alias, cadê o Manoel?
- TÔ SAINDO. - Gritei, já estava lá no portão.
Saí e encontrei com o Japa, o Lucas e o Thomas conversando, sentados no meio fio.
- Bom dia - Eu disse tentando não rir.
- Bom dia né... Quem estava trepando com o cachorro? - O Japa riu.
- Deu para escutar?
- Tudinho. - o Thomas falou.
- A Carla tava trepando com o cachorro. - Eu tive que rir.
- Porque mano? - o Thomas riu, que milagre.
- O cachorro seduziu ela. - Isso está muito estranho.
Eu escutei a música de novo, eu vou quebrar esse som, não vou conseguir suportar isso.
- Olha a música aí. - O Japa sabia que eu iria revoltar.
"O 33 patrocina
Então pode vir sem medo
Senta pros trafica
Pros campana
E os fogueteiro"
Abri o portão, tão rápido, e gritei tão alto que minha garganta doeu.
- ABAIXA ESSA PORRA CARLA. - O som não abaixou, mas eu tenho certeza que ela ouviu, o Japa riu.
- Coitada, vai morrer. - Thomas, o profeta.
- Isso só acontece comigo? - Vou morrer.
- O 33 PATROCINA ENTÃO JULIA VEM SEM MEDO, SENTA PROS TRAFICA, PROS CAMPANA E OS FOGUETEIRO - Carla qual a necessidade de aparecer na rua gritando isso, e de pijama????
- Aí meu Deus. - Coloquei as mãos no rosto, tentando não me matar. Os 3 estavam rindo iguais capivaras com down.
- Quem são esses? - Reparou que tinha gente só agora?
- Amigos do Japa.
- Você que tava trepando com o cachorro? - O Japa ainda estava rindo.
- Sim. Você nunca trepou com um cachorro não? - NÃO, NINGUÉM NUNCA FEZ ISSO.
- Não... Deve ser legal né?! - Japa não provoca.
O Sirius saiu de dentro de casa correndo igual uma capivara gorda - Eu amo capivaras -.
- Olha o Sirius ai. Vamos trepar. - Porque diabos alguém fala que vai trepar com um cachorro?
- Não, obrigado. - Agora você foge né Théo, seu vagabundo.
- Qual nome das outras crianças aí? Tudo mudo? - É melhor, se puxar assunto com você uma vez você enche o saco para o resto da vida.
- Lucas. - Ele disse levantando a mão.
- Thomas. - Ele estava viajando no Sirius.
O Sirius foi até o Japa e subiu no colo dele, nunca fique sentado perto desse cachorro, ou ele sobe no seu colo e nunca mais sai.
- Meu Deus que coisa gorda. - O Japa disse balançando a barriga dele.
- O Sirius não fica perto dele não, ou ele vai te comer. - Tenho que zuá-lo né, faz parte.
- Verdade, tô com mô fome. - Você é doido? Fui até o Sirius e coloquei ele para dentro.
- Você não vai comer meu cachorro. - Ele riu. - Carla vai vestir roupa.
- Ué pijama não é roupa não? - Senhor, dei-me paciência.
- Uma roupa que não dê para ver seu útero. - Dei um sorriso e ela entrou.
- Quem é? - O Thomas perguntou.
- Minha amiga, vai ficar morando aqui em casa junto com meu primo e meu tio por um tempo. - Aí que desânimo.
- Eu tenho pena de você. - Japa silêncio.
- Cala boca amaldiçoado.
- O nome da minha maldição é "Julia" - Maguo.
- Woooooow - Sério Lucas?
- Vou tomar um açaí, vocês querem?
- Você só toma açaí? - Ai que pergunta clássica. - Bora. - O Japa veio, puxando os outros.
- Me leva de cavalinho?
- Sem escravidão hoje. - Um bom escravo não nega nada.
- Por faaaavor. - Ele me carregou do nada.
- Porque vocês não casam logo? - De novo isso?
- Cala a boca mano. - Revirei os olhos.
- Vocês ficam fofos juntos. - What???
- Não. Não mesmo. Ele é fofo, eu não. - Tive que apertar as bochechas dele, de zoação, ele não fez nada.
- Você apertou as bochechas de Théo Silva Ackerman e ele não fez nada? Pode casar, sério mesmo. - Silêncio Thomas.
O Japa parou de andar do nada, e abaixou.
- Sobe - O que?
- Subir ando filho? - Imagino.
- No meu ombro né tapada. - Não mesmo.
- Não, não mesmo, não.
- Tem medo de altura? - Ele riu.
- É óbvio né. - Admiti - eu não vou fazer isso. - Eu senti alguém me empurrando para perto do Japa, é o Thomas, o Japa pegou minha perna e levantou, e o Thomas praticamente me carregou.
- Opa, subiu. - Ele riu.
- Caralho você é alto, me solta maldito eu vou cair. - Eu estava puxando o cabelo dele.
- Não precisa puxar meu cabelo, e você não vai cair. - Ele está se vingando?
- Vou sim, olha só, amaldiçoado me solta!
- Certeza que você quer que eu te solte? - Meu Deus que tortura.
- Não, pelo amor de Deus não faça isso. - Eu realmente tenho medo de altura.
- Cara, você é mal. - Isso Lucas, ele é mal.
- Ela já fez coisa pior. Né Julia? - É vingança mesmo.
- Cara, sem rancor no coração, mais amor. - Eu estou parecendo um Rip.
- É, mais amor, beijos, casamento e filhos para vocês dois. - Thomas seu maldito.
- Cala a boca amaldiçoado.
- Ué, amaldiçoado não é o Japa? - É mesmo Lucas.
- Tenho que arrumar um apelido para vocês, que não seja maldito, amaldiçoado e nem peste negra.
- Capivara. - Não Japa, capivara é minha mãe.
- Esse já tem donA.
- Totó - Porra Lucas.
- Isso é nome de cachorro cara. - Eu ri, finalmente chegamos na sorveteria, eu pedi meu açaí e os outros pegaram um sorvete cada.
[...]
O Thomas e o Lucas foram embora, eu voltei com o Japa.
- Quer ficar aqui em casa? - Ele perguntou.
- Pode ser.
Entramos e vimos a mãe dele conversando com outra mulher e um menino mais novo.
- Oiii Japa - Mulher animada em, ela deu um abraço no Japa. - Oii
- Oi - Dei um sorriso.
- Julia essa é minha tia que mora no Japão - A tia legal - Ayane, e aquele é meu primo - o bochechão dele é realmente fofo. - ...Haru.
- Oi, eu sou a Julia - Outro sorriso falso.
- Namorada do Japa? - Porquee moça??
- NÃO.
- Mãos dadas? - Olhei para baixo e esse maldito estava segurando minha mão, eu nem percebi. Olhei para a mãe dele e lembrei daquela conversa de nora.
- Sai fora amaldiçoado. - Disse puxando minha mão.
- Eu? Você que tava segurando minha mão. - Ele riu.
- Mentira, eu nem percebi. - O que caralhas eu estou fazendo?
- Briga de marido e mulher, tão cedo? - Fátima sua linda, não viaja.
- NÃO. - Eu e o Japa falamos juntos.
- Ai que fofo. - Ayane né?! Faz isso não, por favor.
- Ah, desisto, tô indo lá pro quarto, chega aí Haru. - O Japa subiu.
- Não quero netos. - FÁTIMA POR FAVOR NÃO.
- Nãão por favor. - Eu disse quase desistindo da vida.
Eu e ele fomos para o quarto dele, o Haru estava paradão lá, é um Thomas japonês?
- Eu não disse que ele é fofo?! - Lá vai o Japa.
- Sem viadagem né Japa. - Ué, ele falou.
- Ué, ele fala.
- Ele não é o Thomas Julia, idiota. - Japa empurra sua mãe.
- Empurra o diabo menino. - Ele me empurrou de novo. - Eu não sou o diabo. - Ele riu.
- Certeza que não é nomorada? - Absoluta.
- Ele é viado. - Ué, o menino riu. O Japa me carregou pela cintura e me jogou na cama.
- Vou te mostra o viado. - Ele tava rindo.
- Pornô ao vivo. - Iih que isso.
- Iih alá o punheteiro. - Eu e o Japa rimos.
- Vem cá que eu te mostro o punheteiro. - Ele riu.
- Oooh esse estupro ai óh - Nós três rimos.
- Que bosta em. - Haru né?! Concordo.
- Ele que tem a namorada que tem um bundão?
- Quem te disse isso minha filha? - Coitado do menino.
- O Japa ué.
- Você fica olhando a bunda da minha namorada seu maldito? - Eita que treta monstra.
- Eu não. - Aquele olhar de "obrigado Julia", de nada seu fofo (risada diabólica).
- Bom mesmo, se não... - Iiih alá.
- Olha, o moleque é revoltado.
- Ele luta bem Julia. - Ele acabou de caçar briga.
- Aham, tá.
- Você luta? - Pergunta errada.
- A Julia é a melhor lutadora de Kung Fu de Minas Gerais. - Théo seu lixo cala a boca.
- x1? - Iih, coitado da criança.
- Cara, não faz isso. - Silêncio Japa.
- O dó de você, bora.
[...]
Fomos para a área da casa, a mãe dele e a Ayane olharam como se tivessem pressentido um problema.
- Que isso aqui? - A Fátima perguntou.
- O Haru desafiou a Julia para uma luta. - Resposta simples.
- Haru se ela tiver herdado a força do pai dela, você estará com alguns hematomas daqui a 10 minutos. - A Fátima entendia, e eu ri.
- Vamos ver se ela aguenta meu filho então. - Ayane já vi que você é da treta.
- Dou 20 reais na Julia. - Wow que isso em Fátima.
- Apostado. - Gostei dessa Ayane.
Começamos a lutar, até que o garoto é bom para uma criança de 13 anos, ele conseguiu acertar 2 chutes em mim, bom, ele levou um chute no queixo e uma sessão de três socos no peito e um chute na costela.
- Faturei 20 reais hoje. - Fátima e seu sorriso vitorioso. - Parece que você herdou o dom do seu pai.
- Até que a criança luta bem. - Dei uma risada e ajudei ele a levantar. - Tá bem?
- Tô, você também luta bem, apesar de ser uma garota. - What?
- E você perdeu para essa garota.
- Ei Julia porque você não luta com o Japa? - Fátima, não, por favor não.
- Eu não tenho coragem de bater no amaldiçoado.
- Ai que fofos. - Ayane não.
- Você está falando que ganha do meu filho? - Opa, o que foi isso?
- Mas é claro. - Ri um pouco.
- O QUE? - Lá vai o Japa. - Cala a boca peste negra. - Ele me deu rasteira e ficou segurando minha cabeça no chão.
- Me larga amaldiçoado. - Dei alguns socos nele e ele me soltou, eu me levantei e peguei distância, ele também se levantou.
- O que você disse mesmo? - Ele riu, e eu dei uma rasteira nele.
- Ai que amor. - A Ayane riu.
- O que você disse mesmo Japa?? - Ele segurou minha perna, parece zumbi. - Me solta amaldiçoado. - Chutei o braço dele, ele me soltou, ele me deu outra rasteira e eu caí, ele levantou e pegou minhas pernas, e começou a me arrastar por ai.
- Pega a mão dela ai Haru. - Eles me levantaram no ar.
Eu dei um chute nas mãos do Japa, ele me soltou no ar, bati no chão, mas deu para pegar impulso e pular por cima do Haru, dei uma chave de perna no pescoço dele, mas foi tão lindo que até eu me orgulhei de mim mesma.
- Bem feito palhaços. - A Ayane riu.
- Japa seu maldito eu tô parecendo um mendigo.
- Você parece um mendigo o tempo todo. - Eu vou te matar.
- Sua mãe, sem ofensas Fátima você é super legal. - Fiz um joinha para ela. - Se quer morrer seu amaldiçoado?
- O nome da minha maldição é "Julia". - Isso deixa qualquer um depressivo.
- Chega de amor né, que eu já estou diabético. - Haru seu inútil silêncio.
- Cala a boca amaldiçoado em miniatura.
- Wooow bem feito. - Japa silêncio. - Liga não, é o jeito dela de falar que as pessoas são lindas. - Claro.
- Com certeza, se é lindo Japa, nossa Senhora.
- Ai assim você rouba meu coração. - Ele disse isso me carregando no colo, parou a viadagem né.
- Vou acabar sendo avó, que fofo. - Não Fátima, nãão.
- Não.
- Julia quer jantar aqui em casa hoje? - Isso veio do nada.
- Bom, pode ser. - Não tem problema mesmo. - Eu podso fazer? - Gosto de cozinhar.
- Iiih alá a Master Chef. - Cala a Boa Théo.
- Até cozinhar sabe, pode casar. - Fátima não fale uma coisa dessas. - Pode ser, será o que?
- Panqueca! - Eu amo panqueca, e as minhas são muito boas.
- Panqueca é muito bom. - A Ayane disse.
- Então tá, vou ir tomar um banho... NÉ JAPA... E depois compro as coisas e trago para cá.
- Pode deixar que eu compro. - A Fátima disse.
- Não tem problema, eu compro rapidinho ali.
- Tá bom então. - Ela concordou.
- Tudo bem, daqui a pouco eu volto.
O Japa me levou até o portão.
- Minha mãe tem mania de limpeza tá - Meu Deus.
- Eu não sou bagunceira que nem você. - Nós rimos. - Até daqui a pouco.
- Até.
[...]
Fui para minha casa e tomei um banho, meu cabelo estava cheio de poeira, depois fui até a padaria e comprei as coisas, e também carne moída, vou fazer Panqueca recheada com carne moída, presunto e mussarela.
Toquei a campainha na casa do Japa 18:30, a mãe dele atendeu.
- Tá bonita em. - Eu estava com uma camiseta vermelha, um short jeans e um VANS rosa, como alguém pode ficar bonito assim?
- Obrigado. - Disse com aquele sorriso envergonhado.
Nós entramos, o Japa estava no sofá junto com a Bia, o Haru e a Ayane.
- Olha, ela está parecendo gente. - Vá para o inferno Théo.
- Olha, está com a mesma cara de gato molhado de quando eu te enfiei embaixo d'água no clube.
- Silêncio peste negra. - Revoltou?
- É sempre assim quando vocês se vêem? - Coitada de você Fátima, esse maldito faz coisa pior.
- Sim, quando ele não me carregando pelo ombro.
- Ééh mesmo, eu ainda não fiz isso hoje. - Ele veio até mim com olhar sanguinário.
- Sai fora Théo seu amaldiçoado. - Tarde demais, ele me carregou, que maravilha.
- Isso que é amor. - Silêncio Maria Beatriz.
- Nada haver Bia.
- Olha o pornô ao vivo. - Lá vai o Haru.
- Olha o punheteiro. - Tive que zuar.
- Bem feito. - A Fátima concorda ainda por cima.
- Meu filho não precisa disso. - A Ayane disse rindo.
- Que isso em, tem olho fechado mas não é cego. - Eu o Japa entendemos a referência. Ele me soltou.
Fui para a cozinha começar a arrumar as coisas, a Bia me disse aonde fica os temperos e outras coisas necessárias. Coloquei meus fones e fui começar os preparativos, eram 19:00 ainda, a primeira coisa que eu fiz foi o arroz.
[...]
Coloquei as panquecas no forno 20:10, apenas para elas dourarem um pouco e a mussarela derreter.
Estava lavando as vasilhas de sujei, e arrumando o prato para por as panquecas.
- AAAH COMIDA JÁ TA PRONTA? - Era o Japa, que susto.
- SEU ENDIABRADO AVISA QUANDO ESTIVER CHEGANDO! - Tirei meus fones.
- Eu avisei, se você não escutou a culpa não é minha. - Claro que é.
Continuei arrumando as coisas.
- Tá quase.
- Sim senhor, Master Chef. - Ele foi embora marchando.
- SOLDADO! - Ele voltou.
- SIM SENHOR MASTER CHEF!
- DESCANSAR SOLDADO. - Que merda. - LEVE ISTO AQUI PARA A MESA. - Coloquei uns pratos na mão dele.
- Eu lá tenho cara de empregada? - Tem cara de gato molhado.
- Anda logo amaldiçoado, deixa de ser inútil.
- Ain maguo. - Óh dó.
- Ai perdão seu lindo, depois te dou um doce.
- Ai eu quero. - Que viadagem.
Ele colocou os pratos na mesa, e voltou a se sentar.
[...]
Estava tirando as panquecas do forno quando a mãe dele apareceu atrás de mim do nada, mas eu não assustei, estava sem os fones.
- Prefiro você como nora do que a Angela. - Ai meu Deus Fátima.
- Não. - Corte rápido Tramontina.
- Vocês são bem amigos né? - Éé amaldiçoado.
- É... - Eu ri. - Mesmo ele sendo amaldiçoado, ele é legal. - Ela riu.
- Casem-se logo. - Não Fátima. Nãão.
- Vou te contar um segredo. - Ela ficou toda animada. - Seu filho é gay. - Depois eu e ela começamos a rir igual capivaras.
- Vem cá que eu te mostro o gay. - Dá onde ele veio?
- Assim você me seduz. - Ai que sexy.
Ele me pegou pelo colo e me jogou para o alto.
- Aii que amor - Fátima não começa. - Vou levar essa panela aqui para a mesa tá? - Era a panela de arroz.
- Tudo bem, já estou acabando aqui.
Ele me soltou e voltou para a sala, acabei de mover as panquecas para o prato, eu as levei para a mesa, junto com uma Coca e os copos.
[...]
- Julia isso aqui está muito bom. - A Fátima disse. -
- Obrigado. - Dei um sorriso.
- Pelo menos você sabe fazer alguma coisa. - Japa silêncio.
- Eu não sou inútil igual a você. - Risada diabólica, e um sorriso vitorioso.
- Bem feito trouxa. - Bia me defendendo, que isso em.
- Casem-se logo. - Até o Haru?
- Cala a boca pigmeu. - Ele é menor que eu coitado.
- Olha só, a anã que fala. - Japa silêncio.
- Bom, Japa, tenho que falar uma coisa seria. - A Fátima suspendeu toda a brincadeira, eu estava olhando para meu copo. - Nós vamos viajar para o Japão semana que vem. - What? Eu levantei minha cabeça e comecei a olhar para ela.
- Eu não vou. - Ice berg invisível.
- Calma, eu sei que você quer ficar aqui com a Julia. - Eu coloquei a mão no rosto para tentar segurar um "nada haver". - Por isso que eu chamei a Julia para jantar hoje.
- Como assim? - Não estou entendendo mais nada.
- Eu quero que você vá para o Japão com a gente - Ela deu um sorriso, e eu... Bom, eu buguei.
- What?
- É só por um mês, calma. - Atá... - Você acha que sua mãe deixa?
- Pera aí. - Peguei meu celular e liguei para minha mãe.
*Ligação*
- Quê foi? - Nossa que belíssima mãe.
- Mãe posso viajar para o Japão por um mês com a Fátima?
- Nossa vizinha? - Não boba, esse é o codinome de Deus, e eu estou falando que ele vai me matar e me levar para o céu.
- É ela mesmo.
- Vai ué. Vou ter que pagar quanto?
- Nada, deixa que eu pago. - A Fátima falou, estava no viva voz.
- Então tá, pode ir.
- Obrigado Catharina.
- Tá.
*Fim da Ligação*
Minha mãe é um ser humano extremamente... Estranho. Quem diabos deixa a filha viajar para o Japão com um desconhecido? Bom elas se conhecem... Mas dependendo da minha mãe, ela já fez coisas bem piores do que deixar sua filha a Deus dará.
- Foi fácil.
- Sua mãe não tá nem ai né?! - O Japa sabia de algumas coisas.
- Não. - Eu ri. - Pera aí que tenho que ligar para mais um ser. - Ligar para o Manoel.
*Ligação*
- Oh velhote.
- Oi para você também Julia.
- Vou viajar para o Japão por um mês, tem problema?
- Não, porque teria?
- O campeonato, jumento.
- Ata, é daqui a dois meses.
- Tá bom, tem uma tiazona - tive que zuá-la - ... Querendo falando com você.
- Quem?
- Manuuuu - Sério? Que bosta.
- Fátima, quantos anos que eu não falo com você sua macaca. - Apelidos são de família?
- Nossa tem tempo demais, a Julia é a mesma coisa do Fernando.
- Seu filho também tem a mesma cara amassada que a sua.
- EU TÔ ESCUTANDO TÁ. - Japa revoltado.
- Tá bom. A Julia vai pro Japão com você?
- Comigo e com a Ayane.
- Sério, até a Ayane? OH AYANE SUA FANTASMA. - Porra, ele conhece até ela?
- Ooi Manu, quanto tempo.
- Quanto tempo, você nunca vem para o Brasil sua desmiolada.
- Dinheiro não brota em árvore moço.
- Infelizmente. Ayane, Fátima eu vou desligar que eu estou dirigindo.
- Tchau Manu
- Julia sua malandra não é para gastar todo o dinheiro em mangá e bonecos não tá?!
- Não garanto nada. Tchau.
- Tchau.
*Fim da Ligação*
Agora tem uma bendita pergunta que não quer se calar: como meu tio conhece ela?
- Antes que perguntem, a Ayane e eu fizemos a mesma faculdade, já que somos irmãs, e lá conhecemos o Manoel. - Explicou bastante coisa.
- É, nos nós conhecemos. - Que sorriso é esse ai???
- Oh se conhece, eu pegava esses dois transando quase todo dia. - Sério?
- Meus tímpanos estão doendo.
- QUAL A NECESSIDADE MÃE? - O Japa tava rindo igual capivara com demência.
- Que bosta em mãe. - Coitado do Haru.
- Bom, pelo menos você vai para o Japão com a gente. - A Fátima riu.
[...]
Depois da conversa nada confortável que tivemos ali, eu e o Japa fomos lavar aquele tanto de louça.
- Pelo menos está me ajudando.
- De nada peste negra. - Ele sorriu, e eu passei espuma na bochecha dele.
- Você não fez isso. - Ele disse pausadamente, limpando a espuma da bochecha.
- Fiz sim, e daí? - Ele me pegou no colo de novo, isso tá virando costume já, ele passou espuma na minha boca, e depois começou a rir.
- Bem feito. - Vai ter volta. Joguei um monte de espuma nele também.
- Trouxa.
Ele me abraçou - carregou - e depois começou a rir, eu também ri.
- Aai que fofos. - O que a Bia tá fazendo aqui? E todo mundo também?
Ele me soltou e voltamos a arrumar aquela bagunça.
Depois fomos para a sala assistir um filme, bom, eu e o Japa ficamos "brigando" o filme todo. Fui voltar para a minha casa 23:00.
[...]
Ouvi a Carla e o Miguel me encherem o saco por causa da viagem, mas eles sabiam que eu iria gostar, eles sabem que eu amo o Japão, depois fui dormir, uma noite boa, e longa.
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