1. Spirit Fanfics >
  2. Virtual Love >
  3. Viagem 1: Primeiro

História Virtual Love - Viagem 1: Primeiro


Escrita por: querida_mary

Notas do Autor


CAPÍTULO NOVO *-*

Como tinha dito, esse é o capítulo de hoje.

~ NARRADO PELO THÉO ~

Espero que gostem ❤

Capítulo 15 - Viagem 1: Primeiro


Fanfic / Fanfiction Virtual Love - Viagem 1: Primeiro

Já havia se passado uma semana desde a linda notícia de que nós iríamos ao Japão novamente - não que eu não goste de lá - ...mas, admitindo, eu queria ficar aqui com a Julia, mas a mente brilhante da minha mãe decidiu levá-la junto, pelo menos a mãe dela não reclamou, coisa que eu acho bem raro, e ela também está animada com a história de voltar ao Japão, pelo que ela me contou, ela gostou muito do tempo em que morou lá. 

[...]

Já era a manhã da viagem, o Lucas e o Thomas estavam lá, junto com a Carla e o Miguel, o tio dela - eu esqueci o nome do velho - ... não estava lá. 

- AAI JULIA EU VOU SENTIR SAUDADE DE VOCÊ - Meu Deus coitada da Julia. 

- Se qualquer boneco quebrar, ou mangá sumir eu juro que irei tirar cada centavo de vocêS DOIS até eu tê-los de volta. - Meu Deus que facada na alma. 

- Aí aí tá bom Juuh-Chan - Miguel está mais desinteressado que o Thomas. 

- Não quero nem sonhar que você deitou na minha cama Carla. - Até isso? Credo. 

- Mas porque? Você não vai estar lá. - Ela é burra? Eu concordaria e depois me jogava que nem morto lá. 

- Gente, temos que ir. - Glória a Deus mãe. 

Nós nos despedimos de todos e entramos no avião, coitada da Julia, estava na cara que ela estava desesperada, pelo medo de altura, e olha que a maldita ainda ficou na janela. 

- Oh Bia troca de lugar comigo aí. - A Bia estava do lado da Julia. 

- Ai que lindo, vou deixar o casalzinho juntos. - O piloto, abre a porta aí, quero jogar uma coisa lá embaixo. 

A Julia estava lendo mangá e escutando música ao mesmo tempo. Tirei um dos fones dela.

"Parece que eu sempre fui alguém que ninguém quer acreditar

Deixado de lado, meio isolado

Mas com tanto a provar" 

- Olha, a Senhora Leitura. 

- Oi amaldiçoado. - Que lindo apelido, pelo menos ela sorriu. 

- Esta desesperada por causa da altura? 

- Não me lembre disso, por favor. - Aí como é bom torturar as pessoas. 

- Você trouxe a guitarra né?! 

- Sim. - Porque ela carrega isso? Não é a mesma coisa de carregar a dor nas costas? 

- Porque? 

- Eu gosto, "é como carregar a dor nas costas", é como se eu estivesse com um pedaço do meu pai. - Ela fechou o mangá e começou a olhar para a janela. 

- Vai comprar muitos mangás? 

- Tem uma coisa que eu esqueci de te contar. Não é muito importante, mas... É importante, sei lá. - A vida dessa garota é um poço, e cada coisa que ela conta é uma Samara diferente. 

- Conte. 

- Meu pai deixou uma herança para mim, parte desse dinheiro é Ienes, por isso meu tio disse para eu não gastar tudo. - Ela riu. - Eu não quero gastar, mas o mangá chama meu nome. - Eu ri. 

- Você é rica? 

- Não cara, eu só tenho uma boa condição. - Ela suspirou. - Um dos motivos da minha mãe me odiar é esse. 

- Não liga, ela é doida. - Eu a abraçei. - É impossível alguém te odiar. 

- Você me abraça demais Théo, você não odeia "contado físico"? - Sério que ela tentou imitar a minha voz? 

- Mas você é legal.

- Eu vou dormir tá? - Já? 

- Abraçada em mim? 

- Não né, tapado. - Ai que pena (riso diabólico). 

Ela me soltou e deitou o banco um pouco, virou a cabeça e começou a dormir. Ela é fofa enquanto dorme, quando está acordada parece o diabo. 

[...] 

Ela passou metade da viagem dormindo, a outra metade escutando música e lendo mangá, a gente quase não conversou, quando ela estava dormindo eu estava acordado, e vice versa.

[...] 

Chegamos no aeroporto e eu finalmente pude esticar as minhas pernas, e como isso é bom. Fomos pegar nossas malas, a Julia pegou a guitarra primeiro, e colocou nas costas. 

- Essa é a guitarra do seu pai? - Dá onde minha mãe veio? Ela disse que iria ao banheiro. 

- Sim. - Sono? 

- Eu lembro quando ele comprou, ele me pediu 60 reais emprestado, e ainda não me pagou. - Ela riu. 

- Eu não vou pagar ninguém. - Ela também riu. - Meu Deus um Doritos, eu preciso comer alguma coisa. - Ela foi em direção a um caixa eletrônico que tinha ali perto, e tirou um cartão não sei da onde, e sacou "UM POUCO" de dinheiro. 

- Querem alguma coisa? - Você vai ter um grande prejuízo. 

- Eu quero um refrigerante. - Por incrível que pareça só a Bia pediu. 

Nós fomos andando e a Julia comendo. Chegamos até um ponto de táxi, tiveram que ser dois, pois havia muita gente. Chegamos na casa em meia hora, era de noite. 

- Cara, quando eu morei aqui no Japão eu fiquei apenas em Tókio, mas aqui também é lindo. - Ela colocou a cabeça para fora da janela, ela tem quantos anos? 4? 

- Coloca a cabeça para dentro idiota. - Eu puxei ela. O motorista falou alguma coisa. 

- Gomenasai. - Ela sabe falar japonês mesmo. 

Chegamos na casa todos juntos, a Julia estava meio abismada com o tamanho. 

- Aqui está a mesma coisa. - Disse entrando, a Julia veio atrás de mim. 

- As casas do Japão são lindas. - Ela olhou para cada canto. 

- Haru você vai dormir no mesmo quarto do Japa. - Eu escutei a criança suspirar. - Julia  vai dormir com a Bia, vem que eu mostro aonde é. - A Ayane estava guiando as meninas, eu fui com o Haru. 

Tem uma beliche no quarto. 

- A de cima é minha Japa. - Nossa, parece presidiário escolhendo a cama. 

- Dá no mesmo. 

Coloquei minhas coisas na cômoda, arrumei meu notebook e fui tomar um banho. 

[...] 

Depois fomos jantar, estava todo mundo lá menos a Julia. 

- Ué Bia cadê a Julia? 

- Ela deitou na cama e dormiu. - Meu Deus, ela é um cadáver? 

Depois de jantar eu fui ver como ela estava. Ela arrumou as coisas dela, colocou a guitarra quietinha no canto, o celular para carregar e deitou - na cama de baixo - e entrou em coma. 

Eu também fui dormir, foi meio estranho, por causa do fuso horário, mas consegui.

[...] 

Eu acordei 10:30, ainda estava todo mundo dormindo, então eu apenas fiz minha higiene matinal em silêncio e fui para o terraço, estava um dia gostoso, nem frio e nem calor. Fui descer 11:15, depois de ficar olhando as casas dos outros por um bom tempo. 

Minha mãe e a Ayane estavam vendo televisão na sala enquanto tomavam café. 

- Bom Dia. 

- Bom Dia. - Minha mãe disse. - Acordou cedo em? E a Julia? 

- Está morta lá na cama. 

O Haru e a Bia estavam colocando as coisas na mesa, para o café da manhã - ou almoço -. Todos nós sentamos, menos a Julia. 

- Ela ainda está dormindo? - O Haru perguntou. 

- Espera aí que eu vou acordar ela. 

Eu fui até o quarto e ela estava lá, deitada, de barriga para baixo, e com o cabelo todo espalhado pelo travesseiro. Sentei do lado dela e fiquei a olhando, ela realmente fica fofa enquanto dorme, enrolei um pouco do cabelo dela no meu dedo. 

- O que foi maldito? - Quando ela acordou? 

- Você fica fofa enquanto dorme. 

- Não fico não, eu pareço um morto. - Um morto muito fofo. 

- Bom Dia, vai se arrumar, a gente tá tomando café. 

- Seria bom se eu estivesse dormindo. - Ela se sentou. - Já vou.

Voltei para a mesa e me sentei. 10 minutos depois a Julia veio também, ela trocou de roupa. 

- Bom Dia. - Ela estava bocejando ainda, meu Deus. 

- Bom Dia Bela Adormecida. - Sério Bia? - Como foi acordar olhando para a cara do Japa? 

- Cala a boca. 

- A mesma coisa de dormir com os anjos e acordar com o capeta. - Maguo. 

- Obrigado pela parte que me toca, da próxima vez eu jogo água em você. 

- Você não é nem doido. - Ela bocejou de novo. 

- Já começa o dia brigando? Que amor em. - Mãe silêncio. 

- Se não perde o costume. - É por isso que você me enche o saco peste negra?

- Cala a boca peste negra. 

- Amaldiçoado. - E o nome da minha maldição é "Julia". 

Tomamos café e fomos para a sala assistir filme, a Julia foi tomar banho

[...] 

- Olha, ela está parecendo gente. - O cabelo dela está molhado. 

- Cala a boca gato molhado - Agora esse é apelido carinhoso também ?

Ela se sentou do meu lado no sofá. 

- Julia você toca aquela guitarra? - Bia, não toca nesse assunto, por favor. 

- Sim. - Ela enrolou um pouco de cabelo nos dedos. 

- Toca uma música para mim?? - Meu Deus, olha o tamanho do sorriso dessa menina. 

- Tá bom. - Ela me disse que não se importa de tocar, mas aceitar tão fácil? Não entendi. 

Ela foi pegar a guitarra, vai ser a primeira vez que vejo ela tocando. Ela voltou. 

- Qual música? - Julia você vai deixar ela escolher, sério? 

- Hot, Avril Lavigne,  conhece? - Meu Deus. 

- Essa música chata não. 

- Cala a boca peste negra, conheço sim. - Ela sorriu. 

- Vai lá então Mick Jagger. 

- Cala a boca seu idiota. - Ela riu e começou a tocar.

"You're so good to me baby baby  

I want to lock you up in my closet, where no one's around 
I want to put your hand in my pocket, because you're allowed
I want to drive you into the corner, and kiss you without a sound 
I want to stay this way forever, I'll say it loud
Now you're in and you can't get out

You make me so hot
Make me wanna drop
You're so ridiculous 
I can barely stop 
I can hardly breathe
You make me wanna scream 
You're so fabulous
You're so good to me Baby, Baby 
You're so good to me Baby, Baby

I can make you feel all better, just take it in
And I can show you all the places, you've never been 
And I can make you say everything, that you never said 
And I will let you do anything, again and again 
Now you're in and you can't get out

You make me so hot
Make me wanna drop
You're so ridiculous 
I can barely stop 
I can hardly breathe
You make me wanna scream 
You're so fabulous
You're so good to me Baby, Baby 
You're so good to me Baby, Baby

Kiss me gently 
Always I know 
Hold me love me 
Don't ever go  

You make me so hot
Make me wanna drop
You're so ridiculous 
I can barely stop 
I can hardly breathe
You make me wanna scream 
You're so fabulous
You're so good to me

You make me so hot
Make me wanna drop
You're so ridiculous 
I can barely stop 
I can hardly breathe
You make me wanna scream 
You're so fabulous
You're so good to me Baby, Baby 
You're so good to me Baby, Baby  

You're so good..."

Ela toca tão bem, e eu nunca escutei a voz dela de um jeito tão lindo. 

- Você toca muito bem Julia. - Sério Bia? Precisa falar não, e ela ainda fala gritando. 

- Obrigado. - Ela sorriu, estava com vergonha? Ela tirou a guitarra e sentou do meu lado. 

- Pelo menos a peste negra é boa em alguma coisa. 

- Cala a boca amaldiçoado. - Ela me empurrou. 

- O mãe eu vou ir buscar a Pamela. - O Haru falou. 

- Tá bom. - A Ayane concordou. 

- Vem comigo Japa, e a Julia também. - Eu ia ir de todo jeito. 

- Tá bom, vem Julia. 

- Me leva de cavalinho. - A escravidão começou cedo hoje. 

- Sem escravidão hoje.

- Um bom escravo não nega nada. - Ela cruzou os braços. Sério isso? 

- Leva ela Japa, deixa de ser preguiçoso. - Que isso mãe? E ela ainda ri? 

Coloquei ela nas minhas costas e começamos a andar. 

- Para de anda aí, quero subir no seu ombro. - Ué? E o medo?

- Perdeu o medo de altura? 

- Não, só que ver as coisas de cima é legal. - Nossa, ela fala como se eu fosse gigante. 

- Você é uma anã também. - Eu disse abaixando, e ela subiu. 

- Cara, porque vocês não namoram? - Haru seu viado, cala a boca. 

- Não, ele é viado. - Eu olhei para cima e ela estava rindo. 

Mordi a coxa dela, já que ela está de short, foi mais um chupão. 

- FILHA DA PUTA ISSO DÓI CARALHO. - Nossa Senhora, eu ri que nem uma capivara com AIDS. 

- Nossa cara, isso foi quase um estupro. - Que bosta em Haru. 

Uma coisa que eu não pensei foi que a Julia iria devolver o chupão. Eu senti como se tivesse um cachorro mordendo meu pescoço, tenho certeza que ficou roxo. 

- CAPIVARA GORDA ISSO DÓI. 

- Capivara gorda Japa? Que bosta. - Eu sei que foi muito bosta Haru. 

- Ficou roxo, otário. - Obrigado Julia. 

- Sua coxa também está roxa, otária. 

[...] 

Continuamos andando, a Julia reclamando da coxa dela, eu reclamando do meu pescoço e o Haru mandando nos nós casarmos. Depois de um tempo nos nós encontramos com a Pamela. 

- HAARU. - A menina veio correndo até o Haru feito gordo atrás de comida e deu um beijo nele.

- Que nojo mano. 

- Eu também fiquei com bastante nojo quando a Charlote te beijou. - A diferença é que você estava rindo igual uma capivara com AIDS. 

- Oi Japa. - Finalmente ela percebeu que eu estava ali.

- Oi Pamela. 

- Namorada? - Porque todo mundo fala isso? 
- NÃO. 

- Oi, eu sou a Julia, amiga do Japa. - Silêncio peste negra. 

- Oi, sou a Pamela, namorada do Haru. - Ela sorriu. - Que isso na sua coxa? - Como ela viu?

- Uma mordida do Japa. - Ela me deu um soco na cabeça. 

- Que fofos, certeza que não namoram? - Absoluta. 

- Ele é viado. - De novo isso? 

- Quer outra mordida peste negra? 

- Cala a boca amaldiçoado. - Mais um soco na cabeça. Eu lambi a pena dela. - Porra que nojo. - Ela lambeu meu olho. 

- Credo, baba de Julia. 

- Mano, que merda é essa que vocês estão fazendo? - Eu me pergunto a mesma coisa Haru. 

- Ele que me lambeu. - Modo criança de 5 anos ativado? 

- Japa isso é quase um estupro. - A Pamela me bateu. 

- Nem vale a pena estuprar a Julia. 

- Claro, você dá, não come. - Maguo.

- Bem feito. - Até a Pamela tá do lado dela? 

O Haru e a Pamela foram andando na frente, "não quero ver essa merda". 

- Ela tem um bundão mesmo. - Serio Julia? Ela disse perto do meu ouvido, eu comecei a rir. 

- Eu disse. - Eu ainda estava rindo. 

- O QUÊ? - Eita porra ele ouviu.

- MÔ VONTADE DE TOMAR UM AÇAÍ MANO. - Julia que bosta. 

- Achar açaí no Japão é igual achar dinheiro: nunca acontece. - Pamela você acabou de deixar a Julia triste. 

[...] 

Chegamos em casa depois de uns 40 minutos andando, a Pamela foi cumprimentar minha mãe e a Ayane, eu me sentei no sofá e a Julia se sentou do meu lado. 

- Japa que isso no seu pescoço? - Mãe não me lembre disso. 

- Foi a Julia tentando me seduzir. 

- Saaafada. - Ayane o que tu andou cheirando? 

- Olha o que o amaldiçoado do seu filho fez na minha perna! - Ela mostrou a marca pra minha mãe, ficou uma bolinha roxa, certinho. 

- Como ele chegou ai? - Mãe que tom de voz é esse? 

- Estupro. - Cala a boca Haru. 

- Eu já disse, ele dá, não come. - Ela começou a rir. 

- Viaaado. - Até a Pamela. 

- Vem cá que eu te mostro o viado. 

- Saí fora, eu já tenho o meu viado. - Ela abraçou o Haru, que nojinho. 

- Esse viado aqui é meu. - Ai que foofa. 

- Assim você rouba meu coração linda. - Ai que viadagem. 

- Ai que viadagem. - Começamos a rir igual duas capivaras com AIDS. 

- Casem-se logo. - Até a Ayane? 

Ficamos conversando um bom tempo alí na sala, depois a Pamela foi embora, e cada um foi para seu quarto. 

[...] 

Era 20:30 da noite, ia chamar a Julia para jogar videogame, mas ela nao estava no quarto, nem na sala, nem tomando banho. Fui olhar no terraço e ela estava lá, sentada escutando música, estava com o braço em cima dos olhos, como se estivesse chorando, a guitarra dela estava em pé do seu lado. Sentei do lado dela e tirei um dos fones. 

- O que foi? - Ela parecia triste. 

- Não sei. - Ela tirou o braço dos olhos, ela não estava chorando, estava meio que dormindo. 

- Está triste? 

- Sim. - Ela estava olhando para o chão. 

- Eu não gosto de te ver triste. 

- O Japão me deixa triste e feliz ao mesmo tempo. - Como assim? - Eu me lembro do meu tio, que me lembra meu pai, e eu fico triste. Mas me lembra dos bons momentos que eu passei aqui e fico feliz. 

- Você é confusa. - Eu sorri. Ela riu. 

Ficamos em silêncio por um tempo. 

- Canta uma música para mim? - Essa frase ficou meio estranha, mas eu não liguei. 

- Qual? - Ela estava olhando para o teto. 

- Me empresta seu celular? - Ela pegou e desbloqueou. - Vai ser na sorte. - Toquei no bolão "Aleatório", e caiu na música Monstro, da The Kira Justice, ela encarou o celular por alguns segundos. 

- Pode ser. - Ela riu e começou a tocar.

"Alguém aqui me escuta? 
Alguém pode me ver?
Notar que uma tragédia está prestes a acontecer? 
Eu não fui muito longe
Mas não sei onde estou 
Alguém pode me encontrar 
Mostrar pra onde vou?
Me sinto forte, mas prestes a cair
Me sinto pronto 
Pra vencer ou desistir
Pois eu sei, sim 
Que há um monstro em mim 
Que pode destruir
Tudo o que eu mais amar 
Não tenho mais lugar

Alguém aqui me escuta? 
Alguém pode me ver?
Pois eu nunca pedi pra
Nada disso acontecer
Aqueles que me cercam
Sofrendo ao meu redor
Se só eu me ferisse, eu sei 
Seria bem melhor 
Me sinto forte, mas prestes a cair
Me sinto pronto 
Pra vencer ou desistir
Pois eu sei, sim 
Que há um monstro em mim 
Que pode destruir
Tudo o que eu mais amar 
Não tenho mais lugar
Não sei pra onde voltar

Se não vou voltar atrás 
Quem eu fui, não serei nunca mais 
Mas faço meu melhor
Até morrer em paz  

Pois eu sei, sim 
Que há um monstro em mim 
Que pode destruir
Tudo o que eu mais amar 
Não tenho mais lugar
Alguém aqui me escuta?
Alguém pode me ver?
Não tenho mais lugar
Não sei pra onde voltar"

Essa música é meio triste, ela suspirou, e depois colocou a guitarra do lado, e deitou na minha perna. 

- Porque isso acontece só comigo? - Ela apertou minha coxa. 

- Isso o que? 

- "Alguém aqui me escuta? Alguém pode me ver? Notar que uma tragédia está prestes a acontecer?" - Ela cantou apenas essa parte, essa música realmente é triste. 

- Eu te vejo e te escuto, e nada vai acontecer. - Fiz carinho no cabelo dela. 

- "Aqueles que me cercam, sofrendo ao meu redor, se só eu me ferisse eu sei, seria bem melhor" - Ela está segurando minha perna forte, mas não está doendo. 

- Ninguém vai sofrer por sua culpa, você é uma ótima pessoa. 

- Mas eles sempre sofrem, por isso que eu sempre... - Ela parou de falar e se sentou. 

- Por isso que você sempre se afasta de todo mundo? - Porra porque eu falei isso? 

- "Pois eu sei sim, que há um monstro em mim, que pode destruir tudo o que eu mais amar, não tenho mais lugar" - Ela cantou e deitou no meu colo de novo. 

- Você é uma ótima pessoa, você não é assim, eu odeio quando você está triste. - Eu sabia que ela não estava triste só por se lembrar, tem mais alguma coisa. 

- "Mas faço o meu melhor até morrer em paz" - Eu realmente odeio quando ela fica triste. Peguei ela pelo ombro e fiz ela olhar para mim. 

- Me conta logo o que caralhas aconteceu com você!? Eu odeio te ver triste. - Ela me abraçou, não estava chorando, mas estava triste. 

- Ainda não Japa. 

Ela se separou de mim e ficou sentada do meu lado, ela estava olhando para uma formiga, e eu estava olhando para ela, qualquer coisa é melhor do que vê-la triste daquele jeito. Coloquei minha mão na bochecha dela e a puxei... Eu beijei a Julia. Ela se soltou de mim, foi realmente muito rápido, um selinho, ela foi andando em direção a escada, mas não desceu, ela parou na frente da porta e voltou. Ela parou na minha frente e ajoelhou, eu achei que ela iria me bater até a morte, mas não. Ela me beijou, foi rápido, igual o outro, ela ficou com a mão na minha bochecha e encostou a testa dela na minha, e ficou olhando nós meus olhos. 

- Nunca mais faça isso amaldiçoado. - Ela sorriu e foi embora, mas deixou a guitarra. 

Ela parou na escada de novo, olhou para trás e sorriu, depois balançou a cabeça com um sinal de não. 

Eu comecei a sorrir igual idiota e coloquei minha mão nos meus lábios, eu realmente me pergunto porque caralhas eu fiz isso. Ela estava triste e eu não sabia o que fazer, acho que eu me lembrei dela e do Lucas, ela ficou muito nervosa naquela hora, eu pensei que ela iria me encher de socos, eu estava disposto a isso, eu prefiro ver a expressão de raiva no rosto dela do que uma expressão de tristeza. Mas foi completamente diferente do que eu imaginei, ela sorriu, e ainda me beijou de novo? O que caralhas aconteceu aqui? E ela ainda deixou a guitarra, ela vai vir pegar ou quer que eu leve? Ela ficou nervosa quando o Lucas encostou nela, sinal que irá me contar a verdade ou sinal de confiança? ESSA MENINA ESTÁ ME DEIXANDO MALUCO. Eu tenho certeza de que não vou beija-la nunca mais, não que não tivesse sido bom... QUÊ? EU TÔ USANDO CRACK? Espera, claro que foi bom, mas ela é minha amiga, sem esses pensamentos. Eu nunca mais irei beijar Julia Lopes. Mas nunca mais quero vê-la triste daquele jeito. Bom, eu vou levar a guitarra, espero que não fique nada estranho entre nós.

Eu desci carregando a guitarra, a Julia estava sentada no sofá vendo desenho com a Bia. 

- Você esqueceu a guitarra lá em cima. 

- Obrigado. - Ela disse, sem olhar para mim, merda, vai ficar estranho. 

- Vou por lá na sua cama tá? 

- Tá bom. - Ela ainda não me olhou. 

Eu fui andando até o quarto dela. Coloquei a guitarra em cima da cama, o celular dela estava lá em cima. Virei para trás e ela estava entrando no quarto. 

- Desculpa, eu tô com vergonha idiota. - Ela pegou o celular e saiu, mas ainda não me olhou. 

Sério? Vergonha? Eu não sei se começo a rir ou se bato minha cabeça na parede pela merda que eu fiz. 

[...] 

Nós jantamos normalmente, ou tentamos, minha mãe até perguntou porque nós não estávamos brigando hoje: "minha cota de brigas com o amaldiçoado esgotou por hoje." Cota de várias coisas se esgotaram hoje. Deitei na minha cama, o Haru estava na cama de cima mexendo no celular. 

- Cara, você está estranho. - Lá vai ele. 

- Estou com sono. - Estou com tudo menos sono. 

- Aconteceu alguma coisa com a Julia? - Se eu falar merda ele descobre, ele não é burro. 

- Não. 

- O que vocês estavam fazendo lá em cima? - Merda moleque cala a boca. 

- Conversando ué. 

- Sobre? - Interrogatório? 

- Cara, o que você quer? 

- Você é mó afim dela né?! - Na verdade eu nunca tinha pensado assim, e acabei de chegar a conclusão que... NÃO. 

- Não. 

- A cara para de mentira, isso é meio óbvio. - Cara, isso é só zoeira. 

- Não cara, eu não sou afim da Julia. 

- Então porque você beijou ela? - CARALHO QUE FACADA NO CORAÇÃO. 

- Do que você tá falando mano? 

- Mano, eu não sou burro. "Me conta logo o que caralhas aconteceu com você" - Eita porra. 

- Foi só no momento, eu não sou afim dela. 

- Ela me viu descendo a escada, depois não sei o que aconteceu. Fala aí. - Por isso ela voltou. 

- Vou falar merda nem uma não. Cala a boca que eu quero dormir. 

- Tem certeza que não está afim dela? - Ele vai me encher o saco para sempre. 

- Certeza. Boa Noite. 

Tentei dormir, mas essa foi a única coisa que eu não fiz essa noite. Tenho certeza que escutei todas as músicas do meu celular, bebi mais de um litro de água, fui no banheiro umas 500 vezes, mas não consegui dormir, sempre que eu fecho os olhos eu lembro daquela porra de beijo. O que caralhas está acontecendo aqui?


Notas Finais


Eu vomitei um arco íris enquanto escrevia isso *-----------*

Espero que tenham gostado ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...