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História Vírus: A queda da Humanidade - Prólogo


Escrita por: Natan897

Notas do Autor


Olá pessoas. Essa é minha primeira vez aqui no site, mas a obra já é bem velha, estou colocando-a aqui como modo de distribuição, porque histórias foram feitas para serem contadas, não guardadas.
Eu não prometo nada, mas eu vou tentar atualiza-la constantemente. Se você gosta de si-fi, vampiro e um cenário pós-apocalíptico, essa história é pra você. Bem-vindos ao setor-O+.

Capítulo 1 - Prólogo


23:59, um minuto, um maldito minuto até que eu deixe de ser considerado "bezerro", para fa parte do gado. Amanhã serei levado para o campo O+. Amanhã se inicia a retomada do rebanho, seria burrice falar que não estou com medo, mas pelo menos não passarei por isso sozinho. 
  Ouço alguém batendo na janela de meu quarto, a chuva pesada me impossibilita de ver quem está batendo na janela. Me levanto da cama e abro a janela, o vento forte invadi meu quarto. Sinto as gotas de chuva acertarem meu rosto com tanta força que é quase impossível manter meus olhos aberto.

- Opa - sinto uma mão apertando meu ombro forçando uma entrada para dentro de meu quarto - mas o que... - fecho a janela rapidamente e seco meus olhos com a gola de minha camisa - Denys ? - pergunto olhando-o de cima abaixo. A roupa gasta de sempre, quase em retalhos, o chapéu pro lado expondo uma franja de seu cabelo desarrumado e sujo e por fim uma bandana que ele sempre usa no rosto para evitar o ar "tóxico" do ambiente. - e ai fogoso - falou Denys retirando os óculos de aviação que usava - por que você está aqui ? Devemos nos apresentar amanhã para a colheita - falo retirando minha camisa molhada e colocando outra seca - você realmente está preocupado com isso ? - perguntou ele, também tirando sua camisa molhada - Claro, você não !? - ele se joga na minha cama e sussurra algo inaudível - eu ? Pra ser sincero, não eu não estou preocupado - Ele leva as mãos até o rosto e se levanta me encarando de maneira ameaçadora - o que ? Qual o problema ? - pergunto confuso - qual o seu sabor ? - pergunta ele me fitando - será que é vermelho, será que é doce - olho para Denys com um olhar de medo - Denys para com isso, não tem graça - ele avança contra mim, corro para os lados mudando o rumo, mas o quarto é muito pequeno e pouco tempo depois ele me pega e me joga em cima da cama. Sua respiração está tensa, as poucas gotas de chuva pingavam de seu cabelo, ele deu uma fungada no meu pescoço - Denys... Por favor... - falo arfando. Sua língua passa pelo meu pescoço, não demora muito para que eu sinta seus lábios pressionando os meus - feliz aniversário - falou ele puxando meu lábio inferior com os dentes. Suas mãos passaram pelas minhas pernas, subindo. Ele retirou minha camisa com toda a delicadeza possível. Beijou meus mamilos e foi descendo lentamente pelo meu peito, abdómen e, finalmente, minhas calças - não... NÃO !!! - exclamei empurrando-o - qual o problema ? - me levantei ainda "ligado" pelo que aconteceu - Denys, eu te amo, você sabe, mas... eu não quero isso, sabe... - ele se pôs ao meu lado e segurou minha mão - olha, possivelmente esse vai ser nossa última noite juntos. Eu não quero esquecer do seu toque, seus lábios... Você... - ele levou minha mão até seus lábios, beijando-a com um toque de ternura e sensibilidade - eu sei que não, eu também não, mas não sabemos o que eles fazem com os selecionados... - Denys largou minha mão em questão de segundos, virando o rosto evitando contato visual - Ah, não vamos falar  sobre isso agora. Você sabe o que eles fazem com os escolhidos - sempre de geração em geração, nossos carcereiros sempre fazem uma seleção de novas cabeças. Somos chamados de rebanho, um número X de pessoas são escaladas e mandadas para, o que eles chamam, de campos de concentração. A separação é feita a partir do nosso tipo sanguíneo, quando completamos 5 anos de idade eles fazem testes com nosso sangue, a partir desse resultado, somos distribuídos de acordo com nossas especificações, foi nesse dia que conheci Denys, por sorte fomos postos no mesmo campo. Já houveram outras centenas de outras colheitas ao longo dos anos, e pra ser sincero, nunca achei que viveria tempo suficiente pra fazer parte de uma, acho que dei azar.
   - Olha, não sabemos o que acontece, ninguém nunca voltou de "lá" - Denys deu um soco na parede, um pouco de poeira do teto caiu em minha cabeça - exatamente, ninguém nunca voltou, não sabemos o que têm lá. Mas sabemos sabemos de uma coisa. Esses monstros, eles se alimentam de nós - Denys virou o rosto. Ficou encarando a janela, sua gotas de chuva que escorriam lá fora. A chuva estava mais calma, mas iria demorar muito para que as coisas realmente melhorassem.
    Séria muito egoísta da minha parte querer que Denys aceitasse assim tão fácil. Tínhamos apenas 10 anos quando nossos pais foram levados para um dos campos de concentração. Denys era muito apegado aos pais e foi um choque quando ambos foram levados embora. Normalmente os carcereiros deixavam um número par de membros de uma família, para que a safra se mantenha mais em abundancia, mas nesse dia eles fizeram uma exceção, tornando Denys órfão. Eu só tinha meu pai, mas acabei órfão também.

  Eu não quero brigar na nossa, possível ultima noite juntos - ele remexeu os bolsos da calça tirando dois pãezinhos - como você conseguiu isso ? - perguntei abocanhando o pão - ah, você sabe - ele soltou uma piscadela olhando pela janela. Seus olhos se concentravam em um enorme prédio que fica iluminado 24 horas por dia - Denys, eu já pedi pra você ficar longe da cozinha - eu tentei bancar o durão, mas não consegui deixar de comer aquela pequena massa fermentada que se desintegrava rapidamente em minha boca, mesmo estando molhado era melhor do que a papa que nos era servida - eu sei, eu sei, mas eu já não aguentava mais aquela coisa que eles chamam de comida. Além disso, eu  acho que merecemos isso. E também seu pão já se foi - não demorou nem  um minuto até que só sobrassem migalhas do que outrora foi um pão. Devo admitir que estava muito bom - acho que você deveria ir, já passa das duas da madrugada - peguei um velho despertador que estava no chão e o pus de volta no pequeno criado mudo que ficava ao lado da minha cama. O reboliço que fizemos em cima da cama o derrubou.
   Posso dormir com você hoje - perguntou Denys me encarando com olhinhos de cão perdido - Tá, mas você tem que sair daqui antes que eles venham nos buscar - Denys não escondeu o sorriso de alivio.
Não fiz muito cerimonia, deitei-me no lado esquerdo da cama. Denys sempre fazia questão de dormir com a roupa de baixo, eu não gosto muito da ideia, mas como ele sempre consegui o que quer, acabo cedendo. Sinto seus braços se envolvendo em meu peito. Sinto sua respiração mo meu pescoço ele beija minha nuca delicadamente e sussurra em meu ouvido - eu te amo - forço suas mãos em meu peitoral e respondo de forma abafada - também te amo - com uma leve garoa que agora caia foi o necessário para que caíssemos no sono.

Fui acordado pelo despertador, o relógio marcava 05:30 da manhã. Denys já havia partido, fico feliz que ele tenha ouvido minhas palavras. Pelo que me foi dito, eu devo estar presente no pátio principal antes das sete da manhã. Coloquei a roupas mais simples que eu tinha, uma calça preta, um par de sapatos, uma camisa branca, um casaco velho de meu pai, qual esse faltava um botão, por cima da camisa e uma boina que usava, praticamente, todos os dias. O pátio estava meio cheio quando cheguei, algumas pessoas se encontravam sentadas no chão com a cabeça entre as pernas, famílias reunidas e amantes trocando gracejos uma última vez. Procurei por horas afim, mas não consegui encontrar Denys em lugar nenhum. Uma sirene gritou no meio do pátio. Todos aqueles que seriam levados ficaram enfileirados, os homens de um lado e as mulheres do outro. O silêncio prevaleceu pelos cinco minutos que se seguiam, quando eis que avisto três veículos, dois jipes militares e um caminhão. Do jipe saíram sete soldados e um general, esse que possuía uma pele super pálida, olhos negros profundos, uma carranca que intimidava até o maior dos homens. Do caminhão dois cientistas saíram com uma prancheta e uma pequena máquina em mãos. Eles se posicionaram a frente das filas e começaram a chamar os nomes em uma ordem alfabética. O primeiro da lista se chamava Álvaro, o reconheci de imediato, ele era um dos pais que estava reunido em um dos núcleos familiares. Um dos cientistas pegou seu braço esquerdo e passou a pequena máquina no antebraço do homem, o aparelho soltou um pequeno bip de aprovação. Álvaro foi encaminhado para dentro do caminhão por dois soldados armados com fuzis de alto calibre. A ordem se manteve assim. Eles selecionavam um homem e uma mulher e de um-por-um iam sendo colocados dentro do caminhão. Antes de chegar em mim muitos outros nomes foram citados: ​Moira, Alan, Dexter, Sidney, Bertram, Bernard. Mas um em especial me chamou atenção. - Denys - exclamou um dos cientistas encarando a multidão - Denys - repetiu o cientista, mas nem sinal de Denys. Fiquei procurando Denys por todos os lados que minha visão conseguia se concentrar, mas sem sinal dele. O general pálido que estava apenas observando as demais pessoas fez sinal com a cabeça para dois dos soldados e esses começaram a procurar dentro das casas. No fim, sem sinal de Denys, eles concluíram que ele, ou havia fugido à noite, ou o mais possível se matado não querendo ver esse dia. Mas eu sabia que não podia ser verdade, ele disse que iríamos encarar isso juntos... Será que ele realmente fugiu ? Não, não posso acreditar nisso. Pus a mão sobre meu peito e me lembrei da noite passada, aquela realmente foi nossa última noite juntos. Perdido em meus pensamentos, perdi a ordem da chamada, um dos cientistas chamou meu nome mais de duas vezes e só na quinta vez me pus a andar em sua direção. Ele repetiu o processo como mas outras vezes. A maquina fez seu bip de aprovação e como das ultimas vezes fui acompanhado até o caminhão.

Antes de entrar no caminhão ouço gritos, dou uma olhada nas casa quando vejo um dos soldados apontando a arma para alguém de dentro da casa, mas antes que ele pudesse reagir essa mesma pessoa que ele estava apontando a arma avançou contra ele. Rasgando facilmente sua garganta, apenas com suas unhas bem afiadas por sinal. Sozinho essa mesma pessoa matou o outro soldado que o acompanhava. O general de cara pálida se pôs a frente da situação, do casaco preto que usava retirou uma lâmina, sem cerimônias ele enfiou a mesma na testa do endivido. Limpando a lâmina na manga do casaco preto. Os demais soldados se puseram a frente da situação. Eles recolheram o corpo dos soldados e do agressor, ambos os cadáveres foram postos no banco de trás de um dos jipes. Já dentro do caminhão avistei todas as pessoas sentadas no chão, algumas estavam de cabeça baixa, já outras estavam de cabeça erguida e ainda mais cantarolando alguma coisa. Já devia passar das 3 da tarde quando todas as pessoas finalmente embarcaram na parte traseira do veículo.

Os soldados que estavam do lado de fora anunciaram ao motorista que a "carga" já estava pronta. Eles fecharam a porta do compartimento. A escuridão prevaleceu por alguns minutos, mas foi destruída por uma lâmpada que se encontrava no teto do compartimento de carga. Foi quase duas horas até finalmente chegarmos ao campo O+. Os mesmo soldados que realizaram o embarque se responsabilizaram pelo desembarque. Era algo totalmente deserto, cercas de arame farpado que rodeavam um longo perímetro de terras, aparentemente, secas e várias construções antigas. O general carrancudo saiu do jipe em que estava e se colocou a frente de todos. Ele retirou alguns papeis do casaco e iniciou uma espécie de pronunciamento.

- Eu gostaria, inicialmente, dar bom dia a todos aqui presentes, meu nome é Viktor, General Viktor - ele passou os olhos bem rapidamente na primeira folha em sua mão. E com um olhar de desaprovação amassou as folhas, jogando as no chão e pisoteando-as em seguida - eu não vou mentir para vocês. Como a maioria aqui já sabe, vocês foram levados de suas famílias, mas o que não sabem é o porque disso. Eu não sei se alguém ai sabe, mas estamos em guerra - todos da multidão, inclusive eu, demonstrarão um expressão de descrença - há anos essa guerra se arrasta e como perdemos o controle da situação e esse conflito, que antes era algo pequeno, acabou tomando proporções alarmantes. Em resposta, acabamos enviando, praticamente, todos os nossos homens para esse confronto. Vocês estão aqui para substituir esse homens que enviamos para o campo de batalha. Mas não temam essa "substituição", não durará muito tempo - ele encerrou suas palavras soltando um sorriso malicioso, todos virão o ato e isso apenas reforçou o medo das pessoas. Fomos acompanhados até uma das construções, eles nos disseram que essa será nossa casa a partir de hoje. Era nada mais que um cômodo único com beliches acoplados a parede. Depois de nos acomodarmos fomos levados para outra construção, essa que era a cantina. Eles nos alimentaram, mas diferente da papa que nos era servida, eles realmente nos serviam comida. Não era nada de mais, um pão servido com guisado e água, Denys teria achado graça de tudo isso, Denys...

O general Viktor apareceu momentos depois, ele trouxe uma lista de afazeres, fomos divididos em grupos, cada qual era responsável por algo. No fim eu e um grupo de dez pessoas ficamos responsáveis pela colheita de alimento. Segundo o general eles iriam nos dar um suporte para as primeiras plantações. No fim da noite voltamos para os aposentos e lá descansamos.

Já passava das 3 da manhã quando fui acordado por um barulho. Alguém havia entrado em nossos aposentos. Me escondi em baixo de meus cobertores. Avistei quatro soldados, esses que passavam de cama em cama, pareciam estar procurando alguém e parece que eles encontraram. Eles pegaram um pequeno frasco de vidro com um líquido transparente, despejaram um pouco em um pequeno pedaço de pano e pressionaram contra o rosto dessa pessoa que eles haviam selecionado, ou sei lá o que. O indivíduo respondeu o ato de forma desesperada, jogando os braços pra cima e tentando afastar o soldado, mas apagou momentos depois. Os demais soldados carregaram o rapaz inconsciente para fora do aposento. Alguma coisa me dizia para continuar em baixo do cobertor, que ali eu estaria seguro, mas eu não resisti. Sorrateiramente fui até a janela mais próxima e observei os soldados.eles passaram a mão sobre o corpo inconsciente, sem muito pressa eles despiram o rapaz desacordado. Os quatro revezaram o corpo para satisfazer suas necessidades sexuais. E no fim um deles mordeu o pescoço de sua vítima, seus olhos reviravam, sua iris ganhou uma tonalidade vermelho-carmesim, suas orbitas ficaram escuras como os olhos do general pálido. Os outros três soldados também abocanharam o corpo de sua vítima, um mordia o braço, o outro a perna esquerda, e o último mordia o outro lado do pescoço do rapaz que aos poucos ia ficando tão branco quanto o general Viktor. No fim eles limparam as manchas de sangue de seus uniformes e carregaram a vítima de volta para a cama, mas nem sem antes de quebrar o pescoço do indivíduo. Rapidamente voltei para minha cama, jogando o cobertor por cima da cabeça. Denys tinha razão, eles realmente são monstros, ele fez certo em fugir, talvez se eu tivesse dado ouvidos a suas palavras não estaria aqui, mas agora é tarde. Preciso descobrir uma maneira de fugir daqui, não morrerei assim. Eu só preciso descobrir uma forma de sair daqui.



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