Lauren P.O.V
Hoje é definitivamente o meu pior dia, e nesse momento eu estou no píer, assistindo o por do sol, com uma lata de cerveja e tragando um cigarro. Precisava disso, meu dia hoje foi totalmente conturbado. Ele começou normal, corri me arrumei para a escola, tomei café e fui à escola, mas foi exatamente na escola que o dia começou a desandar.
- Eu estava pensando em fumar maconha no carro, mas lembrei que ele tem para brisa. – Verônica comentou e logo em seguida começou a rir da sua própria piada, neguei com a cabeça e voltei a bebericar o meu refrigerante, avistei Taylor conversando com Austin do outro lado do refeitório, pareciam estar discutindo, semicerrei os olhos e pude ver ele entregando algo, e logo minha meia irmã sai do refeitório. Levantei-me e andei em passos largos para conseguir chegar a Taylor, pude escutar a voz de Vêro dizer “Aonde você vai!” Mas ignorei.
Taylor estava estranha há muito tempo, a princípio eu pensei que era o jeito da menina, mas depois percebi que algo acontecia. Quando cheguei ao corredor já vazio, pois todos estavam no refeitório, fui em direção do banheiro feminino.
Entrei bem devagar, o banheiro estava vazio, pelo menos era o que eu achava até escutar um barulho em uma das cabines do banheiro. Aproximei-me lentamente e tentei abrir a porta da cabine, mas estava trancada. Bati três vezes na porta.
- Taylor? – Perguntei, escutei mais alguns barulhos, logo a porta da cabine abre e uma Taylor com a pupila totalmente dilatada sai em passos rápidos até a pia.
- Taylor aconteceu alguma coisa? – Falei me aproximando, podia ver seu rosto pelo espelho. Taylor molhava seu pescoço e batia as pernas.
- O que é Lauren? Vai ficar me perseguindo? Não posso nem ir ao banheiro. – A menina falou acelerada. Então com um estalar de dedos entendi o que estava acontecendo.
- Tem um pouco de coca no seu nariz, limpe. – Falei jogando um verde e a menina caiu direitinho, levou a mão até seu nariz e começou a limpar a “sujeira”. Ela parecia desesperada, pois entendeu que eu sabia o que estava rolando.
- Mas que merda você pensa que está fazendo Taylor! Você não precisa disso! – Gritei, a mais nova negou com a cabeça freneticamente.
- Você não sabe de nada! Não se meta na porra da minha vida! – Ela gritou no mesmo tom. Levei minhas mãos até meu cabelo e bufei de nervoso, eu estava ficando vermelha de nervoso e Taylor não ficava atrás.
- Você é amada, tem atenção do nosso pai! Tem atenção da Jen! Que porra! Quem te arrumou isso! – Berrei indo na direção da mais nova que a me ver aproximar deu passos para trás até bater as costas na pia.
- Foda se Lauren! Foda se Todo mundo! – A menina berrou de volta e então segurei seus ombros e apertei.
- Você vai parar com essa porra escutou! Se não conto para o nosso Pai! Quem te da isso Taylor? – Falei dessa vez a perfurando com os olhos. Ela negou com a cabeça freneticamente e depois riu com deboche.
- Me ameaçando Lauren, ui que medinho de você! – A menina falou com a voz embriagada de deboche. Em um ato repentino e rápido soquei o espelho atrás da menina que quebrou na hora. Senti o vidro perfurar minha mão, mas me mantive firme e com a mandíbula trincada. Taylor se assustou com meu ato, pude ver medo em seus olhos.
- Quem Taylor! Quem te vendeu isso?! – Meu tom de voz saiu frio e raivoso. No fundo eu sabia quem deu a droga à menina, mas não posso sair acusando ninguém sem saber.
- Austin... Austin me vendeu. – Sussurrou, sua respiração estava afoita e seus olhos marejados. Eu estava certa, Austin, o filho da puta está drogando a minha irmã. Respirei fundo, e larguei os ombros da menina. Minha mãe sangrava muito, mas a dor não me importava no momento, pois agora eu só queria acabar com o rapaz. Sai do banheiro com passos longos, o horário do almoço tinha acabado e alunos já vagavam pelos corredores em direção as suas salas. Avistei Austin a poucos metros de mim, estava ele e algumas garotas do primeiro ano.
Caminhei até o rapaz, e em um movimento rápido e forte levei meu punho até seu queixo, fazendo o rapaz cair no chão e levar a sua mãe até o local atingido. Ele arregalou os olhos, não só ele, mas as meninas que estavam ao seu lado e os alunos que ali passavam. Minha mão queimava de dor, pelos ferimentos dos vidros e pelo forte impacto no queixo do rapaz.
- Sua filha da puta louca! – Falou o rapaz tentando entender o que acabou de acontecer. Eu não queria nem saber, montei em cima do rapaz em questão de segundos, logo comecei a socar seu rosto com muita força, soco atrás de soco.
Alguém puxou meu corpo para trás, eu estava ofegante, com a mão doendo e com a cabeça preste a explodir. O Rosto do rapaz sangrava, não só o sangramento que escorria de seu nariz e de sua testa, mas sim da minha mãe também.
- Fique longe da Taylor escutou seu merda! – Gritei e então me soltei dos braços que me seguravam e saí do local antes que a diretora chegasse. Sabia que ia ficar encrencada depois, mas penso nisso mais tarde. Fui em direção a saída, queria sair da escola o mais rápido que eu pudesse.
(...)
Logo após três batidas Zayn abriu a porta e me deixou ficar lá. Fumamos maconha e ficamos conversando, conversando tipo muito. Vocês podem estar pensando “ficou com raiva da irmã, mas vive fumando maconha” existe uma diferença enorme entre cocaína e maconha, e Taylor é muito nova para usar cocaína! Na verdade não se usa cocaína nem depois de velho. Matei aula na casa do Zayn, estava bem chapada, porém a dor de cabeça se foi. Decidi ir embora.
Cheguei em casa com passos lentos, precisava de uma ducha bem gelada, mas meus planos foram por água abaixo, Meu pai, Taylor e Jen me esperavam na sala. Será que a menina teve coragem de contar? Quando me aproximei pude ver uma gaveta em cima do colo do meu pai, e dentro dessa gaveta um pouco familiar tinha saquinhos com cocaína, cartão de crédito, alguns saquinhos com maconha e cédula de dinheiro enrolado.
- Onde esteve Lauren? – Meu pai perguntou com o tom de voz alto. Franzi o cenho, ele com certeza sabia da confusão na escola, me aproximei um pouco mais, e todos tinham uma expressão facial fechadas.
- Saí para esvaziar a cabeça. – Falei calmamente olhando para Taylor, que no mesmo instante desviou o olhar para o chão.
- Esvaziar a cabeça com que? Mais cocaína? – Perguntou o homem com o tom de voz mais sério que já escutei.
- Cocaína, eu? Mas que porra está acontecendo? – Perguntei olhando para Taylor, que continuava fitando o chão.
- Desde quando você se droga Lauren! Achamos essas drogas no seu quarto! Na sua gaveta! Desde quando virou uma viciada! – O homem praticamente gritou levantando-se do sofá, olhei para a gaveta e depois para Taylor, não acredito que ela tinha feito isso.
- Essa merda não é minha, pai! – Gritei já entrando em desespero. Vi lágrimas cair no rosto de Taylor, e eu a olhava, não sei se sentia raiva, ou pena de ver que ela preferiu mentir e colocar todos contra mim nessa casa.
- Sei que não fui muito presente, sei também que não fui o melhor pai de todos, mas eu sempre a amei e tentei ter dar tudo mesmo você não morando comigo! – O homem chorava e andava pro lado e para o outro. – Mas nunca pensei que você usaria cocaína Lauren! Logo você! Você diz que vai dormir na casa da sua amiga, e não dorme, você diz que não iria dormir na porra do luau e acaba fazendo com que sua irmã mate aula por causa dessa merda de festa, logo em seguida cria confusão na escola! Eu não te reconheço mais! Você não é mais a minha menininha! Olha pra você, nem a sua mãe iria te reconhecer! – Meu pai gritou, eu já não me continha e lágrimas caíam dos meus olhos.
Primeiro; como ele sabia que eu não dormi na casa da Ally? Segundo; Como ele sabia que eu matei aula no dia após o luau? A briga de hoje eu até entendo, mas eu realmente pensei que ele não sabia de nada.
- Eu vou ter que tomar providências rápidas, olha só o seu olho! Todo vermelho, aposto que andou fumando maconha! E o emprego que você falou que estava procurando? É mentira também? – Ele falou se aproximando. Negou com a cabeça e lá eu vi o seu olhar, um olhar de decepção.
- Não sou a pessoa mais legal, e nem perfeita, sou uma mentirosa, mas quando digo que isso não é meu, eu estou falando a verdade. – Falei olhando para Taylor que ainda encarava o chão com lágrimas escorrendo de seu rosto.
- Ah! Certo, então isso é meu? É da Jen? Já sei é da Taylor?! – O homem berrou com o rosto todo vermelho, e ali eu vi que a batalha estava perdida, não iria entregar Taylor, Eles iriam acabar descobrindo sobre a menina e iriam se arrepender de estarem me acusando, e Taylor um dia vai perceber que isso faz mal a ela, claro que não iria deixar Austin vender isso para a menina novamente, mas se ela foi covarde e botou tudo pra cima de mim, vou deixar ela se corroer de culpa, a culpa vai fazer a menina enxergar o quão filha da puta ela está sendo, me perdoe Jen, mas a sua filha é filha da p...
- Talvez o que eu possa fazer nesse momento é te botar em uma clinica, isso vai te curar. – Meu pai falou chorando e eu logo fiquei em alerta, ele disse clínica? A nem vem, to fora.
- Já falei que isso não é meu, podemos fazer exame de sangue, e a única coisa que encontrará será maconha, mas eu não vou para uma clínica nem fodendo. – Falei subindo as escadas correndo, fui para o quarto e tranquei.
Coloquei roupas, notebook, alguns objetos e acessórios na mala tudo muito rápido, é claro que ficou algumas roupas aqui, mas depois busco. Desci as escadas e fui em direção da porta. Meu pai assim que me viu passando me puxou pelos braços.
- O que pensa que está fazendo? – Perguntou o homem.
- Eu estou deixando você! Você não pode me colocar em uma clinica sem autorização do meu avô, ele que tem a minha guarda, e ele vai acreditar em mim. – Falei me soltando de sua mão, ele pareceu ter levado um soco na barriga com o que eu disse, mas era a pura e simples verdade.
- Pra onde vai? – Perguntou o homem.
- Não interessa, eu me mudei pra Miami na tentativa de passar tempo com você, mas meu avô estava certo, não vale a pena, obrigada por acreditar em mim. Se cuide... Michael. – Ver as lágrimas do meu pai abalou comigo, mas não podia fraquejar, não iria sair de Miami, quero ver meu pai pedir desculpas a mim quando descobrir a verdade quero ver Taylor longe disso, e principalmente quero ver todos felizes.
(...)
Aqui estou eu no píer de Miami, vendo o por do sol, bebendo cerveja e tragando um cigarro. Hoje o dia não foi um dos melhores, estou irritada, magoada e decepcionada. Sem teto, sem nada, apenas sentindo a brisa do mar e a luz do sol que aqui se vai e do outro lado do mundo nasce. Eu realmente não sinto nada quando vejo o sol se pondo, minha mãe gostava, então acho que no fundo eu assisto a noite chegando por ela. Peguei o celular e liguei para o meu avô. Depois de cinco chamadas ele atendeu.
- Lauren?
- Oi vô, precisamos conversar...
(...)
Passei a noite na casa de Zayn. Conversei bastante com meu avô, eu quase fui obrigada a voltar, mas ele cedeu e me deixou ficar, tive que contar a verdade para ele, no momento em que contei, ele me deu uma bronca, mas não mudou o tom de voz. Consegui convencê-lo a alugar uma casa boa pra mim, sei que tenho vinte e cinco mil guardados, mas, preferi não falar nada sobre isso sabendo que ele se perguntaria como consegui esse dinheiro, então acho melhor eu ficar de bico calado.
- Zayn, more comigo, uma casa com dois quartos, uma cozinha bacana, sala bacana, três banheiros, nossos quartos vão ter closet, prometo! – Falei com Zayn que estava concentrado em apertar o baseado.
- Vai ter piscina? – O rapaz perguntou e eu ri.
- Meu avô me mandou ir procurar a casa e assim que eu escolher é só ligar pra ele. Fale dando de ombros. – Não vai ser nada muito grande, então venha comigo procurar. – Falei e a rapaz assentiu.
- Você nem gastou o seu dinheiro, poderia comprar um carro bem legal e... – Fui interrompida pela camainha. Caminhei até a porta e abri tendo uma grande surpresa ao ver Ally.
- Oi Lauren – Falou a mais velha com um sorriso acolhedor.
- Ally, que surpresa, o que está fazendo aqui? – Perguntei
- Posso entrar? – A menina falou e eu dei passagem para a menina adentrar na casa.
- Lauren eu vou ser rápida, você se meteu em confusão, e eu fui à sua casa hoje, seu pai falou que você saiu de casa, falou também que você estava se drogando, eu posso te ajudar nós podemos faz... – Não deixei Ally terminar, fiquei irritada só de escutar aquilo.
- Ah sério Ally? Você veio aqui pra isso? Não to a fim de discutir sobre isso. – Falei mexendo no cabelo um pouco nervosa.
- Laur, precisar de ajuda não é vergonha, sou sua amiga desde pequena lembra. – A garota falou se aproximando de mim e eu me afastei antes que eu perdesse a cabeça.
- Eu não preciso de porra nenhuma Ally! Que merda eu não to me drogando! – gritei e então Zayn aparece com o cigarro de maconha na boca se perguntando o porquê da gritaria. A baizinha olha para o rapaz, na verdade olha bem para a maconha na boca do rapaz e logo olha em meus olhos.
- Não está se drogando certo? – A baizinha falou irônica. Bufei
- Olha só... Ally Brooke, a que devo a honra? – Perguntou o rapaz tragando a maconha. Neguei com a cabeça, ele tinha um sorriso debochado nos lábios, e Ally nem olhava para o rapaz.
- Oi Zayn, vim falar com a Laur, pode nos dar licença, se for muito incomodo eu me retiro. – Falou a baixinha bem educada, porém sua voz já não era tão doce, já era um tom mais seco.
- Zayn, sai, por favor. – Falei e o rapaz revira os olhos e se retira.
- Não está se drogando né, você vem morar justamente com um drogado Lauren! Ele deixa tudo fedendo a maconha! – A baixinha falou em um tom mais alto.
- Deixa de ser exagerada Ally. Quer saber, Cai fora daqui! – Falei apontando para a porta, a menina arregalou os olhos indignados.
- Tem razão, eu exagero quando eu me preocupo, quem cuida ama! – A baixinha gritou com lágrimas nos olhos. Revirei os olhos, respirei fundo.
- Pare de drama Ally, perdemos o contato há anos! As coisas mudam, eu cheguei apenas há algumas semanas e você já me ama? Da um tempo e vê se acorda, vê se me deixe em paz! – Gritei, eu já tinha perdido o controle, a menina soluçava e negava com a cabeça.
- Você não era assim Laur, é a droga que está fazendo isso, você não pode ter mudado tanto a ponto de magoar as pessoas assim, é a droga, ela faz isso. – Ally falou com a voz falha, então fraquejei por um segundo, ver Ally desse jeito, tão frágil me deixou em pedaços, eu não merecia essa amizade, esse... “amor”.
- Ally vai embora antes que eu perca a cabeça, eu não estou me drogando com cocaína, não vou mentir que às vezes fumo maconha, mas nesse exato momento eu estou limpa. – Falei tentando manter a voz calma, para não assustar a menina e não fazê-la chorar.
- Tem razão, as coisas mudam, e as pessoas também, certo? Que pena você esqueceu o quão maravilhosa você era. – A mais velha disse me encarando. Seu rosto estava vermelho e molhado pelas lágrimas, apenas desviei o olhar.
- só vai embora Ally, apenas vá. – Falei abrindo a porta, e agora assenti soluçando e fungando o nariz. A baixinha passa por mim e vai embora, hoje realmente não é meu dia.
Camila P.O.V
A escola hoje terminou com todos comentando sobre a briga, ou melhor, sobre a surra que a Lauren deu no Austin, muitos não sabem o motivo da briga, alguns dizem que é por causa da irmã, outros dizem que ele ficou com alguém que a Lauren estava ficando, escutei dizer também que foi por causa de drogas. Realmente não me importei, fiquei feliz por esse Austin ter apanhado, acho que pelo menos 80% da escola odeiam esse garoto, só é popular por causa do time de futebol.
Tinha passado alguns dias desde o dia em que Lauren flertou comigo na frente da minha amiga, eu sei que ela estava me provocando, o pior é que Lucy amou a investida da garota, minha amiga nem suspeitou que eu conhecesse Lauren, então foi fácil deixar o assunto morrer.
[Mensagem celular]
Lauren foi removida do grupo
[eu]: ebaaaa
[Chancho]: O que eu perdi.
[Ally]: Não quero mais saber da Lauren, e já que nenhuma de vcs falam com ela, eu a exclui!
[ManiBear]: o que aconteceu Ally?
[Ally<3]: amanhã conto para vocês...
[eu]: Eu avisei que ela não prestava
[Chancho]: Um dia eu vi ela olhando para a sua bunda kkkkk
[eu]: cala a boca!
[ManiBear]: não precisamos falar sobre isso, sobre ela...Ally está magoada.
[Chancho]: até hoje você não falou o que rolou entre vocês... Você amava aquela garota Mani.
[ManiBear]: nada...só caí na real.
[eu]: ai tem coisa. Nem contei a vocês, mas ela flertou comigo no parque um dia desses.
[Chancho]: KKKKKKKKKKKK sério? Joga na rodinha!
[ManiBear]: hm,
[eu]: amanhã eu conto gente... Tchau.
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