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História Vivendo a Vida Um Porre de Cada Vez - Meu Ego é do tamanho do Oceano Atlântico


Escrita por: Karinaisa

Notas do Autor


Oieee, sei que não costumo escrever muita coisa nas notas, mas hoje será uma exceção porque hoje a fic completa um ano!!! Uhuuuu
Eu nem percebi que esse tempo todo passou, nem nunca perdi a vontade de escrever porque vocês me dão muito apoio, então muito obrigada, sem vocês não teríamos passado do segundo capítulo!!
Amo vocês!!
Obrigada.

Capítulo 26 - Meu Ego é do tamanho do Oceano Atlântico


Fanfic / Fanfiction Vivendo a Vida Um Porre de Cada Vez - Meu Ego é do tamanho do Oceano Atlântico

Mulher é um livro sem final...

(Haikaiss)

 

 

O Abatedouro – 11:35

 

Sasuke POV’s on

           

            O sol varria o quarto como uma cortina escaldante de luz, fazendo o mundo se tornar vermelho por trás das minhas pálpebras fechadas. É claro que eu esqueci de fechar as janelas ontem a noite, mas talvez pela primeira vez o sol da manhã não esteja me irritando.

            Me movi minimamente, apenas para apertar o abraço em torno do corpo pequeno e macio que se aninhava em meu peito como um gato que havia tomado cada gota de seu leite e eu sorri antes mesmo de abrir os olhos. De alguma forma que eu não sabia explicar, toda aquela situação me parecia tão... certa.

            Sempre achei que fosse me arrepender disso, de estar com a Sakura, sempre soube que na manhã seguinte eu acordaria satisfeito e culpado para o inferno, mas, pelo menos por enquanto, apenas a satisfação me atingiu, afinal ela está bem, não está?

            Abri os olhos, lutando para refrear a luz que me cegava, levando alguns segundo até conseguir focalizar minha visão no rosto dela. Ela dormia encolhida contra o meu corpo, com os olhos apertados, as bochechas ainda ruborizadas e os lábios contraídos, ela parecia com dor, mas seu sono era tranquilo e pesado.

            –Você deve estar exausta, docinho... – Sussurrei, beijando sua testa, mas ela nem ao menos se mexeu.

            Eu perdi a conta de quanto tempo ainda passei hipnotizado, vendo-a dormir, e o quanto tive que me esforçar para ignorar a parte de mim que adorou vê-la dormindo apenas com a minha camiseta, aquilo era quase como fincar uma bandeira no território conquistado. Eu sou tão cretino... Pensei, revirando os olhos.

Mas só sai do transe quando meu estômago protestou e eu finalmente me dei ao trabalho de procurar o relógio com os olhos, já passava do meio dia. Eu nem sequer lembrava da última vez em que havia dormido tanto, principalmente com o sol batendo na minha cara, talvez tê-la deitada no meu peito me tranquilize de alguma forma.

            Eu me levantei devagar, me desvencilhando de seus braços com cuidado, era melhor deixá-la dormir enquanto eu faço alguma coisa para comermos, ela provavelmente vai acordar com fome também. Coloquei-me em pé ao lado da cama para dar uma última olhada e só então eu reparei na pequena mancha de sangue que havia ficado no lençol branco no lugar onde estive deitado. Bem, acho que isso é normal...

            Eu não queria que ela visse o sangue, mas não havia como trocar os lençóis sem acordá-la, portanto achei por bem colocar um travesseiro sobre a mancha esperando que ela não decidisse olhar embaixo dele quando acordasse.

Eu passei os olhos pelo quarto mais uma vez e a minha frieza racional começou a rachar. Ela dormia apenas com a MINHA camiseta, na MINHA cama, havia sangue na cama... Realmente não fazia bem para a minha sanidade continuar olhando para aquela cena, portanto peguei a primeira bermuda que encontrei e sai do quarto sem fazer barulho.

Desci para a cozinha e não encontrei nenhum sinal de vida, talvez Itachi já tenha saído, ou nem sequer tenha voltado pra casa. Deve estar enfiado na empresa, ou no Deidara... enfim. Liguei a cafeteira e comecei a fuçar a geladeira, sem conseguir ignorar por mais tempo a pergunta chave:

Bem, eu dormi com a Sakura, o que acontece agora?

 

 

 

Sakura POV’s on

 

            Frio.

            O frio voltou.

Antes mesmo de abrir os olhos, eu estiquei os braços, tateando em busca de seu corpo instintivamente, mesmo sabendo que ele já não estava mais ali, e tudo que encontrei em seu lugar foi um travesseiro, que eu não demorei a agarrar, afinal tinha o cheiro dele.

Espere!

Não era isso que eu temia?

O que eu estou fazendo comigo mesma?

Joguei o travesseiro o mais longo que pude e encarei o teto com certo desespero.

Porque eu ainda estou aqui?

Olhei em volta e o quarto estava exatamente igual a noite anterior, com a diferença de que apenas eu estava dentro dele e sabe-se lá a quanto tempo eu estou dormindo sozinha. Eu caí no sono tão rápido ontem depois de tudo, e estava tão cansada que ele poderia ter saído ontem mesmo, eu não teria percebido. Já é a segunda vez que durmo com ele e é segunda vez que acordo sozinha, talvez seja só isso, ele realmente não dorme com mulher nenhuma.

Também soa para mim como uma indireta bem reta, do tipo: “Eu fui legal com você ontem a noite, agora vaza do meu quarto antes que eu precise voltar para ele” ou talvez eu só esteja sendo cruel comigo mesma...

Sejamos realistas então: eu seria cínica se dissesse que o Sasuke não sente absolutamente nada por mim, mesmo que ele não me ame ou goste de mim tanto quanto eu gosto dele, nós somos amigos e nos conhecemos há muito tempo, não é possível que ele não tenha desenvolvido o mínimo de afeto pela convivência, mas o que me preocupa é que esse “mínimo afeto” tenha sido o único motivo pelo qual ele me deixou ficar. Crescemos juntos e, mesmo sendo do seu jeito cruel e babaca, ele sempre cuidou de mim e não me mandaria embora no meio da madrugada. Por outro lado, ele também não tinha lá grandes motivos para passar a noite toda agarrado comigo só porque transamos, de todas as coisas, pós sexo romântico certamente não faz o tipo dele.

Bem, devo concluir então que ele fez algum esforço para ser gentil, imagino que para manter um relacionamento de amizade saudável entre nós dois que não afete o grupo, mas deixou claro que foi só isso e agora preferiu me deixar sozinha pra que eu fosse embora ao meu tempo sem que ele precisasse ser rude. Ótimo! Perfeito! Isso era tudo que eu queria! Que maduro, Sakura...

De qualquer forma não como se eu não esperasse por isso. Eu sabia que isso ia acontecer ontem, só demorou algumas horas mais, sendo assim está na hora de ir embora. Pelo menos hoje eu consigo sentar... Ai... talvez nem tanto...

Me apoiei na cama procurando por algum auxílio para me por de pé e só então senti uma umidade entre os dedos. Sangue. A almofada estava em cima, espero que ele não tenha visto, bem, de qualquer forma isso é o esperado e até que não sangrou quase nada pelo tanto que doeu, pensei.

–Melhor trocar esse lençol. – Falei para ninguém em particular, me pondo de pé com dificuldade, puxando o lençol e... Ai... Meu... Kami... – Ahg! – Eu tive que tapar a boca com as mãos para não gritar. O que havia em baixo da coberta não era mais uma cama, era a cena de um crime!

E o problema não é ter sangrado. Todo mundo sangra na primeira vez (bem, acho que não tanto assim, mas enfim...), o problema é que todos os lençóis do Sasuke são feitos da seda mais fina do mundo, o que é uma delicia, o único problema é que essa merda não absorve porra de líquido nenhum! Passando a porra do sangue para todos os lençóis da cama e agora parece que eu tive uma hemorragia aqui! Mas que merda!

            Realmente aquela pequena mancha de sangue era só a ponta do iceberg e eu entrei em desespero, não posso simplesmente trocar esses lençóis, não dá pra largar essa zona na lavanderia, eles pagam alguém pra lavar a roupa? Ai, Kami, Itachi não pode ver isso! E o Sasuke também não!

            E foi então que eu tomei a decisão mais inteligentemente burra da minha vida, que foi pegar todos os lençóis da cama em uma trouxa de seda e sangue, até que só restasse a cobertura de cama preta que graças a Kami não foi afetada, ou ainda que tivesse sido não importava, afinal era preto e não dava pra ver de qualquer forma.

            Enrolei todos os panos deixando o mais limpo por cima para disfarçar e sai do quarto só com a camiseta dele mesmo, afinal eu não tenho ideia de onde ele possa ter colocado meu vestido e tudo que eu preciso fazer é descer o elevador sem deixar que pare em nenhum outro andar, além disso, eu nem sei que horas são, mas não deve ter ninguém acordado pela manhã num fim de semana, principalmente depois da noitada. Vai dar tudo certo, não vou ser vista e...

            –Sakura? – Quase pulei de susto quando cheguei ao pé da escada e a voz do Bastardo me surpreendeu vinda da cozinha. – O que você está fazendo? – Ele deixou a caneca de café da qual bebida sobre a pia e começou a caminhar na minha direção, me cercando com seu jeito predatório e fechei minha boca, que só então percebi que estava aberta.

            –Ah... Eu juro que vou devolver. – Falei, apontando para os lençóis e forçando meu melhor sorriso “não se preocupe”, antes de sair correndo feito uma louca, porta a fora.

            –Ei! Aonde você vai? Volta aqui, sua louca! – Ele gritou mais que irritado, se escorando na porta, mas eu já havia me enfiado no elevador, e ele me lançou a maior cara de indignação do mundo enquanto as portas metálicas fechavam.

            Ok, eu estraguei tudo.

                       

 

 

Naruto POV’s on

 

            –Ela está com o Sasuke, ele vai cuidar dela, ela está bem. Não preocupe. – Respondi para o telefone, ouvindo Ino bufar do outro lado da linha.

            –Tudo bem, amor. – Falou a Hina, tomando o celular das mãos da loira. – Nos avise se souber de algo.

            –Não quer mesmo sair pra algum lugar hoje? – Fiz minha última tentativa de arrancar minha namorada do hospício, mas Ino recuperou o celular antes que ela pudesse responder.

            –Não, ela não quer! – Respondeu a Yamanaka. – Esse é o último fim de semana antes da volta às aulas e nós precisamos preparar nossa chegada triunfal. – Ela respondeu para o telefone, resoluta, e eu ri.

            –Tudo bem então. – Falei, vencido.

            –Até mais tarde, Naruto-kun. – Ouvi Hinata falar.

            –Até mais tarde, princesa. – E desligamos.

            Bem, basicamente, depois da balada vermelha e uma noite maravilhosa com a minha namorada, Ino chegou essa manhã com Sai, arrastando Tenten pelas orelhas e me chutou do Hospício, fazendo todas as meninas de refém com a missão de preparar a chegada triunfal delas na faculdade segunda-feira, seja lá o que isso signifique. Porém, meio segundo depois de bater a porta na minha cara, Ino percebeu que a Sakura não estava no quarto dela e me ligou antes mesmo que eu pudesse chegar ao elevador.

            Eu sei que o Sasuke está com ela e que ele vai cuidar dela. Só espero que os dois tenham se resolvido finalmente, pensei, pressionando o botão do quarto andar, esperando as portas metálicas se abrirem.

            Eu sinceramente não sei por quanto tempo ainda o Teme pretende fingir que não sente nada pela Sakura-chan, mas certamente ele não a deixaria abandonada por ai e...

            –Sakura?! – Eu engasguei com a minha própria salivar quando as portas do elevador se abriram. – O que aconteceu com você? – Gritei, exaltado ao ver a situação na qual ela se encontrava.

            –Oi...? – Foi o que ela me respondeu, forçando um sorriso sem graça por trás a emaranhado de lençóis cheios de sangue que ela segurava em frente ao corpo.

            –Como assim “oi”? – Gritei, segurando as portas do elevador, impedindo que ela saísse. – Me explica isso agora!

            –Me deixa ir passar, por favor. – Pediu ela com cansaço, mas eu não me movi um centímetro.

            –Não até você me explicar que merda está acontecendo aqui! – Juro que eu quero que ela me explique e quero muito mesmo que a resposta dela seja diferente do que eu estou imaginando ou uma cabeça vai rolar.

            –Naruto... – Ela se escorou na parede, parecendo sinceramente exausta. – A história é um pouco complexa, mas eu juro que estou bem.

            –Você parece tudo, menos bem.

            –É sério, não é nada do que parece e eu realmente estou bem. Eu juro que passo no Covil mais tarde pra explicar o que está acontecendo, mas por favor me deixe ir pra casa.

            –Não mesmo.

            –Por Kami-Sama, Cabeção, me deixa tomar um banho pelo menos! – Ela gritou e eu ergui a cabeça, orando por paciência.

            –Tudo bem, vai tomar seu banho. Mas eu juro que se em três horas exatas você não estiver no Covil, eu venho aqui te buscar e faço você me contar cada detalhe do que está acontecendo! – Ameacei, antes de liberar a entrada do elevador.

            –Tá. – Ela respondeu a contragosto, literalmente cambaleando pelo corredor em direção a sua casa, mas não foi isso que fez meu sangue ferver...

O que fez meu sangue ferver por o emblema do clã Uchiha bordado nas costas da camiseta que era a única peça de roupa que ela vestia.

            Hoje eu mato esse Bastardo Maldito!

 

 

Sasuke POV’s on

          

Eu teria ido atrás dela, eu juro que teria. Todas as células do meu corpo me mandaram ir atrás dela. E eu realmente teria ido se o orgulho Uchiha não tivesse pregado meus pés no chão quando aquele elevador fechou.

Meu ego é do tamanho do Oceano Atlântico! Eu não vou perseguir uma mulher! Definitivamente!

Ótimo! Melhor mesmo que ela tenha ido embora, afinal o que teríamos pra falar depois de ontem? E eu duvido que ela fosse querer foder de novo hoje de manhã, então... Ahhh...

–Que merda! – Não pude conter o surto de raiva, socando a maldita porta na qual eu permanecia escorado.

Tudo bem, ela não gostou da noite, ela está tentando ir embora desde ontem e não quis ficar mais, ok. Mas porque caralhos ela teria levado todos os lençóis da minha cama por conta de uma mísera manchinha de... sangue...

Subi as escadas correndo, entrei no meu quarto e parei em frente a minha cama, onde apenas os travesseiros e o lençol preto de elástico cobriam o colchão, nenhuma mancha vai aparecer na seda preta, mas nenhum dos meus lençóis tem a mínima capacidade de absorção, portanto qualquer resíduo vai direto para o colchão, então... Tá tudo bem, ela que é louca! Pensei puxando o elástico e descobrindo a cama de uma vez... Apenas para ver a enorme mancha de sangue que cobria todo o centro do colchão branco... e eu andei para trás até cair sentado no sofá, passando a mão pelos cabelos instintivamente.

–Ah... Caralho...

Mas eu nem sequer tive tempo de administrar essa informação, porque no mesmo momento a porta começou a ser esmurrada no andar de baixo. Mais essa ainda...

–O que você quer, Dobe? – Falei, abrindo a porta.

–TEME! – Eu nem me dei ao trabalho de bloquear o soco, aceitando-o em cheio no rosto, afinal eu bem que merecia.

–Tá, você tem direito de me dar um soco. – Falei, bloqueando o segundo. – Apenas um.

–Seu maldito! Como você pôde? – Gritou ele, me empurrando para entrar ao perceber que eu não ia mais deixar que ele me socasse com tanta facilidade.

–Ela disse que foi tão ruim assim? – Perguntei, sabendo exatamente do que se tratava.

–Ela não disse nada. Não que ela precisasse dizer alguma coisa na situação em que ela estava. – Gritou ele, borbulhando de raiva, e eu me escorei no sofá com cansaço.

–Que merda... – Falei mais para mim mesmo do que pra ele.

–É uma merda mesmo, mas você vai ter que responder pelo que fez! – Ele veio me socar de novo e eu o empurrei, esquivando.

–Vou responder, mas não pra você. – Falei, cuspindo no chão o sangue que se acumulou na minha boca pelo primeiro soco.

–Porra, Sasuke, – e bufou com desgosto, se escorando na parede – ela não é um pedaço de carne, caralho! Ela é nossa amiga!

–Você acha que eu não sei disso? – Gritei, ficando igualmente irritado. – Não era você que ficava jogando nós dois, um pra cima do outro, dizendo que deveríamos ficar juntos? Não foi você que disse que eu deveria leva-la pra cama? Então por que eu sou o vilão agora nessa porra? Isso não era exatamente o que todos queriam?

–Nós queríamos que vocês se acertassem, que ficassem juntos, não que você fodesse com ela a noite inteira pra depois mandá-la embora quase pelada! Seu Bastardo maldito! Você não faz esse tipo de patifaria nem com as cadelas que você come por ai! Você sabe que ela te ama, seu filho da p...

–Espera aí! – Interrompi, colocando as mãos pra frente. – Você acha que fiz o quê?

–Mandou ela embora como se ela fosse um...

–Naruto, cala boca. Eu não mandei ela embora. – Expliquei, vendo a cabeça dele entortar em confusão.

–Não...?

–Não!

–Tá, se você não a mandou embora, então porque ela...

–Ela foi embora, porque ela quis. Inclusive ela não pediu a minha opinião a respeito disso. Ela simplesmente acordou e foi embora. – Expliquei, vendo-o cair no sofá com a testa enrugada.

–Você deve ter sido grosso com ela, você sempre age como se...

–Eu nem falei com ela, estava na cozinha fazendo algo para comermos e ela apenas levantou e foi. Simples assim.

–Mas porque a Sakura...? – Bem, eu me perguntava a mesma coisa.

–Na boa, eu não sei. – Respondi, indo até o bar e colocando depois cubos de gelo em um guardanapo para pressionar contra a mandíbula antes que começasse a inchar. – Ela teria ido embora ontem mesmo se eu não tivesse impedido. Vai ver ela se arrependeu, eu sei lá. Também não entendi porra nenhuma.

–Não pode ser isso. – Falou o Dobe, meio inconformado. – Alguma coisa deve ter acontecido, vou encontrá-la no Covil daqui a pouco e vou descobrir porque ela agiu assim.

–Deixa pra lá, Naruto. Tá na cara que ela se arrependeu, ou no mínimo quer deixar por isso mesmo e por mim tudo bem, não vou correr atrás dela.

–Maldito orgulho Uchiha, Sasuke.

–E o que você quer que eu faça? Acha que eu vou viver um romance? Me poupa, Dobe. Eu quis lidar com a situação de um jeito maduro, mas ela preferiu ser infantil e sumir, não tem nada que eu possa fazer.

–Você precisa falar com ela e perguntar o que aconteceu.

–Vou falar quando ela parar de agir como uma maldita criança!

–Você esta agindo como uma criança! Até quando vai continuar fingindo que não sente nada? Eu sei que você também... – Ele ia começar um sermão, mas nós dois nos calamos, olhando para a porta ao mesmo tempo.

–Porque tem sangue no meu carpete? – Perguntou Itachi, parado em frente a mancha do sangue que eu havia cuspido.

            –Pelo mesmo motivo que tem sangue na minha cama. – Respondi, virando o rosto pra que ele pudesse ver a marca do soco.

            –Você machucou a Sakura e o Naruto machucou sua cara. Parece justo pra mim. – Concluiu ele com simplicidade, fechando a porta atrás de si.

            –Nada do que aconteceu nessa casa nas últimas 24 horas foi justo. – Falei, completamente exausto, pegando a primeira garrafa de Martine que encontrei. E Itachi apenas suspirou, em sua paciência infinita, sentando-se confortavelmente em sua poltrona antes de dizer:

            –Conta.

 

 

 

 

Ino POV’s on

 

            Eu nem preciso dizer que quando a Sakura chegou no Hospício naquelas condições deploráveis, Tenten já foi logo pegar as luvas de boxe, Sai agarrou o primeiro cabo de vassoura que viu e até a Hinata se armou de uma faca de pão, enquanto eu já começava a juntar as tochas e os garfos de feno, porque nós íamos caçar um Uchiha!

            Mas a do cabelo rosa foi mais esperta do que todos nós, porque ela trancou todos os cadeados da porta e ameaçou engolir as chaves se qualquer um de nós tentasse sair antes que ela contasse a história completa e fomos obrigados a escutar.

            Agora Hinata, Sai e eu, estamos sentados no chão do banheiro, ao lado de uma Sakura que se desfazia em lágrimas dentro da banheira, finalmente terminando sua história, e que história, diga-se de passagem.

            –Não, vadia! – Gritei mais uma vez, indignada. – Você arruinou a porra toda!

            –Eu sei! – Ela soluçava, enquanto Hinata e eu tentávamos lavar seu cabelo.

            –O Bastardo estava finalmente tentando ser legal e você estragou tudo!

            –Ué, não vamos mais trucidar o Sasuke? – Perguntou Tenten, desentendida, entrando no banheiro com as luvas de boxe e um taco de basebol.

            –Não! Nós vamos trucidar a Sakura por ser tão burra! – Gritei, vendo a Testuda voltar a soluçar.

            –E já podemos começar? – Perguntou a Pucca, largando o bastão em um canto e entrando em posição de ataque.

            –Não! – Gritei de novo, por Kami, o que está acontecendo com o mundo? – Calma! – Falei mais pra mim mesma do que pra elas, abraçando minha melhor amiga ao perceber o quanto estava sendo cruel. – Calma. – Dessa vez foi pra ela.

            –O que foi que essa cadela aprontou? – Perguntou Tenten, jogando-se no chão ao nosso lado, enquanto a Sakura se encolhia sob a espuma, gemendo de dor toda vez que mudava de posição. – Bem, pelo menos eles finalmente transaram. – Constatou ela. – Agora fala de uma vez.

            –Eles transaram, foi ótimo, e ela fugiu na manhã seguinte estilo Merilyn Monroe, só que com muito menos classe. – Sai resumiu a história muito bem.

            –Espera aí. – Falou a boxeadora, finalmente ligando os pontos. – O Bastardo não apenas transou com você, como ele também dormiu com você?

            –Exatamente. – Falei, deixando a Hinata terminar de lavar o cabelo da cadela chorona.

            –Na cama dele! – Completou a Hyuuga, tentando desembaraçar o cabelo de algodão doce.

            –Ok, talvez o Sasuke não seja um completo idiota no fim das contas, – concluiu a Mitsashi ­– mas a pergunta é: PORQUE CARALHOS VOCÊ RESOLVEU FUGIR DA PORRA DA CAMA COMO UMA DELINQUENTE? NÃO FOI VOCÊ QUE AMOU ESSE FILHO DA PUTA PELA PORRA DA SUA VIDA INTEIRA?

            –Eu fiquei desesperada, eu achei que ele ia... – E voltou a chorar. Puta que pariu... Não culpo a Tenten, eu também me descontrolei.

            –Sakura encarnou o espírito do cachorro magro... – Comentou Sai, que já tinha arrumado uma lixa para ir fazendo as unhas. – Só comeu e saiu divando. – Ok, eu tive que rir.

            –Sai! – Repreendeu Hinata, que agora esfregava as costas da Testuda.

            –Tudo bem que no caso ela foi comida, mas sendo o Sasuke, qualquer coisa é lucro.

            –Sai! – Dessa vez fui eu que o repreendi.

            –Não, agora é sério. – Falou a bicha, largando a lixa e vindo sentar mais perto. – Como foi? Ele é mesmo tão foda, quanto dizem que ele é?

            –O problema não é esse, o problema é que eu fui uma idiota e fugi e... – Sakura começou a se enrolar, mais vermelha que um tomate, obviamente com vergonha de responder a pergunta.

            –Agora desembucha, piranha, que eu também quero saber. – Tenten cortou logo a ladainha e Hinata e eu não deixamos de trocar um olhar cúmplice, afinal também estávamos curiosas, não que algum dia fôssemos dizer isso em voz alta.

            –Ele... ele... – Ela nem sabia por onde começar. – Ele faz jus a fama completamente. – Falou por fim.

            –Sakura, a fama dele é de ser mau e cafajeste, estamos tentando gostar dele só um pouquinho aqui. – Falei, deixando claro que aquela resposta foi muito vaga.

            –Ele deve ter sido mau mesmo, a coitada não consegue nem sentar.

            –Sai! – Foi a vez da própria Sakura repreendê-lo.

            –O quê? É verdade. – Defendeu-se ele, ofendido.

            –Tá. – Ela se enfiou de baixo da água até o pescoço antes de começar a falar. – A verdade é que foi incrível. Foi meio constrangedor no começo e ele ficou me provando o tempo todo, afinal é disso que todas as mulheres gostam nele e elas têm razão. Ele é sexy, charmoso, inacreditavelmente gostoso, tem o melhor oral do mundo (embora eu não tenha com quem comparar), me manipulou exatamente como quis durante todo o ato, me fez gozar mais vezes do que eu consegui contar e ele foi até um pouco... carinhoso...? – Hinata cobriu a boca aberta com as mãos, Tenten simplesmente caiu pra trás e eu fiquei em choque.

            –Você disse a palavra “carinhoso”? Querida, nós estamos falando do mesmo Sasuke? – Perguntei por fim.

            –Eu sei lá, Ino. – Ela bufou, cansada, se encolhendo na água. – Sou uma sonsa apaixonada, lembra? Vai ver só estou me iludindo como sempre. – Eu mandei para ela o meu melhor sorriso reconfortante e me virei para Sai, já esperando pela piadinha da vez.

            –Ué, não vai dizer nada sobre o que Sakura contou? – Perguntei, erguendo o queixo da Hinata que ainda estava caído e chutando a Tenten para tirá-la do coma, mas o Sai nem sequer piscava.

            –Acho que estou apaixonado. – Foi o que ele respondeu por fim e a Sakura se afundou na banheira de desgosto, enquanto Hinata, Tenten e eu socávamos o gay ao mesmo tempo.

            –Ai!

            –Cala boca, Sai! – Tenten foi a última a repreendê-lo.

 

 

 

O Covil – 17:09

 

Naruto POV’s on

 

            –Você está sendo infantil, Sakura. – Constatei, vendo-a se encolher na minha cama, escondendo o rosto no moletom monstruoso que ela vestia, parecia ter sido o casaco de inverno de um urso polar algum dia.

            –Eu fui infantil, mas agora estou assumindo que fui infantil, portanto estou sendo madura. – Argumentou ela.

            –Eu não entendo você, tanto tempo querendo isso pra simplesmente fugir... – Balancei a cabeça em negação, levantando na poltrona e sentando ao lado dela na cama. – Foi ruim?

            –Foi muito melhor do que achei que pudesse ser. – Ela respondeu resoluta, mas logo virou o rosto e eu sabia que ela queria chorar.

            –Então por que você foi embora? – Perguntei mais diretamente ainda tentando entender.

            –Porque ele...

            –Eu sei que ele te tratou bem, não inventa. – Falei logo, sabendo que nem eu mesmo tinha acreditado que o Sasuke teria feito algo ruim com ela.

            –Sim, ele me tratou muito bem, e esse é o problema, Naruto! Eu sabia que era só um momento e ele estava ali agindo como se fosse sério, fazendo eu me iludir como uma idiota, mas eu não queria estar lá quando o momento acabasse. – Se explicou com os olhos cheios de lágrimas e eu estava começando a entender.

            –Você achou que ele só estava brincando e não aguentaria ser rejeitada, não é? – Perguntei, ao que ela me respondeu com soluços e eu a abracei. – Você é mesmo uma idiota, o Bastardo não teria te rejeitado. – Aleguei o óbvio que só ela se recusava a enxergar.

            –Seria muito deselegante pra um Uchiha mandar alguém embora, por isso ele me deixou sozinha no quarto pra que eu pudesse sair com alguma dignidade. – Falou depois de fungar e limpar as lágrimas com a blusa.

            –Sério que você pensou em tudo isso? Não te passou pela cabeça que ele só estava com fome? – Ela realmente arregalou os olhos como se aquilo fosse a descoberta do século, mas apenas se emburrou ainda mais em seguida.

            –Mesmo assim, cabeção, e daí? Eu fui a idiota e sumi, mas que diferença isso fez pra ele? Ele não está nem ai.

            –É, isso foi exatamente o que ele disse... – Comentei, e ela se torceu na cama até estar sentada e olhando atentamente para mim, esperando por alguma coisa.

            –O que foi que ele disse? – Questionou absolutamente interessada e eu decidi resumir a história de uma forma que ela pudesse entender.

            –Ele gritou, bebeu uma garrafa de martine, disse que você foi completamente infantil e que ele não dá a mínima. – Todo o brilho sumiu dos olhos dela e eu percebi que ela não havia entendido, aparentemente a Sakura também tem crises de burrice como as minhas, deve ser algo contagioso, preciso avisar a Hina-chan.

            –Viu só... – E ia se amuar novamente num cantinho, mas eu a puxei pelos ombros pra ver se a bicha entendia de uma vez.

            –Sakura, eu acabei de dizer que o Sasuke, aquele cara que nem ao menos pisca se o mundo acabar, GRITOU, BEBEU UMA GARRAFA DE MARTINE, XINGOU VOCÊ e ainda acrescentou, por meio de palavras, que NÃO SE IMPORTA... Entendeu agora?

            –Isso quer dizer que...

            –Que ele definitivamente se importa.

           

 

 

 

 

 

Sanatório de Otogakure – 19:05

 

Izuna POV’s on

 

            Detesto esse lugar.

            Não há nada aqui, é branco demais. Poderiam haver mais cores aqui... Vermelho! Vermelho escarlate!

‘           Segurei novamente o pincel e deslizei com ele sobre a tela até formar um caminho. Peguei tinta demais, as gotas estão escorrendo... vermelho me lembra tanto de você Maia... Você gostava tanto dessa cor. Estava sempre vestida com ela....

Por que você não vem me ver vadia burra?!

 Você tinha que estar aqui comigo!

Você é minha!

Minha!

MINHA!

Merda... quebrei o pincel. Pelo menos Madara trouxe mais alguns da última vez que veio.

Fome.

Dor.

Quero comer algo, mas é hora de tomar o maldito remédio. Maldito Itachi! Tenho que ficar me entupindo de remédios por conta do tiro! Eu teria encontrado ele, não fosse por você! Maldito! Maldito! Maldito!

Não quero andar, mas ficar deitado é insuportável.... A água está tão fria...

Queria você aqui comigo, Maia. Você cuidaria de mim. Você sorriria quando eu reclamasse de dor e ficaria comigo na cama. Certamente me beliscaria quando eu não quisesse tomar o remédio. Onde você está agora, Maia?! Você tinha que estar aqui! Você prometeu no casamento!

Você prometeu!

Olhei para o chão cheio de cacos de vidro e demorei algum tempo a entender que o copo havia estourado na minha mão. A dor ferroa, mas.... Encontrei! Essa a nossa cor Maia! Achei! Achei! Achei! Esse é o escarlate do nosso amor! Estava dentro de mim. Você voltará para mim, Maia? Sim? Sim? Essa era a cor de quando você partiu. Quando aquele lixo tirou você de mim! Ficou me seguindo e me pedindo colo. Como ousava?! Ele havia me tirado tudo. Ele roubou você de mim! Se não fosse ele, você nunca teria partido e se não fosse por Madara, eu teria te vingado aquele dia. O fogo na lareira e os restos de madeira afiados teriam feito seu trabalho se o Nii-san não tivesse ouvido o grito daquela coisa. Desmaiou rápido. Rápido demais. Eu queria mais! Por que não gritou mais? Como a minha Maia gritou? Talvez tenha morrido.... Tomara que tenha morrido! Mas ainda não foi o suficiente. Patético. Fraco. Vil. Não durou nem para satisfazer a minha raiva.

Mas tudo bem, porque eu finalmente encontrei a cor certa para a pintura, passei o novo pincel pelas mãos e era esse o vermelho que eu estava procurando. Arde, mas é bom. É o nosso vermelho Maia. Fiquei tão feliz quando te reencontrei. Você havia voltado para mim naquela noite. Até agora não sei o porquê você estava na casa de Fugaku, mas certamente você queria me fazer uma surpresa e cheguei cedo demais. Sim, sim! Certamente foi isso! Eu mal podia acreditar nos meus olhos, mas você estava ali, vestindo vermelho. Você parecia confusa por ter me visto.... Acho que estraguei a surpresa, mas não podia estar mais feliz. Precisava te ter, te amar naquele momento! Você estava tão tímida, provavelmente queria ir para o quarto, mas não resisti. Eu precisava de você naquela hora, achei que não voltaria para mim, mas você estava lá! Perfeita, deliciosa, fico duro só de lembrar.... Você estava safada. Me empurrava e me arranhava enquanto gemia. Chorava de emoção. Sei que estava feliz em me ver de novo também. Entrei na brincadeira, você queria ser dominada. Alguns tapas e estava tão calminha. Deve ter gostado de quando apertei seu pescoço enquanto te amava. O mais forte que podia, tão rápido quanto conseguia, tão profundo quanto possível. Vermelhas, vermelhas estavam as suas coxas. Preciso de mais vermelho, talvez deva usar o cabo do pincel e conseguir mais. Deu certo! Preciso de mais, mais vermelho. Preciso me satisfazer agora, Maia, uma mão para a pintura e outra para mim e está vermelho, Maia, como você me deixou aquela noite. Eu não queria parar, eu não ia parar, mas ele chegou. Fugaku. Um intolerável estraga prazeres, como sempre. Me tirou de cima, de dentro de você, Maia, e começou a me bater. Disse coisas horríveis. Claro que estávamos no Hall da mansão, mas não era para tanto. Quase perdi a consciência, mas você me protegeu. Mandou ele parar. E depois disso não mais a vi. Madara me prendeu. Disse ser pela minha segurança. Por que ele nos afastou, Maia? Eu amo o Nii-san, mas devo ter cuidado. Ele não me solta. Me tirou daquela maldita casa no meio do mato, mas me prendeu mais uma vez aqui. Por que não veio me buscar, Maia, por quê? Fugaku fez algo a você? Talvez tenha te prendido como Itachi prende o nosso filho. Tal pai, tal filho. Malditos! Fiquei tão feliz quando soube que nosso amor daquele dia tinha gerado um fruto. Sasuke. Esse sim, nosso filho! Não imagino como deva ter sido maltratado por Itachi e Fugaku para se envolver tanto em brigas, ou correr naquelas corridas. Apesar de que deve ser apenas a rebeldia adolescente.... Deve ter sido uma criança adorável, meu Sasuke. Meu. O herdeiro de nosso amor, Maia. Nosso. Itachi certamente deveria estimular suas brigas, sim, sim! Ele deveria querer eliminar o meu filho para poder ficar com tudo sozinho. Exatamente como Fugaku! Mas eu consegui dar à Sasuke um presente no final. O carro. E ele é bom! Ganhou todas as vezes até onde sei. Eu iria vê-lo, não fosse por Itachi! Tudo culpa dele! Tudo! Tudo! Ele me afasta do meu filho. O prende. Mas vou conseguir vê-lo. Certamente vou... Eu vou gozar, Maia!

Branco. Era o que faltava! Um quadro como o nosso amor, com o branco da minha solidão.

Há alguém na porta. Madara. Melhor arrumar as calças e colocar a expressão certa. Preciso saber do nosso filho.

–Posso entrar? – Perguntou, batendo na porta.

–Claro, Nii-san.

 


Notas Finais


Música:
Haikaiss - Sem Graça


Gostaria de agradecer ao meu melhor amigo, Lucas, por me ajudar com a parte do Izuna (leia-se fez tudo sozinho xp)!
Te amo, mozi.


Espero que tenham gostado!

Bjuss!! =* Até o próximo capítulo!


Leiam também minha outra fic, Quando Eu Era Um Filhote, que conta a história dos mesmo personagens, porém durante a infância, lembrando que as duas fics se relacionam cronologicamente, mas são completamente independentes:
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-naruto-quando-eu-era-um-filhote-5084844


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