História Vivendo a Vida Um Porre de Cada Vez - Para Todos os Efeitos

O Abatedouro – 05:25

 

Sasuke POV’s on

           

            –A SAKURA O QUÊ? – Gritou Itachi muito perto de um infarto, enquanto eu media a veracidade de minhas próprias palavras.

            –Eu tenho quase certeza de que a Sakura está grávida. – Respondi, engolindo em seco, me colocando de pé e aguardando ansiosamente pela surra que eu merecia.

            Eu nunca vi o Itachi brigando de verdade, meu irmão sempre foi diplomático. Ele evita a violência o máximo que sua paciência, não muito longa para outras pessoas além de mim, permite, mas não tem o menor problema em ser violento se julgar necessário.

Itachi, no entanto, tal como meus tios, Madara e Hashirama, não tem rivais de briga, ele tem vítimas. E mesmo nunca tendo testemunhado um dos poucos combates que sua retórica não foi capaz de resolver, eu bem sei que qualquer um que o irrite a ponto de fazê-lo apelar para violência não sairá de uma cama de hospital durante alguns dias no mínimo.

O engraçado é que eu sempre pensei estar fora do alcance da verdadeira fúria de Itachi, é claro que eu posso estar errado desde o começo, mas se algum dia isso já foi verdade, a situação acaba de mudar.

Os olhos dele brilhavam tão vermelhos que suas íris pareciam girar e ele me encarava como se quisesse pintar as paredes com o meu sangue.

–E o que impede que você tenha certeza? – Não foi uma pergunta, foi um rosnado, entre os dentes trincados que ele cerrava com muita força na tentativa de não me matar.

Ele nem se deu ao trabalho de formular uma bronca sobre a possibilidade de pegar alguma doença por transar sem camisinha, porque ele me conhece bem o bastante pra saber que eu só fiz isso com a Sakura.

–Ela sempre tomou anticoncepcional, mesmo no hospital, nas últimas semanas, eu vi ela tomando. Inclusive por isso eu não me preocupei com contraceptivos. Mas nas últimas semanas... – Falei e abaixei a cabeça, pensando meticulosamente em todas as vezes que ela esteve enjoada, nas escapadas que ela dava do centro cirúrgico para comprar doces, em todas as vezes que a vi saindo do banheiro com o rosto pálido como se tivesse acabado de vomitar e na vez que ela quase desmaiou na praça de alimentação do hospital e agora desejos estranhos de comida no meio da madrugada... – A possibilidade já estava rondando minha cabeça há algum tempo, mas sair de casa às 4 da manhã pra comer saldinho com Nutella foi pra acabar. Ela nunca faria isso normalmente.

–Bom, e se ela estiver? – Perguntou meu irmão aparentemente conseguindo respirar um pouco melhor ao saber que nós não éramos completamente irresponsáveis.

–Não estamos preparados pra ter um filho, não temos nenhuma estrutura, estamos no meio da faculdade! – Falei, mais pra mim mesmo do que pra ele.

–Como se fosse muito difícil pra um jovem bilionário criar uma criança, Sasuke. – Ironizou ele com cinismo, como se eu estivesse pensando em dinheiro. – Você já pensou na Sakura?

–Você não entendeu, Itachi. – Falei, pensando que ela teria que fazer o primeiro ano de internato grávida, tirar uma licença maternidade no meio da faculdade e ainda atrasar toda sua carreira profissional. Internos de cirurgia não tem tempo pra dormir, quem dirá amamentar uma criança de 6 em 6 horas. – Eu só estou pensando na Sakura...

Ele não respondeu, apenas me deu as costas e caminhou até o bar, pegando a garrafa de whisky mais próxima e virando em um único gole.

–Vai se trocar. – Disse ele por fim. – Nós vamos sair.

–Pra onde? São 5 horas da manhã, Nii-san, e temos que trabalhar daqui a pouco.

–São 5 horas da manhã de um sábado, Sasuke, e você já fez plantão no fim de semana passado, estamos livres. Nós vamos pro bar mais caro que essa cidade tiver, beber até cair para comemorar a sua paternidade.

–O quê? – Por essa eu não esperava. – Ainda não é certeza e não é exatamente um motivo pra comemorar.

–Para todos os efeitos vamos assumir que ela está grávida e se não quiser comemorar sua paternidade, então apenas venha me fazer companhia, porque eu, Otouto, vou ser tio.

 

 

 

Bar do Cume – 06:20

 

Itachi POV’s on

 

            –Achei que íamos para o Bar mais caro da cidade. – Riu, Sasuke, que havia parado de se preocupar com qualquer coisa depois do décimo trago. – Como viemos parar nessa espelunca?

            –O que posso fazer se esse era o único bar aberto às 5 da manhã pra que eu pudesse subornar o gerente? – Expliquei pela terceira vez, acenando para o homem que bocejava feliz com o bolso cheio do outro lado do balcão.

            –Eu não deveria estar chapado às 6 horas da manhã. – Falou ele, virando mais uma dose de tequila e eu não pude conter uma gargalhada.

            –E desde quando você liga pra isso, Otouto?

            –Bem, eu deveria começar a ligar já que, para todos os efeitos, eu vou ser pai. – Riu ele, com ironia.

            –Bem, pense nesse porre como uma espécie de despedida.

            –Não quero me despedir dos porres, eu nem cheguei aos 21 ainda. – Angustiou-se novamente, debruçando na mesa meio desolado.

            –Não precisa dar adeus aos porres tão jovem, só pare de ser irresponsável. Você tem ido bem quanto a isso desde que começou o internato. – Falei, enquanto ele enchia outro copo, com o olhar perdido em pensamentos. – Sei que seu maior desespero é pensar que você não dá conta da responsabilidade, você sempre teve essa mania de achar que é um caso perdido, mas não é assim.

            –Sou um perfeito desajustado, Nii-san. Você sabe disso melhor do que qualquer um. Não sei cuidar nem de mim, como vou cuidar de outras duas pessoas?

            –Você não é um perfeito desajustado, Otouto, só não é burocrático como eu. Você faz as coisas com paixão e intensidade, como corridas e medicina. Você leva as coisas que ama muito a sério. E você cuida muito bem das pessoas que ama, embora seja realmente péssimo em cuida de si mesmo, mas até ai... não é pra isso que estou aqui?

            –Eu reconheço que chutei o balde dessa vez, Aniki. E molhei a Sakura no processo... Logo eu que sempre justifiquei minhas cagadas por não envolver mais ninguém nelas... – Bufou, pesaroso, empurrando o copo que bebia pela metade. – Eu fiz merda, não quero que você passe a mão na minha cabeça dessa vez... Dessa vez eu vou assumir total responsabilidade pelos meus atos, como um Uchiha de verdade. – Sasuke nunca reconhece o ressentimento por se sentir um bastardo, e pra ele estar dizendo isso em voz alta e logo pra mim, a pessoa que ele culpa por esse sentimento, ou ele está muito bêbado ou está realmente tomando uma decisão séria de mudança. Suponho que seja a segunda opção. Gosto que ele tenha esse pensamento, mas há algo de que ele precisa ser lembrado.

            –Eu não tenho nenhuma intenção de passar a mão na sua cabeça e, para todos os efeitos, você vai mesmo assumir a responsabilidade total pelos seus atos como o Uchiha que você é, mas não vou te abandonar. Sempre estive aqui pra você e vou continuar estando, afinal, que tipo de louco eu seria se largasse meu sobrinho sozinho com você a Sakura? Coitado...

            –Eu tô falando sério, itachi...

            –Eu também, Sasuke. Não importa que você tenha outras responsabilidades agora, minha única responsabilidade continua sendo você, e eu vou tomar conta de você, como prometi aos nossos pais, até que minha presença não seja mais necessária.

            –Você sabe que esse dia nunca vai chegar, não é mesmo?

            Ele ergueu o rosto cansado com um sorriso torto de gratidão e literalmente veio de encontro aos meus dedos quando eu os ergui para bater em sua testa.

            –Eu estou contando com isso... Irmãozinho tolo.

 

 

             

 

O Covil – 14:23

 

Hinata POV’s on

 

            –Você está meio distraído hoje, raposinha. – Falei, rolando no peito dele com a Kaguya enquanto ele encarava o teto.  

            –Impressão sua, princesa. – Respondeu, arrancado de seus pensamentos, me abraçando e começando a brincar com a coelha.

            –Está com saudades do Time 7, não é? – Perguntei, sabendo o quanto Naruto era apegado aos amigos que agora viviam ocupados.

            –Time 7? – Ele riu, pescando a referência. – Como naqueles grupos do ensino médio? – Todos do grupo de amigos, com exceção de Neji, que é mais velho, e Gaara que era de outra escola, estamos na mesma sala desde a primeira série, mas quando chegamos ao ensino médio a sala foi dividida em trios e os professores fizeram questão de juntar as pessoas mais improváveis. Isso aproximou Naruto e Sasuke, que sempre foram amigos, mas que na época só brigavam e ajudou a Sakura a se localizar no mundo sem a proteção eterna da Ino. Também foi assim que eu acabei namorando o Kiba, mas enfim, todo mundo tem passado.

            –Sim, eu sei que você sente falta daqueles dois. Deveria marcar algo com eles. – Sugeri, ajeitando a camiseta dele no meu corpo, que agora era o meu pijama habitual e só então percebi que já passava das duas da tarde e nós ainda estávamos na cama, bem que dizem que namorar nos deixa preguiçosos.

            –Eu até que gostaria, mas eles nem se falam e só vivem enfiados naquele hospital. – Queixou-se, cutucando as orelhas da Kaguya só para vê-la irritada, homens... – Além disso, não é só deles que eu sinto falta, todos os nossos amigos andam distantes ultimamente, desde que as aulas voltaram ninguém mais tem tempo. – Isso era verdade, com exceção dos casais, fazia mais de um mês que não saíamos juntos e nunca foi nossa intenção nos separar em duplas. Eu nem me lembrava do nosso último porre.

            –Você tem razão, mas são sempre eles que organizam tudo, e se nós dois planejássemos a festa dessa vez? – Falei, me levantando com empolgação e os olhos dele brilharam com a ideia.

            –Mas e se eles forem trabalhar?

            –Hoje é sábado e eles trabalharam no fim de semana passado então talvez fiquem em casa hoje, vamos perguntar. – Falei pegando meu celular na cômoda e voltando a deitar com ele, enquanto discava o número da Sakura e colocava no viva voz.

            –Alô... Aghhhh... o que foi, Hi... agrrrr... nata? – Ela atendeu em meio a ruídos nojentos e eco de banheiro.

            –Você está bem? –Perguntei quando o barulho nojento voltou.

–Que barulho é esse? – Perguntou Naruto ao meu lado, fazendo careta.

–Vômito. – Respondeu ela aparentemente tomando algum fôlego, quando outro barulho começou, que parecia uma porta sendo esmurrada.

“Sai logo desse banheiro, cadela! O meu cabelo está parecendo uma obra de arte contemporânea!”

–Bom, isso é a Ino gritando na porta do banheiro... agrrr – Sakura tentou explicar a barulheira antes de voltar a vomitar.

–Credo, o que aconteceu com você? – Perguntou meu namorado.

–Gremilins verminosos foi o que aconteceu comigo! Odeio a pediatria! – Rosnou ela, indignada. – E vocês ainda não disseram porque ligaram. – Lembrou ela, enquanto Naruto e eu nos entreolhávamos decidindo se devíamos ou não seguir com o plano.

–Queremos uma festinha hoje, tá afim? – Falei por fim.

–Eu estou a beira da morte, caso não tenham notado. Não aguento mais vomitar bacon com Nutella... – Oi?

–Fala sério, Sakura-chan, faz mais de um mês que a gente não sai, você vai estar melhor até de noite. – Insistiu a raposinha e nós a ouvimos bufar do outro lado da linha.

–Tá, mas vamos fazer alguma coisa aqui no prédio mesmo, assim pelo menos se meu corpo quiser se desfazer em vômito depois de umas vodkas eu estou perto de casa.

–Combinado. – Respondi, antes que ela desligasse na nossa cara quando Ino voltou a gritar do outro lado da linha. – Eles continuam gentis como sempre..– Ironizei, discando o número do Sasuke, sabendo que o pior vinha agora.

–É melhor que seja importante, Hyuuga, porque eu estou de ressaca. – Atendeu um Uchiha muito mal humorado com voz de sono.

–Fala direito com a minha mulher, Teme! – Gritou Naruto ao meu lado, pegando o celular, não sei se irritado pela forma como Sasuke atendeu ou por saber que o Bastardo tomou um porre sem ele. Ele me chamou de “minha mulher”? Aiinnnn!!! Porque tem corações nos meus olhos? Tá, parei.

–Fala, Dobe. – Resmungou ele, nem um pouco animado.

–Vamos fazer uma festinha hoje no salão de festas do prédio e... – Começou Naruto, sendo prontamente interrompido como sempre.

–Não, obrigad...

–A Sakura vai! – Gritei para o telefone antes que ele pudesse desligar, como eu sabia que ele faria.

–Estou ouvindo. – Respondeu ele um pouco mais desperto agora. Sempre funciona.

–Enfim, a Sakura está vomitando as tripas agora, mas ela vai. – Falou Naruto e eu consegui ouvir o Sasuke pulando da cama com a notícia. Isso é amor?

–Vomitando? Como assim? O que ela tem? – Perguntou desesperado o bastante pra que até meu namorado lerdinho conseguisse estranhar.

–Ela disse que pegou uma virose na pediatria, mas enfim, não é nada sério e ela vai. Vai ser umas 23h no salão de festas e você...

–Vai ter vodka? – Dessa vez nem eu entendi a pergunta. Ora, mas é claro que vai ter vodka, que tipo de pergunta é essa?

–Lógico que sim, Teme, queria beber o quê? Chandon? – Zombou o loiro e o Uchiha bufou algo como “a Sakura adora vodka” antes de responder rápido demais.

–Tá, eu vou.

–Simples assim? – Perguntou a raposinha que assim como eu já esperava por uma luta.

–É, simples assim. – Bufou ele.

–Desde quando vodka é o suficiente pra te fazer ir a algum lugar?

–Você quer que eu vá ou não, Usuratonkachi?

–Quero. – Falou Naruto, dando de ombros por fim. – Até mais tarde, Teme.

–Tchau.

–Até mais tarde, Sasuke-kun. – Me despedi também por educação mesmo sabendo que ele provavelmente já havia desligado, mas para a minha surpresa ele respondeu.

–Até mais tarde, Hinata.

–Bem, – falei pegando o celular, quando a ligação realmente se encerrou – o pior já foi, o resto vai ser fácil.

–Fácil? – Riu ele, me dando um abraço de urso que fez a Kaguya pular da cama com o susto. – Espera o Neji saber que você dormiu aqui.

 

 

 

Tenten POV’s on

 

            –Sua mão está descendo de novo, Neji. – Avisei, mordendo sua orelha em reprovação, enquanto ele lutava contra seu instinto para levar seus dedos atrevidos de volta para as minhas costas.

            –É difícil manter minhas mãos paradas com você rebolando no meu pau desse jeito. – Rosnou ele, nada satisfeito em ser interrompido.

            –Estamos na sala da sua casa e os meninos podem vir aqui a qualquer momento. – Falei, me ajeitando melhor eu sei colo e voltando a me esfregar, salivando ao sentir toda extensão do seu pau sob o jeans. – Seja discreto. 

            –E porque não vamos pro quarto de uma vez? – Bufou, irritado e agarrando minha bunda, antes que eu pudesse impedi-lo.

            –Você sabe que eu gosto de sexo inusitado.

            –Então porque ainda não estamos transando?

            –Porque eu também gosto de provocar. – Ri, agarrando seu pau por cima da calça, ouvindo-o rosnar.

            –Isso é maldade...

            –Vai valer a pena quando eu usar todas as minhas técnicas de boquete em você de novo.

            –Se continuar me provando assim eu vou te amarrar e a única coisa que você vai fazer com a boca é gritar. – Vociferou, no limite da excitação, e eu sabia que ele estava louco pra rasgar minha roupa ali mesmo e se enfiar em mim. Coisa que ele já teria feito não fosse o fato de seus amigos poderem sair de seus quartos a qualquer momento. Não que ele tenha algum tipo de timidez, é só que ele provavelmente mataria qualquer um que o interrompesse.

            –Você vai me fazer gritar? – Provoquei, finalmente abrindo seu zíper.

            –Vou, vou te fazer implorar. – Falou com a voz rouca de desejo quando eu comecei a puxar sua cueca, mas quando eu estava prestes a finalmente coloca-lo pra fora, erguendo a camisa social dele com a qual havia dormido e puxando minha calcinha pro lado (minhas únicas peças de roupa) louca para sentar nele, uma porta se abriu.

            –Oi, pessoal!!! – Gritou um loiro muito animado, entrando na sala com toda alegria do mundo, enquanto eu ajeitava a calcinha e reajustando a cueca do Hyuuga que trincava os dentes de ódio sob mim, me ajudando a fechar seu zíper.

            –Oi, Naruto... – Respondi a contra gosto, antes que ele resolvesse chegar mais perto e Neji o mordesse.

            –Uzumaki... – Rosnou o cabeludo, já se preparando para socar o loiro, quando uma segunda voz foi ouvida.

            –Oi, gente... – Falou Hinata, que saia do quarto da raposa, tentando reajustar as próprias roupas.

            –Agora eu mato esse filho da puta. – Neji agarrou minha bunda, pronto para me colocar no outro sofá e avançar sobre o amigo, mas eu o segurei com uma chave de perna, sussurrando em seu ouvido:

            –Calma. Pense no que vamos fazer quando eles forem embora.

            –Você está bem, Neji? Parece um pouco vermelho... – Falou Hinata, tentando decidiu que deveria ou não se aproximar da poltrona em que estávamos.

            –E aquela veia da sua testa tá parecendo o Manda. – Ok, eu tento ajudar, mas o Naruto não se ajuda.

            –Ahh, eu vou te socar, seu puto! – Eu o beijei para conter sua fúria e Sai também resolveu sair do quarto para dar o ar da graça.

            –Credo, que gritaria é essa? – Falou a bicha, dando chilique antes de ir para a cozinha. – Depois eu é que sou escandalosa...

            –Vai tomar leitinho, Sai. – Gritei pra ele antes de me virar para o casal de portas estacado no meio da sala. – E vocês dois, falem logo o que vocês querer, porque eu não vou segurar o Neji pra sempre!

            –Bem... Nós... – Começou o loiro, coçando os cabelos sem jeito. – Era melhor falar quando todos estivessem presentes... então...

            –Fala logo, porra! – Berrei, dando mais uma chave de perna no Hyuuga que estava prestes a latir.

            –Nós va-vamos da-dar uma fe-festa! – Falou Hinata, conseguindo gaguejar a frase, enquanto tentava sustentar o olhar assassino que seu primo lhe lançava. – Vo-vocês vão, não é?

            –Eu vou é comer o fígado desse Uzumaki aproveitador e... – Eu já estava cansada de segura-lo, então resolvi apelar e literalmente enfiei meus peitos na cara dele, funcionou que foi uma beleza, se eu soubesse teria feito isso antes...

            –Nós vamos sim. – Respondi, vendo a Hyuuga fêmea bater palminhas.

            –E desde quando vocês dois sabem organizar festas? – Perguntou Sai, voltando da cozinha e eu comecei a me perguntar a mesma coisa.

            –Nós não sabemos, – assumiu a raposa, sacando o celular, – por isso vamos ligar pra Ino e pedir umas dicas de como...

            –Pode esquecer. – Interrompeu Gaara, surgindo sei lá de onde e arrancando o telefone das mãos do Uzumaki. – Ninguém vai ligar pra Ino hoje, ouviram?

            –Porque não? – Perguntou o loiro, indignado, pegando o celular de volta.

            –Porque aquela sua amiguinha do cabelo rosa só sai de madrugada da droga daquele Hospital e o seu amiguinho Bastardo não serve nem pra dar uma carona pra ela. E sabe o que isso significa? – Perguntou o ruivo pra lá de irritado, sem motivo nenhum. Conheço esses sintomas... – Que a minha namorada precisa buscar ela todos os dias e fica cansada. E sabe o que isso significa? – Sabia que conhecia esses sintomas... – Significa que eu não transo há um mês! – Falta de sexo! Homens e suas virilidades... Pensei, olhando pra baixo e vendo Neji ainda enfiado nos meus peitos sem dar a mínima pro que acontecia ao seu redor.

            –Então que bom que estão indo pro Motel agora, assim vão ter tempo de voltar até a hora da festa. – Falei, vendo o Sabaku fechar a cara.

            –Foi mal pela festa, mas eu pretendo ficar no Motel até segunda no mínimo. – Falou o ruivo decidido.

            –Credo, Gaara, vai deixar minha amiga assada desse jeito. – Falei, fazendo careta, enquanto Neji soltava uma risada maliciosa sob mim.

            –Ela não será a única... – Sussurrou o Hyuuga, ganhando um tapa em seguida.

            –Que bom que vai aproveitar esse tempo com a Ino, Gaara. – Falou, Sai, usando seu celular como espelho. – Já que vai ser a última vez que vocês vão sair juntos... – Comentou ele distraidamente enquanto o ruivo tinha uma parada cardíaca.

            –QUÊ?! – Gritou o Sabaku, super ventilando.

            –Você pretende esconder uma festa da Ino e continuar namorando com ela? – Falou a bicha com toda a razão. Ino é a rainha das festas, nem sei o que ela faria se uma acontecesse sem ela saber – Você vai ter sorte se sair com pênis.

            –Sai tem razão. – Comentou Hinata, no sofá.

            –Aff, não fode!

            –É, Gaara, aproveite a tarde com moderação e volte pra festa ou não vai foder nunca mais. – Zombei, vendo seus olhos verdes brilharem de ódio, enquanto Sai passava rebolando pelo meio da sala.

            –Aliás, seu grosso, – falou para o ruivo – com licença, que eu estou indo pro Hospício ajudar aquela mocreia descolorida que você chama de namorada a achar uma roupa que a deixe menos baranga pra você.

            –Sai, é sério, se você contar alguma coisa dessa festa pra Ino antes da hora, eu juro que arranco as suas bolas e nenhum de nós vai transar! – Ameaçou.

            –Em primeiro lugar eu não pretendo dizer nada porque só Kami sabe o quanto a Ino anda insuportável e precisando dessa foda mais do que você! – Rebateu, ofendido. – E em segundo lugar, bolas não fazem muita diferença pra mim, ruivinho, porque eu faço amor pelo bumbum, lembra?

            –Sai, pare de ser uma vagabunda! – Gritei para a bicha venenosa que ainda estava parada na porta.

            –Então eu vou costurar o seu cu! – Gritou o ruivo com raiva e eu cai na gargalhada, enquanto o gay se empertigava.

            –Que vocabulário terrível, não sei o que a Ino viu em você! E pensar que algum dia eu já de achei classudo... Cruzes. Hn. Tchau! – E saiu batendo a porta.

            –Bom, que bom que todos vão poder ir na festa! – Falou o loiro sempre otimista, todo alegre.

            –Todos? Até o Sasuke e a Sakura? – Perguntei sabendo que os dois não davam as caras há tempos.

            –Até o Sasuke e a Sakura. – Respondeu ele, todo sorridente.

            –É, me lembre de nunca mais duvidar dos seus poderes de persuasão. – Respondi.

            Finalmente vamos tomar um porre do jeito que se deve: todos juntos!

 

 

 

 

 

O Hospício – 15:15

 

Ino POV’s on

 

            –Quem é aquela múmia melada de Nutella jogada no seu sofá? – Perguntou Sai, referindo-se a Sakura, finalmente abrindo a porta do meu quarto (sem bater, como sempre).

            –Finalmente você apareceu, que demora! – Falei, colocando ele pra dentro e jogando um amontoado de roupas pra cima dele. – Estava participando de uma conferência de guerra? – Ironizei, mas ele realmente pareceu pensar para responder.

            –Quase isso... – Falou por fim, mas eu me limitei a dar de ombros, jogando-o no meu guarda roupas.

            –A Sakura tá comendo Nutella com salgadinho de novo? Aff, ela vomitou essa merda a manhã inteira, eu nem sei de onde ela tirou tanta Nutella pra começar, eu achei que tinha acabo ontem.

            –Deve ter vendido a alma por Nutella, olha que nem parece má ideia... – Falou ele, pensativo. – E ela está doente de novo?

            –Como assim de novo?

            –Eu vi ela vomitando na faculdade umas três vezes nas últimas semanas, e vivi pálida com tontura. – Explicou com a naturalidade que só um fofoqueiro profissional sabe transmitir.

            –Não acredito que essa cadela estava escondendo isso de mim!

            –Eu tô achando que esses sintomas são muito característicos... – Insinuou ele e eu quase cai para trás.

            –Não... Isso não pode estar acontecendo...

            –Já pensou se ela engravidou do bilionário de primeira? Vadia esperta, tá com a vida ganha! Nem precisa mais trabalhar.

            –Que coisa horrível, Sai! – O repreendi, respirando um pouco melhor ao lembrar que aquilo não era possível. – E ela não está grávida. Sakura toma anticoncepcional desde os 16, quando a menstruação dela desregulou por conta de um cisto. Não tem como ela estar grávida.

            –Éca, desnecessária essa informação, mas enfim, que pena. Engravidar de Sasuke Uchiha é negócio.       

            –Tanto faz, vai logo caçar algo chique pra eu vestir, porque já estou atrasada.

            –Você está sempre atrasada. Aliás, nem sei porque você vai se dar ao trabalho de vestir alguma roupa, já que a única coisa que o Gaara quer é te ver pelada.

            –É, mas eu sou difícil! – Respondi, caçando meu scarpin novo.

            –Algo assim... Querida, em que loja você compra os seus sapatos?

            –Na “Luxury”, por quê? – Perguntei, já me preparando para dizer que deveríamos passar lá no próximo fim de semana.

            –Pra eu passar bem longe de lá. – Filho da puta! – Que porra de scarpin amarelo é esse? – Falou, erguendo meus sapatos novos.

            –Ah, você achou! Eu estava procurando por eles, são lindos, não são?

            –Não, eles não são.

            –Para, eles vão ficar ótimos com esse vestido vermelho. – Falei, erguendo meu novo vestido.

            –Para você, né, mocreia. Seu senso de moda anda pior que o do Naruto. Ainda bem que você me chamou. – Falou, indignado, fuçando minhas coisas até me jogar um vestido preto colado e uma sandália nude de tiras.

            –Nude? É sério? – Disse, pegando o calçado com algum desgosto. – Eu ganhei isso do meu pai faz uns dois anos e só guardei por consideração.

            –Vai ficar ótimo. E veste logo, porque aquele demônio de chapéu que você chama de namorado já deve estar chegando.

            –Aff, tá. Mas eu não tenho nenhum bolsa que combine com essa coisa sem graça.

            –Sakura deve ter, nude é bem a cara dela. – Bufou ele e eu cai na risada porque ele tinha razão.

            –Não é que ela tem mesmo. – Avisei, correndo de calcinha pelo corredor e parando no alto da escada. – Vadia! – Chamei a piranha que ainda estava jogada no sofá comendo, hipnotizada por um documentário nojento sobre fígados, bem, pelo menos eu imagino que aquela coisa seja um fígado.

            –Fala, piranha. – Respondeu sem nem olhar pra minha cara.

            –Onde está aquela sua bolsa sem graça?

            –Você acha todas as minhas bolsas sem graça. – Verdade.

            –Aquela pior de todas.

            –A Nude?

            –Essa mesmo. Cadê?

            –Faz tempo que eu não vejo ela, deve estar no meio das coisas que eu levei pra casa dos meus pais nas férias. Procura lá.

            –Aff, você não desfez as malas até agora?

            –Não enche meu saco, porca. Se quiser, vai lá procurar, hn.

            –Vadia! – Falei mais pelo hábito, retomando meu caminho para o quarto. Hora de delegar. – Sai, vai lá procurar a bolsa no quarto da testuda, enquanto eu me troco.

            –Tá de brincadeira, né?

            –Não. Está na mala que ela trouxe das férias e vai logo que eu tô atrasada. – Ele fez cara de cu, mas foi, e eu respirei fundo antes me enfiar naquele vestido apertado, e calcei as sandálias a contra gosto, indo para o banheiro fazer uma maquiagem.

            –Ino, vem aqui. – Me chamou a bicha, do quarto da testuda, depois de algum tempo.

            –Estou fazendo minha maquiagem, o que você quer? – Gritei em resposta.

            –Vem aqui agora! – Ué.

            –O que aconteceu? – Perguntei, entrando no quarto ao lado com o delineador na mão, vendo Sai parado em um canto, segurando a bendita bolsa com as mãos trêmulas.

            –Quanto tempo a Sakura ficou na casa dos pais dela? – Perguntou ele, mais pálido do que o normal.

            –Tipo um mês, por quê? – Respondi com receio.

            –Só responde as minhas perguntas, vadia!

            –Ok...

            –E que dia ela voltou de lá?

            –No dia da festa de volta às aulas que armamos para o Sasuke.

            –Que foi o mesmo dia em que ela transou com ele sem camisinha, certo?

            –Certo. Mas me diz logo o que está acontecendo.

            –São esses os anticoncepcionais que ela deveria ter tomado na casa dos pais dela? – Perguntou, finalmente tirando da bolsa quatro cartelas de anticoncepcional praticamente completas.

            –Ai... Meu... Kami... – Minha mente entrou em parafuso e eu sentei na cama pra não cair. – A tia dela morreu, ela teve que cuidar da prima, o pai dela devia estar arrasado, ela nem deve ter lembrado de tomar. Puta que pariu! E agora?

            –Agora é oficial, né? A Sakura está grávida. A pergunta é: o Sasuke já sabe?

            –Acho que não ou ele já teria surtado!

            –Bom, vamos perguntar pra ela. – Falou ele, decidido, largando a bolsa no chão, mas eu segurei seu pulso antes que ele fosse.

            –Não, espera. Eu não acredito que essa cadela está escondendo isso de mim. Eu quero só ver quanto tempo ela vai demorar pra me contar.