Will’s pov:
O dia de sábado foi diferente dessa vez. Louisa e eu não fizemos um café da manhã na cama, não deitamos no sofá e assistimos algum filme legendado, ela não cozinhou sua típica lasanha deliciosa e Nathan nem apareceu pra me torturar. Hoje foi diferente, hoje nós fomos ao parque central, mas não éramos só nós dois, Treen e Tom foram com a gente e devo admitir que foi uma tarde bem agradável. Nós levamos uma toalha xadrez ( bem clichê na minha opinião), uma cesta de vime ( outro clichê),sanduíches, bolo e suco de laranja. Nós forramos a talha no chão e nos sentamos debaixo da sombra de uma árvore com vista para um pequeno lago, sim nós, por que Louisa fez questão de me tirar da cadeira e me colocar no chão com o corpo encostado na árvore, o que de início foi uma ideia agradável, nós comemos, rimos, conversemos, parecíamos uma família unida e feliz, mas ai Tom pediu para brincar de pique esconde e ela não estava conseguindo me por na cadeira de novo.
_Eu te disse que não era uma boa ideia – eu falo revirando os olhos enquanto ela tentava me erguer do chão com a ajuda de Treena.
_Cale a boca, senão te jogo no chão com toda a força do mundo.
_Você sabe que eu não ia nem sentir.
_Sim eu sei, mas aposto que ia sentir quando eu te deixasse ai e fosse embora.
Treena ri, e ela finalmente me coloca na cadeira, apertando o cinto de segurança em minha cintura.
_Você não seria capaz.
_Ah eu seria, você sabe que sim.
_Tudo bem então, você iria me deixar aqui, mas como eu sou um gato lindo, a qualquer hora uma garota iria passar e iria me ajudar, por que eu sou irresistível.
Ela revira os olhos.
_Como você é convencido Will – Treena fala.
Eu sorrio.
_Só falo verdades cunhadinha.
_Vá logo brincar com Tom, anda.
Louisa me deixa no caminho de cimento, se abaixa e me da um selinho.
_E juízo.
_Pode deixar tia Lou – Tom fala animado.
_Eu falei com seu tio – Ela olha pra mim.
_Pode deixar tia Lou – repito palavras de Tom e ela se afasta rindo.
_Vamos tio Will, você conta.
_Tudo bem, mas não vai longe, você sabe as regras.
_Sim eu sei, agora conta.
_Ta.
Abaixo a cabeça e fecho os olhos começando a contar. Logo escuto seus passos correndo. Eu não sabia se ia funcionar eu brincando daquilo, mas resolvi tentar pra deixar o garotinho feliz.
Nós brincamos daquela brincadeira por alguns minutos até que paramos por quê Tom perdeu o fôlego e queria descansar, então ele se sentou no meu colo e ficamos olhando algumas pessoas brincando com cachorros. Até que uma bola azul bate na minha roda e uma garota de cabelo castanho-claro correndo até nós. Ela vestia uma blusa branca, calça jeans rasgada, tênis preto e uma jaqueta preta, uma roupa nada típica para uma tarde quente no parque. Tom desce do meu colo e segura a bola nas mãos e a garota para na frente dele.
_É sua? – ele pergunta.
_Sim, na verdade é do meu irmão idiota e minha mãe me obrigou a vir pegar. – ela fala, parecia meio mal humorada.
Olho para ela e vejo que ela era meio magrela, mas era muito bonita e por mais estranho que pareça, e até louco, ela se parecia comigo, os mesmos olhos castanhos com aquele olhar irônico que era igual ao meu e seus lábios retorcidos tinham os mesmos formatos do meus. Assim que ela me viu, seu rosto ficou pálido e sua boca abriu, ela ficou me olhando com os olhos arregalados e eu não estava entendendo nada.
_Senhorita, você está bem? – eu pergunto.
Ela continua muda por um tempo, até que balança a cabeça e da um meio sorriso.
_Sim, estou. Desculpe perguntar, mas qual o seu nome?
_Will. Will Traynor.
_Ai meu Deus!
_O que...
_Lilly, por que está demorando tanto? Não achou a bola.
Uma mulher fala atrás de nós e nos três olhamos pra ela. Era uma mulher Loira e magra, a usava uma calça jeans, blusa amarela e sandálias, tudo parecia ser de grife e bem caro, a estava de braços cruzados olhando brava para a garota. Eu fico encarando seu rosto e sei que a conheço de algum lugar, então a compreensão surge em meus olhos e eu abro a boca espantado.
_Tayna? - eu pergunto.
Ela finalmente parece perceber a minha presença e olha pra mim. Seu rosto se espanta e seus olhos se arregalam. Ela cobre a boca com a mão e solta um suspiro assustada, ela parecia ter visto um fantasma.
_Will, Will Traynor?
_O próprio, bem um pouco inutilizado agora, mas como você está Tayna?
Ela continua me olhando espantada e balança a cabeça, parece afastar algum pensamento.
_Sinto muito, fiquei sabendo do seu acidente. Eu estou bem, agora é Tayna Houghton-Miller. E você, você se casou? É seu filho? – ela aponta para Tom que parece alheio a conversa.
Eu rio um pouco.
_Não, não é meu filho. Ele é meu sobrinho, sobrinho da minha namorada na verdade, por falar nela, Tom, chame sua tia, já está ficando tarde.
Ele acena com a cabeça e entrega a bola para a garota e sai correndo. A garota ainda me olhava, parecia me analisar e aquilo era estranho.
_E você? Sua filha? – aponto com o dedo pra garota, que fica olhando para o meu dedo sem entender.
_Sim, essa é Lilly, eu tenho mais outros dois filho, dois garotos. – quando fala da menina ela olha de mim pra ela e parece pensar em algo, e eu fico sem entender.
Assim que ouve falar dos irmãos, Lilly revira os olhos e solta um gemido de frustração.
_Meus meios-irmãos imbecis – ela fala com desdém.
Ela realmente se parecia comigo, e a palavra “meios-irmãos”, me perturba um pouco e fico pensando em perguntar, e não me aguento.
_Meios-irmãos?
_Sim, graças a Deus só meio, não ia suportar ser filha daquele babaca, iriam ser 16 anos sendo uma idiota como ele, seria demais pra mim.
_Lilly, vá pra junto dos seus irmãos e pare de falar mau do seu pai – Tayna grita pra ela.
_Ele não é meu pai! – ela grita e olha pra mim.
Aquilo estava ficando cada vez mais estranho. Faço algumas contas e tudo bate. 16 anos. Tayna e eu fomos namorados na faculdade o que tinha sido há exatos 16 anos atrás e aquilo estava me fazendo suar. Não, não pode ser.
_Vá logo Lilly.
A menina revira os olhos e sai pisando duro. Tayna me olha meio sem graça, mas ela parece estar escondendo algo, aquilo estava me deixando maluco.
_Desculpe, adolescentes.
_Tudo bem.
Eu preciso perguntar, aquilo estava me deixando louco.
_Tayna – eu a olho serio – Tayna, Lilly é minha filha?
Eu pergunto indo direto ao ponto. Seus olhos se arregalam e ela coloca as mãos nos bolsos. Assim que a abre a boca Tom aparece pulando em meu colo todo animado e sorrindo com um sorvete na mão. Vejo Louisa e Treena conversando vindo em nossa direção com a toalha e a cesta na mão. Louisa me olha e olha para Tayna sem entender. Ela fecha a cara a vem na minha direção.
_Você quer tio? – Tom me oferece seu sorvete.
_Obrigado – eu Lambo um pouco de sua casquinha.
Louisa pigarreia atrás de nós, sua mão estava ao redor de minha nuca e ela sorria sem graça.
_Louisa essa é Tayna um velha amiga e Tayna essa é minha namorada Louisa e minha cunhada Treena.
Elas se cumprimentam com apertos de mãos e meios sorrisos.
_Bom, acho que já vou indo, meu marido deve estar me procurando. Foi bom te ver Will.
Ela sai antes que eu possa perguntar mais sobre Lilly. Louisa me olha curiosa e eu digo a ela que conto depois. Então nós voltamos para casa e jantamos, mas eu simplesmente não conseguia tirar aquela história da minha cabeça e eu ia tirar aquilo a limpo à se ia.
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