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História Vivendo com você - 30


Escrita por: Leitora47

Notas do Autor


Oi gente, voltei, mais um capítulo pra vocês, espero que gostem, comentem :)

Capítulo 33 - 30


Lou's POV:

Sinto a minha cabeça doer é uma grande vontade de ir ao banheiro. Abro os olhos e pisco quando a claridade invade a minha visão. O meu corpo doía, especialmente no meu ventre. Olho em volto e percebo que estou em um quarto de hospital. O quarto era branco e privado. Havia uma janela grande que dava vista para cidade, alguns aparelhos que monitoravam os meus batimentos, uma cadeira ao lado da minha cama é um jarro com flores em uma mesinha abaixo da janela. Olho para o meu corpo e percebo que estou vestindo uma camisola hospitalar com vários quadradinhos azuis, no meu braço direito havia uma intravenosa que estava ligada a, espera, uma bolsa de sangue? O que está acontecendo? Antes que eu pudesse perguntar, a porta se abre e Will e Meredith entram na sala, acompanhados de uma médica que eu reconheço como sendo a Dra. Arizona Robbins. Will se espanta a me ver acordada, ele acelera a cadeira em minha direção e pega a minha mão a apertando com força.

_Hei, que susto você me deu – ele diz. Sua voz sai rouca e sei que ele andou chorando.

Seu terno preto estava amassado e a gravata havia sumido. O cabelo estava bagunçado e eu sabia que o havia puxado com o nervosismo.

_O que aconteceu? – eu pergunto.

_Você desmaiou no restaurante, e perdeu muito sangue, mas ninguém me disse ainda o que você teve – ele olha bravo para Meredith que dá um sorriso fraco.

_Estávamos esperando você acordar.

_Bem, eu já estou aqui. Podem me dizer agora.

Arizona dá um passo a frente e um suspiro pesado.

_Então Louisa, eu acredito que você não sabia, mas o que aconteceu com você foi algo normal, por mais que triste.

_Não estou entendendo.

Elas se entreolharam e me olha com uma cara de compaixão.

_Louisa, não tem jeito mais leve de dizer isso, mas você teve um aborto.

_O que?!

Will e eu gritamos na mesma hora. Eu estava grávida? Como assim? Como eu não sabia disso? Eu deveria saber não deveria? Eu olho para ele que tem o mesmo olhar confuso que eu.

_Você sabia? – ele pergunta.

Eu faço que não com a cabeça, atordoada demais para responder. Eu estava grávida, grávida do homem que amo. Espera, eu estava, eu perdi o meu filho, o meu filho com Will. Eu não consigo tirar a sensação de inutilidade que me invade, eu não fui capaz de segurar o meu próprio filho, que era provavelmente um milagre, já que nas circunstâncias de Will isso era quase impossível. Lágrimas começam a rolar dos meus olhos e eu cubro o rosto com as mãos.

_Como isso aconteceu? Como eu não sabia?

_Bem, o aborto aconteceu por que você teve um descolamento de placenta, o que fez você sangrar e perder o bebê. Você estava apenas de dois meses, esse casos podem acontecer nessa época. E sobre você não saber, a sua mestruação continuou normal não foi?

Faço que sim com a cabeça.

_Então por isso você não percebeu, isso é raro, mas acontece. O importante é que você não teve sequelas e amanhã de manhã terá alta.

As palavras dela giram em minha mente e eu me sinto tonta novamente. Ouço ela é Will conversarem sobre algo, mas não consigo registrar as palavras, tudo que eu penso é em meu filho. Coloca a mão na mão barriga, é como se eu sentisse um vazio dentro de mim, lágrimas rolam dos meus olhos e eu tampo o rosto com a mãos.

_Louisa – Meredith diz ao meu lado, abro os olhos por e a vejo olhando carinhosamente para mim – Eu sei que você não está se sentindo bem, mas isso é normal, doloroso eu sei, mas normal. A maioria das mães perdem os filhos antes do terceiro mês até mesmo as que tentaram a vida toda.

Fico pensando nas palavras dela. Talvez a minha situação não seja tão ruim, existem casos bem piores que o meu, pessoas que sofreram mais. Porém eu ainda sinto aquela sensação de vazio dentro de mim, que não quer ir embora.

_Ei você é forte, pode passar por isso, eu te conheço – ela fala me olhando com seus olhos azuis – Eu sei que não é fácil, você sabe que eu já passei pela mesma situação, mas você pode dar a volta por cima. Olha para mim, hoje eu tenho três filhos lindos, é um dia você também vai ter.

_Precisam ser três? – eu pergunto.

Ela sorri.

_Não, acho que dois já estão de bom grado para o senhor nervosinho ali – ela fala apontando para Will.

Eu dou um sorriso, fraco, mas um sorriso e peço ela para me ajudar a ir ao banheiro. Ela me ajuda a me levantar e eu me encaminho para o banheiro. Penso nas palavras de Meredith e reavaliou minha situação, ela passou pela mesma coisa e consegui seguir em frente, eu posso fazer isso também. Sei que essa sensação de vazio vai demorar sair, mas um dia ela vai embora. Respiro fundo e ergo a cabeça, lavando o meu rosto na pia do banheiro. Amarro o meu cabelo em um coque improvisado e sigo com o meu suporte para a bolsa de sangue e volto para o quarto. Meredith e Arizona já haviam ido embora, restava apenas Will no quarto. Ele é sua cadeira estavam sentados ao lado da cama e ele tinha o rosto escorado na cama.

Caminho em direção a um jarro de água que tinha ao lado da janela e tomo um gole, sentindo minha garganta agradecer por isso.

_Louisa – ele me chama.

Olho para ele e vejo um misto de cansaço e triste em seu rosto. Ele suspira e eu me deito de novo na cama, pegando sua mão na minha livre da intravenosa.

_Eu sei que pra você, isso deve ser mais difícil do que para mim, muito mais, mas não quero que você se sinta uma incapaz.

Me surpreendo por ele saber o que estava pensando, e ele me olha como quem diz “ eu te conheço bem, Louisa Clark”.

_Talvez não era a hora, acredite, eu ficaria muito, muito feliz se tivesse dado certo, mas não deu. Estou tão triste quanto você, mas fico feliz de que nada de mais grave tenha te acontecido – ele abaixa a cabeça e respira fundo, vejo uma lágrima escorrer pela sua bochecha – ah Lou, quando lembro do seu estado, você sangrando dentro da ambulância, sem dar sinal de vida, eu achei que fosse perder você, eu não sei o que teria feito se tivesse te perdido Lou eu, eu, não suportaria...

_Ei – eu o interrompo pegando o seu rosto nas mãos e enxugo as lágrimas que se acumulam ali – Eu estou aqui não estou? Achou mesmo que eu te deixaria para a coitada a Lily te aturar sozinha? Eu não sou tão má.

Ele ri e beija os nós dos meus dedos. E chego perto do seu rosto e lhe dou um selinho demorado, tentando transmitir a ele que estou bem. Nós ficamos ali algum tempo, na nossa bolha, até que uma enfermeira entra e troca a bolsa de sangue vazia por uma com soro e alguns remédios para a dor, que eu aceito de bom grado, pois a dor em meu ventre era grande, não só fisicamente.

Algum tempo depois, Lily, Treena, Rita, Nathan e Martin vieram me ver. A visita deles foi boa para mim, me animou um pouco e por algum tempo eu consegui pensar em outra coisa, mas é claro que assim que restaram apenas Will e eu, aquela sensação horrível de vazio voltou novamente. Eu acordei no meio da noite e Will estava dormindo tranquilo em sua cadeira, com a cabeça apoiada no encosto, ele parecia tão sereno e tão preocupado ao mesmo tempo. Fiquei algum tempo admirando o seu belo rosto. Realmente o meu noivo era um homem muito bonito, isso era notável, seus cabelos castanhos estavam bagunçados, a boca entreaberta e os olhos estavam preocupados e ele parecia estar sonhando. Uma enfermeira entra, e eu peço a ela que faça silêncio, para não acorda-lo. Ela checa os meus aparelhos e mede a minha e troca o meu soro vazio. Antes de sair ela dá uma boa olhada em meu noivo e sai envergonhada. “Tudo bem querida, eu sei que ele é um pedaço de mal caminho”. Rio da situação e viro para o lado, caindo no sono.

_Vá com calma Louisa, cuidado aí – Will diz enquanto eu me levantava da cama.

Reviro os olhos para ele, rindo. Já falamos sobre isso mil vezes. Depois que ganhei alta hoje de manhã e voltamos para casa, Will estava superultra cuidadoso. Ele não me deixava andar muito, pra todo lugar que ele pudesse me levar, eu tinha que sentar em seu colo e ele me levava na cadeira, até para o banheiro ele me levou. Já passava das quatro da tarde e eu estava cansada de ficar deitada. Arizona disse que eu poderia andar normalmente, mas deveria evitar pegar coisas pesadas e fazer exercícios por um tempo. O que trouxe Nathan de volta nossa rotina, já que agora era ele me ajudaria ainda mais com Will, como para tirar e coloca-lo na cama e na cadeira de banho e até para trocar de roupa. Não que não gostasse de ter Nathan por perto, mas eu gostava da independência que Will e eu adquirimos com o tempo.

_Louisa cuidado. Não, pare, sente aqui – Will fala enquanto eu caminho para o banheiro.

Eu usava um shortinho de malha preto é uma regata branca, meu cabelo estava preso em um coque improvisado e eu usava um par de chinelos brancos. Paro no meio do caminho e me viro para ele, rindo.

_Will, calma, eu só vou ao banheiro. Olhe mais dois passos e pronto – eu gesticolo mostrando o caminho e ele fecha a cara.

_Mas você não pode se esforçar.

_São apenas alguns passos, Arizona disse que seria bom eu andar.

_Tudo bem, vá. Mas eu vou estar aqui esperando.

Faço um sinal de joia com os dedos e entro no banheiro.

_Deixe a porta aberta – ele grita.

Eu reviro os olhos, mas faço o que ele pediu. Depois de fazer as minhas necessidades, eu volto para o quarto, e lá estava o meu cão de guarda, me esperando na porta do banheiro com os braços cruzados. Ele usava uma bermuda caqui e uma regata branca, trazes nada típicos de Will Traynor, mas como ele mesmo disse, hoje ele estava casual.

_Prontinho senhor mandão, e lavei as mãos – eu levanto as minhas mãos para ele inspecionar e ele bufa.

_Boba, eu só estou cuidando para que você não volte para o hospital.

_Eu sei, e agradeço por isso. Mas eu preciso andar, faz parte da minha recuperação, e você sabe, Arizona deixou isso bem claro.

_Ta bem, desculpe. Agora volte para a cama.

Nem pensar que eu vou ficar mofando nesse quarto por mais um minuto, nem que eu tenha que brigar com ele por isso.

_Não senhor. Eu vou para a sala, vou comer algo e assistir TV.

_Ah, mas andando você não vai mesmo.

Eu suspiro cansada desse papo e me sento em seu colo, querendo evitar outra discussão. Ele ri da minha atitude e beija a minha testa, se encaminhando para a sala. Desço da cadeira assim que chegamos a cozinha e faço um grande copo de leite condensado achocolatado para mim.

_Eu achei que você fosse comer – ele diz com a testa franzida.

_E vou.

_Apenas esse leite? Isso não é comida.

Eu faço uma cara de espanto para ele e coloco a mãos no peito dramaticamente.

_Coitada das pobres vaquinhas. Elas gastaram muito sangue para fazer esse mísero copo de leite e você ainda as desmerece que vergonha da sua parte, Traynor.

Eu pego meu copo de leite e um cookie e saio andando balançando a cabeça de um lado pro outro em sinal de reprovação. Me sento no sofá e vejo ele se virar para mim, com um sorrisinho nós lábios.

_Talvez você devesse tomar leite e comer algo junto – levanto a mão mostrando o cookie pra ele – algo saudável.

_Cookies são saudáveis.

_Claro, pra quem quer morrer de obesidade.

Eu rio e olho para ele.

_Will, relaxa. Um cookie não vai me matar, a além do mais, daqui a pouco é a hora do jantar e eu prometo comer toda a salada, palavra de escoteiro.

Ele ri alto e chega com a cadeira na minha frente. A cara de turrão dele estava tão bonitinha que eu tive que dar um beijo dele. Ele riu ainda mais com isso é nós ficamos vendo TV.

Mais tarde, Rita, Martin, Nathan, Treena e Tom vieram para o jantar. Rita e Nathan cozinharam, Lily e Tom foram brincar no quarto dele ( eu estava adorando a interação dos dois) e o resto de nós ficou conversando na cozinha. Claro que Will me fez comer todos os legumes e comer toda a comida até que não sobrasse mais nenhuma migalha. Eu adorava o fato dele estar cuidando tanto de mim, mas já estava exagerando.

Depois que todos foram embora, Lily e eu estávamos sentadas na minha cama, combinando algumas coisas do casamento e marcamos um dia para ir escolher um vestido. Já estava guardando as revistas na cômoda quando percebi que ela estava parada olhando para mim, parecia com receio de dizer algo.

_Lily- eu a chamo – O que foi?

_Ah... Nada.

_Ei – eu coloco a minha mão em cima da dela – Lembra que sou sua amiga né? Pode me dizer qualquer coisa.

_É que eu não quero que você fique triste.

Olho para ela como se perguntasse como assim. Ela suspira e chega mais perto de mim.

_É que, eu também estou triste, sabe pelo bebê. Seria legal ter um bebezinho vestido de vestidos de borboleta e meia calça rosa – ela solta um sorriso fraco.

_Venha aqui – eu abro os braços e ela se senta no meio das minhas pernas. Abraço ela por trás e dou um beijo em seus cabelos – Eu também iria gostar disso, nada me faria mais feliz do que ter um filho com Will, mas talvez não era a hora. Quando for a hora certa, Will e eu teremos um filho e você vai poder ensina-lo a escutar música de qualidade.

Ela ri.

_Como 30 Seconds to mars?

_Claro que sim, e vamos ensina-lo a admirar a beleza de Jared Leto.

Ambas rimos alto e ela me abraça mais forte.

_Sabe Louisa.

_Hm?

_Eu odeio admitir, e você nunca mais vai ouvir isso da minha boca, mas eu adoro o fato de você ser a minha madrasta.

Eu a olho chocada e ela ri.

_Você sabe que eu nunca mais vou esquecer isso né? – eu digo

Ela devia os olhos.

_É claro que eu sei. É com você que eu estou falando.

Eu aperto as bochechas dela é ambas rimos. Eu adorava ter Lily ao meu lado e quando chegar a hora, espero ter uma filha como ela, apesar de que em meu coração, Lily também era minha filha, mas eu nunca diria isso a ela, pra não ser zoada eternamente. Então, vamos manter isso em segredo.


Notas Finais


Haaaa eu sei que todos estavam esperando um bebê Willou não é? Kkkkkkkk não me matem gente, eu juro que tenho planos, está tudo arquitetado, basta vocês esperarem.
Bem é isso por hoje, comentem por favor.
Bjs e até o próximo capítulo :*


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