História Vivendo com você - 31

Um mês já havia se passado. Estávamos no finzinho do outono e o clima frio do inverno começava a dar sinais de vida. Eu já estava 100% recuperada e comecei a dar aulas particulares. Sim, isso mesmo que você ouviu. Dá pra acreditar? Louisa Clark dando aulas particulares? Mas eu estava me dando bem nas aulas, os meus alunos eram alguns do mesmo bairro que eu, e outro da escola deles que ficaram sabendo de mim e me procuraram. A maioria eram alunos de ensino médio e as notas deles aumentaram depois das nossas aulas. Eu ficava orgulhosa dele é de mim mesma por isso. Lily também estava se dando muito bem nos estudos, suas notas estavam excelentes e os professores a parabenizavam muito por isso. Ela tinha entrado em um clube de dança de rua e fez bons amigos lá dentro. Eu também tinha percebido alguns olhares dela para um dos meus alunos, o Christian, mas resolvi esperar que ela me dissesse algo.

O negócio de Will também estava de vento em polpa. Gregorie já havia se formado e Will o contratou como efetivo na empresa. Os dois se davam muito bem e com os negócios indo bem, trabalhavam muito mais. Treena e Tom também se adaptaram a Londres. Ele havia entrado em uma escola perto de casa e feito vários amiguinhos, Treena estava indo muito bem na faculdade e havia arranjado um emprego perto de casa. Martin havia ido morar com eles e os três não poderiam estar mais felizes, Tom adorava Martin e já estava começando a o considerar um pai. Nathan havia se mudado para a casa de Rita e os dois estavam mais que apaixonados.

Lily e eu havíamos acabado de chegar da prova do meu vestido, ele era tão lindo, eu não cansada de olhar para ele e eu sabia que Will iria adorar.

_Estou morta de fome – Lily fala abrindo a geladeira e fazendo uma cara dramática.

Eu rio.

_E quando é que você não está com fome? Seu Mine tratorzinho de comida – eu brinco passando por ela e soltando seu coque frouxo.

Ela coloca língua para mim, rindo, e pega pão e pasta de amendoim na geladeira. Dou uma faca para ela, ela passa em duas fatias e começamos a comer.

_Lou? – ela me chama.

_Sim – eu olho para ela, desviando a atenção do meu celular.

_Eu quero te contar uma coisa é preciso da sua ajuda com isso, mas você não pode nunca, jamais, contar para o meu pai, ouviu? Nunca – ele me olha desesperada.

Eu franzo o cenho e concordo com a cabeça, ela respira fundo e começa.

_Bem, eu... eu estou namorado.

Eu engasgo com meu próprio pão e toso um pouco para me recompor. Ela bate nas minhas costas para me ajudar. Quando eu finalmente me recupero eu a olho com os olhos arregalados.

_Você tá namorando? Como isso aconteceu? Não espera, como você vó conheceu?

_Bem, lá na escola, ele tem 17 anos, é o Christian.

Eu rio. Eu sabia que tinha algo entre esses dois.

_Eu sabia, eu sabia que vocês de gostavam. Mas então, como assim já estão namorando?

_A gente começou a sair, e depois de um tempo, ele me pediu em namoro. Adoro ele quer vir aqui conversar com o senhor nervosinho ali, mas eu estou com medo. Eu realmente gosto dele Lou, não quero que meu pai arruinar tudo, você sabe que ele é ciumento.

_É verdade, seu pai é muito difícil às vezes. Mas se você gosta dele não pode deixar o rabugento do seu pai estragar tudo – ela suspira e passa as mãos cabelo, pensativa – Faça o seguinte, conte para ele, marque um dia para Christian vir aqui, e eu vou conversar com seu pai antes que ele venha. Vou amançar a fera, mas você já prepare o garoto para o que virá. E diga também que você tem uma madrasta que irá mata-lo se ele te magoar.

_Oh Lou, obrigada.

Ela me abraça e me dá um beijo na bochecha, depois volta a se entupir de pão.

_Hei, e a festa do seu pai? Você já consegui o que queria para o resto da decoração?

Daqui a dois dias seria a festa de aniversário de Will. Ele faria 34 anos e nos iriamos fazer uma festinha para ele, era surpresa, por que eu sei que se ele soubesse, nunca deixaria. Já estava tudo praticamente pronto, não seria algo grandioso, apenas para nós é nossos amigos.

_Sim, tudo mais que pronto.

_Que bom então, vou avisar Treena que tudo está como planejado.

Durante o jantar, Will e eu conversamos o tempo todo. Ele estava muito animado com um negócio ótimo que estava fechando e não parava de falar. Eu estando adorando vê-lo empolgado com seu trabalho e não parava de admirar a sua cara de felicidade.

Lily ficou muito calada, apenas dava alguns palpites de vez em quando é sorrisos fracos. Eu sabia que ela estava nervosa, já que iria contar tudo para Will hoje, e eu entendia o seu nervosismo. Terminamos de comer a sobremesa, que era uma maravilhosa torta de morango que eu fiz a tarde. Lily da a usa última colherada e respira fundo afastando o seu prato.

_Pai?

_Hm? – Will responde enquanto levava um pedaço de torta a boca.

_Tenho que conversar com o senhor – ela diz.

Ele a olha lhe dando sua total atenção e deixando a torta de lado. Eu apenas obrvervava a cena mandando um olhar de confiança para Lily.

_Diga filha, aconteceu algo?

_Não, quer dizer sim. É mais algo que eu quero te contar.

_Pois então prossiga.

Ela dá um suspiro longe e fecha os olhos.

_Eu estou namorando.

O silêncio se instala na mesa. Will arregala os olhos e me olha, como se perguntasse se eu sabia disso, eu o mando um olhar de diga alguma coisa.

_Como assim? – sua voz falha e eu sei que ele está meio nervoso.

Lily abre um olho avaliando a cara dele e depois abre o outro.

_Bem, a gente se conheceu a algum tempo, e agora ele quer vir aqui, pedir a sua permissão.

_Pois nem precisa vir – ele diz um pouco nervoso.

_Willian – eu o repreendo.

_Lily, você só tem 16 anos, quantos anos esse garoto tem?

_17.

_17? Não mesmo. Ninguém toca na minha filha.

_Will, cala a boca um pouco. Lily tem todo o direito de namorar alguém que ela goste. É apenas um ano, pelo amor de Deus. E você vai recebê-lo sim, e digo mais, você vai se comportar muito bem.

Ele me olha bravo, e eu sustento o seu olhar, mostrando que não iria recuar. Ficamos assim por algum tempo, e então ele recua, respirando fundo.

_Tudo Bem, mande-nos vir amanhã e que ele esteja pelo menos apresentável. Agora se me dão licença e vou dormir.

Ele sai com a cadeira em direção ao quarto e eu sorrio vitóriosa, mas meu subconsiente me lembra da briga que terei que enfrentar. Lily me olha surpresa e me abraça forte.

_Obrigada Lou.

_Por nada. Agora, termine aqui que eu vou enfrentar a fera.

Ela faz que sim com a cabeça e eu vou em direção ao quarto, pronta para enfrentar o furacão Will.