História Viviel: um amor sem fronteiras - Saia justa

POV VIVI
Assim que me dirijo a área externa da casa, ouço Daniel me elogiar para Lara:
•Vivi: Então quer dizer que você me acha talentosa, Daniel?
•Daniel: Vivianne... Eu não sabia que você estava aqui...
•Vivi: Eu moro aqui né? Bom... Com licença...
•Lara: Espera mamãe! Eu vou ter que pegar um desenho que fiz para o Dani... Por que a senhora não faz companhia a ele?
•Daniel: Não precisa, princesa... Sua mãe pode estar ocupada...
•Lara: Que nada... Ela estava deitada revendo as cenas da novela... Já volto!
Lara sai correndo para buscar o bendito desenho enquanto eu fico ali naquele lugar sozinha com ele. Começo a sentir um nervosismo fora do normal e praguejo Lara mentalmente. Para meu alívio, ela volta com o desenho:
•Vivi: Posso ver esse famoso desenho? Ela não me deixava ver mais cedo...
•Daniel: Sou eu, você, o Eduardo, a mamãe e a Márcia? Óh pequena... Está lindo!
Pela primeira vez vejo Daniel se emocionar. Me corta o coração vê - lo nesse estado, mas estou de mãos atadas. Me lembro do aviso que recebi e tento ser ríspida com ele:
•Vivi: Bem... Você veio até aqui para ver a Lara... Acho que já conseguiu matar as saudades...
•Daniel: Não vim apenas por ela e sabe disso... Por quê está fazendo isso? Por quê está abrindo mão da felicidade?
Me vejo numa tremenda saia justa, e tento dizer algo que o convença:
•Vivi: Percebi que a gente não combinava... Não queria lhe magoar...
Percebo que ele se entristece, despedindo - se de Lara que me olha emburrada e dá um aceno de cabeça.
Lara corre na direção dele e, sem que eu perceba, bate as perninhas em um ferro e se machuca propositalmente:
•Lara: Aiiii... Tá doendo...
Me aproximo dos dois e acabo convidando Daniel para entrar... Ju pisca para Lara que segue no colo de Daniel. Ele a deita no sofá enquanto eu procuro o gelo para aliviar a "dor" dela. Márcia, ao perceber o que está acontecendo, a repreende com o olhar como quem diz: "sua pestinha esperta".  Ela apenas sorri discretamente, mas logo se recompõe ao me ver com o gelo. Márcia sai do cômodo e Lara faz com que eu e Daniel nos unamos por causa dela. A dor parece passar um pouco, mas ela pede:
•Lara: Dani... Fica um pouquinho mais, por favor...
•Daniel: Óh pequena, eu volto em breve...
Acabo seguindo meus instintos e traindo a razão, que me dizia para deixá - lo ir e digo:
•Vivi: Fica mais um pouco... Só até ela dormir... É claro, se você puder e quiser.
•Daniel: Se não for incomodar, eu fico mais um pouco...
Lara começa a bocejar e me adianto para pegá - la no colo. Sou interrompida por Daniel:
•Daniel: Pode deixar que eu levo... Percebi que você estava fazendo café...
•Vivi: Obrigada por isso...
Ele a leva ao quarto enquanto eu termino de fazer o café. Noto sua demora e me preocupo. Assim que o café passa, o vejo descer:
•Vivi: Ela deu muito trabalho? Tome! Passei o café...
•Daniel: Imagina... Estava com saudades dela...
Os dois seguem se olhando e Vivi acaba deixando a xícara de café cair. Daniel a ajuda a juntar os cacos e provoca:
•Daniel: Por quê esse nervosismo se você mesma disse que não combinamos, hum?
Sinto ele se aproximar e, por instinto, vou andando para trás, sem perceber que estava chegando a parede:
•Vivi: Daniel, por favor...
•Daniel: Você faz ideia do quão difícil está sendo ficar longe de você? Eu estou completamente apaixonado... Eu amo você como nunca imaginei amar ninguém nessa vida...
Fico sem palavras e o sinto acariciar meu rosto. Fecho os olhos por um instante, me permitindo sentir aquele toque tão ansiado por mim. Me deixo levar por um momento, mas como num surto de sanidade, tento afastá - lo, sem sucesso...
•Vivi: Não faz assim, por favor... Você vai estar em perigo... Eu não suportaria viver sem você...
•Daniel: Estão ameaçando você... É por isso que está distante... Quem está fazendo isso?
Me desespero ao perceber o que fiz e tento consertar:
•Vivi: Você entendeu errado... Eu não quis dizer isso...
•Daniel: Aceita minha ajuda... Quem está fazendo isso?
Nessa hora, eu desabo e não consigo controlar as lágrimas nem negar que há algo errado. Sinto seus braços rodearem minha cintura e me permito chorar em seu ombro. Márcia assiste tudo e comemora em silêncio por eu ter conseguido conversar de verdade com Daniel:
•Vivi: Por quê você tem que ser tão generoso desse jeito? O que viu em mim?
•Daniel: Você é a melhor pessoa que já conheci... Me deixe ajudar, vai... Mesmo que a gente não tenha nada, eu vou lhe ajudar mesmo assim... Porque quero vê - la bem...
Sorrio e o agradeço:
•Vivi: Obrigada por isso e por tudo, de verdade... Não tenho palavras para agradecer...
•Daniel: Só de ver esse sorriso você já está me agradecendo... Pode acreditar...
Nos olhamos mais um pouco e, quando estou o acompanhando até a porta, vejo alguém familiar. Daniel percebe que minha expressão mudou e minha pele se embranqueceu ainda mais e se preocupa:
•Daniel: O que houve? Parece que viu um fantasma...
•Vivi: Se eu não estiver ficando louca, posso jurar que vi o Gilberto bem aqui em frente...
•Daniel: Mas ele não tinha sumido do mapa?
•Vivi: Não sei de mais nada... Não pode ser...