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História Vivo, ou apenas existo? - Alistamento militar


Escrita por: Hueitir10-NEW

Notas do Autor


Saboreiem cuidadosamente cada pedaço desta história, e deixem a curiosidade fluir vocês diante do desenvolvimento que ela terá.
Agradeço desde já por estar aqui.
Tenha uma boa leitura.

Capítulo 1 - Alistamento militar


Fanfic / Fanfiction Vivo, ou apenas existo? - Alistamento militar

"Vai se alistar no exército militar?" - indagava minha irmã de dezesseis anos, surpresa.

"Algum problema?" - pergunto, fechando o meu pequeno caderno amarelo.

"Nenhum. Só que você não tem nenhum suporte físico, e é muito magrelo, um esqueleto." - observa ela, enquanto eu me levanto e a levo cuidadosamente para fora do quarto. - "Lembra quando você tentou fazer flexão e não conseguiu passar da primeira?"

"Também te amo, maninha." - digo, e fecho a porta.

Dou um longo suspiro, e volto para a cama. Abro novamente o pequeno caderno amarelo, e minha concentração é arrancada de mim quando a porta se abre em um estrondo.

"VOCÊ VAI PRO EXÉRCITO MESMO, NUM É?" - minha irmã exclama, novamente. - "Me leva um dia para visitar lá, caso você consiga entrar; deve ter um monte de garoto massas.. AH!!" - ela rebate o caderno amarelo que jogo nela. - "Para de ser chato.". - ela pega o caderno do chão e sai correndo com ele. - "VEM PEGAR AGORA, OTÁRIO.".

A expressão ao qual estou é a mesma ao qual estava quando minha irmã entrou no meu quarto hoje mais cedo, uma expressão meramente calma. Nem essa "mimadez" dela me faz mudar minha expressão, o que acaba irritando ela.

Havia apenas alguns desenhos no caderno, não vai me fazer falta alguma ela ter levado ele; mas não é porque "não vai me fazer falta" que eu vou ignorar o último acontecimento, ela vai aprender uma lição.

 

Vivo, ou apenas existo?

Capítulo 1: Alistamento militar

 

"Foi ele!" - minha irmã aponta para mim, enquanto olha bruscamente para pai e mãe. - "Escondeu meu caderno em algum lugar.".

"Se eu escondi, foi porque você fez alguma travessura." - murmuro, e bagunço seu cabelo ao passar por ela, o que faz ela se irritar. - "Cresça, você já tem dezesseis anos.".

"E você, dezoito!" - resmunga ela. - "Seu palhaço otário.".

"Bem, crianças. Mais alguma coisa que importe ou podemos nos preparar para jantar?" - Pergunta minha mãe com um sorriso no rosto.

"Se precisar de ajude, me chame." - diz meu pai, voltando em passos lentos para o escritório. Ele é um bom cozinheiro.

E esta, é minha pequena família. Minha irmã e sua fase de pré-amadurecimento; meu pai e suas vontades de sempre ajudar o próximo, quando não está revoltado com a vida; e minha mãe, que sempre tenta resolver as coisas com um simples sorriso, o que acaba ajudando - e muito - na paralisação das pequenas brigas.

A vontade de me alistar ao exército Militar não veio por parte de minha mãe, e nem muito menos por parte do meu pai - que pareceu feliz com minha escolha de vida -; escolhi ser do exército por conta de um entusiasmo que vinha crescendo em meu corpo desde pequeno. Assistia a muitos filmes que tinham como tema o gênero "Militante", e a minha empolgação aumentava vendo todos eles.

Sou uma pessoa calma com pequenas - ou talvez grandes - crises de ansiedade. E mesmo com meu corpo magro e aparência de adolescente de quinze anos, eu consegui ser chamado para o Exército, e o dia que me chamaram foi bem depois da minha irmã roubar o meu caderno amarelo, e bem depois de eu ter devolvido o dela - dias depois -, o dia que me chamaram foi em uma quinta-feira de setembro, parecia que eu estava ganhando uma quantia considerada de um bilhete premiado, o que me deixou bastante feliz.

"Você vai esquecer de mim." - chorava minha irmã.

"Claro que não, para de chorar." - falo rindo. - "Eu só passarei a morar lá, apenas, quando quiser me visitar é só ir lá."

"Seu otário." - resmungava ela, me dando um longo abraço.

"Vai ficar mesmo tudo bem?" - indagava minha mãe, e pela primeira vez em meses eu não estava vendo aquele seu simples sorriso que ela tentava manter.

"Vou sim, não se preocupe." - suavizo, e dou um pequeno beijo em sua testa, o que faz voltar o sorriso simples de minha querida mãe.

"Cuidado com essas malas, campeão." - ri meu pai, trazendo mais uma mala de cor marrom. - "Qualquer coisa, é só gritar.".

"Prometo gritar." - sorrio. E então todos se abraçam em um abraço coletivo.

Eu estava indo para longe, viver em um quartel e praticamente morar por lá; nem nos finais de semana eu poderia voltar para casa, o que deixava minha irmã cada vez mais triste.

Foi rápido, e bem doloroso, mas o "Até logo" foi dado, e lá estava eu, com os olhos lacrimejando, indo para uma nova rotina de vida.

O táxi me deixou literalmente em frente ao portão principal do Exército. E, sinceramente, demorei bastante para retirar as minhas duas malas carregadas do carro, o que me deixou frustrado.

Ao me aproximar do portão, avistei uma mulher em um pequeno gabinete, sentada em frente a um balcão - onde se posiciona um computador, dá para se ver bem o que está sendo mostrado nele -, ela logo percebe minha presença.

"Bem vindo." - me cumprimenta com uma expressão neutra. Sua vestimenta é verde com um símbolo de falcão estampado no peito; seu pequeno boné parece cobrir grande parte do seu cabelo. - "Esta é a entrada do exército, o que deseja?".

"Entrar." - sussurro.

"Interessante." - murmura ela, com a mesma expressão. - "Nome?".

"Pedro Alvez de Azevedo.". - respondo.

"A, b, c... F, g, h..." - sussurra ela para si mesmo enquanto olha uma variedade extensa de nomes em seu computador. - "N, o, p... Pedro Alvez Azedo."

"Alvez de Azevedo." - corrijo.

"Isso." - ela põe sua mão para frente, e eu demoro um longo tempo até perceber que é para apertar. - "Seja muito bem vindo.".

"Obrigado." - digo, apertando sua mão. Vejo sua expressão neutra continuar, o que me incomoda um pouco.

O portão principal é aberto vagarosamente, e as formas que se revelam na parte de dentro me assustam, não as pessoas, mas o local, por ser tão grande e extenso. Há várias árvores e muitos campos espalhadas. O prédio completamente imenso se posiciona na lateral do local. Surpreendo-me pela quantidade imensa de pessoas com a farda verde; um pequeno grupo de vinte e duas pessoas fazem flexões, enquanto um moreno de farda verde escura apita para eles continuarem; outro grupo faz uma série física de aquecimento. E ao longo do caminho que vou entrando, percebo que esse lugar é praticamente "infinito" - não que seja, mas é um bom jeito de defini-lo.

"Precisa de ajuda, novato?" - indaga um senhor que aparenta ser o zelador do local. - "Você parece estar com dificuldade com as malas.".

"Ah, estou com uma delas." - sorrio. E ele logo se põe à pega-la. - "Obrigado.".

"Sabe qual é seu quarto?" – indaga-me.

"Não sei nem onde eu estou." - brinco.

"No exército Militar.". – fala, dando um pequeno sorriso.

"É que é tudo tão grande e vasto, onde ficam os quartos?" - pergunto, e logo percebo uma pequena quantidade de jovens ao longe, que não usam farda; são os novatos.

"Naquele local onde os novatos estão se reunindo." - aponta para o local dos homens com camisas diferentes. - "Há um corredor por ali com vários quartos. Há uma lista de nomes na porta de cada um." - dá uma pequena tosse. - "Vamos, vou lhe mostrar.".

Havia quatro nomes no pequeno papel da porta "F-10", o meu estava lá. E não preciso nem citar dos agradecimentos que dei ao senhor, ele me ajudou e muito.

Quando ele partiu, e eu me pus a entrar no quarto, me surpreendi. O quarto era pequeno, mas cabia nele duas beliches e um tapete no meio. Havia uma mesinha, e todas as três pessoas que estavam no papel juntamente ao meu nome, pareciam estar ali.

"Você deve ser o Pedro do papel!" - exclamou um dos meninos que estava sentado na parte de baixo do beliche.

"Pedro do papel?" - indagava outro, que fechava sua mala.

"Do papel que está na porta." - voltava a falar o rapaz sentado, que logo se levantou com rapidez.

"Olá." - falo, e faço uma expressão feliz. - "Tudo bem com... Vocês?".

"Não." - respondia o que estava deitado no beliche de cima, o qual ainda não havia falado. - "Agora que eu soube que vão vasculhar nossas malas e retirar todos os repelentes delas, eu realmente fiquei puto. Eles querem que os mosquitos nos comam vivos.".

"Uou!" - exclamo, não pelo fato de serem retirados os repelentes das malas, mas sim de eu ter esquecido de trazer um.

"Agora que já estão todos aqui, fecha a porta e vamos nos conhecer direito." - falava com alegria o que acabara de se levantar. - "Quero saber com quem eu vou passar os próximos meses em um quarto pequeno de quartel.".

E assim, sentamos ao chão. Está sendo engraçado pelo fato de parecermos adolescentes ao redor de um círculo no chão, mas foi o único jeito que tivermos para manter a calma e tentar conversar enquanto as ordens não eram dadas.

"Agora que sabemos quem vai deitar em qual cama. Vamos nos apresentar." - Eu fiquei com a parte de baixo da beliche que fica no lado direito. - "Eu me chamo David, tenho dezoito anos e sou bastante extrovertido e social. Sou vida louca.". - ele tem um rosto bronzeado, com cabelos morenos e olhos castanhos.

"A vida só presta se a pessoa for para ser vida louca." - ri o loiro. - "Sou Carlos, e fui forçado a me alistar por causa de meus pais.".

"Eu também. Meu nome é Paulo." - sua expressão era estranha. - "E já que iremos passar os próximos meses juntos, eu quero que saibam que não vou agarrar ninguém.".

"Agarrar?!" - indagava David com uma expressão hilária.

"Ah, pensei que haviam percebido pelo meu rosto e minha voz." - voltava a falar Paulo. - "Eu sou gay.".

Eu não sei por que, mas isso me deixou bastante constrangido; não pelo fato do silêncio que se formou no quarto, nem pelas expressões sérias, ou muito menos pelo fato do Paulo ser gay; fiquei constrangido foi pelo seu comentário em "não agarrar ninguém", é como se um gay fosse agarrar o primeiro homem que visse pela frente, talvez seja esse pensamento que a sociedade deve ter.

"Não tenho preconceito." - Fala David. - "Mas você deveria ter cuidado, Paulo. Noventa por cento das pessoas que vivem no exército não aceitam, e podem até te remover por motivos banais apenas por você gostar de um homem." - David havia substituído sua alegria por sinceridade.

"Prometo tomar cuidado." - sussurrava Paulo.

Eu não me apresentei; não porque eu não quis, mas sim porque o clima de silêncio que se formou no quarto fez estabelecer o fim da conversa.


Notas Finais


Espero que tenham gostado da introdução desta história, qualquer crítica que tenha a fazer, sinta-se a vontade <3. Obrigado por ter lido até o final do capítulo.
Só pra constar, o "segundo protagonista" - que faz parte do shipp principal - ainda não apareceu, rs.

Ainda hoje irei postar mais DOIS CAPÍTULOS, para assim familiarizarem com a história.


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