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História Vivo, ou apenas existo? - Sentimentos reais


Escrita por: Hueitir10-NEW

Notas do Autor


Hoje vim lhes presentar com dois capítulos, se preparem pro Desenvolvimento.
Boa leitura <3!

Capítulo 12 - Sentimentos reais


Fanfic / Fanfiction Vivo, ou apenas existo? - Sentimentos reais

Os tiros param, e se cessam por vez. Demora alguns segundos até que eu me afaste do abraço que o tenente Homes estava dando em mim. Sento na cadeira rústica da cabine, e olho sem reação para ele.

"Está melhor?" – indaga-me.

"Sim." - sussurro. E então olho bem em seus olhos. - "O que há com você?"

"Como assim?" - seu rosto se aglomera em uma pequena confusão.

"Aquele Homes que me revidou quando eu dei um soco nele, no teste de resistência, ele não abraçaria um soldado homem." - comento, enxugando uma de minhas lágrimas que houvera de descer por conta do meu ataque de pânico. - "O Homes, ele me mandaria parar de chorar, ou daria um soco em minha cabeça para que eu parasse de tremer.".

"É isso que você pensa de mim?" - pergunta ele, olhando vagamente para a janela.

"Você socou o balcão da mulher só por ela ter pensado que nós dois éramos... Você sabe bem." - digo, e meu corpo volta ao seu estado normal, mas ainda sinto o medo das balas voltarem a percorrer sobre o Parque. - "Eu te conheço pouco, Tenente, mas sei bem que você odeia o afeto masculino, odeia olhares, odeia tudo.". - ele então volta o seu olhar para mim e simplesmente começa a rir.

 

Vivo, ou apenas existo?

Capítulo 12: Sentimentos reais

 

"O que foi? Estou com alguma cara de palhaço?" - resmungo.

"Preste bem atenção à minha pergunta, soldado." - seu tom de voz se tornou mais sério do que já estava. - "Por que você acha que o Capitão Carl nunca foi falar com você?".

"E por que ele falaria algo comigo?"

"Porque você, soldado Pedro, deu um soco em um Tenente. Fez os Exercícios Instrutivos, e participou de um jogo de realidade virtual onde no fim, sacrificou a sua vida digital pela a minha, me deixando apertar o botão." - Homes fala, e eu consigo captar cada palavra sua. - "O Capitão Carl deveria pelo menos ter ido lhe parabenizar, mas por que acha que ele nunca foi?"

"Eu não estou entendendo aonde você quer chegar." - digo, com uma confusão se estabelecendo em minha cabeça.

"Soldado, ele me encarregou disso, o Capitão Carl me ordenou que eu ficasse de olho em você, e tentasse ficar cada vez mais perto. Que se eu pudesse, participasse de coisas ao qual você estaria." - explica ele, e então percebo toda a caixa do quebra-cabeça se completando.

É por isso que o Tenente Homes sentou do meu lado no ônibus, foi por isso que ele se voluntariou para ficar junto a mim na roda gigante. Tudo por ordem do Capitão Carl.

"E o Rimon?" - indago, engolindo em seco.

"Provavelmente algum tenente deve estar de olho nele." - diz Homes. - "Novatos que surpreendem o Capitão Carl, são postos em observação."

"Isso não explica sua mudança de humor em ter me abraçado quando eu estava... Tremendo." - falo.

"Porque essa era a única coisa que eu podia fazer já que agora estamos praticamente presos aqui." - responde Homes. - "E eu sei bem o que é isso, porque eu já tive. Esse barulho de tiro que perneia a sua alma, um som de morte próxima, faz todo o seu corpo tremeluzir." - seu olhar se volta para a janela. - "A única coisa que fiz foi tentar lhe ajudar, do mesmo jeito que me ajudaram há alguns atrás.".

"Lhe abraçaram?" - indago.

"Não." - suspira ele. - "Mandaram apenas eu calar a boca e parar de tremer que nem uma bixa.".

"As pessoas utilizam as palavras: veado e bixa para tudo que esteja fora de seus padrões." - comento algo que já realmente se estabelece como verdade sobre a sociedade. Os rótulos.

O som do aparelho comunicativo do Tenente começa a apitar, e pelo que percebo, é um dos soldados tentando se comunicar com ele.

"Finalmente soldado. O que está acontecendo aí embaixo?" - indaga Homes, falando para o equipamento preto que cabe em sua mão.

"Senhor, são cinco pessoas, elas que estão fazendo todo o tumulto." - o viva-voz está alto o bastante para eu escutar a conversa. - "Duas das cinco pessoas que planejaram o atentado foram mortas.".

"E os três que não foram morto? São homens ou mulheres?" - pergunta Homes, como se o gênero fosse fazer alguma diferença.

"As duas que morreram eram mulheres, os três que desapareceram são homens." - responde o comunicador. - "Estão com uma camisa da Energia, como se trabalhassem para o local.".

"Eu falei que eles eram suspeitos, naquela hora." - digo, e vejo o olhar carrancudo de Homes para mim, afirmando que eu estava certo.

É quando todas as luzes do Parque acendem. E todos os brinquedos do Parque voltam ao seu ligamento. A roda gigante começa a se movimentar.

"Depois me comunico com você, soldado. A energia voltou." - conclui Homes, desligando o seu comunicador.

Ele guarda o aparelho, e logo pega a sua arma escondida, provavelmente se preparando para o que está ocorrendo lá embaixo. Quando chegamos ao térreo, a porta se abre, e saímos do brinquedo.

A mulher da bilheteria nos olha preocupada, provavelmente temendo o que Homes possa fazer, já que ele bateu em seu balcão. Eu apenas aceno, e ela entende como um "Tudo bem". Ela poderia ter fugido, por conta dos tiros, mas resolveu ficar trancada em sua cabine de bilheteria; deve ser sentir segura lá.

Só agora que eu paro para perceber que as pessoas tem medo do Tenente Homes, tanto pelo seu modo quanto por tudo que o envolve, acho que é por isso que ele acabou gostando de ficar ao meu lado na observação ordenada, porque a última coisa que eu vou ter desse homem é medo.

Sinto um calafrio involuntário quando percebo que Homes se aproximou até o meu ouvido direito, e sem mais nem menos, ele sussurra:

"Não fale para ninguém que eu lhe abracei lá encima."

"Por acaso você vai perder o seu pinto se eu falar isso?" - implico, e logo ele dá um tapa na minha cabeça. - "Argh!".

"Olha o respeito, soldado.". - Homes me disciplinando, o que já não é novidade. Sua atenção logo é voltada para um homem com uma farda do Exército que vem em nossa direção.

"Tenente Homes!" - exclama um dos soldados veteranos, sua barba se destaca em seu rosto. - "O soldado Rique está precisando falar com o senhor sobre o acontecimento."

"E as duas pessoas que morreram?” - indaga Homes.

"As que fazem parte da Quadrilha de atentados? A ambulância já está chegando para retirar os seus corpos." - responde o soldado.

Olho para Rimon ao longe, o novato que veio para cá comigo. Ele está com o seu fardamento de soldado, parece estar solitário, olhando para o vazio. Começo a caminhar em sua direção.

"Soldado Pedro." - ouço a voz do tenente Homes, e olho para trás. - "Tente não se perder pelos arredores.".

"Muito engraçado." - digo, e vejo um pequeno sorriso em seu rosto. Ele então vai embora, seguindo o soldado. Sigo o meu percurso.

Quando chego perto de Rimon, eu o vejo em um estado de palidez, ele deve ter tido o mesmo ataque de pânico que eu.

"Rimon?"

"Oi." - só essa pequena palavra dita por Rimon, sai em forma estranha. - "Conseguiram achar os três homens da quadrilha?".

"Parece que não." - respondo. - "Você está pálido.". - ele então curva a cabeça. - "Vamos comer alguma coisa, deve ter algum restaurante aqui perto.". - Rimon então olha para mim, parecendo ter gostado da ideia. - "Só não tenho dinheiro.".

Praticamente eu vim para esta cidade sem nada, não deu tempo nem de pegar algum dinheiro antes de entrar no ônibus hoje cedo; mas o Rimon disse que ele me emprestaria o dinheiro dele para assim comermos.

Estamos agora andando pela calçada, já fora do Parque. E a quantidade de Policiais e viaturas aumentam cada vez mais.

"Fora as duas mulheres que fizeram o atentado, morreu mais alguém? Que seja inocente." - pergunto.

"Não, só ficaram algumas pessoas feridas." - responde Rimon, andando. - "Pedro, eu realmente não sei o que aconteceu comigo naquele prédio, meu corpo apenas começou a tremer e não parou mais.".

"Isso é porque não foi você que chorou e ficou em ataque de pânico na frente do tenente Homes." - falo, e Rimon me olha surpreso, eu só começo a rir.

"Ele deve ter pensado um monte de merda sobre você." - diz Rimon, rindo. - "O que ele fez?".

"Ah... Ficou calado." - sussurro. - "Somos dois novatos dourados que tremem ao som de tiros.".

"Sim." - sorri Rimon.

É então que tudo que acontece após sua fala é tão rápido, que mal dá para perceber os movimentos que acabam ocorrendo. O que eu vejo é Rimon sendo chutado por um homem, enquanto os outros dois me empurram fortemente pelas costas, e eu caio com os joelhos no chão. Um soco é desferido em minha têmpora, e a última coisa que dá para ver antes de eu desmaiar é que os seus uniformes são de Energia. Eles são os três homens do atentado que estão procurando.

Quando acordo, me sinto desnorteado, é como se eu estivesse bebido várias cachaças e estivesse no momento de Ressaca. Mas os efeitos da Ressaca não envolvem dor no corpo inteiro. Eu fui chutado, e esbofeteado.

Olho para o quarto azul, e tento não me assustar quando vejo o tenente Homes me encarando, ele está sentado ao meu lado, encostado na parede, com uma expressão carrancuda.

"Você não para de me dar problema." - fala ele, em um tom rouco de voz.

"Bom te ver, também." – sussurro.

Ele então se levanta vagarosamente, e vem até à minha cama. Seu braço direito se põe na cama, e ele se aproxima e me encara de um jeito que eu acho que ou ele vai me dar um sermão, ou irá me dar um tapa na cabeça. Mas acaba não ocorrendo nem uma coisa, nem outra. Ele apenas me olha e fala em tom sério:

"Preciso de todos os detalhes das três pessoas que deixaram você neste estado. Porque eu vou acabar com cada uma delas."


Notas Finais


Mais um novo capítulo será postado hoje.


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