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História Vivo, ou apenas existo? - Arrependimentos fatais


Escrita por: Hueitir10-NEW

Notas do Autor


Mais um capítulo para fechar o dia.
Como é o "Capítulo 15", vai ser um pouco especial pelo acontecimento contido.
Uma ótima leitura para todos <3

Capítulo 15 - Arrependimentos fatais


Fanfic / Fanfiction Vivo, ou apenas existo? - Arrependimentos fatais

"E ali estão eles, vivos." - fala o Capitão Carl no microfone, olhando de longe para nós. - "Em toda a minha vida, eu nunca vi dois soldados novatos surpreenderem tanto." - É quando uma aglomerada salva de palmas se aglomera por todo o local.

 

Vivo, ou apenas existo?

Capítulo 15: Arrependimentos fatais

 

"Sim, mãe. Estou vivo." - falo pelo telefone da Enfermaria. - "Eu sei, todos ficaram surpresos. Mas já estou bem, a médica está analisando se há alguma fratura em mim." - a conversa pelo telefone não demora tanto, e logo se conclui.

A médica verifica minha pressão, e toda vez que encontra os meus olhos, eu logo ponho a perceber sua expressão de surpresa. Para todo mundo o que havia ocorrido no hospital tinha realmente trazido a minha morte e a do Rimon. E tentar explicar tudo o que aconteceu para o Capitão Carl foi difícil.

O Tenente Homes não estava na sala de Reuniões; não está no Exército; e nem nesta cidade ele se encontra. Ele continua na cidade do Parque de diversões junto com o soldado Rique e os outros, provavelmente já deve ter recebido a notícia que eu estou vivo.

"Obrigado." - agradeço a médica. Quando os exames terminam; por sorte, não estou com nenhuma forte lesão ou fratura, posso voltar normalmente para o meu quarto.

Saio do local, e passo tranquilamente pelos corredores, percebendo os olhares dos soldados e tenentes que passam á me olhar como se eu fosse feito de Ouro por ter conseguido sobreviver a tudo isso.

Quando abro a porta do quarto, David e Carlos não se importam em saber se estou com fraturas ou não, eles apenas pulam encima de mim e me abraçam da forma mais forte possível.

"Você está vivo, PORRA!" - Exclama David, os dois me viram mais cedo, quando eu cheguei com o Rimon no local onde o Capitão Carl estava fazendo o discurso.

"Promete que não vai mais morrer." - ruboriza Carlos.

"Prometo não morrer." - digo, sorrindo. Sentamos no chão, como fizemos no primeiro dia que nos conhecemos, e eu logo me ponho a perguntar. - "Alguma notícia dos soldados que estão lá na outra cidade... Os que ficaram na missão?".

"Sim." - responde David. - "Conseguiram achar os três caras." - um arrepio percorre por meu corpo após David falar isso.

"O Capitão Carl avisou no microfone para todos. Dois dos caras estão sendo mantidos presos, e o outro terceiro foi morto." - explica Carlos. E eu pensando que eles estavam ilesos ainda.

"Dificilmente explodir um hospital e matar várias pessoas acarretaria em alguma fuga." - comenta David. - "Havia dezenas de viaturas, os policiais logo perceberam os três homens.". – Paro para pensar que um dos três homens acabou sendo morto, e penso de qual forma isso aconteceu.

"Provavelmente os três revidaram, aí os policiais atiraram e mataram um deles." - falo minha teoria.

"Não, pelo contrário." - murmura David. - "Os soldados daqui, que estão lá, chegaram logo após no local dos policiais. Os três da quadrilha não revidaram, eles já tinham desistido por perceberem a quantidade de policias e soldados no local, mas aí...".

"Mas aí o quê?" - indago, curioso.

"Parece que um dos tenentes atirou em uma das cabeças dos três homens." - quando David fala isso, eu consigo vislumbrar bem o rosto da pessoa que fez isso.

"Homes." - sussurro.

Eu tive a permissão de ir visitar minha família pela manhã. O Capitão Carl fez questão dele mesmo vir falar comigo sobre a permissão.

Peguei um táxi e fui em direção até a minha casa. Eu fiquei tão feliz por ver esta casa depois de tantas semanas que começo a lacrimejar. Saio do carro e percebo bem a surpresa de minha irmã quando entro vagarosamente pela porta.

Abraços, exclamações, felicidade. Meu pai e minha mãe sorriam direto para mim enquanto eu contava cada detalhe do que ocorreu. Percebo minha mãe chorando em boa parte do tempo. Minha irmã passa todo o tempo fazendo carinho em meu cabelo. E eu percebo que uma frase faz todo o sentido: "É quando a gente quase perde, que começamos a dar importância.".

O resto do dia é em conversas, comida e agradecimentos ao destino por ter me livrado da morte. É uma visita normal, uma visita para mostrar que estou vivo e inteiro para a minha família.

Logo a noite chega e o táxi vem me buscar, minha mãe até pede para eu dormir lá, mas eu nego com educação. Preciso encontrar uma pessoa que já deve ter chegado ao Exercito.

Quando chego no Exercito, vejo o zelador que me ajudou no primeiro dia acenando para mim. Ponho a acenar de volta. Percebo que depois dos últimos acontecimentos, eu consegui amadurecer tanto por dentro.

Adentro no Quartel, e logo dou de cara com o soldado veterano Rique pelo corredor.

"Quando falaram, eu juro que eu não acreditei." - fala Rique, logo me abraçando rapidamente. - "Você surpreende qualquer um, novato feito de ouro.". - dou um sorriso.

"Ocorreu tudo bem por lá?" - indago.

"Mais ou menos, os dois homens foram presos, e o outro foi morto pelo tenente Homes." - diz ele, me surpreendendo por ter confirmado a minha teoria.

"Onde está ele?" - indago.

"Na pequena ala de box, bem ao fundo do Quartel." - responde Rique.

"Obrigado." - digo, adentrando no Quartel. - "Até mais."

"Até."

Passo pelos corredores. Eu me lembro de ter realmente visto essa sala em algum dia desses, não faz tanto tempo. Olho vagamente e de longe vejo uma porta com o nome "Treinamento ao Box.".

Chego perto e abro a porta lentamente. Escuto bem os fortes socos que são dados. A sala tem tantos tons vermelhos, com equipamentos em uma grande variedade do local.

Vejo no fundo da sala o tenente Homes, sozinho diante de todo este local em plena noite. Ele está com uma roupa branca que parece ser de um tecido esbelto, e com uma calça preta, sua farda deve estar sendo lavada. Me aproximo aos poucos, e vejo seus socos sendo desferidos no saco grosso que está pendurado do teto para a superfície.

Quando ele dá o último soco, o saco põe-se a cair no chão, fazendo um barulho estrondoso pelo local.

"Parabéns." - digo, e ele me olha em surpresa. Seu rosto se transforma em curiosidade, como se estivesse vendo uma nova espécie nunca vista antes no mundo.

"Eu procurei você quando cheguei, e você não estava em lugar nenhum." - diz ele. Olho para o seu rosto, não há nenhuma gota de suor, nem de cansaço, há apenas o espanto.

"É que eu fui visitar minha família... Estavam preocupados." - digo, me aproximando. - "Você matou um dos homens, não matou?".

"Sim." - responde secamente. - "Eu estava completamente cego e com raiva.".

"Com raiva deles terem matado tantas pessoas." - sussurro.

"Com raiva deles terem matado você." - murmura ele, fazendo com que todo o silêncio do local fixe-se.

"Eu poderia ter dado alguma notícia, não sei... Me desculpa." - digo, cortando o silêncio.

"Eu que tenho que me desculpar, por não ter supervisionado você direito." - fala Homes, e vejo bem em seus olhos e em seu rosto uma feição de alguém que havia perdido as esperanças há algumas horas atrás.

"Eu estou vivo agora." - tento colocar humor em minhas palavras para amenizar o clima, mas nada parece funcionar. - "Vamos comemorar comendo sushi, ou você dando um tapão em minha cabeça, algo como antes." - tento sorrir, mas o seu olhar me desmorona por inteiro. - "Apenas, vamos seguir a vida." - é quando meus olhos começam a lacrimejar, e eu percebo que nesse exato momento eu poderia não estar mais nesse mundo. Eu poderia realmente estar morto, soterrado naquele Hospital.

O tenente Homes se aproxima até mim, e chega perto o bastante. Sua mão direita encosta no lado direito de meu rosto, com seu polegar tocando levemente em minha bochecha. O seu corpo se movimenta, levando sua boca próxima á minha, e juntando nossas respirações em uma só.

Sinto seus lábios tocando nos meus. E ele logo põe a retirá-los, me olhando bem nos olhos, deixando a sua respiração fluir em meu rosto.

Homes leva sua mão esquerda até minhas costas, e sua mão direita segura em meu cabelo, enquanto ele volta com sua boca até os meus lábios. A sua ondulação faz com que toda a sua feroz língua procure prazer diante da minha, que todo o seu calor, encontre caminho ao se juntar a meu. É uma sensação tão inesperada que eu ponho a me perder em meus pensamentos, em meus olhos que se fecham, e em sua boca que parece ter encontrado um local que tanto se maravilha em estar.

Ele retira sua boca da minha, e coloca seus braços para longe de mim. Os seus olhos estão em intensa harmonia com o meu. É quando Homes corta todo o silêncio:

"Quando eu soube que você havia morrido, eu me arrependi drasticamente de não ter tido a coragem para lhe... Beijar. Eu fiquei arrependido de não ter feito isso quando soube da sua morte." - sussurra ele. - "Agora, já fiz o que o meu corpo queria tanto fazer. Não há mais nenhum desejo para ser realizado." - um pequeno sorriso é formado. - "Se cuida, Pedro. E tenta esquecer desse acontecimento, por favor." - ele logo se movimenta lentamente para fora do local, sem olhar para trás.

Escuto apenas seus passos, enquanto ponho o polegar em minha boca e sinto os seus lábios ainda nos meus, mesmo após tendo passado tantos segundos. Um tenente beijou um novato... Homes me beijou, e esse beijo fez com que todos os pedaços dentro de mim se juntassem novamente. Isto é algo que vai permear na minha mente durante vários dias, sem projeção para esquecimento.


Notas Finais


Beije, se declare, antes que a pessoa que tanto amas vá embora de sua vida <3
Até a próxima, "soldados leitores".


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