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História Vivo, ou apenas existo? - O Chip.


Escrita por: Hueitir10-NEW

Notas do Autor


Se preparem para um desenvolvimento tão macabro quanto o atentado ao Hospital.
Espero que gostem. Esse tempo que parei para pensar sobre a Fanfic valeu a pena.
Tenham uma boa leitura.

Capítulo 20 - O Chip.


Fanfic / Fanfiction Vivo, ou apenas existo? - O Chip.

Três semanas se passaram desde que o tenente Homes foi embora, e nunca pensei que iriam se passar vinte e um dias desde então. E acabo me atormentando... Porque toda noite meu último pensamento é ele; e toda a manhã, o meu primeiro pensamento continua sendo ele. Isto está me perturbando tanto que eu sinto o medo disso tudo me deixar maluco.

 

Vivo, ou apenas existo?

Capítulo 20: O Chip.

 

"Bem-vindos ao inferno, novamente." - comenta David, deitando em sua cama, feito uma jaca.

"Você está falando isso todo o santo dia, após o treino, após tudo." - resmunga Carlos. - "Chega, David."

"Credo, que estresse." - murmura David, logo pondo a fitar os meus olhos. - "Soube de alguma notícia do tenente Homes?"

"Ainda não." - sussurro.

"Já faz um bom tempo que eu, você e o Rimon estávamos na casa dele.".

"Ele disse que provavelmente não ia ver o campeonato dos novatos, ao qual nem foi anunciado, ainda." – comento, lembrando das suas falas no quintal de sua casa. - "Então vai demorar pra caralho até que ele apareça.".

“Pra caralho.” – repete Carlos, rindo. – “Nossa, que chamador de palavrão mais experiente, sua mãe não passou sabão na sua boca quando você nasceu, seu porra?”

“Mas claro que não.” – gargalho, enquanto David tenta se levantar da cama.

"Campeonato dos novatos, realmente." - sussurra David. - "Não falaram nada sobre este campeonato. E eu aqui louco pra ser Tenente.".

"Abaixa a bola, David." - sorri Carlos.

"A minha bola escrotal já está muito bem baixa." - comenta David, me fazendo rir.

Nossa conversa no quarto fluiu em besteira, terminando em uma longa soneca no quarto. O que eu não esperava é que neste mesmo dia, nesta mesma noite, tudo fosse mudar completamente em minha vida. Apenas achava que seria mais um dia de rotina entediante.

Há um psicólogo idoso no Exército, mas ele só trabalha na parte da noite, eu resolvi neste dia ir até ele, sem marcar consulta, nem nada. Ele já atendeu até o Rimon, de acordo com ele, sua ida principal para lá foi por conta do que passou no atentado. Rimon me disse que sofre demais com pesadelos daquele dia que quase fomos mortos. Claro que eu não me esqueço daquele dia, mas tento o máximo que posso retirar essas lembranças de minha mente.

Na plena noite que se estabelece; o Quartel já está com uma iluminação fraca, os corredores completamente em silêncio, e apenas uma luz saia de um quarto ao fundo com uma placa de “PSICÓLOGO”; escrita em formato itálico. Direciono-me para o local em passos lentos. Quando chego próximo á porta, escuto uma conversa meio explosiva.

“Qual a parte do, você não pode contar nada para os novatos, você não entendeu?” – Resmunga uma voz masculina. – “Dessa vez... Tem que ser a primeira vez.”.

“Você vai usar Chips em jovens inocentes. Por que não usa nos Veteranos?” – indaga uma voz basca em frieza, quase rindo. – “Desculpe, estou brincando.”.

“Chega de brincadeiras!” – exclama a voz masculina. – “Amanhã eu anuncio o campeonato, e adicionaremos o Chip em cada um dos novatos para eles serem controlados de modo ideal.”

“E como vai ser na questão dos parentes?” – indaga uma voz sonolenta.

“Simples! Com o controle dos novatos, vamos ter o controle de suas falas, de seus movimentos, dos parentes... De tudo.” – ri a voz masculina.

Olho pelo pequeno buraco da porta, e só consigo ver uma única pessoa. O Rique; aquele ao qual ajudou tanto eu quanto o Rimon em questão da guiar-nos. E ele está rindo de algo que parece tão sério. Minha cabeça parece estar girando e eu sinto como se estivesse bebido um Whisky misturado com vários Skol Beats, mas eu não estou bêbado, e escutei bem tudo o que acabou de passar por meus ouvidos; não vou parar pra pensar se isso foi uma coincidência ou não.

Movo meu pé para trás e quando me preparo para correr eu me desequilibro sozinho e me debato no chão. O barulho é tão alto que eu sei que todos os que estão no quarto ao lado acabaram de me escutar. Escuto uma cadeira sendo movimentada, e é quando meu músculo rígido de meu braço me empurra para cima, e começo a correr em disparada. Só olho para trás uma única vez; e é nesse exato momento que vejo o Rique na porta, surpreso, com um homem ao seu lado. Não havia apenas os dois naquele quarto, eu sei disso, mas eu não vou ficar parado para conferir.

“PARE! AGORA!” – Grita ele em um tom tão alto, que eu tenho um pressentimento que se ele estivesse preparado e com uma arma, eu estaria decaído no chão nesse exato momento; morto, e logo após jogado em alguma buraco, sem pistas.

Abro com força a porta do meu quarto, e encontro David e Carlos dormindo na maior mordomia. É quando eu pego as nossas três mochilas de costa e jogo-as no chão.

“Precisamos ir! Agora!” – exclamo. E os vejo abrir os seus cansados olhos confusos. – “Irão nos matar, nos controlar, temos que sair daqui.”

“Hãn? Que horas são essas?” – indaga David.

“Você bebeu o quê?” – ri Carlos, bocejando logo após.

Olho para a porta e escuto passos ao longe. Empurro a porta com toda a força, pegando um pequeno cabo encostado na parede, e colocando na trave da porta. Estamos seguros, por enquanto. Pego o meu celular e ligo para Rimon. A chamada persiste em vagareza, e eu estou agoniado. Agora os dois me olham mais confusos do que antes, eles sabem que algo sério está acontecendo, mas parece não persistirem em comentar.

“Alô.” – Rimon fala do outro lado da linha.

“Rimon, se você confia em mim, peço que pegue sua bolsa e saia disfarçadamente do Quartel. Iremos nos encontrar do lado de fora.” – comento. – “Confia em mim, por favor.” – desligo.

“O que está acontecendo?” – Indaga Carlos, numa voz preocupante, levantando-se.

“Há uma droga de um Chip que vão programar em nós amanhã, e esse Chip vai controlar a gente!” – Exclamo. Olho para os dois de um modo realmente espantado, e é quando as gargalhadas vêm.

“Que idiotice, é impossível existir isso.” – ri David.

“Isso é real, droga!” – grito, olhando para os dois. É quanto um forte estrondo bate na porta.

“Novato Pedro, abra esta porta, agora!” – não é a voz do Rique; deve ser de algum soldado amigo dele.

“Vamos sair pela janela.” – sussurro. – “Confiem em mim.”

Olho para os dois , e por um momento acho que a porta irá ser arrombada, e eu serei acorrentado em algum lugar, e o Carlos e David serão calados com um tiro, e tudo vai ser terminado aqui. Mas é quando David empurra a janela e começa a jogar as bolsas para fora, que percebo que tudo isso realmente não é um sonho. Neste exato momento está acontecendo a coisa mais louca em minha vida desde a fuga daquele atentado no Hospital. Tudo está confuso, praticamente tudo ao meu redor.

Pulamos um atrás do outro. A janela fina consegue sustentar nossos corpos magros que passam pelo local. Olho para a noite e para a grama que serpenteia todo o local. Colocamos a bolsa, cada um em suas devidas costas. Os gritos atrás da porta param, e os estrondos também, e eu me preocupo porque sei bem o que está acontecendo. Eles estão vindo atrás de nós.

“Eles sabem que pulamos a janela.” – murmuro, olhando para os dois. – “Apenas corram!”.

Agora, estamos correndo pelo vasto campo verde do Exército. Não há nenhuma pessoa no ambiente fora nós três. E o portão deve estar completamente fechado, sempre está nessa hora da noite. Provavelmente deve haver seguranças do lado de fora que abrem a porta se pedirmos. Nós precisamos correr para chegarmos lá antes que os seguranças sejam avisados que nós não podemos sair. Temos que correr, apenas correr... É quando eu vejo todo o portão aberto.

“Está aberto!” – exclama Carlos. – “Corram!”

“Onde está o Rimon? Droga!” – grito, enquanto corro.

David está tão assustado com o último acontecimento que não consegue falar nada, apenas corre em direção ao portão. E é nesse exato instante que o meu pé declina e para.

“Pedro?!” – indaga David, olhando para trás, e parando. Com o grito, Carlos também para. – “O que houve?”

“Se escondam atrás das árvores!” – ordeno.

E no mesmo instante que nos escondemos é que vejo um grupo de quatro soldados ultrapassando o portão calmamente. Ah! Então é por isso que o portão foi aberto, por causa dos soldados que estão entrando. Olho para cada um deles, e consigo ter uma visão bem destacada dos seus broches dourados em forma de falcão, e principalmente para os seus uniformes em uma cor escura. São os veteranos. E entre eles, há a pessoa que eu não esperava que voltasse hoje.

“O tenente Homes.” – sussurra David.

“O que a gente faz, Pedro?” – sussurra Carlos.

Droga! Eu não sei se continuo á fugir, ou corro em direção á pessoa ao qual esperei tanto tempo para ver. Ou apenas grito e me perco em minha loucura insana. Não sou obrigado a aguentar nada disso; toda essa paixão maldita que tenho pelo tenente, e tudo isso de ter escutado sobre o Chip.

“Pedro?!” – indaga David, olhando com preocupação.

Eu não quero ser manipulado. Eu não quero sofrer por uma pessoa e nem muito menos continuar a vida sofrendo por coisas tão banais.

“Pedro! Fala alguma coisa!” – exclama Carlos.

E agora? Por que todas as decisões tem que ser direcionadas para mim? Por que eu tinha que ter escutado tudo aquilo e ter incendiado todo o local com as minhas paranoias em forma de palavras.

“PEDRO!” – Grita David. E é quando o meu celular dispara em minha bolsa.

Movimento-me para pegá-lo. Deve ser o Rimon, tem que ser o Rimon. Ele é o único que não está aqui, e ele deve ter acreditado em mim. Já deve estar longe, ou ainda deve estar dentro do Exército, eu não sei. Então olho para o nome que consta no celular e atendo.

“Homes.” – sussurro. E olho para o longe, e o vejo andando, enquanto posiciona o celular em sua orelha.

“Cheguei.” – diz ele, encerrando a chamada.



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