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História Vizinho das cores - Péssima segunda impressão


Escrita por: Chansooyah

Notas do Autor


Quero agradecer a todos pelos favoritos e comentários, fiquei muito feliz <3333
Eu realmente não esperava que tanta gente fosse gostar, obrigada ^^ Isso me incentiva muito.
Muito obrigada pelos comentários também :)

Boa leitura!

Capítulo 2 - Péssima segunda impressão


 

 

 

Kyungsoo franziu o cenho, confuso.

— Vizinho das cores? Como assim? – perguntou. Sua tia Sana disse para voltarem pra sala, afirmando que explicaria melhor para todas. Esparramaram-se pela sala novamente e então Sana começou a falar:

— Vizinho das cores é o apelido carinhoso que eu dei ao moreno do apartamento ao lado. Seu nome é Kim Jongin, um empresário gostosão que se mudou pra cá no início do ano. Ele trabalha em casa e todos os dias, às quatro da tarde,  aparece na sacada exibindo uma cor de cueca diferente, por isso o apelidei assim. – suspirou no final daquela curta história. As outras meninas chamaram-na de sortuda por ser vizinha desse deus grego, já Kyungsoo sequer sabia como reagir. Suas tias, primas e irmãs eram todas assanhadas?

Tá, ele não é nenhum santo. Mas, pelo menos, não fica cobiçando os vizinhos!

Sua tia continuou a falar do tal vizinho das cores, mas Kyungsoo preferiu nem ouvir mais. Vai que Sana pegou o vizinho e resolve contar para as outras? Credo. Preferia ficar sem saber. Esse tal Jongin é um depravado também, mostrando a cueca por aí como se fosse extremamente normal. Fala sério, não existe mais pessoas decentes nesse mundo? Kyungsoo se perguntou. 

Sua rotina não seria uma das melhores dali pra frente. Além de ter que aturar várias mulheres, ainda tinha um cara que mostraria uma cor de cueca diferente durante aqueles sete dias. Como se já não fosse ruim ser o suficiente ser o único homem de uma família composta só por mulheres, imagina ainda ter que aturar todas elas dando em cima de Kim Jongin? Céus, Kyungsoo preferia oferecer sua alma para o biraia a ter que aturar aquilo. Era um fato: não se parecia em nada com suas parentes.

Sempre foi muito fechado e quieto, desde criança. Kyungsoo, numa fase revoltada da sua adolescência, até tentou ser gótico, mas acabou não conseguindo. Mesmo não admitindo, o Do prefere o lado unicórnio da vida, por isso não consegue ser um gótico cafona que usa roupas pretas até mesmo num sol quente de 40°c.

Sim, o Do é totalmente do lado colorido da força. Talvez tenha virado gay por conviver junto com tantas mulheres, tentava acreditar. Talvez seja uma pequena mentira, até porque vaginas nunca lhe chamaram a atenção. Paus são muito mais interessantes. 

Porém ser o único homem da família não era tão ruim assim. Ao contrário do suas irmãs pensam, Kyungsoo até gosta de ser diferente. Ser homem tem suas vantagens. Não apenas não menstruar, ou não sentir cólica, o melhor de ser um homem é ter um pênis. O Do ama seu pênis mais do que tudo nessa vida. Ter um pinto é ótimo.

Não que ele seja um idólatra do seu órgão sexual, longe disso, Kyungsoo apenas gosta muito do seu pênis. Seu pau é seu melhor amigo, lhe faz companhia nas melhores horas, isto é, de madrugada. Comentários desnecessários à parte. 

Apesar de ser gay, Kyungsoo já teve seus momentos heterossexuais na infância, tal como seu primeiro relacionamento. O moreno tinha sete anos quando uma garotinha da sua sala, Min Hee, o pediu para ser namorado dela. Kyungsoo nem sabia o significado de namoro, mas aceitou. Mal sabia ele que seria o pior erro da sua vida. No começo, Min Hee o obrigava a andarem sempre de mãos dadas por toda a escola, a relação se resumia à isso e a alguns abraços forçados. Nunca rolou nenhum beijinho, pois eram crianças inocentes na época.

Até aí tudo bem, mas chegou um momento em que Min Hee passou a querer controlar a alimentação de Kyungsoo, não deixando ele comer o lanchinho que sua mãe colocava em sua lancheira. Aquela foi a gota d'água, o Do ficou de saco cheio e pediu um tempo. Min Hee chorou muito e foi para a casa aos prantos naquele dia, a história se tornou tão grave que os pais de ambos tiveram que ir na escola para saber o por quê da garotinha estar tão triste. No final das contas, Min Hee superou Kyungsoo, pediu outro menino em namoro e ignorou o Do pelo resto do ano. Resumo: mulheres são serviçais do biraia.

Kyungsoo levou um breve susto quando seu celular vibrou de repente, indicando uma chamada. O moreno agradeceu brevemente aos céus pelo celular estar no modo vibrador e aceitou a ligação, sem ao menos encarar o visor para ver quem ligava.

— Kyungsoo, você não vai acreditar! – uma voz alta e animada se fez presente do outro lado da linha, tão alta que o moreno até teve que afastar o aparelho de seu ouvido para não ficar surdo.

— Oi para você também, Minseok. – Kyungsoo resmungou, mudando o aparelho de lado e sentindo um zumbido ecoar no ouvido onde o celular estava. O garoto riu do outro lado.

Está mal humorado, é? 

— Eu nasci assim. E no que eu não vou acreditar, hein? – perguntou, olhando para suas parentes para ver se nenhuma delas prestava atenção em seu diálogo. O garoto do outro lado soltou um gritinho animado novamente e Kyungsoo afastou o celular da orelha. – Se você gritar de novo, Minseok, eu vou cortar o seu pau e te fazer você comer. Entendido?

Me desculpa, Kyung, mas é que estou muito feliz! Tenta advinhar!

— Não sou bom em adivinhações, fala logo.

Nem vai tentar advinhar?

Kyungsoo revirou os olhos. Conseguia imaginar Minseok com um bico enorme nos lábios dizendo aquilo.

— Certo, vou tentar advinhar. Você sonhou que beijava aquele cantor do BTS de novo?

— É muito melhor!

— Sonhou que transava com ele?

— K-Kyungsoo!

O Do nem precisava ver para saber que Minseok estava corado.

— Acertei?

Passou muito longe! O que aconteceu foi que o Chenchen me beijou hoje! Foi só um selinho e estávamos com a boca suja de sorvete, mas foi prefeito! Ainda consigo sentir o gosto do sorvete de flocos dele misturado com o meu de morango.  – contou, e Kyungsoo teve certeza de que ele estava com as bochechas queimando.

Minseok é o melhor amigo de Kyungsoo desde sempre, eles se conheciam desde muito pequenos. E Chen é, basicamente, o crush de Minseok da vida toda. Minseok tem um penhasco pelo garoto desde o primário e só Kyungsoo sabia como era difícil aturar aquela paixão – até então platônica –, pois Minseok só sabia falar de Chen.

Kyungsoo ainda sente vontade de bater no melhor amigo até hoje quando se lembra da segunda série, quando Minseok quase chorou apenas porque Chen lhe pediu o apontador emprestado. Minseok guarda até hoje a ponta do lápis de cor de Chen. Segundo ele, é a marca registrada o amor deles.

— Só acho engraçado você chamar selinho de beijo. – o Do disse, soltando uma risada nasal em seguida. Minseok nunca havia beijado na boca antes, nem sequer um selinho, então não foi tão surpreendente. Kyungsoo resolveu provocar. – isso não foi um beijo de verdade. Pra mim, beijos de verdade são aqueles quentes e com língua! 

M-mas ainda não estamos preparados para isso, aish! Ele quer ir devagar, eu sei disso. – protestou o outro garoto.

— E como sabe se ele quer te beijar ou não? – provocou novamente.

— É claro que ele quer! Ele me ama assim como eu o amo. E ele já me provou isso, se lembra da nossa marca de amor na segunda série?

Kyungsoo bufou.

— Minseok, esquece aquela ponta de lápis, pelo amor de Deus! O Chen só queria o apontador emprestado para apontar o lápis de cor e acabar de colorir um desenho. Fim da história! 

Então por que ele pediu o apontador pra mim e não pra você? – Minseok tentou intervir, arrancando uma gargalhada de Kyungsoo.

Na verdade ele pediu o apontador pra mim, mas você se meteu e deu o seu apontador pra ele. Essa é a verdadeira história. Não foi uma prova de amor nem nada do tipo.

O Do não precisou dizer mais nada para Minseok abrir um berreiro. Kyungsoo afastou o aparelho da orelha novamente, um ato que havia se tornado bem comum desde que havia atendido a ligação, quando o choro do garoto se tornou compulsivo e carregado de soluços. Oh céus!

— Ei, Minseok, eu estava brincando. Me desculpa!

Você é o pior melhor amigo do mundo! – o garoto berrou entre os soluços. – Você não acredita no meu amor e do Chen, você não merece ser padrinho do nosso casamento! 

"Era só o que me faltava!" Kyungsoo pensou, reprimindo a vontade de voltar para Seoul e bater no seu melhor amigo até ele virar homem.

Demorou alguns longos minutos, mas depois de tanto Kyungsoo pedir desculpas o garoto foi se acalmando. Minseok sempre foi sensível demais e chorava por qualquer coisa, às vezes era fofo e outras vezes irritante. O Do já estava tão acostumado que sabia diversas técnicas para apartar o pranto do garoto.

— Me perdoe, Minnie, eu sou um idiota. – Kyungsoo tentava de redimir, e graças aos céus o choro foi diminuindo.

Ainda bem que você sabe! – Minseok fungou em seguida. – mas eu amo você, seu babaca.

Ambos riram.

Como vai aí em Seoul? Sua semana de ação de graças começou bem? – Minseok tinha facilidade de mudar de assunto. Já havia se recuperado do drama. 

O Do fez uma careta ao ouvir a pergunta, pois lembrou-se do vizinho das cores. Minseok o fez esquecer do outro, mas também o fez lembrar-se dele.

— Estava tudo bem, na medida do possível, antes de você me fazer lembrar do vizinho tarado. – resmungou. – Deixa eu explicar; o vizinho tarado é o homem que mora no apartamento ao lado da minha tia Sana. E por que ele é tarado? Bom, porque aparentemente ele aparece todos os dias só de cueca na sacada às quatro da tarde e a tia Sana é uma das espectadoras. Aliás, todas elas são. Todas estão dando em cima dele. – Kyungsoo nem precisava falar quem eram, Minseok sabia que ele estava falando de suas parentes.

Que legal! – disse Minseok, parecendo animado. Kyungsoo des careta. – Queria que Chen fosse meu vizinho e fosse assim!

Kyungsoo ficou pasmo.

— Você me ouviu bem? 

Sim. E achei bem legal esse vizinho fazer isso! Ele é bem bonito?

— Ér... Eu... Aish!  – Kyungsoo grunhiu baixo.  Odiava não saber o que responder. Afinal ele achava o moreno bonito ou não? – Ele é bonito sim, mas não é tanto assim. – respondeu. Tentava acreditar nas próprias palavras, mas era difícil. Jongin era sim muito bonito. Lindo, na verdade. – Vamos mudar de assunto, o que acha?

Por mim, tudo bem.

A dupla de amigos continuou conversando por vários minutos. Logo esses minutos se tornaram horas e as parentes do Do já começavam a se recolher para dormir. O Do só se dera conta do horário estava bem avançado quando, após desligar a chamada, reparou que havia somente sua Omma e ele se encontravam na sala.

Ela pediu para que levantasse do sofá, assim ela poderia arrumar uma cama improvisada para ele no mesmo e o moreno obedeceu ainda sem largar o celular. A senhora Do arrumou em poucos minutos e o garoto apenas deitou-se na cama improvisada, recebendo um beijo na testa por parte de sua Omma que também lhe desejou uma boa noite. Kyungsoo resmungou baixo e lhe desejou boa noite de volta, vendo a mãe sumir do cômodo logo em seguida.

Enquanto mexia no celular, Kyungsoo acabou se recordando do vizinho ao lado e daquele volume monstruoso na cueca. No momento em que viu o vizinho Kyungsoo não pensou muito nisso, mas agora que parou para pensar... Aquele volume não podia ser real! Será que o vizinho colocou algo não cueca ou ele realmente tem uma bazuca de guerra?

"Pare de pensar nessas coisas, Kyungsoo!" se repreendeu mentalmente.

Tudo bem, o Do até admite que o vizinho das cores é realmente sexy e 'bonitinho', afinal ele é gay, mas não é como se Kyungsoo fosse se atirar para cima do outro. 

De qualquer forma, esse vizinho é um safado, não faz o seu tipo.

Ele adormeceu naquele dia rezando para que aquela semana de ação de graças passasse o mais rápido possível, ou que na manhã seguinte ele amanhecesse em sua própria casa.

 

 

•°•°•

 

 

Despertar com o burburinho de animadas vozes femininas não era motivo para comemoração. 

Kyungsoo tinha que respirar bem fundo para não ir na cozinha, pegar uma faça de açougueiro e matar todo mundo. Céus, de onde suas parentes tiram tantas decepções amorosas para contar nos feriados? 

O garoto mal acordara e já estava de saco cheio de tanto ouvir suas irmãs, tias e primas contando suas decepções amorosas outra vez. Aquele era somente o segundo dia ali e o Do já perdera a conta de quantas vezes fora obrigado a ouvir elas xingarem até a última geração dos pobres homens que cruzaram seus caminhos. Eram as mesmas histórias sempre, inclusive tinha decorado algumas.

— ...Aí eu cheguei em casa e ele estava no sofá com uma vadia da faculdade rebolando no colo dele, acreditam?! E ele ainda teve a coragem de dizer "Não é o que você está pensando". Arrrgh! – Soyou, uma das irmãs de Kyungsoo, grunhiu irritada. A garota contava a história do seu primeiro término, história essa que o alvo já estava careca de saber.

— O Jaejoong sempre foi um babaca, amiga. Você arruma homem melhor! – uma prima disse.

— Pois é. Fora que o pinto dele não faz nem cosquinha! A garota deve ter ficado frustada quando viu. – outra prima acrescentou e todas gargalharam. – Ele é um completo idiota! Nem pra dar prazer ele serve.

Ew.

Kyungsoo fez careta. Não gostava de ouvir aqueles relatos sórdidos, muito menos tinha interesse na vida sexual da irmã. 

Era quase na hora do almoço e aquele amontoado de mulheres não parava de falar mal dizer os pobres homens que passaram por suas vidas. O único garoto tinha pena dos pobres garotos que se envolveram com elas, suas orelhas deviam estar coçando muito. E uma grande curiosidade é que, honestamente, o coreano não fazia idéia da onde surgia tanto nome de ex. Com tantos ex-namorados em suas listas para lá de extensas, por que será que elas são solteironas até hoje? Só Deus sabe! 

Apenas a Vovó e sua Omma estavam fazendo algo útil na cozinha, mas nem isso amenizava a vontade do alvo de jogar alguma de suas parentes pela janela. Não é por mal, ele ama muito suas irmãs, tias e primas, mas aquele assunto é tão irritante que Kyungsoo sente vontade de pegar uma arma e atirar em todas elas. Se lamentava por não ter trago sua revista de pactos satânicos, pois não tinha nada de interessante pra ler.

— Ninguém é tão idiota quanto o NamJoon!

— Que? O Minhyuk supera todos! 

— O Seungjoon consegue ser pior, acreditem.

— Claro que não! Lembram o que o MinWoo fez comigo?

— O pior de todos é o Taehyung.

— No final das contas, todos são uns babacas!

— Calem a boca, pelo amor! – O único homem (ou quase homem) da sala bradou, irritado. – Fala sério, qual a graça de falar mal dos ex-namorados? Isso não trás ninguém de volta. – Kyungsoo disse, reprimindo a vontade de se jogar da primeira janela que ver pela frente.

— Cala a boca você, D.O! – outra de suas irmãs rebateu. – Se você não calar a boca, eu corto o seu pênis e te faço virar uma mulher de verdade.

Kyungsoo bufou, frustrado. Não havia como discutir com elas.

— Tudo bem, prometo calar a boca! – fez gesto de zíper na frente da boca, insinuando que ficaria de boca fechada.

Elas voltaram falar.

— Nunca vou superar que o Jungkook me largou por um garoto sem sal como o Jimin... – uma de suas primas murmurou, parecendo bem frustada.

— Esse Jimin deve ser mais gostoso que você, aceita. – Kyungsoo deu de ombros e todas olharam-no de cara feia. Kyungsoo deu de ombros e se levantou. – Vou na cozinha, já não aguento mais ouvir nome de ex-namorados de vocês. 

—  Vai e não volta mais. 

Kyungsoo riu baixo. Era muito amor envolvido nessa família!

O alvo saiu da sala, contente por não ter de ouvir mais aquelas chatices, e não conteve o sorriso ao chegar na cozinha e ser recepcionado pelo maravilhoso cheiro da comida da vovó. Kyungsoo amava a comida da vovó tanto quanto amava os lanches do Mac D.Onald. Ah, e o gosto deveria estar tão bom quanto o cheiro! 

— O cheiro está maravilhoso, vovó! – Kyungsoo elogiou, vendo a senhora já de idade sorrir contente com o elogio.

— Obrigado, pequeno. – ela disse, continuando a cortar alguns legumes. – Ainda bem que você chegou, Soo. Eu iria na sala daqui à pouco pra pedir a alguém para ir no mercado comprar algumas coisas que estão faltando. 

— Que pena que eu não sei aonde é. – usou como desculpa. Não queria sair de casa.

— O mercado é aqui perto, não tem erro. – sua Omma disse, mexendo com a comida no fogo.

Droga.

— Mas e se eu me perder? – tentou novamente.

— É só a alguns metros daqui, você não vai se perder.

— Tudo bem, tudo bem... O que é para comprar? – suspirou, derrotado. Pelo menos, sair na rua era melhor do que ficar trancado naquele apartamento sem fazer nada.

— Eu fiz uma listinha. Está no balcão. – sua Omma disse e apontou para um papel em cima do balcão. – Como não sei quanto é o preço das coisas, pegue o cartão de crédito na minha bolsa, está bem? – Kyungsoo assentiu. Após pegar o papel e o cartão como sua Omma havia pedido, ela explicou exatamente aonde era o mercado, era realmente bem perto dali, não tinha erro. 

Kyungsoo não tinha escolha, teria que ir no mercado.

No caminho até o mercado o alvo amaldiçoava todas as pessoas que vinham à sua cabeça. Realmente, sua revista satânica fazia falta. Kyungsoo preferia mil vezes estar em casa procurando meios de se comunicar com o diabo do que ir no mercado sozinho. Mas fazer o que? A vida não gosta dele. Talvez ele ter feito poledance na cruz em uma vida passada para merecer isso.

Felizmente, o caminho até o mercado foi rápido. O alvo queria voltar logo, então consultou a listinha e foi procurando tudo o que estava anotado. Kyungsoo estava tão distraído lendo os ingredientes da lista que nem reparou quando um certo alguém se aproximou dele.

— Está perdido? – uma voz rouca soou, um pouco próxima demais de Kyungsoo. Este, citado anteriormente, deu um pulinho assustado e encarou o dono da voz, arregalando os olhos. O alvo não ficou intimidado pela diferença de altura e sim pelos traços já conhecidos do homem. Era o tal vizinho das cores. Kyungsoo congelou na hora e o moreno riu. – O que foi? O gato comeu sua língua? 

— J-Jongin? – sussurrou, gaguejando.

— Pelo visto, você já sabe meu nome. – o homem abriu um sorriso, mostrando suas fileiras de dentes branquinhos. Kyungsoo nunca vou um sorriso tão bonito.  – Sabia que não é legal saber o nome das pessoas e não falar o próprio nome? 

Kyungsoo pareceu sair de seu transe, sacudindo a cabeça um pouco.

— Ah, olá. – curvou-se para o homem. – Você é o vizinho de minha tia Sana, certo? Sou Kyungsoo, prazer. – estendeu a mão.

— Prazer só na cama, meu bem. – o homem pegou a mão de Kyungsoo e, ao invés de apertar como todo cumprimento formal, o moreno beijou esta, fazendo Kyungsoo tornar-se tão rubro quanto um tomate. O alvo puxou a própria mão, constrangido demais para dizer qualquer coisa. – Sana não me disse que o seu sobrinho é tão bonito.

Que?

Espera, o vizinho da sua tia está flertando com ele?

— C-como assim?

— Não é nada, eu só não esperava que você fosse tão bonito. Sana havia me falado sobre ter apenas um garoto entre as donzelas da sua família, então fiquei um pouco curioso para te conhecer. Me perdoe o estereótipo machista, mas achei que você fosse bem feminino pelo fato de ter crescido com tanta mulher. – falou o moreno, rindo baixo ao ver o garoto com a boca escancarada em surpresa. Sua tia fica falando dele para os vizinhos?! É por isso que sua orelha coça tanto às vezes? 

O pior de tudo é que Kyungsoo conhecia um flerte de longe, e o vizinho de sua tia está flertando com sua pessoa na maior cara de pau! 

— Admito que foi um pouco difícil saber quem era o menino na sacada ontem, era muita mulher. – continuou o moreno, piscando para o Do em seguida. Foi inevitável sentir-se levemente ofendido.

— Está dizendo que pareço uma garota? – levantou a sobrancelha. Realmente odiava ser comparado com uma mulher. Tudo bem que o alvo é baixinho e tem traços delicados, mas ele ainda tem um pau entre as pernas, oras!

— Em partes, sim. 

Grrrrrrrrrrr!

— Tenho muito o que fazer, não posso ficar aqui perdendo meu tempo. – Kyungsoo voltou para a sua folhinha, vendo o que deveria pegar.

— Eu te ajudo.

— Eu não pedi sua ajuda.

— Nossa, que frio. – o moreno riu. – Eu não perguntei se posso, eu vou te ajudar. – Jongin tomou a lista das mãos do alvo e leu os itens. Kyungsoo fez uma expressão irritada, mas foi ignorado – Esses itens tem na sessão ao lado, vamos lá pegar.

— Eu não quero a sua ajuda. – repetiu, seco.

— O problema é seu, docinho. – o moreno rebateu, sem perder o sorrisinho. Kyungsoo sentiu vontade de deformar aquele sorriso com um soco, mas não tinha força suficiente para isso. O Do apenas deu de ombros. Discutir não era a melhor opção, Jongin também parecia ter a língua afiada e não daria em nada.

E assim eles seguiram pelo mercado, Kyungsoo à contra gosto. O Do não sabe que é pior, ficar em casa ouvido o "blá blá blá" de suas irmãs ou ficar no mercado com um estranho que fica flertando consigo. Como sua revista satânica fazia falta naquele momento...

Jongin ajudou Kyungsoo a achar todos os ingredientes da lista e aproveitou para pegar os que ele mesmo queria. Apesar de ser bonito e educado, o Kim é um pouquinho abusado demais para o gosto de Kyungsoo. Jongin ficou o abraçando pelos ombros, lhe dando apelidos tipo "Soo" e "Kyung" entre outras coisas irritantes. Quem ele pensa que é para vir com essa intimidade toda? Eles nem se conhecem! O Do sempre foi uma pessoa fechada e das trevas, preferia ficar sozinho e não falar nada.

Para início de conversa, ele nem queria estar ali. Era isso ou ficar em casa com várias mulheres temperamentais. 

O Do agradeceu a todas divindades da terra quando completaram a tal listinha. Finalmente poderia ir pra casa, céus! Seguiram até a fila do caixa para pagar pelos ingredientes. A fila estava pequena, então logo chegou a sua vez no caixa. 

Kyungsoo foi passando as mercadorias que havia pegado com certa pressa. E por que? Porque Jongin estava logo atrás dele, com o corpo quase colado no seu de tão próximos, como se fossem íntimos. Aquilo era para lá de estranho, mas não é como se fosse tão incômodo assim. Quando terminou de pagar pelas compras sentiu-se aliviado por finamente poder voltar pra casa. Pegou as bolsas e tentou sair do local apressado, mas antes de dar três passos Jongin lhe cutucou os ombros e desejou um "tenha cuidado na rua" em um sussurro sensual demais.

Quem esse cara pensa que é?

Decidiu não discutir e apenas continuou andando apressado, mas antes que cruzasse a saída do mercado teve seu nome chamado outra vez. Mesmo relutante, o alvo virou-se para o outro, acreditando ter esquecido algo no caixa, mas apenas encontrou o moreno com um sorriso de lado no rosto e com a calça levemente abaixada, para que o Do pudesse vislumbrar sua cueca.

— A cor de hoje é azul.

 

 


Notas Finais


E aí, gostaram? Kkkkkkkkk


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