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História Vizinho das cores - Péssimos amigos


Escrita por: Chansooyah

Notas do Autor


Chegueeeeeeei seus lindos!
Sentiram minha falta? Também senti de vocês ^^
Muito obrigada por todo carinho que vocês estão dando para essa Fanfic e boa leitura! ❤

Até as notas finais​ :)

Capítulo 5 - Péssimos amigos





 

Kyungsoo se remexeu novamente na cama.

Já passava das duas da manhã e o alvo ainda não conseguia pregar os olhos. E por que? Porque sua mente não conseguia se desprender do vizinho louco e daquele dia recheado de coisas absurdas. Ninguém acreditaria se o Do contasse aquela história desde o momento da ligação de Jongin, parecia surreal. E Kyungsoo tinha medo do que poderia ter acontecido consigo caso não tivesse acertado um chute nas partes baixas de Jongin.

Aish, não queria nem pensar.

Só fazia uns três dias que estava na casa de sua tia e ele já está quase arrancando os próprios fios. Pensava em mil e uma maneiras de ferrar com a vida de Jongin, mas nenhuma ideia parecia suficiente.

O coreano voltou a se remexer na cama improvisada e soltou uns muxoxos baixos. Dormir parecia uma tarefa bem complicada naquela noite. Talvez conseguisse pregar os olhos depois de um pornôzinho básico, não é mesmo?

Oras, ele ainda é homem!

Vencido pela insônia, Kyungsoo pegou seu celular e fones no criado-mudo e voltou para debaixo das cobertas, pronto para uma massagem no pênis básica antes de dormir. Dava graças aos céus por todas na casa estarem dormindo, porque ser pego por um parente é pra lá de desconfortável.

Assim que abriu o navegador do celular deu de cara com algumas páginas de cultura erótica* salva em seu celular, então apenas acessou um dos sites, seu favorito. Todo homem tem seu site pôrno favorito, oras.

A mão do alvo foi descendo por seu tronco como uma serpente até alcançar seu membro por cima do tecido da cueca, a única peça que cobria seu corpo. Seu site pôrno favorito era um site gay com somente pôrnos profissionais, eram muito bem feitos e só possui atores bonitos.

Descendo pela tag oriental do site, Kyungsoo encontrou um rosto que lhe chamou a atenção. Não! Não podia ser!

Kyungsoo clicou no vídeo.

O filme se iniciou com um homem nu deitado numa cama de casal, com uma máscara preta cobria sua cabeça (aquelas típicas de bandidos). Logo a sua frente havia outro garoto, este possuía fios loiros e sensualizava para o homem na cama. O baixinho debaixo das cobertas começou a sentir-se excitado com a cena, não tardando para adentrar a própria cueca com sua destra. Começou a massagear seu membro por debaixo dos tecidos, com movimentos lentos enquanto observava o garoto aproximar-se do mascarado. O loiro aproveitou o momento para retirar a tal máscara, revelando um rosto conhecido para Kyungsoo. Era Jongin.

Puta merda!

Kyungsoo não estava acreditando. Os movimentos em seu membro pararam na hora. Resolveu pular um pouco o vídeo, para ver se não estava confundindo, e acabou indo parar em uma cena onde o loiro cavalgava sobre Jongin de uma maneira quase alucinante. Seus olhos quase saltaram de suas órbitas, estava chocado. Era mesmo Jongin!

Kyungsoo não soube dizer quando voltou a se masturbar, mas, mesmo com a descoberta, sua mão não parava de movimentar sua mão em seu membro. O pior não era o vizinho de sua tia estar em um pôrno, o pior é que Kyungsoo estava excitado com aquilo.

— Sinto que você precisa de ajuda... — uma voz rouca soou bem perto de seu pescoço. Kyungsoo olhou para o lado, assustado, e encontrou Jongin deitado em sua cama com o corpo bem próximo ao seu. Sua mão foi substituída pela do moreno e este passou a masturbá-lo, deixando Kyungsoo cada vez mais excitado.

De repente tudo se fez claro e Kyungsoo acordou em sua cama, sozinho.

O alvo sentou-se exasperado, suado e ofegando como se tivesse corrido uma maratona. Seu baixo ventre latejava e sua cueca estava melada. Não conseguia assimilar o que acontecia... Acabara de ter um sonho erótico com seu vizinho e, para completar, está duro?! Droga! Kyungsoo mordeu os laços e pegou o próprio celular para checar as horas.

02:16 AM.

Levantou-se cama e seguiu para o banheiro a fim de um banho frio. E ele até queria relaxar, mas, mesmo com a água gelada, sua ereção não abaixava de jeito nenhum. O membro continuava duro como uma rocha, assim como os detalhes do sonho ainda estavam vivos em sua imaginação.

O alvo não teve escolha a não ser se aliviar. Remover sua tensão daquela forma impura não era o pior, o pior fora aliviar-se pensando em Jongin. Ah, Kyungsoo levaria aquilo direto para o túmulo. Assim que finalizou todo o ato que deixara suas bochechas pigmentadas com o mais puro tom do escarlate, voltou para debaixo das cobertas. Mas não conseguiu dormir novamente. Não parava de pensar no tal sonho. E se o moreno voltar a invadir seus pensamentos? Não queria nem pensar.

Foi apenas um sonho, certo?

 

•°•°•


 

— Kyungsoo, deixa de ser preguiçoso e levanta já dessa cama!

O único garoto da casa ouviu a voz da sua Omma um pouco distante. Aquela era a décima vez que ela gritava, ou talvez a décima primeira, não sabia ao certo porque o sono falava mais alto. Havia demorado horas para pegar no sono depois do sonho esquisito.

Nem nós sonhos Jongin o deixava em paz.

— Do Kyungsoo, já está quase na hora do almoço e você ainda nem tomou café da manhã! Levanta logo, garoto!

Kyungsoo fingiu não ouvir novamente. Foi um grande erro, porque segundos depois sua Omma foi até a sala e despejou um copo de água gelada em sua cabeça. Kyungsoo levantou desesperado, sacudindo a cabeça e ofegando com o susto.

— Ficou louca?!

— Olha o respeito com a sua Omma! — ela puxou sua orelha. — Eu já havia mandado você levantar várias vezes, você mereceu por ter ignorado todas elas. E outra, você tem que buscar Minseok na rodoviária daqui a pouco.

O Do soltou alguns muxoxos baixos, reclamando sobre estar molhado. Levantou-se pesaroso e seguiu em direção ao banheiro a fim de concluir o banho que sua mãe havia iniciado contra sua vontade.

Não é como se ele não gostasse de tomar banho. Ele gosta, mas não na cama.

Apesar de irritado por ter sido obrigado a levantar daquela forma, Kyungsoo estava feliz por lembrar que dentro de algumas horas Minseok estaria consigo e finalmente teria um homem naquela casa para lhe fazer companhia. A chegada do amigo evitaria muitos processos na justiça. E por que? Porque se o Do passar uma semana inteira sem uma companhia desejada naquela casa ele provavelmente matará todos e será preso por homicídio doloso e ocultação de corpos no térreo do prédio da própria tia. Com Minseok ali, esse gráfico diminuiria bastante, talvez em 2%.

Abandonando seus pensamentos homicidas, o garoto se despiu dos tecidos que ocultavam sua nudez e ligou o chuveiro. Assim que a água inicialmente gelada entrou em contato com sua pele foi como se ela levasse todos pensamentos ruins e a tensão do seu corpo conforme ela esquentava gradativamente. Sem que percebesse, seu humor mudara para melhor em frações de segundos. Começou até mesmo a cantar e performar músicas de girl groups durante a ducha, sentindo-se como um verdadeiro ídolo da música coreana.

Kyungsoo concluiu o banho e finalizou suas higienes matinais. Abandonou o banheiro como uma nova criatura. Sentia seu corpo bem mais leve, talvez fosse pelo short curto e blusa de tecido fino que pareciam refrescar e dar mais liberdade para seu corpo respirar.

O garoto seguiu para cozinha à procura de algo para comer. Sua pessoa se encontrava morrendo de fome. Kyungsoo deu bom dia rápido para avó, que estava fazendo o almoço provavelmente, e foi revistar a geladeira em busca de algo que saciasse sua fome de leão. A senhora já de idade riu da sua afobação em busca de guloseimas.

— Ela realmente te jogou água? — sua avó indagou. - Não acreditei quando ela disse que faria.

— Ela jogou, sim, na minha cara! — o Do continuava um pouco irritado com o acontecimento. — Como ela teve coragem?!

— Ela disse que você estava a ignorando, então foi merecido.

Kyungsoo encarou a mulher com uma expressão que dizia: "Até você está contra mim, vó?"

— Não estou contra e nem do lado de ninguém, simplesmente você mereceu por ter ignorado sua Omma. -- rebateu sua avó, como se lesse seus pensamentos. E a senhora realmente parecia ser telepata, pois, vasculhando a geleira, Kyungsoo encontrou um recipiente com mousse de morango dentro. Como sua avó havia adivinhado que ele estava louco para comer aquilo?!

— Faz muito tempo que não como mousse de morango, eu estava louco para comer!

— Eu sei, minha intuição de vó nunca erra. — a senhora de idade abriu um sorriso e Kyungsoo beijou a maçã do rosto desta.

Aquele dia não havia começado tão mal assim, não é?


 

•°•°•


 

Kyungsoo sentia suas nádegas ficando quadradas. Seu querido Minseok havia sido claro quando disse:

"Me espere em um dos bancos e nós vamos procurar por você, OK?"

Até aí tudo bem, mas já havia se passado umas meia hora desde o horário combinado e Kyungsoo não estava mais aguentando ficar sentado no banco desconfortável da rodoviária. Quando finalmente avistou Chen e Minseok, sentiu-se aliviado por poder levantar daquele assento que parecia ter sido feito exclusivamente para deformar a região inferior traseira do seu corpo.

— Kyungsoo! — exclamou Minseok ao encontrar o amigo e correu em sua direção. O garoto com os olhos semelhantes aos de um gatinho quase sufocou o Do com um abraço de urso.

— Me larga, não faz muito tempo desde que nos vimos pela última vez. — resmungou Kyungsoo, afastando o amigo sem ser grosseiro ou bruto. Minseok era um grude às vezes, quase sempre.

-—Yah, pra mim é muito tempo! É estranho não ter ninguém mal humorado por perto, sabia? Sinto saudade dos seus foras! — falava rápido e animado demais, algo muito comum vindo de Kim Minseok.

Jongdae, que estava ao lado do baixinho com a expressão serena de sempre, cumprimentou Kyungsoo com um sorriso e um olá baixo. O garoto era um tanto quieto. Somente no início, porque quando se solta, Jongdae não é de longe uma pessoa tímida ou quieta.

— Veio aqui para insultar o meu humor? — revirou os olhos e Minseok lhe deu a língua. Kyungsoo riu baixo. — Eu também senti sua falta, coisinha chata.

— Eu sei, como não sentir minha falta?

— Me desculpe interromper o reencontro de vocês, mas, se não for um incômodo, eu estou com fome. Podemos ir logo para a casa da tia do Kyungsoo? — intromeu-se Jongdae, tentando parecer o mais educado e menos invasivo possível. — Sua Omma disse que vai fazer um prato especial para nós, quero comer.

Kyungsoo fez careta. Sua mãe nunca fazia alguma comida boa para lhe agradar, somente quando estava doente.

— Tudo bem, vamos.

Kyungsoo agradeceu aos céus pelo fato das únicas bagagens dos garotos serem as mochilas em suas costas, ou seja, ele não precisaria carregar nada porque eles já carregavam elas sem dificuldade. O Do teve que pedir um táxi novo porque o táxi em que havia chego tinha ido embora, provavelmente por causa da demora de Kyungsoo dentro da rodoviária.

Já dentro do taxi, Kyungsoo deu todas o endereço de sua para o motorista. Os três estavam estavam espremidos no banco traseiro. Ninguém ocupou o carona ao lado do motorista porque já havia uma mulher ali, e por sorte o ponto dela era próximo deles. Eles voltaram a conversar aleatoriamente assim que o veículo começou a se mover.

— Enfim, Kyungsoo, como vai aquele seu vizinho? — começou Minseok de repente, fazendo o Do os olhos. Tinham que citar o cara lá?

— Correção: vizinho da minha tia.

— Tanto faz. Ele continua mostrando a cueca por aí? — a pergunta era retórica e não havia malícia no tom de voz de Minseok, mas Kyungsoo se engasgou com a própria saliva com a frase tão direta. Jongdae gargalhou alto, tão alto que o motorista do táxi chamou sua atenção. Ele pediu desculpas e se endireitou no banco.

— E-ele deve ter mostrado ontem, mas eu não vi porque preferi passar o resto do dia num dos quartos. — respondeu, omitindo o por quê daquilo. Mas Minseok é muito curioso e não iria desistir facilmente.

— Por que preferiu ficar dentro do seu quarto?

— Porque eu quis assim. — tentou acabar com o assunto ali, mas o Kim não parecia satisfeito quando fechou a expressão.

— Isso não é resposta.

— Minseok, vai ver se eu estou na esquina, vai! — resmungou, sem um pingo de vontade de continuar o assunto que ele sabia que não terminaria muito bem.

— Aish, eu só quero saber! — Minseok fez seu bico mais convicente, numa tentativa falha de amolecer o coração do Do. — Será que vamos conhecê-lo?

— Eu espero que não. E eu tenho um plano de ignorá-lo pelo resto da semana.

— Você sabe que ainda faltam quatro dias, né? Isso é muito.

— Eu sei, mas eu não vou sair do apartamento da minha tia pelo resto da semana. Simples!

Parecia fácil, não é mesmo?

— Se você diz... — Minseok deu de ombros. — Agora vamos mudar de assunto.

— Por falar em mudar de assunto, lembrei de algo que eu queria muito saber ontem. — começou Kyungsoo, ganhando a atenção dos outros dois. — O que vocês estavam fazendo juntos ontem quando me ligaram? Eu sei que vocês não estavam vendo filmes ou séries. Você não sabe mentir.

Kyungsoo soube que tinha algo de errado quando viu Minseok se tornar tão pálido quanto o normal com a simples indagação.

— O q-que? N-nada demais! — respondeu o Kim e amaldiçoou por ter gaguejado. Kyungsoo levantou a sobrancelha direita.

— Se não é nada demais, por que está gaguejando de tão nervoso?

— N-não estou gaguejando, aish!

— Está sim!

— Aish, nós só nos beijamos algumas vezes! — corou.

Kyungsoo sorriu satisfeito. Era fácil arrancar informações do amigo.

— Chegamos. — o taxista anunciou.

— Depois continuamos esse assunto. — falou Kyungsoo. Pagaram pela viagem e saíram do táxi, não demorando muito para Gavan adentrarem o prédio da tia de Kyungsoo. Cumprimentaram o porteiro quando passam pelo saguão.

Kyungsoo chamou o elevador e todos adentraram este assim que chegou. O Do discou o andar de sua tia e logo a caixa metálica começou a se mover. Minseok, muito imperativo, cantarolou uma música muito chata durante todo o o trajeto do elevador até o andar de sua tia. Kyungsoo praticamente saltou para fora o elevador assim que as portas metálicas se abriram, não aguentava mais a cantoria do amigo.

— O que será que sua mãe fez pra gente comer? — indagou Minseok, fazendo Kyungsoo grunhir irritado e Chen rir. Min não calava a boca nunca, por nada nesse mundo, mas Jongdae parecia não ligar muito para isso. Parecia até acostumado.

Enquanto ele quase nunca abria a boca, Minseok falava pelos cotovelos. Eram o casal perfeito.

Kyungsoo foi até a porta do apartamento de sua tia e sacou a chave que sua mãe havia lhe dado mais cedo para destrancar a mesma e, assim que a porta abriu, deixou os outros entrarem primeiro e entrou logo depois.

Eles haviam atravessado a porta que dava na cozinha, encontrando a avó e a Omma de Kyungsoo cozinhando. Sua Omma parou tudo o que estava fazendo para cumprimentar os recém chegados.

— Minseok, meu bem! — exclamou ela, indo abraçar o pequeno. O menino pareceu brilhar de felicidade e abriu os braços para corresponder, adorava a mulher e a considerava como uma segunda Omma para si

— Oi, Omma!

— Estave com saudades já! — ela balbuciou enquanto sorria animada. Seu olhar logo caminhou até Jongdae. — E quem é esse menino lindo? Seu namoradinho?

— Omma! — Minseok exclamou corado. Kyungsoo sentiu vontade de vomitar.

— Sou Jongdae, senhorita. — o garoto citado anteriormente sorriu e curvou-se levemente. A mulher não podia ficar mais encantada.

— Nossa, você é uma graça assim como Minseok! — exclamou ela. — Eu fiz uma sobremesa especial pra vocês!

Kyungsoo bufou.

— Já pode adotar os dois e me vender numa esquina, OK? Aproveita e leva eles para morarem lá em casa, dê o meu quarto para eles e passe a chamá-los de Kyungsoo!

— Alguém está com ciúmes~ — cantarolou Minseok e o Do resmungou alguns palavrões.

— Olha a boca, menino! — repreendeu a mais velha dali, a vovó. — Vão pra sala. Já estou terminando de fazer a comida.

Os meninos concordaram e seguiram para sala. E Kyungsoo quase caiu duro no chão ao ver Kim Jongin no sofá da sala com suas parentes em volta de si como formigas ao redor de algum doce. O moreno sorriu para Kyungsoo assim que o viu.

— Oh, Kyung, não sabia que você era tão fofo quando criança! — ele mostrou uma foto de Kyungsoo quando pequeno. Só então o Do viu os vários álbuns de fotos na mesa de centro.

— Quem é ele? — perguntou Minseok.

Kyungsoo já estava se preparando para responder algo grosseiro, mas não teve tempo porque sua mãe chegou na sala acompanhada de outras pessoas. Eles eram ninguém mais nem menos que Sehun, Luhan, Baekhyun e ChanYeol.

— Kyungsoo, por que não me disse que você fez amizade com Jongin e esses garotos simpáticos? — disse ela, apontando para os quatro meninos atrás de si.

— O q-que eles fazem aqui?! Vocês não são meus amigos! — Kyungsoo praticamente gritou. Não estava acreditando.

— Nossa, isso magoa, Kyung... — falou Baekhyun.

— Você não nos considera seus amigos? — perguntou Sehun com uma falsa tristeza, mas é óbvio que a senhora Do não percebeu o deboche no tom de voz.

— Kyungsoo! — repreendeu ela. — Trate melhor os seus amigos!

— É, Kyungsoo, trate melhor seus amigos! — Jongin repetiu.

Ah, Kyungsoo sentiu uma vontade demasiada de envolver o lindo pescoço do vizinho entre seus dedos e o estrangular até a morte. Se determinados pensamentos pudessem se tornar físicos de uma hora para outra, Kim Jongin estaria debatendo-se no chão completamente ensanguentado.

O Do mantinha os punhos cerrados, o maxilar trincado e olhos cravados no moreno, na intenção de deformar o sorriso alheio em algum momento. Ah, adoraria socar a cara cínica de Jongin. Não conseguia entender mais nada, sua mente parecia ter entrado em colapso desde o momento que pisara na sala, várias dúvidas pairavam em sua mente, tais como "Por que de tanto azar?" ou "Por que não nasci em outra família?". Todos presentes se encontravam silenciosos no cômodo, a troca de olhares mortal entre Kyungsoo e Jongin aparentava ser muito interessante. 

O alvo de olhos esbugalhados nada conseguia dizer ou fazer, possuía consciência de que não poderia realizar algo contra o moreno sem ser assassinado brutalmente por suas parentes, estava em cheque mate, Jongin parecia ter comprado toda a sanidade delas com seu sorriso, afinal. 

— Parece ter visto um fantasma, Kyungsoo, está muito pálido. – perguntou o moreno, fingia preocupação. O Do quase conseguia ver veneno escorrer dos lábios fartos e convidativos do moreno a cada palavra que saia de sua boca.

Focado demais num plano calculista e ardiloso para matar todos na sala sem deixar pistas, Kyungsoo nem percebera quando os amigos de Jongin se acomodaram pelo chão. Suas irmãs e primas puxaram assunto com os amigos de Jongin, pareciam bem interessadas.

Coitadas. Da fruta que elas gostam, eles comem até o caroço.

— Isso são fotos do Kyungsoo quando era pequeno? 

Quem perguntou foi Luhan, apontando o dedo indicador para os álbuns de fotos espalhados em alguns cantos da sala. Jongin riu alto.

— Quando era pequeno? Ele nem cresceu. – disse ele, fazendo todas as parentes de Kyungsoo gargalharem. O Do sentiu-se muito ofendido. Não só por suas parentes biológicas estarem traindo-o na cara dura, mas também porque Jongin estava caçoando da sua altura!

— Eu quis dizer quando criança. – o chinês deu a língua pra Jongin e se esticou para pegar uma das fotos. Ele riu anasalado com a imagem constrangedora de um Kyungsoo pequeno completamente vestido de rosa. Adorável. – Que fofo, ele parecia com uma menina!

— Parecia? Por que você colocou a frase no passado? – intrometeu-se Chen com a voz carregada de sarcasmo. Kyungsoo o encarou boquiaberto.

Até o Jongdae está traindo-o?

— Ele não parece mais com uma garota, Chenchen. – Minseok defendeu o amigo. – Eu acho.

Com um amigo como Minseok, pra quê inimigos?

Minseok e Jongdae também se misturaram na rodinha, deixando um Kyungsoo irritado e descrente com a situação que se desenrolava. Jongin era praticamente o centro das atenções, as mulheres da casa interrogavam-no e babavam com qualquer coisa que saísse de sua boca, e ele, por sua vez, era muito educado e dócil nas respostas. Na concepção de Kyungsoo, tudo àquilo não passava de um teatro de bom moço mal feito de Jongin.

— Jongin, o que você faz da vida? – perguntou a mais velha das irmãs de Kyungsoo, Yoona.  –  Sana só nos contou que você é empresário e trabalha dentro de casa. Oh, me desculpe se estiver me intrometendo muito.

— Pode perguntar o que quiser, não é um incômodo. – respondeu com um sorriso pequeno nos lábios. –  Sou dono do meu próprio negócio, trabalho com marketing multinível. Boa parte dos serviços posso realizar dentro de casa, pelo meu escritório virtual, mas estou presente em reuniões quando se faz necessário. 

Finalizou com uma piscadela. Todas derreteram-se.

— Wow, não sabia que você era tão importante! – brincou Sana, com os olhos brilhando em excitação. As Do estavam muito encantadas com aquele jovem empresário, sorriam e o elogiavam o tempo todo. Kyungsoo sentia vontade de arrancar os próprios fios quando ouvia frases como "Ele é incrível!" ou "Ele é o homem da minha vida!".

— Também trabalhamos com marketing multinível, somos da rede do Jongin. – disse ChanYeol, apontando para os outros amigos. – Ele nos arrastou para esse negócio e cá estamos nós, ricos e gostosões.

— ChanYeol é sempre muito modesto. – ironizou Sehun.

— E você gosta do que faz? – continuou outra prima de Kyungsoo claramente se direcionando para o vizinho das cores, como se ignorasse os dois últimos que pronunciaram.

— É claro! Trabalho com algo que gosto muito e ainda posso ajudar minha família com uma prima renda. – respondeu com um sorriso brilhante que todos comovidos, menos Kyungsoo.

— Além de ser um grande empresário, Jongin é um ótimo garoto. Você devia ser como ele, Kyungsoo! – murmurou sua Omma depositando um tapa fraco na nuca.

— Omma!

Como se a situação de Kyungsoo não pudesse piorar, sua Omma começou a falar de sua infância, contando sobre suas peripécias e situações bem constrangedoras, ressaltando até mesmo as partes ruins da personalidade do filho. Grrr! Faltava pouco para o Do sair do sério.

— O Kyungsoo não sabe fazer nada, muito mal lava a louça. – contou a senhora Do arrancando risadas dos outros garotos.

— Omma!

— Só estou contando verdades. Eu já disse que ele deixa as peças íntimas espalhadas pela casa toda? Oh, e eu já falei também que ele esquece de jogar água no sanitário depois de suas necessidades! É um porco mesmo! – disse ela e deu um tapa fraco nas costas do filho.

— A senhora só pode estar de brincadeira! – exclamou incrédulo. 

— Jongin, alguém já domou seu coração? – perguntou Soyou, felizmente mudando o rumo do assunto.

— Claro. – respondeu num timbre calmo, seus olhos de repente encontrando os de Kyungsoo. Este, citado anteriormente, engoliu seco. – E atualmente ele já possui alguém.

Após ditas palavras, algumas das mulheres pareceram decepcionadas com a notícia, outras pareciam ter expectativa. O Do revirou os olhos.

— Quer saber? Cansei de ficar aqui! – disse em alto e bom som.

O garoto abandonou a sala batendo os pés fortemente no chão, estava uma pilha de nervos, até porque não é divertido ficar num cômodo cheio de traidores, afinal. Ninguém parecia estar a seu favor. Se arrependia de ter dito que o dia não havia começado mal, porque aquele estava sendo um dos piores dias da sua vida desde que a semana de ação de graças começara. Kyungsoo entrou em um dos quartos, o mesmo de hóspedes onde passara a noite, bufando de raiva ao ouvir as risadas que ecoavam na sala e faziam eco no corredor. 

Haviam dois palpites sua mente: ou ele possuía co-ligação com Hitler numa vida passada; ou é muito sexy, por isso a vida adora foder com sua pessoa. 

Grrrrrrrr!

Seus nervos à flor da pele impediam Kyungsoo de ver o tempo passar, tanto é que se passaram bons minutos desde que adentrara o cômodo. A solidão o acolheu por alguns segundos e fizera questionar se alguém sentira sua falta. Mas, aparentemente, ninguém parecia ter dado falta da sua presença, e sentiu-se ainda pior por isso.

— Fugindo de mim?

Kyungsoo saltou de susto ao ter uma voz invadindo seus devaneios. Levou a destra na direção do coração quase automaticamente e sentiu o órgão bater com força contra suas costelas, bombeando sangue com ainda mais intensidade ao reconhecer tal voz. Aquela voz... Ah, não podia ser! Mesmo que não quisesse virar-se e constatar que o moreno realmente o seguira, sabia bem dos riscos que corria ao ficar de costa para um inimigo, então não tardou para girar os calcanhares, somente para ter a confirmação de quem era e deparar-se com o invasor fechando a porta do quarto. Quando ele havia entrado? Não sabia, só sabia que Jongin nunca parecera tão intimidador quanto naquele momento.

O Kim pôs-se a caminhar na direção do menor em passos lentos e discretos, tão discretos que o Do só dera conta disso quando a distância entre os corpos já não era maior que 30 centímetros. Kyungsoo ofegou quando Jongin deu um sorriso de lado e sussurrou um "Finalmente a sós". 

O menor entre os dois reuniu o pouco de coragem que possuía para recuar alguns passos, respirar fundo e pronunciar-se no tom mais firme que conseguia.

— O que faz aqui?

Com um sorriso, ele respondeu:

— Vim te fazer companhia, não está vendo?

Jongin refez a proximidade, voltando a ficar poucos centímetros de Kyungsoo, mas o mesmo recuou novamente. Ficaram nesse jogo de um se afastar e outro aproximar por um tempo até Kyungsoo ser encurralado na parede e Jongin ter seus braços contornando as laterais do corpo diminuto a fim de impedir o mesmo de efetuar outra fuga, um clichê. Agora estavam frente a frente, e a distância entre os dois se torna tão violenta quanto a faixa de gaza. 

As respirações irregulares se mesclavam pela proximidade, os corpos próximos demais. Kyungsoo sentia o próprio sangue frio nos vazia sanguíneos. Um silêncio tortuoso se fez presente por vários minutos, mas logo aquele vazio foi dissipado.

— Me desculpe, Kyungsoo. Começamos com o pé esquerdo, não acha? Bem... Estou arrependido por ter sido um completo babaca em nossos primeiros encontros. – começou ele, encarando os próprios pés. Parecia evitar contato direto com as orbes do outro. Kyungsoo sentiu sua mente dar um nó, seu olhar se tornou confuso. – Peço perdão por parecer um safado idiota. Não era essa minha intenção, sabe? Me desculpe mesmo. Prometo me esforçar para mostrar-me uma pessoa melhor.

— Espera... O que? – franziu o cenho. Esperava um comentário safado vindo do outro, não um pedido de desculpas! Kyungsoo o encarou incrédulo e desconfiado, acreditava que seus ouvidos estavam pregando-lhe uma peça. Mesmo que a expressão do outro fosse semelhante a de uma pessoa arrependido, o Do sabia o quão bem Jongin podia fingir. Por precaução, decidiu perguntar.

— Está falando sério, Jongin?

— É claro! Reconheço que fui um idiota com você. Vim aqui, a sós, para pedir desculpas por ser um completo babaca safado. Pode me desculpar por todo para começarmos do zero, Kyungsoo? – finalizou com a pergunta, sua cabeça baixa. Kyungsoo mordeu os lábios, encarou Jongin por alguns segundos periciais algum vestígio de mentira. Talvez ele só quisesse se desculpar mesmo, não é? 

Kyungsoo estava disposto a desculpar Jongin, mas, antes que o fizesse, foi cortado por uma gargalhada alta. A risada vinha de quem? De Jongin.

— Você caiu direitinho! – disse o moreno ainda rindo, mas voltou a ficar sério. – Fala sério, Kyungsoo, eu não fiz nada demais. No máximo, d errei quanto te fiz ir em meu apartamento através de uma mentira, fora isso não te fiz nada.

Ah, Kyungsoo nunca quis tanto matar o outro. Como fora tão ingênuo ao ponto de acreditar no mesmo?!

— Mas eu não menti em momento algum ao afirmar que me sentia atraído por ti, sabia? Foi a coisa mais sincera que eu te disse... – continuou Jongin num sussurro, seu hálito quente acariciando a face vulnerável do menor. O Do revirou os olhos. – Ei, ei, revire tuas orbes deste jeito, fica parecendo que não está gostando deste showzinho particular.

— E não estou! – retrucou irritado. Havia sido tirado do sério após a brincadeira de mal gosto.

— Não precisa mentir pra mim, estamos a sós. 

— Aish, você é um completo idiota!

Jongin riu com a expressão de irritação do alvo, na qual considerou muito adorável. Aproveitou-se do momento e depositou um breve selar em seu pescoço, vendo o garoto se arrepiar e massagear o local nervosamente.

— É sensível? – perguntou o Kim com um sorriso malicioso, percorrendo a ponta de seus dedos pela pele maculada do pescoço alheio. Kyungsoo queria muito ter uma AK-47 somente para obter o prazer de atirar na cara safada de Jongin.

"Tem como piorar?", o Do se perguntou mentalmente.

E ele se amaldiçoou por ter feito a maldita pergunta no pensamento, porque no segundo seguinte Jongin acabou com a distância entre os rostos, pressionando os lábios alheios contra seus semelhantes. Kyungsoo já não fazia ideia do que estava acontecendo.

 

 


Notas Finais


^^


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