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História Você causa a chuva - Deixe cair minhas gotas de chuva


Escrita por: mofubofu

Notas do Autor


E cá estou eu com um plot totalmente aleatório.

Capítulo 1 - Deixe cair minhas gotas de chuva


Hansol sabia que havia quebrado o coração de Yuta, mesmo em todas as manhãs nas quais fingia ser inocente em relação à leve insanidade do mesmo, enquanto ambos ficavam lado a lado no ponto de ônibus.

Odiava chuva. Não que Sol e calor o agradassem, mas todas as nuvens e gotas, deixando o dia cinza o deprimiam um pouco. Havia sido num dia de chuva que magoara Yuta.

O japonês estava lá, como em todas as manhãs, segurando seu guarda-chuva amarelo. A máscara que lhe cobria parte do rosto tinha o desenho do focinho de um urso, deixando-o com um ar fofo. A mesma touca azul estava em sua cabeça, tampando parte de seus cabelos avermelhados. O sobretudo ia da canela ao pescoço, e qualquer um que o olhasse teria certeza de que estava tentando se esconder. E estava.

Desde o dia em que Hansol havia lhe quebrado, Yuta andava escondido. Não tinha confiança sobre a própria aparência, não tinha certeza sobre o que fazia, apenas se sentia vazio e medonho, num mundo onde não pertencia, destinado a vagar com a sensação de loucura lhe enchendo o peito.

Hansol vivia de dizer ao mais baixo que não existiam loucos. Existiam pessoas geniais demais para serem compreendidas ou preciosas demais para entenderem um mundo tão cruel e que talvez, Yuta fosse uma mistura dos dois. Complicado demais para ser entendido, diferente inocente demais para entender.

Yuta ouviu alguém parar ao seu lado, suspirando, e logo reconheceu Hansol. Os mesmos cabelos loiros, os mesmos olhos cansados e a mesma mania de sair na chuva sem se proteger. Não pensou muito, pondo-se mais perto do outro, compartilhando o próprio guarda-chuva.


_Bom dia_ disse, sem esperar respostas. Hansol não costumava lhe responder de imediato, sempre parecia nervoso, por algum motivo, sendo que Yuta sequer tinha interesse numa conversa real. Queria apenas se mostrar educado, embora magoado, conseguia cumprimentar o outro sem qualquer problema.

_ E por quê o dia está bom?_ ouviu o outro dizer. _ Está chovendo, isso não te deixa triste?

_ Poucas coisas me deixam triste. Chuva definitivamente não é uma delas. _ Atreveu-se a observá-lo. Hansol era bonito, e seus olhos perdidos em meio às gotas que caíam no asfalto à sua frente o deixavam ainda mais bonito. Yuta sorriu. Não se sentia confortável em sorrir, mas ver o outro parecendo tão perdido, quase como uma criança, sentia seu coração bater mais rápido, como nos tempos em que nutria um sentimento diferente do ódio pelo outro.

_ O que te deixa triste Yuta?_ disse Hansol, atrapalhando seus pensamentos.

_ Você _ disse simples. _ Na verdade, a beleza de Chittaphon também, mas você é o principal motivo do meu choro angustiado todas as noites. _ sorriu para o outro, mesmo usando uma máscara.

Sabia que o mais novo o odiava, tanto que seria capaz de matá-lo e sabia também que o amor do outro por si era muito maior que o ódio. Nunca perguntara a Yuta o porquê de o amar tanto, mas tinha certeza que era apenas um reflexo da carência do mesmo.

_ Você é bonito Yuta. _ disse sem pensar. De fato, Yuta era uma das pessoas mais bonitas que havia conhecido, mas aquele era um assunto delicado, que poderia trazer ao mesmo lembranças ruins.


_ Não foi isso que você disse da última vez. _ Não lembro do que disse da última vez.


Yuta o encarava. Não era um olhar de raiva, assim como não era um de tristeza. Era apenas um olhar, como Yuta sempre lhe proporcionava. Era o olhar que dizia a Hansol que, mesmo que o japonês o odiasse, estaria ali, nos dias ensolarados e nos dias chuvosos, para trocarem palavras aleatórias e conseguirem se comunicar, sem que desse a entender que haviam feito as pazes. Nunca fariam as pazes, nenhum dos dois permitiria.

Yuta sabia que voltar a falar normalmente com Hansol seria recuperar a própria confiança, somente para perdê-la novamente. Seria pedir para ter o coração remendado apenas para quebrá-lo mais uma vez.

Já Hansol, sabia que voltar a falar com Yuta significariam mais noites mal dormidas. Mais motivos para seu namorado, Johnny, lhe perguntar se não precisava ir à um psicólogo. Voltar a falar com o japonês seria a própria sentença de morte, afogado em gotas de chuva.


_ Por quê tem medo da chuva Hansol?_ podia lembrar do outro dizendo.

_ Quem disse que tenho medo?

_ Pare de fugir da chuva.

_ Por quê eu deveria?

_ Pois é você quem a causa. _ o japonês ficou em silêncio naquele momento, depois de horas de conversas profundas. _ Não quebre meu coração Hansol, é tudo que lhe peço.

_ O que quer dizer com isso Yuta?

_ Ouça minhas gotas. Prometo que vai entender.


E ali estavam novamente, embaixo do guarda-chuva amarelo, tendo uma conversa aleatória como em todos os dias depois do dia no qual Hansol quebrara o coração de Yuta, refletindo sobre a chuva e sobre seus medos. Sobre o quanto queriam um ao outro de volta e o quanto aquilo daria errado.

E então, a chuva parou. Hansol seguiu rua abaixo, sem nunca olhar pra trás, deixando um Yuta triste e algumas poças d'água.

E em algum momento do dia, provavelmente no fim da tarde, quando Hansol estivesse chegando em casa depois de um dia de trabalho. Yuta estaria na janela, esperando o outro, que apenas o olharia e então o japonês deixaria a mesma mensagem de todos os dias em sua janela embaçada.


Você causa a chuva.


Notas Finais


E fim.
Desculpem a formatação ruim e também qualquer erro, escrevi pelo celular.
Aos interessados, acho que SIHY vai atrasar um pouco, Sorry.
Para beijos, xingamentos, chocolates e qualquer outra coisa, @fairywonwoo no Twitter e @coupshyung no curious Cat.
Beijos


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