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História Você é meu! - Dupla


Escrita por: Tadashii

Capítulo 3 - Dupla


César acordou mas se permaneceu inerte, deitado de bruços com o celular em mãos, lendo as mensagens de sua mãe. Largou o celular e foi rumo a sua higienização matinal, pegou o celular novamente e saiu do quarto ouvindo um áudio que sua irmãzinha gravou pelo celular de sua mãe, de costas para o resto do local, levando um susto ao ouvir uma risada baixa de alguém atrás de si.

“Alexandre...” Cesar falou desligando o áudio. “Me desculpa, não sabia que estava acordado.

“Que isso, precisa se desculpar não, queria eu ter um irmão ou irmã, e que fosse tão amorosa quanto a sua.”

César não demonstrava, mas estava com muita raiva. Raiva por não estar sendo reconhecido, raiva por não saber se deveria falar, raiva por ter sofrido tanto enquanto era criança por culpa dele e de seus amigos, raiva por estar ali com ele, e sentia raiva ainda mais por perceber que ele não aparentava mais ser o otário que era antigamente, porque ele queria brigar com Alexandre quando esse fizesse e falasse as atrocidades do passado. Se arrumaram e ambos foram caminhando rumo ao prédio, ia ter uma reunião geral com os calouros, e no caminho até lá, Alexandre era constantemente cumprimentado por veteranos e calouros, várias garotas vinham falar com ele, o que fez César perguntar como ele conhecia já tanta gente ali, se ele também era novato, daí ele explicou que seus primos eram veteranos, e que voltou recentemente para o Estado de Santa Catarina e seus primos o acolheram. Foi aí que César se tocou que realmente não viu nem Alexandre nem sua família por anos!

Encontraram André, a ruiva e uma outra garota, sentados no grande pátio para ouvir o que o reitor da Universidade tinha para falar. César não conseguia prestar atenção em nada, sua cabeça estava atordoada demais pensando nas peças que a vida estava lhe pregando. Passou boa parte da noite anterior pensando se deveria revelar sua real identidade, jogado Alexandre na parede e gritado com ele, mas nunca faria isso, ainda tinha medo dele, lembrou das agressões, dos xingamentos, embora fossem crianças na época, mas isso não justificava tais atitudes. Durante quase uma hora recebeu olhares de André, também assustado por aquele ali, ao lado de seu melhor amigo, era o guri que brigava quando era criança. César sempre teve André do seu lado, e o amigo sabia de tudo. Somente prestaram atenção no que o reitor dizia, na parte que muitos ali reclamaram e se agitaram, algo sobre não poder fazer festas nas dependências da Mackenzie. Quando tudo acabou, César saiu na frente e André veio apressadamente atrás do amigo. O abraço em seguida traduzia toda e qualquer palavra possivelmente dita. Tão necessário que tranquilizou imediatamente César, que ficou feliz em ter o amigo mais uma vez com ele.

“Você é o André, não é?” Alexandre surgiu atrás dos dois.

“Achei que não tinha me reconhecido...” Esticou a mão. “... Alexandre.”

O dia seguiu normal e César não iria deixar nada atrapalhar, mas aquele professor tinha que estragar. “E para a próxima aula, gostaria que sentassem com seus parceiros de apartamento, vocês serão dupla em todos os trabalhos e provas enquanto dividirem o mesmo teto.” Involuntariamente César olhou para Alexandre, que estava sentado ao lado da janela. Ao se virar, o Sol bateu diretamente em seus olhos, fazendo o verde dos mesmos brilhar intensamente, e Alexandre não deixou aquela visão passar despercebida, abriu levemente ainda mais os olhos, e logo depois franziu a testa e retribuiu o olhar de César, fazendo um sinal de positivo com a cabeça. O professor saiu da sala e em seguida saiu apressado César, já era inicio da noite e combinou de encontrar André para jantarem juntos e conversarem melhor sobre os recentes e futuros acontecimentos. Entre risadas e palhaçadas, ambos chegaram à conclusão de que o passado é realmente passado, e ele de certo modo foi muito bom, pois todo mundo sobreviveu e evoluiu com ele. Entraram num consenso de que seria melhor não revelar para Alexandre que o garoto que ele fez bullying de todas as formas vários anos atrás, era César, e nessa parte ambos riram quando André falou de como o amigo era feio. “César você era feio demais, você era meio gordinho, você usava óculos, vivia comendo besteira, aquele aparelho, César, era muito feio, meu deus do céu você era feio demais.” Fingiu uma falsa tristeza e riu com o amigo, caminhando ao lado dele indo de volta ao dormitório.

Era possível ouvir baixinho, da porta, a televisão ligada, indicando que Alexandre já estava lá, suspirou fundo antes de colocar o cartão na porta. Estava decidido em ser um completo estranho e tratar ele normal, já que pelo visto iriam estar juntos pela próxima meia década. Colocou o cartão e a porta destravou, entrou encontrando Alexandre dormindo escorado no sofá, admirou a cena um tanto quanto engraçada, já que ele estava todo torto. Ele vai sentir dor amanhã. Pensou. Virou lentamente de costas e fechou a porta bem devagar para não acordar o outro.

“Você chegou...” Alexandre falou quando a porta fez um barulho ao fechar.

“Fui jantar com o André depois da aula.”

Alexandre fez um sinal de positivo com a cabeça, andou até o quarto e fechou a porta, deixando César sozinho na sala. Depois de um longo banho, se jogou na sua cama, pensando no quanto queria ir para seu refúgio, se lembrou de sua irmã Ana, o chamando de “sereia”, porque sempre que ele voltava para casa, dizia para a irmã que estava na praia, e ela adorava as histórias de sereias que quando sentiam a areia da praia sobre sua cauda, a mesma se transformava em pés, e dizia que o irmão era uma sereia, porque sempre tinha essa necessidade de estar na praia. Fazia dois dias que estava longe de casa, mas já começava a sentir o efeito da saudade.


Notas Finais


Obrigado por lerem, é a minha primeira fanfic :DDD


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