História Você é minha - Itachi

   Sakura On

   Eu estava cansada de tudo aquilo, todos aqueles pesadelos idiotas! Levantei dois dias depois da cama me sentindo um nojo então fui tomar banho. Depois que anoiteceu eu sai do banheiro, troquei de roupa e fui a cozinha comer algo. Quando cheguei lá, encontrei meus pais sentados e rindo de algo. Passei por eles sem nem mesmo me verem, realmente não existo aqui nessa casa. Peguei uma maçã e sai pela porta da cozinha pulando o muro depois, já que se eu fosse pela frente, os seguranças me colocariam para dentro de volta. O que acham que vou fazer? Me matar? Já pensei nisso algumas vezes mas não tive coragem. Depois que sai da mansão fui andando e andando até chegar em uma boate e entrar. Lá tinha vários jovens mais ou menos da minha idade e até mesmo mais novos. Eu sinceramente não entendo essas pessoas fúteis mas prefiro me juntar a eles. Pego uma bebida qualquer e vou para a pista de dança, quando vi alguns caras se aproximando, provavelmente para pedir para dançar junto, fui embora. Não pretendo mais ter medo das pessoas mas não precisa ser tão inteligente para saber o que rola depois disso tudo não é? Pensei que ainda estaria cedo mas quando olhei no celular eram quase uma da madrugada e também tinha algumas chamadas perdidas do meu pai e de um número desconhecido. Ignorei e continuei meu caminho. Andei bastante e cheguei a uma praça enorme, não sei o que vim fazer aqui mas o lugar era bonito. Moro nessa cidade desde criança e nunca tinha visto isso aqui. Parei para me sentar e fiquei ali por mais uns longos minutos até avistar um carro que depois de passar para a direção em que ficava a boate, voltou. Eu olhei para aquele carro e então o motorista buzinou, não consegui ver quem estava no volante pois estava escuro. Pensei em sair correndo dali mas resolvi ignorar, não vou mais viver a minha vida fugindo de tudo, não suporto mais toda essa porcaria de as pessoas sentirem pena de mim porque fui estuprada. Depois de algum tempo o carro voltou a buzinar e como eu ignorei, ouvi em seguida a porta se abrir e fechar. A pessoa vinha em minha direção lentamente e a partir daí foi que fiquei nervosa, abaixei a cabeça para fingir que não tinha visto ninguém e a pessoa parou em minha frente dizendo “Entre no carro, os seus pais estão preocupados”. De onde eu já ouvi aquela voz? Era parecida com a de alguém que eu conheço, pensei por uns instantes e deduzi ser algum segurança de casa. O homem foi na frente e entrou no carro, eu caminhei devagar e começou a chover um pouco, me molhando o suficiente para me fazer ficar com frio. Subi o capuz do casaco e entrei no carro sem dizer nenhuma palavra. Assim que me sentei, levantei as pernas um pouco juntas por causa do frio e assim que a pessoa deu partida no carro a chuva parou me fazendo pensar que veio somente para me irritar. Virei o olhar para perguntar quem mandou o homem vir aqui mas quando vi, fiquei sem reação. Era um homem muito parecido com o Itachi. É isso! A voz se parecia com a dele porém um pouco mais grave. O rosto dele parecia totalmente sem expressão, continuei me encolhendo pelo frio e notei um colar em seu pescoço. Seria mesmo Itachi? Até seus riscos do rosto estão lá, com certeza é ele! Mas nem mesmo me olhou. Fomos o caminho todo totalmente calados, continuei o olhando e pude notar que realmente era o Itachi, aquele Itachi… Eu abri a boca várias vezes para tentar puxar assunto mas não consegui. Como conversar com alguém que está se focando apenas em dirigir e seu rosto continua sem expressão? Nem um som, nenhum olhar direcionado a mim. Aquele Itachi não parecia mais o Itachi que eu conhecia. Na infância lembro que ele costumava ter esse tipo de expressão mas por qual motivo ele nem mesmo me olha? Está com raiva de mim? Como soube que eu estaria aqui? Com certeza os meus pais mandaram me vigiar mas… Ele se encontrou com eles? Tinha tantas perguntas a fazer porém quando abri a boca o que saiu foi “Estava com saudades” e a resposta que eu obtive foi um longo silêncio que durou até chegarmos em casa. Saímos do carro e ele me disse “Boa noite Saku-Chan” , com aquela linda voz que possuía e me chamando pelo antigo apelido que me deu... Como eu queria conversar com ele mas em vez de falar algo apenas o olhei entrar no carro e ir embora.