História Você Foi Diferente - Uma Sentada Daquela Nervosa

VOCÊ FOI DIFERENTE

Uma Sentada Daquela Nervosa

A rodinha no centro da faculdade estava formada, o funk só não estava tão alto quanto os gritos dos garotos e garotas que observavam Momo subir e descer até o chão. O short parecia ainda mais curto quando a loira rebolava.

- Quadradinho?!

- QUADRADINHO!!! – E assim ela fez, movendo e travando o quadril do mais rápido ao mais devagar, privilegiando os espectadores com a visão.

- Já tive melhores. – Pegou a roupa de chão e deixou o rapaz sozinho no quarto. Era normal depois da faculdade Momo acompanhar colegas até suas moradias, conhecia o quarto da maioria, outros optaram por lhe mostrar a cozinha, o banheiro, a sala e até mesmo o quarto dos pais.

Olhando para si mesma no reflexo da vitrine percebeu que aqueles reles normais não estavam saciando completamente sua sede por prazer, meninos, meninas, travestis ou hermafroditas, Momo havia experimentado de tudo, mas nunca ficou satisfeita.

- Ai... Ai... Ai... Ai... – Sana estava mancando, segurava a coluna com uma mão e com a outra se apoiava na parede, estava sentindo uma deliciosa dor. – Oi gente.

- Que foi mulher? Foi atropelada por um caminhão? - Perguntou Momo.

- Dahyun...

- A baixinha do primeiro ano?

- É.

- O que tem ela?

- Me deixou assada...

- Por que?

- Me fez de coelha...

- Eita! Como assim?

- Dahyun gosta de sentir-se um coelho, então... Sabe, ela faz como os coelhos fazem...

- Rápido?

- Rápido e forte!

- Nossa! Deve ter sido horrível!

- QUE NADA! Foi mó gostoso! Só pedi arrego porque meu corpo não aguentava mais!

- Ah é?

Lá estava a ruiva atrás de um arbusto vestindo sua fantasia de coelho apenas no aguardo de quem seria a primeira vítima da noite. Dahyun não tinha preconceito, novinhas ou senhoras, qualquer uma que estivesse interessada em conhecer seu Rabbit Power era bem-vinda!

Uma caminhonete invadiu seu campo de visão, uma loira bonita desceu do automóvel, vestia um sobretudo preto e salto alto, de repente um grave começou a tocar, era Hirai Momo.

Subiu na carroceria da caminhonete e jogou o casaco longe, vestia uma bela fantasia de coelha da PlayBoy, com direito a gravata borboleta, orelhas e um rabinho peludo atrás.

- Hyunnie... – Chamou quase em um gemido. – Eu quero ser a sua coelhinha.

Coelhos não tem vergonha, não tem medo de nada, qualquer comida que lhes for oferecida é rapidamente devorada e naquela hora foi assim, Momo era uma cenoura e Dahyun o coelho faminto.

A ruiva puxou a mais velha do carro e a arrastou para trás do arbusto que não cobria absolutamente nada que precisava ser coberto. Momo não teve tempo de mostrar os passinhos que havia ensaiado especialmente para sua bunny, tão pouco conseguiu tirar sensualmente a fantasia já que Dahyun a rasgou em menos de minutos.

Hirai Momo de quatro, Hirai Momo de lado, Hirai Momo de frente, Hirai Momo de costas... Foram cinquenta tons de Hirai Momo.

Dahyun observava a loira andar para cima e para baixo hora mancando hora com um par de muletas, a alegria de ter causado aquele belo estrago na mais velha era imensa, o que a ruiva não imaginou é que fosse viciar na outra.

Queria ver aquele bumbum fazer tumbalatum, mas bem na sua cara!

- Momo! Posso falar contigo?

- Pode...

- Quando você vai dançar outra vez?

- Estou toda dolorida e assada, não vou conseguir dançar tão cedo. Por quê?

- Queria ver você dançando...

- Não vai rolar não.

- E um segundo round?

- MUITO MENOS!

- Por que não?! Você não gostou?

- Eu adorei! Mas você acabou comigo em uma noite só e ainda rasgou minha fantasia!

- E quando você melhorar?

- Dahyun, você me fez ter fobia de coelhos... Não vai rolar mais.

Precisava convencer Momo a liberar outra vez, mas teria que ser de uma forma impossível de ser ignorada e recusada.

A mistura do swag com chave: camiseta GG, bermuda, tênis da Kings e uns badulaques no pescoço e pulso, Dahyun estava bem MC do século XXI e seria assim mesmo que reconquistaria a loira do rebolado hipnotizante.

Contou os minutos até o sinal do intervalo das aulas tocar e assim que todos estavam acomodados almoçando, a ruiva subiu em uma das mesas e mandou um cidadão qualquer dar play na beat.

“De todas que eu peguei

Você foi diferente

Não sei o que aconteceu entre a gente

Você deu uma foda sensacional

Dá uma sentada daquela nervosa”

Não sabiam o que era melhor: as expressões, as estes ou o trejeito da pequena, mas com certeza ela havia conseguido chamar a atenção de todos ali e os gritos tomaram conta da universidade quando encerrou a performance com uma sarrada digna dos bailes funk brasileiros.

Momo tentou se segurar, mas a beat já fazia parte de si, seu quadril começou a mexer e antes que pudesse perceber já estava fazendo o famoso quadradinho.

- Não sabia que tu gostava de funk.

- Via você dançando todos os dias, comecei a procurar e pra conquistar o seu coraçãozinho rebolante tive que aprender a gostar.

- Eu fiz você gostar?

- Bom... O seu rebolado fez!

- Hum... E se eu mostrar umas coisinhas?

- Tipo?

- A minha sentada nervosa.

- OPA! – Naquele dia Dahyun agradeceu à todos os deuses e deusas por darem aos humanos a capacidade de criar algo tão fodástico como o funk, e agradeceu pelos próprios deuses terem criado Hirai Momo. – Uma sentada daquela nervosa...

- Eu sei que tu gosta, eu sei que tu gosta, essa é a hora!